sábado, 26 de março de 2011

STF dá sinal verde aos “fichas-suja”

Embora encontre respaldo no rechaço da população aos políticos, lei não impede corrupção e pode ser usada para criminalizar movimentos sociais


O julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a lei de iniciativa popular do “Ficha Limpa” foi um balde de água fria para aqueles que achavam possível a moralização da política. Em uma votação apertada, por 6 a 5, o STF decidiu que a lei não valeu para 2010.

A decisão vai alterar a composição do Congresso Nacional e das assembleias legislativas nos estados. Com a lei invalidada pelo tribunal, políticos condenados que concorreram nas últimas eleições e foram impedidos de assumir, devem agora tomar seus lugares no parlamento. O caso mais emblemático é o da senadora Marino Brito (PSOL), do Pará, que deve ceder seu lugar a Jader Barbalho (PMDB).


Decisão judicial

A maioria do STF concluiu que o Ficha Limpa, ao ser aprovada em 2010, não poderia influir nas eleições do mesmo ano. A decisão contraria o Supremo Tribunal Eleitoral, que validou a lei no ano passado. No mesmo ano o próprio STF começou a votar a lei, mas diante de um impasse na votação, resolveu esperar a nomeação do novo ministro que substituiria Eros Grau, que acabava de se aposentar.

E não deu outra. O ministro nomeado por Dilma, Luiz Fux, não decepcionou e, diante de uma votação empatada, bateu o martelo em favor dos políticos corruptos. Contando com Jader, três senadores barrados pela lei devem assumir. Na Câmara dos Deputados, 29 políticos aguardam decisão da Justiça.

Fux, aliás, parece ter mudado de opinião sobre a lei. A senadora do PSOL que vai deixar seu lugar para Jader Barbalho, relembrou que a posição do atual ministro era outra, quando foi sabatinado pelo Senado. Segundo ela, ele teria dito que “a Justiça não pode ficar de costas para a intencionalidade da lei”.

A verdade é que, apesar de toda a argumentação técnica e jurídica dos ministros do STF, o julgamento do STF é político. Como “argumentou” o ministro Gilmar Mendes, conhecido por proferir sentenças favoráveis ao banqueiro Daniel Dantas, “é preciso ter cuidado com esse interesse, o sentimento popular”.


Lei pode nem valer para 2012

O STF decidiu que o Ficha Limpa não poderia valer para as eleições realizadas em 2010. Subtendia-se, assim, que entraria em vigor já em 2012. Mas nem isso está garantido. Após a decisão do STF ganhou força setores que defendem a rejeição por completo da lei. Isso se daria através da contestação de ponto por ponto. Como atestou o ministro Ricardo Lewandowski, a lei do Ficha Limpa vai ser “fatiada como salame”.

Desta forma, já se contesta, por exemplo, a lei sob o aspecto da “presunção da inocência”. Mesmo que o Ficha Limpa só afete quem é condenado em segunda instância pela Justiça.


Ficha Limpa não acaba com a corrupção

A decisão de Fux mostra como o Judiciário funciona como braço jurídico de interesses de corruptos e poderosos. Não pode esconder, porém, a ineficiência do Ficha Limpa, caso fosse plenamente implementada.

O Projeto de Lei Popular 518/09 foi apresentado no Congresso com 1,9 milhão de assinaturas. Idealizada após inúmeros casos de corrupção, a lei causou certa comoção popular, amparando-se no cansaço da população após tantos escândalos protagonizados em Brasília. Nisso, até mesmo parte da esquerda chega a defender o projeto, como meio de se moralizar a política.

O problema é que o Ficha Limpa não garante o fim da corrupção. No máximo, causa alguns constrangimentos legais a um ou outro político, mas plenamente contornáveis na Justiça. Basta ver, além de Jader Barbalho que retorna ao Senado, o próprio Paulo Maluf (PP-SP), um ícone da corrupção no país. Além de ser novamente deputado, ele faz parte da comissão responsável pela Reforma Política, medida que ameaça tornar ainda mais antidemocrática a legislação eleitoral.

Além disso, o Ficha Limpa pode ser utilizado para criminalizar movimentos sociais, impedindo que ativistas injustamente condenados possam se candidatar a cargos públicos. Basta lembrar que o então relator da lei na Câmara, o deputado Índio da Costa (DEM), elencava o “crime” de “invasão de terras” entre os crimes que poderiam barrar algum candidato. Índio da Costa usou o projeto como trampolim político, tornando-se o vice de José Serra na disputa da presidência logo depois.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais um ataque homofóbico: liderança GLBT sofre agressão em São Paulo

Ativista foi agredido e não recebeu proteção da polícia, que assistiu a ameaças de bando homofóbico


Desde o ano passado, uma onda de agressões a homossexuais tem se destacado em São Paulo. Nesse ano, o caso em que um menor, acompanhado por outros dois menores e um maior de idade, agrediu um rapaz com uma lâmpada fluorescente virou destaque nos noticiários do país inteiro.

