Com 32,57% dos votos contra 30,69%, Edmilson
Rodrigues, candidato à prefeito pela Frente ‘Belém nas Mãos do Povo’
(PSOL, PCdoB, PSTU), venceu o 1º turno das eleições municipais na
capital paraense com uma diferença de quase 2% dos votos em relação ao
tucano Zenaldo Coutinho, candidato da Frente ‘União em defesa de Belém’
(PSDB, PSB, PSDC, PMN, PTC, PTdoB, PRP, PSD).
Esse resultado retrata não só uma polarização eleitoral entre dois nomes bastante conhecidos na política belenense, mas expressa também, ainda que de maneira distorcida e mediada, uma polarização entre classes sociais e projetos políticos distintos. É a tradicional disputa entre esquerda e direita, entre ricos e pobres, entre trabalhadores e burgueses.
A particularidade desta polarização reside fundamentalmente no fato de que:
1º- não é o PT que desempenha desta vez o papel de porta-voz da esquerda, dos movimentos sociais e dos segmentos mais explorados e oprimidos da classe trabalhadora nesta disputa, e sim uma frente hegemonizada por partidos que fazem oposição de esquerda ao governo Dilma, apesar da contraditória presença do PCdoB nesta frente, e está também no fato de que: 2º- a conjuntura econômica e política em que se situa estas eleições reflete um momento de forte desaceleração econômica do Brasil no marco de uma das maiores crises internacionais do capitalismo, o que possibilitou o cenário de guerra social existente hoje na Europa entre o proletariado de diversos países contra os planos de ajuste da Troika (FMI, BCE e UE) e um ano de muitas e duríssimas greves dos trabalhadores contra os governos e os patrões num Brasil que há uma década é governado pelo PT. São os sinais de que a crise se aproxima do Brasil e de que os trabalhadores estão em busca de alternativas políticas.
Qual deve ser a posição dos socialistas revolucionários diante dessa realidade?
A primeira tarefa é, sem dúvida alguma, derrotar a candidatura da direita. Zenaldo Coutinho é a representação política dos grandes empresários, latifundiários e banqueiros. Seu partido é o símbolo dos setores da burguesia que odeiam os movimentos sociais e que defendem a privatização de nossas riquezas, empresas e serviços públicos. Uma possível vitória de Zenaldo poderia dar fôlego para que um novo massacre do Pinheirinho ou um novo Eldorado de Carajás pudessem acontecer em nossa cidade que tem um gravíssimo problema de ocupação fundiária. Ou poderia ser o ensejo que faltava aos privatistas para tentarem vender pela 3ª vez o serviço de saneamento e abastecimento de água da cidade.
A história política de Zenaldo começou em fins dos anos de 1970, em plena ditadura militar, organizando a juventude do PDS, partido herdeiro da ARENA, que comandou o país nos “anos de chumbo”. Os trabalhadores e o povo pobre de Belém não precisam de mais um governo que perseguirá os trabalhadores informais, que irá arrochar os salários do funcionalismo municipal e irá fazer negociatas com os empresários de ônibus e empreiteiras. Estes lucrarão rios de dinheiro às custas do sofrimento do povo que precisa de transporte coletivo barato e de qualidade e de obras públicas que garantam emprego, moradia, saneamento, saúde, educação, cultura e lazer, mas que servirão para drenar os recursos públicos para meia-dúzia de empresários que não tem compromisso com o povo pobre de nossa cidade.
A segunda tarefa é batalhar no interior deste bloco social e político encabeçado por Edmilson Rodrigues e pelo PSOL por um programa classista e socialista. Essa frente, que capitaliza a esperança de muitos que se desiludiram com o PT, tem por obrigação fazer diferente. Precisa resgatar o programa classista de defesa dos trabalhadores, que começa por inverter prioridades, propondo medidas para governar a cidade para aqueles que a constroem e não para os poderosos.
As alianças que tem se dado no segundo turno, em que PT, PDT e PPL chamam voto em Edmilson, só tem sentido se não significar rebaixamento programático. É errado aceitar como condicionante a ausência de críticas ao governo federal, como exigiu o PT. Dilma já está preparando uma nova reforma da previdência e o Acordo Coletivo Especial que poderá acabar com direitos trabalhistas históricos, como o 13° salário e a multa de 40% do FGTS. O PSOL e sua principal figura pública não tem o direito de se calar diante desses ataques. Não pode também significar o aceite de dinheiro vindo dos grandes empresários, repetindo o erro cometido no primeiro turno, pois o que eles aplicam agora voltam para cobrar depois. A independência política e financeira em relação à burguesia é um princípio inegociável para os socialistas, mesmo diante de uma polarização eleitoral duríssima contra a direita.
A força dos trabalhadores e do povo pobre é maior do que qualquer aliança com os partidos da burguesia ou do governo. O compromisso, portanto, tem de ser estabelecido com a classe. E, para que ela tenha seus interesses atendidos, é preciso garantir que ela decida 100% do orçamento, que aumente os investimentos na educação, que haja projetos de moradia para quem ganha até 3 salários mínimos, que a tarifa de ônibus seja reduzida, que haja passe-livre para estudantes e desempregados. É preciso combater as privatizações, reestatizar o sistema de transporte público e investir dinheiro público exclusivamente no serviço público.
Os trabalhadores, o povo pobre e a juventude de Belém têm, portanto, no dia 28 de outubro um desafio histórico que é votar Edmilson prefeito para impor uma derrota à direita e à burguesia, e consolidar um programa e um bloco social e político independente dos governos e patrões para levar às ruas as reivindicações imediatas e históricas dos setores mais explorados e oprimidos da nossa sociedade para que um possível governo do PSOL seja de fato um governo para os trabalhadores.
