sábado, 20 de outubro de 2012

Eleições: sinais de mudanças

Vitória governista... mas espaço de oposição de esquerda se amplia


Espaço de esquerda aumentou nessas eleições

As eleições burguesas expressam de forma distorcida a relação de forças na sociedade. As que estão ocorrendo no Brasil mostram a situação não revolucionária, o peso do governo. Mas também sinalizam perspectivas de mudanças, demonstrando um espaço de oposição de esquerda real no país.
Existe um marco geral de estabilidade burguesa que explica em grande parte as vitórias eleitorais do governismo (seja federal, estadual ou municipal). Ou ainda, que a amplíssima maioria dos candidatos vitoriosos esteja no marco dos dois blocos burgueses (PT e partidos da base governista de um lado, PSDB e DEM de outro).

Mas houve diferenças com as eleições de 2008, no qual esse governismo teve um peso quase absoluto, com os prefeitos conseguindo se reeleger ou impor seus substitutos em todo o país. Dessa vez, se expressou uma experiência desigual das massas com as prefeituras, a primeira instância do poder visível. A aprovação ou não dos prefeitos atuais, por exemplo, teve um papel central nas eleições de São Paulo e Recife (rejeição a Kassab, do PSD, e João Costa, do PT), assim como na de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre (aprovação de Marcio Lacerda, Paes e Fortunatti).

Existiu também uma ruptura no plano municipal do bloco de partidos de apoio a Dilma. O mais importante foi a do PSB com o PT em Recife, Belo Horizonte e Fortaleza. O PSB venceu nas capitais de Minas Pernambuco e segue na disputa em Fortaleza. Assim cacifa seu presidente, Eduardo Campos, para as eleições de 2014, seja para um lugar privilegiado na chapa comandada pelo PT, seja para o bloco da oposição de direita (com Aécio Neves, do PSDB).


A possível vitória petista

Está ocorrendo um segundo turno em 17 capitais e muitas outras grandes cidades, que selarão um balanço definitivo das eleições. Qualquer avaliação nesse momento deve permanecer em aberto. Mas algumas hipóteses já podem ser apontadas.

É provável que o PT vença em São Paulo em função da alta taxa de rejeição a José Serra (PSDB). Caso isso aconteça, pode ser que o PT saia dessas eleições com uma grande vitória. Uma vitória importante no estado de São Paulo (incluindo ABC, a região de São José dos Campos, além de Osasco e Guarulhos) que pode alavancar a disputa pelo governo do estado em 2014. Uma vitória nacional, caso ganhe a maioria das outras disputas municipais.

Vai se materializar aqui um elemento muito importante da situação nacional: o peso do governo petista. Existe ainda uma alta aprovação de Dilma, que segue com índices próximos a 70% de aprovação. Caso eleja Haddad, Lula terá repetido sua vitória com Dilma, elegendo um antes quase desconhecido na principal cidade do país.

Existe a possibilidade de uma vitória de conjunto do PT e dos partidos da base governista nessas eleições, selando mais uma derrota da oposição de direita.


Um sinal do novo: o espaço de oposição de esquerda se amplia

Mas existe um elemento novo nessas eleições. O espaço de oposição de esquerda se expressou como não havia ocorrido desde o início dos governos petistas. Em 2006, a maior expressão disso foi Heloísa Helena (6,85%, frente PSOL-PSTU-PCB). Agora houve votações bem maiores em muitas cidades do país.

A ida dos candidatos do PSOL, como Edmilson Rodrigues, em Belém, e de Clésio para o segundo turno, em Macapá, assim como votações de peso em Freixo no Rio (28%); Roseno (12%), em Fortaleza; e Vera (6,68%), do PSTU, em Aracaju, indicam um dado novo da realidade.

Pode ser que esteja começando a se expressar um desgaste pela esquerda do PT em função da tendência da estagnação na economia que está chegando à consciência das massas. Pode ser reflexo do ascenso sindical existente no país, que apesar de não ser generalizado tem originado enfrentamentos com o governo. Em menor nível, pode ser também reflexo dos desgastes causados pelas denúncias de corrupção no escândalo do mensalão.

O Brasil está, lentamente, se aproximando da instabilidade internacional. Ainda tem uma economia em crescimento, embora pequeno, um governo de prestígio. Mas existe essa aproximação lenta através das mudanças da economia, no ânimo da vanguarda que acompanha as revoluções no Oriente Médio e Norte da África, assim como as mobilizações dos trabalhadores e da juventude na Europa.

Mas esse espaço pode sinalizar modificações na realidade política brasileira. Como estamos falando de um fenômeno inicial, de um elemento de transição dentro da situação não revolucionária, tudo isso pode retroceder. Mas é um dado alentador que exista nos dias de hoje, e que sinaliza um processo que pode se ampliar na realidade concreta da luta de classes pós-eleitoral.