Foi nesse contexto que, na madrugada desta quarta-feira, 23, Guilherme Rodrigues, ativista do movimento GLBT e militante do PSTU, sofreu um ataque covarde e fascista na Rua Augusta, região central de São Paulo. Ele parou num posto de gasolina, na esquina da Rua Peixoto Gomide, quando avistou quatro garotos tentando agredir um casal gay.

O casal fugiu, mas os delinquentes não se conformaram e partiram para cima de Guilherme com empurrões, socos e chutes. Os funcionários do posto de gasolina intervieram, mas não adiantou. “Eles não se inibiram, o pessoal do posto segurando e eles continuavam ameaçando e agredindo”, conta Guilherme. Uma viatura que passava pelo local parou. Porém, ao invés de segurança, o ativista sentiu descaso e preconceito.

A policial Lucimeire Ribeiro de Sales se recusou a reconhecer o ato como crime de homofobia e tentou dissuadir a vítima a abrir o Boletim de Ocorrência. “Ela dizia ‘Tem certeza que quer ir pra delegacia? Quando sair de lá é cada um por si’, dando a entender que eles poderiam me pegar de novo”, fala Guilherme.

Na delegacia, ela forneceu a versão dos bandidos: de que Guilherme tinha dado em cima deles de forma vulgar. Foi preciso um funcionário do posto testemunhar e desmentir a versão. O homem confirmou que Guilherme fora agredido por ser gay. Os agressores têm nome: Willyan Hoffmann da Silva, estudante; Vinícius Siqueli de Paula, operador de telemarketing; Daniel Moura Fragozo, estudante; Milton Luiz Santo André, estudante.

Os criminosos não se intimidaram nem com a polícia e continuaram ameaçando. “Eles diziam que iam me pegar, que sabiam quem eu era, não pararam de me ameaçar nem na delegacia, na frente da polícia”, diz Guilherme. Pelo contrário, a postura da polícia só podia lhes dar mais segurança e a certeza da impunidade.

Apesar de tudo, o BO foi registrado. Foram consumados os crimes de lesão corporal (art. 129), injúria (art. 140) e ameaça (art. 147). No entanto, a formalização da denúncia só se deu pela persistência e coragem de Guilherme e não por que a polícia tenha cumprido sua tarefa.

Mas essas não foram as únicas aberrações. A vítima teve negado o direito a usar o telefone. Durante o registro do BO, teve de dar seus dados, inclusive telefone e endereço, no mesmo local onde se encontravam os seus agressores. Na saída, os criminosos foram liberados junto com ele. A mesma policial, Lucimeire, se recusou a levá-lo, alegando que “tinha outra coisa a fazer”.

Guilherme teve de contar com a ajuda de amigos para ir embora. No dia seguinte, ele foi ao IML, onde houve “constatação de lesão”.


Impunidade criminosa

Agora, Guilherme está sob ameaça, e os criminosos estão soltos, podendo agredi-lo novamente a qualquer momento. “Se qualquer coisa acontecer com ele, quem vai ter que responder é a polícia, o governo do Estado, a Secretaria de Segurança”, afirmou Douglas Borges, da Secretaria Nacional GLBT do PSTU. “Essa policial e todos os outros que presenciaram o BO são cúmplices dessa violência, porque assistiram às ameaças e não fizeram nada para garantir a segurança do companheiro”, disse.

Esse não é um fato isolado em São Paulo, infelizmente. Nos últimos meses, uma série de agressões e atos homofóbicos aconteceram principalmente na região da Avenida Paulista, onde Guilherme foi vitimado. Em geral, as agressões partem de bandos fascistas, compostos por jovens brancos de classe média que se organizam e saem às ruas para “caçar” gays. A impunidade e o preconceito abrem espaço para que grupos criminosos como esse sigam se organizando e atacando livremente.

Essa violência fez com que o movimento GLBT reagisse e se unisse para denunciar e acabar com essa barbaridade. Guilherme é um dos ativistas que está à frente dessa organização. E ele não está sozinho. Na segunda-feira, 28, às 14h, Guilherme entregará o laudo do IML. “A ideia é reunir o maior número de pessoas possível na frente da delegacia, transformar a entrega do laudo num grande ato de solidariedade e de revolta por todas as agressões contra homossexuais”, conclama Douglas.