Retirado do Site do PSTU
Esse resultado retrata não só uma polarização eleitoral entre dois nomes bastante conhecidos na política belenense, mas expressa também, ainda que de maneira distorcida e mediada, uma polarização entre classes sociais e projetos políticos distintos. É a tradicional disputa entre esquerda e direita, entre ricos e pobres, entre trabalhadores e burgueses.
A particularidade desta polarização reside fundamentalmente no fato de que:
1º- não é o PT que desempenha desta vez o papel de porta-voz da esquerda, dos movimentos sociais e dos segmentos mais explorados e oprimidos da classe trabalhadora nesta disputa, e sim uma frente hegemonizada por partidos que fazem oposição de esquerda ao governo Dilma, apesar da contraditória presença do PCdoB nesta frente, e está também no fato de que: 2º- a conjuntura econômica e política em que se situa estas eleições reflete um momento de forte desaceleração econômica do Brasil no marco de uma das maiores crises internacionais do capitalismo, o que possibilitou o cenário de guerra social existente hoje na Europa entre o proletariado de diversos países contra os planos de ajuste da Troika (FMI, BCE e UE) e um ano de muitas e duríssimas greves dos trabalhadores contra os governos e os patrões num Brasil que há uma década é governado pelo PT. São os sinais de que a crise se aproxima do Brasil e de que os trabalhadores estão em busca de alternativas políticas.
Qual deve ser a posição dos socialistas revolucionários diante dessa realidade?
A primeira tarefa é, sem dúvida alguma, derrotar a candidatura da direita. Zenaldo Coutinho é a representação política dos grandes empresários, latifundiários e banqueiros. Seu partido é o símbolo dos setores da burguesia que odeiam os movimentos sociais e que defendem a privatização de nossas riquezas, empresas e serviços públicos. Uma possível vitória de Zenaldo poderia dar fôlego para que um novo massacre do Pinheirinho ou um novo Eldorado de Carajás pudessem acontecer em nossa cidade que tem um gravíssimo problema de ocupação fundiária. Ou poderia ser o ensejo que faltava aos privatistas para tentarem vender pela 3ª vez o serviço de saneamento e abastecimento de água da cidade.
A história política de Zenaldo começou em fins dos anos de 1970, em plena ditadura militar, organizando a juventude do PDS, partido herdeiro da ARENA, que comandou o país nos “anos de chumbo”. Os trabalhadores e o povo pobre de Belém não precisam de mais um governo que perseguirá os trabalhadores informais, que irá arrochar os salários do funcionalismo municipal e irá fazer negociatas com os empresários de ônibus e empreiteiras. Estes lucrarão rios de dinheiro às custas do sofrimento do povo que precisa de transporte coletivo barato e de qualidade e de obras públicas que garantam emprego, moradia, saneamento, saúde, educação, cultura e lazer, mas que servirão para drenar os recursos públicos para meia-dúzia de empresários que não tem compromisso com o povo pobre de nossa cidade.
A segunda tarefa é batalhar no interior deste bloco social e político encabeçado por Edmilson Rodrigues e pelo PSOL por um programa classista e socialista. Essa frente, que capitaliza a esperança de muitos que se desiludiram com o PT, tem por obrigação fazer diferente. Precisa resgatar o programa classista de defesa dos trabalhadores, que começa por inverter prioridades, propondo medidas para governar a cidade para aqueles que a constroem e não para os poderosos.
As alianças que tem se dado no segundo turno, em que PT, PDT e PPL chamam voto em Edmilson, só tem sentido se não significar rebaixamento programático. É errado aceitar como condicionante a ausência de críticas ao governo federal, como exigiu o PT. Dilma já está preparando uma nova reforma da previdência e o Acordo Coletivo Especial que poderá acabar com direitos trabalhistas históricos, como o 13° salário e a multa de 40% do FGTS. O PSOL e sua principal figura pública não tem o direito de se calar diante desses ataques. Não pode também significar o aceite de dinheiro vindo dos grandes empresários, repetindo o erro cometido no primeiro turno, pois o que eles aplicam agora voltam para cobrar depois. A independência política e financeira em relação à burguesia é um princípio inegociável para os socialistas, mesmo diante de uma polarização eleitoral duríssima contra a direita.
A força dos trabalhadores e do povo pobre é maior do que qualquer aliança com os partidos da burguesia ou do governo. O compromisso, portanto, tem de ser estabelecido com a classe. E, para que ela tenha seus interesses atendidos, é preciso garantir que ela decida 100% do orçamento, que aumente os investimentos na educação, que haja projetos de moradia para quem ganha até 3 salários mínimos, que a tarifa de ônibus seja reduzida, que haja passe-livre para estudantes e desempregados. É preciso combater as privatizações, reestatizar o sistema de transporte público e investir dinheiro público exclusivamente no serviço público.
Os trabalhadores, o povo pobre e a juventude de Belém têm, portanto, no dia 28 de outubro um desafio histórico que é votar Edmilson prefeito para impor uma derrota à direita e à burguesia, e consolidar um programa e um bloco social e político independente dos governos e patrões para levar às ruas as reivindicações imediatas e históricas dos setores mais explorados e oprimidos da nossa sociedade para que um possível governo do PSOL seja de fato um governo para os trabalhadores.
Retirado do Site do PSTU
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