Outra coisa é a resposta dada a esse espaço de oposição de esquerda pelos distintos partidos que intervém nessa luta. O PSOL está armando novas frentes populares, bem semelhantes as que foram construídas no passado pelo PT. Em Belém, Edmilson procura o PMDB para costurar uma aliança para o segundo turno. Em Macapá, o PSOL se aliou ao PV, PSB, PRTB. Em ambas as cidades, o PSOL defende um programa que em nada se diferencia dos apresentados pelo PT. Ou seja, o PSOL se apropria do espaço a esquerda para recriar as mesmas receitas do PT.

Ao contrário, o PSTU apresentou candidaturas como as de Vera em Aracaju com um programa classista e socialista, não precisando girar a direita para ganhar votos. Assim também foi em Belém e Natal, com a eleição de Cleber e Amanda, vitórias construídas com um perfil oposto ao do PT e da burguesia.

  • Cleber Rabelo e Amanda Gurgel são eleitos vereadores pelo PSTU, em Belém e Natal

  • Editorial: Uma grande vitória no terreno do inimigo

  • Nota do PSTU Recife sobre as eleições municipais
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    Retirado do Site do PSTU

    Para onde vai Hugo Chávez?

    Presidente sofreu importante desgaste em setores dos trabalhadores
    As eleições na Venezuela foram cuidadosamente acompanhadas em todos os países da América Latina e muitos outros além do nosso continente. Adversários políticos dos governos da Argentina e de outros países acompanharam Henrique Capriles, enquanto outros torciam para Hugo Chávez. As expectativas são bastante compreensíveis. Chávez, após 14 anos no cargo, enfrentou pela primeira vez uma oposição unida ao mesmo tempo em que enfrentava um crescente desgaste entre os trabalhadores, sua base social tradicional.

    O que aconteceu na eleição?

    Chávez venceu as eleições com 55,25% (8.136.964) dos votos em uma eleição com pouca abstenção: votaram mais de 80% do eleitorado. O número de votos do partido do governo não é pouca coisa quando você considera os 14 anos do chavismo no poder.

    Porém, é importante notar que a oposição burguesa liderada por Capriles conseguiu um salto significativo para obter mais de 6 milhões de votos, dois milhões a mais do que na eleição passada (um crescimento de 50%).

    O resto dos candidatos dividiu um número muito pequeno de votos, quase 80 mil, mostrando a grande polarização entre os dois principais candidatos. Neste quadro, a candidatura de Orlando Chirino, a única que apresentava independência de classe, conquistou 4.103 votos.


    A ruptura com Chávez

    Mas os números e o triunfo de Chávez não podem nos confundir. As eleições se realizaram em um cenário prévio de luta, manifestações e protestos com reivindicações de salários, serviços (especialmente água, eletricidade e infraestrutura), acordos coletivos e uma longa lista de reivindicações. Muitas delas apresentavam antigas reivindicações e continuam depois das eleições, pois falta resposta a elas.

    A perseguição dos líderes sindicais que impulsionavam essas lutas, ou simplesmente não se encaixam no partido de Chávez (como é o caso de Rubén González, que foi preso por mais de um ano e agora será julgado por liderar um protesto em 2009), a burocratização das organizações dos trabalhadores e a corrupção, produziram rupturas de setores importantes com Chávez. Isso explica o crescimento eleitoral de Capriles. Seus votos vêm principalmente da classe média, mas também de um setor importante dos trabalhadores do petróleo, que desempenhou um papel heróico contra a sabotagem petroleira (lockout) de 2003; os trabalhadores que lutaram pela nacionalização e controle da Sidor (Siderúrgica de Orinoco, nacionalizada em 2008); e da empresa da Corporación Venezolana de Guayana; e dos professores e trabalhadores da educação.

    Esses trabalhadores não querem deixar para trás toda a sua luta. Tem expectativas em Chávez e seu governo e querem resolver seus problemas. Muitos escolheram, de maneira confusa, a opção por "punir a insensibilidade do governo e da burocracia." Tal sentimento foi usado por Capriles que tentou passar uma imagem de "progressista" e “democrático”. O candidato chegou a dizer que tem simpatia por Lula e disse que vai manter as políticas sociais de Chávez, porém com "mais eficácia e livre da corrupção".


    Mas ... e os 8 milhões de votos?

    Chávez conquistou uma grande quantidade de votos. Alguns desses votos vêm dos setores populares que, de alguma forma, se beneficiaram com as "missões" (programas que subsidiam a habitação, educação, saúde, alimentação etc., financiado com a alta dos preços internacionais do petróleo) e também um setor importante da classe trabalhadora. Não pode se desprezar também o voto das Forças Armadas Bolivarianas, que ocupa posições de poder dentro do aparelho do Estado, incluindo o Ministério da Defesa no comando do general Rangel Silva, entre vários militares lideranças dos governos "democráticos e socialistas".