O movimento GLBT luta, hoje, pela aprovação do projeto de lei que torna a homofobia crime. A história acima só demonstra a necessidade e a urgência dessa medida. Não vai ser um bando de garotos preconceituosos que vai calar aqueles que se manifestam por igualdade de direitos.


Substituímos a palavra skinhead neste texto, acatando uma correção importante feita por Felipe Oliva, no Facebook. Como disse Felipe, Skinhead é outra coisa. Nem todo skinhead é racista ou fascista. Inclusive, skinheads não-racistas participaram da Marcha contra a Homofobia, no dia 19 de fevereiro em São Paulo.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 23 de março de 2011

Libertados os presos políticos detidos durante protesto contra Obama

Ativistas permaneceram quase 70 horas confinados, acusados sem qualquer prova


Samuel Tosta
Os irmãos Yuri e Gabriela, no momento em que saíam da prisão
Após quase 70 horas detidos, finalmente foram libertados, na noite desse dia 20, os ativistas presos durante uma manifestação contra a vinda de Obama ao Brasil no Rio. Com grande emoção, os últimos presos políticos no presídio Ary Franco foram recebidos pelos próprios companheiros.

As prisões ocorreram na noite do dia 18, em frente ao consulado dos EUA. Acusados de “lesão corporal” e tentativa de incêndio, sem qualquer prova, os ativistas passaram a noite na delegacia e foram transferidos no dia seguinte para presídios. As mulheres foram transferidas para o presídio de Bangu 8, enquanto os homens foram para o presídio Ary Franco, em Água Santa, onde tiveram as cabeças raspadas. Um dos detidos era menor de idade e foi encaminhado ao Centro de Triagem da Ilha do Governador.


Prisões políticas

Nove dos 13 presos eram militantes do PSTU. Todo o processo, segundo o advogado criminalista Jorge Bulcão relatou ao Portal do PSTU, não passa de uma “aberração jurídica”. Primeiro, a PM deteve 13 pessoas de forma aleatória após reprimir o protesto contra Obama. Depois, expôs na delegacia o que seriam os artefatos encontrados com manifestantes: um coquetel molotov, um soco-inglês e uma mochila com pedras, junto a isso um cartaz e uma bandeira do PSTU. A intenção era clara: associar os artefatos e a explosão de um molotov ao partido.

Seguindo a seqüência de arbitrariedades, a Justiça negou a liberdade provisória aos presos, alegando que representariam “ameaça” à ordem pública enquanto Obama estivesse no Brasil. Alegou até mesmo que os ativistas “maculariam” a imagem do Brasil no exterior, e citaram as Olimpíadas de 2016. O habeas corpus só foi aceito na manhã desse dia 20, segunda-feira, 1 hora após Obama deixar o país.

Momento em que ativistas foram libertados


Campanha e liberdade

As prisões, porém, não arrefeceram as mobilizações. No domingo, dia 19, um ato contra o imperialismo reuniu cerca de 800 pessoas no Rio e encampou como uma de suas principais bandeiras a libertação dos presos. A solidariedade também foi fundamental. Parlamentares como Chico de Alencar (PSOL) e Lindberg Farias (PT) visitaram os ativistas nos presídios e divulgaram nota exigindo sua libertação. Entidades de todo o país enviaram moções e uma petição pública em defesa dos presos recebeu mais de 6 mil assinaturas em pouco mais de dois dias.

O menor de idade foi liberado no dia 20. Uma das ativistas, uma senhora de 67 anos, foi liberta na madrugada do dia seguinte. O alvará de soltura do restante dos presos só saiu no final da tarde. Primeiro as 2 mulheres foram soltas de Bangu 8 e, por fim, o restante dos presos saíram de Ary Franco.

Foi sem dúvida uma grande vitória e um belo exemplo de luta e solidariedade. Mas que não termina aqui. Os companheiros detidos ainda estão respondendo pelos crimes nos quais foram indiciados. É preciso continuar a campanha para a suspensão do processo para que este não se torne um perigoso precedente de criminalização dos movimentos sociais.

Na tarde desta terça-feira, às 14h, os presos darão uma entrevista coletiva.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 22 de março de 2011

Entidades de todo o país condenam as prisões políticas durante ato contra Obama

Além das milhares de assinaturas na petição pública exigindo liberdade aos presos políticos, chegaram várias notas de condenação às prisões e solidariedade ao PSTU e aos presos.