    Mas essa grande votação não expressa um entusiasmo ou um cheque em branco para o presidente. Há grande desconfiança e rejeição. Tanto é assim que, nas semanas finais da campanha "desapareceram" dos comícios todos os ministros, governadores e burocratas que adornavam os discursos de Hugo Chávez. Foram substituídos por músicos jovens e estudantes. Na hora de votar, muitos tiveram medo de algum "pacote neoliberal secreto como os aplicados na Europa", uma agitação que marcou a campanha de Chávez.

    Na campanha, Chávez não se cansou de perguntar: "vocês acham que a direita vai manter construção de casas e as missões? Vai eliminá-las!", "Você vai permitir que eles acabem com nossas conquistas?" "Não! Não é certo?", agitava em seus discursos.

    Milhares de trabalhadores do Estado, muitos deles terceirizados, não arriscaram pôr em perigo a estabilidade já precária de seus empregos. Assim, pensando que o pior estava por vir, (e apesar da raiva contra a burocracia e a corrupção do PSUV - Partido Socialista Unido da Venezuela) e na ausência de uma alternativa visível, optaram por votar em Chávez, para evitar o “ajuste neoliberal ".


    "Obama votaria em Chávez"

    Mas o discurso de Chávez também se dirigiu à burguesia. Em entrevista a Telesur, ele disse: "Minha vitória convém a eles, disse aos proprietários das grandes redes de televisão, os donos das grandes empresas privadas, que convém a toda a burguesia porque Chávez aqui garante paz, a tranquilidade e o desenvolvimento do país . Eu sou a garantia de que eles continuem a ganhar dinheiro. Sou a garanta de estabilidade”

    Também chamou os empresários a realizarem “bons negócios” associado às empresas imperialistas com as empresas do Mercosul. Para garantir que os empregadores não deveriam ter medo, Chávez soltou: "Se Obama vivesse em Caracas, Chávez votaria em Obama. É um cara bom" (Telesur)

    Nos últimos dias da campanha, Chávez apontou para o “diálogo” e deslizou até com a possibilidade de uma anistia para os golpistas, como Pedro Carmona, empresário golpista exilado em Miami, "dentro da Constituição". (Entrevista com TeleVen em 4/10/2012).

    O processo revolucionário venezuelano, aberto nos primeiros anos do século, não foi derrotado. Para além dos refluxos momentâneos, ele ainda segue vivo. E as lutas vão se incrementando diante o fracasso do programa democrático burguês de Chávez para dar resposta aos problemas operários. Chávez se apresenta até agora como uma garantia de contenção, uma barreira que desvia as lutas.

    Este permanente chamado à burguesia, à oposição a dialogar, ao mesmo tempo em que afirma que foi o responsável por tirar o país da beira do abismo, só pode ser entendido no marco da crise econômica mundial, que já se fez sentir em 2008 e que se aproxima novamente da Venezuela

    Quem pagará pela crise caso Chávez convoque uma “unidade nacional” com os patrões para que garantam seus bons negócios? Como já denunciamos em 2008, o aumento do IVA, a desvalorização cambial e a inflação (medidas adotadas pelo governo diante da crise) fizeram que os prejuízos dos patrões fossem jogados nas costas dos trabalhadores!


    Votação de Chirino

    A votação a Orlando Chirino foi baixa, ainda que significativa, apesar da polarização. Os esforços da cada partido em apresentar uma candidatura classista como alternativa não atingiram os milhares de colegas que não encontraram um ponto de referência.

    Nós da Unidade Socialista dos Trabalhadores impulsionamos a candidatura de Chirino, entre os trabalhadores fabris, estatais, estudantes e setores de vanguarda do movimento operário.

    No entanto, a baixa votação de Chirino não se chocou com a polarização. Em nossa opinião, também jogou contra a campanha o fato de que não se tenha formado uma frente de todas as personalidades e partidos que deram apoio a Chirino. Essa possibilidade existiu e o PSL, que poderia ter convocado e concretizado esse frente, não a fez, apesar da pré-disposição da UST e de Opção Operária. Isso foi um erro, ainda que a frente não tivesse rompido a polarização, mas poderia ter sido apresentada com maiores possibilidades, como um ponto de referência para esses milhares de desiludidos com Chávez. Esperamos que isso sirva como experiência.


    As tarefas por diante

    Constatada a importante ruptura com o chavismo, abre-se a possibilidade de lutar por uma fatia dos lutadores e ativistas que começaram a buscar uma alternativa. Por isso, devemos participar e impulsionar as lutas que estão se dando e aquelas que inevitavelmente virão. Junto com isso, começam a surgir novos sindicatos que precisamos ajudar a consolidar para que possam serem reconhecidos.

    É tarefa fundamental a construção de uma ferramenta política revolucionária, implantada na classe operária e setores populares. Em dezembro serão realizadas as eleições regionais para governadores e deputados. É uma oportunidade para chegar a todos aqueles que buscam uma alternativa ao chavismo e seus burocratas. A UST chama todos para essa luta. Vamos participar das eleições com candidatos nas cédulas do PSL com o objetivo de defender o programa de independência de classe e construir a ferramenta revolucionária dos trabalhadores.


    Esclarecendo confusões

    Os revolucionários aproveitam a intervenção nas campanhas eleitorais para fazer propaganda do programa operário e socialista. Os espaços na imprensa burguesa são escassos, por isso devemos ser muito cuidadosos na hora de fazer declarações. No jornal Universal (27/9/2012), em uma reportagem, Orlando Chirino expressou corretamente que chegou a hora dos trabalhadores governarem. Mas quando explicou quais seriam as medidas que tomaria esse governo, Chirino gerou uma grande confusão ao afirmar que “quanto ao aparelho produtivo há que se sentar com os investidores para fixar regras claras e recuperar as instituições para atrair investimentos. Isso passa por melhorar o salário e discutir um plano geral para garantir emprego estável e de qualidade e segurança social.”

    Quando se referiu às expropriações de Chávez disse: “Tudo o que está fora da lei se revisará. Terá que se escutar todos os envolvidos, donos, comunidades e sindicatos. Não temos problemas com isso. Nosso governo garante a plena liberdade sindical e à iniciativa privada”.

    Nada do que foi dito está no programa apresentado pelo PSL que apoiamos. Não vemos porque seria necessário sentar-se com os investidores… para atrair investimentos, quando o principal setor da economia que os investidores estão de olho é o petróleo que propomos nacionalizar totalmente. Também não entendemos a razão de se revisar as expropriações com os “donos” (as multinacionais também?), nem porque garantir “a iniciativa privada”. Essas confusões, que devem ser esclarecidas, dificultam o diálogo com os lutadores, sobretudo com os das empresas expropriadas para que possam compreender o programa revolucionário.


    Retirado do Site do PSTU

    quinta-feira, 18 de outubro de 2012

    Serra, Haddad e o kit anti-homofobia: comunidade LGBT é usada como moeda de troca eleitoral em São Paulo



    Serra, Malafaia e Haddad
    No segundo turno das eleições à prefeitura de São Paulo, que disputam José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), a pauta do movimento LGBT é novamente utilizada de maneira vil e oportunista para atrair aliados e o prestígio da população mais conservadora. O tema voltou à tona na campanha deste ano por conta das alianças de Serra com pastores evangélicos, bem como a lamentável ausência de uma política efetiva de combate à homofobia nas escolas por parte do PT e do candidato petista quando estava à frente do Ministério da Educação nos governos Lula e Dilma.
    O histórico desses partidos, bem como o dos candidatos, indicam que não há no horizonte qualquer medida que vise reduzir os índices de violência homofóbica, nem na escola, nem nas ruas.

    Infelizmente, o combate à homofobia não se deu e nem foi prioridade em um governo do PSDB, pois se trata de um dos partidos mais conservadores e de direita. Como exemplo disso, o Serra faz agora no segundo turno alianças com o pastor Silas Malafaia, que defende e incita nos meios de comunicação o ódio aos homossexuais. A homofobia no estado de São Paulo só aumentou no período em que José Serra foi governador. Há, por exemplo, uma onda de violência na região da Avenida Paulista desde 2009, e nunca houve um pronunciamento público dos governadores do PSDB em defesa dos homossexuais agredidos.

    Além do desserviço do tucanato, os petistas também não são aliados dos LGBT’s. Fernando Haddad foi o responsável por articular uma cifra de mais de R$ 800 mil para levar a cabo a elaboração e distribuição do famoso kit “Escola sem Homofobia”, chamado pejorativamente pelos homofóbicos do Congresso Nacional de “kit gay”. A presidente Dilma, porém, vetou a medida, que faria “propaganda de opção sexual”, segundo suas próprias palavras. Haddad, que tinha encomendado o material, apoiou e segue apoiando a medida da presidente.

    Vale ressaltar que o kit era a única medida votada na I Conferência LGBT que sairia do papel, e que, embora tivesse problemas, seria uma ferramenta que possibilitaria trabalhar nas escolas a questão da homofobia, e ampliar o debate como nenhum outro material existente, trazendo esperanças não só para o movimento LGBT organizado, mas para milhares de jovens lésbicas, gays, travestis e transexuais que sofrem todos os dias com a homofobia.

    O kit foi suspenso por Dilma após uma ameaça de instauração de uma CPI para investigar a escandalosa multiplicação do patrimônio do ex-ministro Palocci na época em que foi deputado federal. Palocci caiu, mas o kit permaneceu suspenso. A suspensão do kit anti-homofobia causou revolta em muitos ativistas e entidades do movimento LGBT. Devemos tirar uma lição disso: em nome do que eles chamam de “governabilidade”, o PT tem continuamente abandonado as bandeiras históricas que foram construídas junto ao movimento dos trabalhadores até a chegada de Lula à presidência.

    Em nome do poder, negociam as bandeiras históricas do movimento, traem sua própria base, e as mulheres, negros e negras e LGBT’s são os primeiros a serem rifados, como ficou claro com a “Carta ao Povo de Deus” na campanha eleitoral de Dilma.