Grupo Tortura Nunca Mais-SP

Sindicato dos Petroleiros e Petroquímicos de Alagoas e Sergipe

Entidades estudantis

Liga Estratégia Revolucionária

Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte

Tribunal Popular

Conselho de Representantes Sindicais dos Correios RJ

Metalúrgicos de São José dos Campos

Juventude Comunista Avançando (JCA)

CPERS/SINDICATO

União Catarinense de Estudantes – UCE


Leia as notas

Nota de Protesto

O Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo soma-se aos inúmeros protestos de todo o Brasil contra a violência policial carioca e a prisão dos manifestantes que protestavam contra as posições do governo norte-americano, aproveitando a visita do presidente Barak Obama ao nosso país. Eles pediam liberdade para os presos de Guantanamo e a retirada das tropas do Afeganistão e do Iraque, no que somos inteiramente solidários. Exigimos sua soltura imediata, na medida em que as prisões podem ser consideradas políticas e ferem o direito à liberdade de opinião e expressão, garantido na Constituição.

Protestamos também contra o ataque, autorizado pela ONU, de mísseis a Trípoli, capital da Líbia, lançados de navios americanos e ingleses que, em apenas algumas horas, matou dezenas de pessoas. O povo líbio neste momento trava uma dura batalha interna para decidir seu destino e já padece de grande sofrimento. Infelizmente a decisão de atacar a Líbia foi tomada durante o primeiro dia de visita do governante americano ao Brasil. Nosso país, no nosso ponto-de-vista corretamente, se absteve de votar na ONU por qualquer sanção ou ataque à Líbia.

Não queremos a guerra nem o banho de sangue em parte alguma do mundo. Reafirmamos nossa posição a favor da vida e do respeito integral aos Direitos Humanos.

  • Pela soltura imediata dos presos do Rio de Janeiro

  • Pelo cessar-fogo interno e externo na Líbia

  • Pela soberania e autodeterminação dos povos

    Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo

    Rose Nogueira
    Presidente

    São Paulo, 19 de março de 2011


    Liberdade imediata aos 13 companheiros presos na manifestação contra a presença de Obama no Brasil

    No dia 18 de março, cerca de 400 manifestantes foram às ruas do Rio de Janeiro protestar contra a presença de Obama no Brasil, por entender que o presidente norte americano é o principal agente do imperialismo, por repudiar seus objetivos de ampliar o terreno para instalação das multinacionais e por defender o pré sal como um recurso do povo brasileiro.

    Obama veio ao Brasil por que quer tomar para os Estados Unidos o petroleo brasileiro da mesma maneira que bombardeia a Libia e invade o Bahrein, tentando sufocar a revolução arabe, para garantir o fornecimento de petroleo do Norte da Africa e do Oriente Médio para o imperialismo europeu e norte americano.

    De forma totalmente desequilibrada, a polícia reprimiu a manifestação que se desenvolvia de maneira pacífica e prendeu 13 ativistas, que seguem presos e estão sendo acusados de crimes inafiançáveis.

    Não é possível que vivamos no Brasil este tipo de situação. Milhares de homens e mulheres deram suas vidas se enfrentando com a ditadura militar e lutando em defesa da liberdade de organização e de manifestação.

    Nós, petroleiros de Alagoas e Sergipe, que já colocamos nossa equipe juridica a disposição da libertação dos companheiros, conclamamos a todas as organizações sociais, entidades e autoridades de nosso país que movam o esforço possível para que esses 13 companheiros sejam soltos imediatamente, sem nada constar em seus antecedentes, preservando, assim, o direito democrático de livre organização e manifestação.

    Somamos-nos ao grito dos companheiros OBAMA GO HOME

    Sindicato dos Petroleiros e Petroquímicos de Alagoas e Sergipe


    Manifesto Estudantil
    No dia 18 de março, cerca de 400 manifestantes foram às ruas do Rio de Janeiro protestar contra a presença de Obama no Brasil, por entender que o presidente norte americano é o principal agente do imperialismo, por repudiar seus objetivos de ampliar o terreno para instalação das multinacionais e por defender o pré sal como um recurso do povo brasileiro.

    De forma totalmente desequilibrada, a polícia reprimiu a manifestação que se desenvolvia de maneira pacífica e prendeu 13 ativistas, que seguem presos e estão sendo acusados de crimes inafiançáveis.

    Não é possível que vivamos no Brasil este tipo de situação. Milhares de homens e mulheres deram suas vidas se enfrentando com a ditadura militar e lutando em defesa da liberdade de organização e de manifestação.

    Nós, estudantes brasileiros temos orgulho desta história e conclamamos a todas as organizações sociais, entidades e autoridades de nosso país que movam o esforço possível para que esses 13 companheiros sejam soltos imediatamente, sem nada constar em seus antecedentes, preservando, assim, o direito democrático de livre organização e manifestação.