    Como o voto dos conservadores em São Paulo vale mais que os votos dos LGBT’s, mais uma vez os LGBT’s são usados como moeda de troca: Serra se utiliza de homofobia para tentar tirar votos de Haddad, associando o ex-ministro ao kit. Haddad, por sua vez, que é diretamente responsável pela suspensão do kit, tentou a qualquer custo impedir que o kit entrasse em discussão na campanha. Ele critica Serra por associá-lo ao kit, mas não defende o kit nem a comunidade LGBT, nem propõe um novo material para ser distribuído nas escolas, sabendo que isso tira votos de conservadores e religiosos – em especial, aqueles que votaram em Celso Russomanno (PRB) no primeiro turno.

    Nós, do PSTU, defendemos incondicionalmente a pauta do movimento LGBT incorporando em nosso programa os problemas mais sentidos pelos trabalhadores LGBT’s que sofrem a opressão e a exploração do dia–a–dia. Defendemos a liberação imediata do kit “Escola sem Homofobia” e sua distribuição em todas as escolas do país. Defendemos em todas as instâncias a criminalização da homofobia e punição aos homofóbicos. Não temos nenhuma confiança nos candidatos que concorrem à prefeitura de São Paulo.


    Retirado do Site do PSTU

    Polarização eleitoral no 2º turno em Belém deve expressar a luta dos trabalhadores contra os ataques dos patrões e governos

    Com 32,57% dos votos contra 30,69%, Edmilson Rodrigues, candidato à prefeito pela Frente ‘Belém nas Mãos do Povo’ (PSOL, PCdoB, PSTU), venceu o 1º turno das eleições municipais na capital paraense com uma diferença de quase 2% dos votos em relação ao tucano Zenaldo Coutinho, candidato da Frente ‘União em defesa de Belém’ (PSDB, PSB, PSDC, PMN, PTC, PTdoB, PRP, PSD).

    Esse resultado retrata não só uma polarização eleitoral entre dois nomes bastante conhecidos na política belenense, mas expressa também, ainda que de maneira distorcida e mediada, uma polarização entre classes sociais e projetos políticos distintos. É a tradicional disputa entre esquerda e direita, entre ricos e pobres, entre trabalhadores e burgueses.

    A particularidade desta polarização reside fundamentalmente no fato de que:
    1º- não é o PT que desempenha desta vez o papel de porta-voz da esquerda, dos movimentos sociais e dos segmentos mais explorados e oprimidos da classe trabalhadora nesta disputa, e sim uma frente hegemonizada por partidos que fazem oposição de esquerda ao governo Dilma, apesar da contraditória presença do PCdoB nesta frente, e está também no fato de que: 2º- a conjuntura econômica e política em que se situa estas eleições reflete um momento de forte desaceleração econômica do Brasil no marco de uma das maiores crises internacionais do capitalismo, o que possibilitou o cenário de guerra social existente hoje na Europa entre o proletariado de diversos países contra os planos de ajuste da Troika (FMI, BCE e UE) e um ano de muitas e duríssimas greves dos trabalhadores contra os governos e os patrões num Brasil que há uma década é governado pelo PT. São os sinais de que a crise se aproxima do Brasil e de que os trabalhadores estão em busca de alternativas políticas.


    Qual deve ser a posição dos socialistas revolucionários diante dessa realidade?

    A primeira tarefa é, sem dúvida alguma, derrotar a candidatura da direita. Zenaldo Coutinho é a representação política dos grandes empresários, latifundiários e banqueiros. Seu partido é o símbolo dos setores da burguesia que odeiam os movimentos sociais e que defendem a privatização de nossas riquezas, empresas e serviços públicos. Uma possível vitória de Zenaldo poderia dar fôlego para que um novo massacre do Pinheirinho ou um novo Eldorado de Carajás pudessem acontecer em nossa cidade que tem um gravíssimo problema de ocupação fundiária. Ou poderia ser o ensejo que faltava aos privatistas para tentarem vender pela 3ª vez o serviço de saneamento e abastecimento de água da cidade.

    A história política de Zenaldo começou em fins dos anos de 1970, em plena ditadura militar, organizando a juventude do PDS, partido herdeiro da ARENA, que comandou o país nos “anos de chumbo”. Os trabalhadores e o povo pobre de Belém não precisam de mais um governo que perseguirá os trabalhadores informais, que irá arrochar os salários do funcionalismo municipal e irá fazer negociatas com os empresários de ônibus e empreiteiras. Estes lucrarão rios de dinheiro às custas do sofrimento do povo que precisa de transporte coletivo barato e de qualidade e de obras públicas que garantam emprego, moradia, saneamento, saúde, educação, cultura e lazer, mas que servirão para drenar os recursos públicos para meia-dúzia de empresários que não tem compromisso com o povo pobre de nossa cidade.

    A segunda tarefa é batalhar no interior deste bloco social e político encabeçado por Edmilson Rodrigues e pelo PSOL por um programa classista e socialista. Essa frente, que capitaliza a esperança de muitos que se desiludiram com o PT, tem por obrigação fazer diferente. Precisa resgatar o programa classista de defesa dos trabalhadores, que começa por inverter prioridades, propondo medidas para governar a cidade para aqueles que a constroem e não para os poderosos.

    As alianças que tem se dado no segundo turno, em que PT, PDT e PPL chamam voto em Edmilson, só tem sentido se não significar rebaixamento programático. É errado aceitar como condicionante a ausência de críticas ao governo federal, como exigiu o PT. Dilma já está preparando uma nova reforma da previdência e o Acordo Coletivo Especial que poderá acabar com direitos trabalhistas históricos, como o 13° salário e a multa de 40% do FGTS. O PSOL e sua principal figura pública não tem o direito de se calar diante desses ataques. Não pode também significar o aceite de dinheiro vindo dos grandes empresários, repetindo o erro cometido no primeiro turno, pois o que eles aplicam agora voltam para cobrar depois. A independência política e financeira em relação à burguesia é um princípio inegociável para os socialistas, mesmo diante de uma polarização eleitoral duríssima contra a direita.

    A força dos trabalhadores e do povo pobre é maior do que qualquer aliança com os partidos da burguesia ou do governo. O compromisso, portanto, tem de ser estabelecido com a classe. E, para que ela tenha seus interesses atendidos, é preciso garantir que ela decida 100% do orçamento, que aumente os investimentos na educação, que haja projetos de moradia para quem ganha até 3 salários mínimos, que a tarifa de ônibus seja reduzida, que haja passe-livre para estudantes e desempregados. É preciso combater as privatizações, reestatizar o sistema de transporte público e investir dinheiro público exclusivamente no serviço público.

    Os trabalhadores, o povo pobre e a juventude de Belém têm, portanto, no dia 28 de outubro um desafio histórico que é votar Edmilson prefeito para impor uma derrota à direita e à burguesia, e consolidar um programa e um bloco social e político independente dos governos e patrões para levar às ruas as reivindicações imediatas e históricas dos setores mais explorados e oprimidos da nossa sociedade para que um possível governo do PSOL seja de fato um governo para os trabalhadores.


    Retirado do Site do PSTU

    quarta-feira, 17 de outubro de 2012

    Nota do PSTU sobre o Segundo Turno em Natal

    Nestas eleições, o PSTU apresentou suas candidaturas como parte da Frente Ampla de Esquerda, que junto ao PSOL e movimentos sociais lançou candidaturas socialistas e da classe trabalhadora contra os já conhecidos representantes da velha política, que sempre governaram Natal. Nos orgulhamos de termos feito uma campanha que denunciou a situação de calamidade de nossa cidade, responsabilizou o desastre que foi a administração de Micarla de Souza (bem como de seus antecessores, que estiveram sempre ao lado dos grandes empresários e da defesa dos interesses de suas próprias oligarquias) e, ao mesmo tempo, apresentou uma alternativa de governo para os trabalhadores natalenses e a população mais pobre.
    Fizemos isso e chamamos o voto nas nossas candidaturas porque sabemos que é impossível governar para quem explora e para quem é explorado ao mesmo tempo. Nossa opção é clara: queremos Natal para os trabalhadores e por isso apresentamos nossos candidatos para que, se eleitos, utilizem seus mandatos a serviço das lutas e da mobilização social, que é o que realmente pode transformar a vida dos trabalhadores.

    Nossas candidaturas apresentaram esse projeto de ruptura com a velha política, que só privilegia os ricos. É uma vitória que nossa candidata Amanda Gurgel tenha sido eleita com a maior votação da história dessa cidade (quase 33 mil votos) e tenha sido a mais votada em todas as capitais, defendendo esse programa, sem se comprometer nem política nem financeiramente com esses caciques e seus partidos.

    Agora, passado o dia 07 de outubro, os trabalhadores ainda serão chamados a depositar o seu voto no segundo turno das eleições para prefeito. De um lado, está o candidato Hermano Morais (PMDB) e do outro, Carlos Eduardo (PDT), mas nenhum deles irá governar para os trabalhadores.

    Hermano Morais se apresenta como “renovação”, mas na prática representa o núcleo duro da família Alves (Garibaldi e Henrique Alves), que já governou essa cidade por vários anos e nunca mudou a vida de quem trabalha e mora em Natal. Hermano também é aliado político da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que privatizou a saúde junto com Micarla de Souza, sucateou os serviços públicos e ainda se apresentou de forma intransigente diante das reivindicações dos trabalhadores.

    Carlos Eduardo (que também é da família Alves), hoje é aliado de Vilma de Faria (ex-prefeita e ex-governadora) e já teve oportunidade de governar Natal por duas vezes. Dentre os inúmeros ataques aos trabalhadores promovidos por Carlos Eduardo, um deles foi o de ter aumentado o preço da passagem do transporte público de Natal seis vezes. Também foi Carlos Eduardo que lançou Micarla de Souza como administradora na cidade, quando foi eleita a sua vice-prefeita.

    Infelizmente, o Partido dos Trabalhadores (PT) mais uma vez mostra submissão às oligarquias. A imprensa chegou a divulgar a intenção do PT nacional de oferecer apoio ao PMDB de Hermano, em troca do apoio deste partido em outras cidades. Em vez de rejeitar completamente essa negociação, e chamar o voto nulo, o PT de Natal resolve aprovar o apoio a Carlos Eduardo, outro Alves. Esta é uma posição que envergonha um partido que se diz de trabalhadores, pois está claro que a classe trabalhadora não tem alternativa política nesse segundo turno. Independentemente de quem vencer as eleições, os trabalhadores serão duramente atacados, principalmente porque estamos em meio a uma crise econômica mundial, cujos efeitos já se fazem sentir por aqui. Cada voto dado a Carlos Eduardo ou a Hermano Moraes ampliará a força do novo prefeito para atacar os trabalhadores e a população pobre.

    Por isso, o PSTU faz um chamado a todos os trabalhadores, a todos os insatisfeitos com mais esta traição do PT e a todos que depositaram sua confiança na candidatura de Amanda Gurgel e na candidatura do professor Robério, da qual fizemos parte. Votem NULO, como expressão política da indignação perante a ausência de uma alternativa no segundo turno e como forma de preparar os trabalhadores para as mobilizações e as lutas que faremos contra os ataques do próximo governo.

    NEM HERMANO NEM CARLOS EDUARDO!

    NO SEGUNDO TURNO, VOTE NULO!

    PREPARAR AS LUTAS CONTRA OS ATAQUES DO PRÓXIMO PREFEITO!

    Natal, 15 de outubro de 2012

    Diretório Municipal do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
    Professora Amanda Gurgel, vereadora eleita
    Dário Barbosa, ex-candidato a vice-prefeito, pela Frente Ampla de Esquerda



    Retirado do Blog do PSTU/RN

    terça-feira, 16 de outubro de 2012

    As lutas começam a esquentar na França

    Crise econômica começa a afetar o país com mais intensidade e governo parte para medidas de austeridade



    Trabalhadores da PSA, Arcelor Mittal, Renault e Goodyear protestam no dia 9 de outubro

    A polarização da luta de classes na Europa está tendo também a sua versão francesa. No dia nove de outubro, cerca de 90 mil trabalhadores (de acordo com a CGT) se manifestaram por todo o país contra os planos de demissões e as medidas de austeridade tomadas pelo governo. Esta manifestação juntou-se com a manifestação do dia 30 de setembro (cerca de 80 mil em Paris de acordo com os organizadores) e outras pequenas manifestações que estão ocorrendo, como a dos trabalhadores da Sanofi – empresa do ramo farmacêutico que pretende fechar parte das suas sedes – e dos trabalhadores da PSA Peugeot de Aulnay-sous-bois, cujo fechamento é planejado pela empresa em 2014. Nas últimas semanas, os trabalhadores destas empresas protagonizaram manifestações, reuniões públicas e paralisações contra os planos de demissões, todas reunindo algumas centenas de manifestantes.

    A situação francesa não difere muito do conjunto da economia europeia: a economia francesa está em desaceleração (não deve crescer este ano) e o desemprego em alta (cerca de 3 milhões de trabalhadores), próximo a 10 % da população. De acordo com o próprio governo, cerca de 400 mil trabalhadores devem ser demitidos ainda este ano, através dos vários planos de demissão em empresas como a PSA Peugeot, Renault, Carrefour, Doux, Arcellor Mittal, etc.

    A política do governo Hollande também não é muito diferente: de uma forma ou de outra ele busca baixar o “custo do trabalho”, isto é, tirar direitos para aumentar o lucro dos patrões. Neste sentido, o ministro do trabalho já declarou a intenção de uma reforma trabalhista e as primeiras medidas do governo vão no sentido da austeridade: redução do gasto para aumentar o pagamento da dívida pública (próxima a 90% do PIB), programas de precarização do trabalho para os jovens, entre outras coisas.

    Infelizmente, a política dos sindicatos e dos principais partidos de esquerda não se dão no sentido de romper com esta política de austeridade. Do lado dos sindicatos, o governo organizou uma “conferência social” para estabelecer um diálogo entre sindicato, governo e patrões sobre as formas de baixar o “custo do trabalho”. Apesar da manifestação do dia nove, convocada pela CGT, ser contra algumas das medidas de austeridade, a CGT continua a dialogar com o governo sobre medidas como a reforma trabalhista, além de uma outra reforma da previdência, etc. Além disso, a CGT, ao contrário de unificar as lutas existentes, está organizando manifestações separadas de cada setor: no dia nove foram os trabalhadores dos setores industriais, principalmente do setor automobilístico; no dia 11 foram os aposentados da SNCF (empresa pública do setor ferroviário); o setor público se mobilizará no dia 23 de outubro; e assim vai...

    Já os dois principais partidos de esquerda, o Partido Comunista Francês e o Partido de Esquerda (PG em francês) têm uma política dúbia. Apesar de se declararem contra a austeridade e apoiarem as mobilizações, como a do dia 30, por exemplo, eles votaram a favor da correção do orçamento de 2012 proposta por Hollande, correção esta que continua no mesmo sentido do governo anterior de Sarkozy: corte de verbas, não contratação de funcionários públicos, etc. Os dois partidos, apesar da crítica a algumas medidas do governo, se declaram do lado da “maioria de esquerda” que governa, isto é, objetivamente eles são apoiadores do governo.

    Esta política conduzida pelas centrais sindicais e pelo PCF e PG de fazer “pressão” ao governo, num momento em que a crise aperta, não tem outro resultado do que o isolamento das lutas e a derrota das mesmas. Somente a convergência das lutas e a rejeição total das medidas de austeridade poderão apontar uma saída para a classe trabalhadora francesa.


    Retirado do Site do PSTU

    Uma grande vitória no terreno do inimigo


    Capa do Opinião Socialista
    As eleições são controladas pela burguesia, que consegue impor sua vontade pelos acordos financeiros ou pela compra direta dos partidos majoritários. As grandes empresas, por exemplo, financiam as campanhas de Haddad (PT), Serra (PSDB), Russomano (PRB) e Chalita (PMDB) em São Paulo, sendo vitoriosas com qualquer um dos possíveis vencedores.

    Financiam campanhas caríssimas que são as que têm alguma chance de serem vitoriosas. Controlam assim os governos e parlamentares eleitos, e depois cobram suas faturas com os contratos que almejam com os poderes públicos.

    Os dois grandes blocos dirigidos pelo PT e PSDB-DEM têm acordo no fundamental, na aplicação do plano econômico, a serviço da grande burguesia que os financia. Por exemplo, esses partidos vão apoiar as medidas que estão sendo preparadas pelo governo e o Congresso para atacar os trabalhadores depois das eleições. Foi o principal sindicato dirigido pela CUT, o de metalúrgicos do ABC, que apresentou ao Congresso a proposta dos Acordos Coletivos Especiais (ACE’s) que significam uma reforma Trabalhista disfarçada que pode atacar direitos básicos como as férias e décimo terceiro salário.

    Os trabalhadores nem imaginam que, ao votar pelos candidatos desses partidos, estão dando apoio a este tipo de ataque contra eles mesmos.


    Dois lutadores socialistas furaram o bloqueio

    Por isso mesmo não existe nenhuma possibilidade de se chegar a uma mudança radical da sociedade através da via morta das eleições. E é por isso também que, quando conseguimos vencer a burguesia nesse terreno controlado por eles, temos que comemorar muito.

    Nessas eleições, os lutadores socialistas do PSTU conseguiram vitórias muito importantes, ao ter votações significativas para nossos candidatos em todo o país e eleger Cleber Rabelo, em Belém, e Amanda Gurgel, em Natal. Alguma coisa dos ventos que sacode o mundo começam a soprar no Brasil.

    Essa campanha vitoriosa foi realizada sem um centavo da burguesia ou da corrupção. Foi financiada pelos próprios trabalhadores e jovens que nos apoiam. Nessa campanha não atuou nenhum cabo eleitoral pago. Foi feita pela militância e os simpatizantes do PSTU.

    A campanha foi uma expressão das lutas do movimento de massas. Cleber esteve à frente da duríssima greve da construção civil de 17 dias, em meio às eleições. Amanda surgiu no cenário nacional como um a professora em greve que questionou diretamente os parlamentares em um vídeo que se massificou rapidamente na internet.

    E assim foi com o conjunto de nossos candidatos. Toninho, em São José dos Campos (SP), foi a expressão da luta do Pinheirinho e dos metalúrgicos da GM. Ana Luíza, em São Paulo, dedicou parte da campanha ao apoio à greve do funcionalismo público federal. Vanessa, em Belo Horizonte, é da direção do sindicato dos professores e de suas greves. Cyro Garcia, no Rio, é uma das mais importantes lideranças das lutas bancárias. Gonzaga, em Fortaleza, dirigiu as greves da construção civil.

    Não aceitamos financiamento da burguesia como o PSOL. Não concordamos com o corte do ponto dos grevistas como Marcelo Freixo. Não defendemos alianças com partidos burgueses. Não aceitamos crescer eleitoralmente à custa de incorporar as práticas que já levaram o PT ao desastre atual.

    Temos consciência de que conseguimos pontos de apoio em parlamentos burgueses para o que é mais importante: a luta direta dos trabalhadores. Temos agora mais apoio para as lutas contra os ACE’s e a favor das greves.

    Chamamos todos os que estiveram juntos conosco nessa campanha eleitoral a se juntarem a nós. Filiem-se o PSTU. O socialismo cresce.


    Retirado do Site do PSTU