    ASSINAM:
    ANEL-Livre
    UNE - União Nacional dos Estudantes
    DCE UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
    DCE UFF - Universidade Federal Fluminense
    DCE USP - Universidade de São Paulo
    DCE UFPA - Universidade Federal do Pará
    DCE UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    DCE UFC - Universidade Federal do Ceará
    DCE UnB - Universidade de Brasília
    DCE UFES - Universidade Federal do Espírito Santo
    DCE UFPB - Universidad e Federal da Paraíba
    DCE UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
    DCE UFPR - Universidade Federal do Paraná
    DCE UFBA - Universidade Federal da Bahia
    DCE UNIFAP - Universidade Federal do Amapá
    DCE UFG - Universidade Federal de Goiás
    DCE UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
    DCE UEPA - Universidade Estadual do Pará
    DCE UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia
    DCE UNESP - Universidade Estadual Paulista
    DCE UEM - Universidade Estadual de Maringá
    DCE PUC - Rio de Janeiro
    DCE UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
    DCE UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados
    EXNEEF - Executiva Nacional dos Estudantes de Educação Física
    CONEP - Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia
    ENECOS - Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social
    Coletivo Nacional Levante
    Coletivo Barricadas Abrem Caminhos
    Coletivo 21 de junho
    Brasil & Desenvolvimento UnB
    Resistência Popular


    Liberdade aos presos políticos do ato contra Obama!
    Governo Cabral recria as prisões políticas como nos tempos da ditadura! 13 presos políticos encarcerados, por se manifestarem, nos presídios de Bangu e Água Santa! Fora Cabral! Fora Obama!

    As forças policiais de Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio, atacaram com grande sanha uma manifestação realizada ontem em repúdio à visita de Obama ao Brasil. A manifestação fora proibida, como estão proibidas as faixas, cartazes ou até mesmo portar bolsas ou mochilas em todo o centro do Rio de Janeiro. O governo Cabral, em consonância com as ordens de Dilma, decretou estado de sítio na cidade, numa demonstração escandalosa de servilismo diante do “amo imperialista” Obama.

    A polícia investiu violentamente contra os manifestantes, prendeu 13 pessoas e, pela manhã, os encarcerou nos presídios Bangu e Água Santa. Trabalhadores, trabalhadoras, estudantes, um advogado e dirigentes do PSTU são presos políticos de Cabral!

    As leis e os direitos democráticos foram suprimidos pela polícia e o governador Cabral. As praças, ruas e avenidas do centro do Rio estão sob restrição policial e militar, impedindo a livre circulação da população. A favela Cidade de Deus e seu entorno estão sitiados, sob as ordens dos agentes de segurança norte-americanos e a submissão vergonhosa do Exército brasileiro. Estamos diante de atos arbitrários típicos de estado de sítio. A cidade do Rio de Janeiro é do povo, não de Cabral ou Obama. Liberdade de circulação no centro do Rio e na Cidade de Deus! Obama, fora! Fora Cabral!

    O mínimo que se pode esperar do PT e PCdoB, que fazem parte do governo Cabral, é seu pronunciamento pela imediata e incondicional liberdade dos presos políticos.

    Obama ocupa o Haiti, com a ajuda do Exército brasileiro. O imperialismo estadunidense e europeu ocupam o Iraque e o Afeganistão. Agora pretendem ocupar a Líbia. Fora o imperialismo e as tropas brasileiras do Haiti! Fora o imperialismo do Iraque e Afeganistão! Abaixo a intervenção imperialista na Líbia! Fora o imperialismo do Brasil e da América Latina!

    Todos os sindicatos, organizações de direitos humanos, populares, estudantis e democráticas e partidos de esquerda estão convocados a construir uma campanha nacional contra as medidas arbitrárias do governador Cabral, do Exército e da polícia carioca, pela imediata e incondicional liberdade de todos os presos políticos do Rio e contra a perseguição ao PSTU.

    Para amanhã dia 20/03 estavam convocados dois atos contra a presença de Obama. Um ato estava chamado pelo PSOL, MST, CTB e PCdoB e outras organizações para o metrô glória. O PSTU e a CSP-Conlutas chamavam um ato para o Largo do Machado no mesmo horário, 10hs. Diante dos presos políticos e da militarização da cidade a única política combativa possível é um ato unificado com eixo em Liberdade aos presos políticos e denúncia dos presos políticos de Cabral para receber Obama! Esperamos que as organizações convocantes dos dois atos garantam a unificação desta ato para amanhã.

    Liga Estratégia Revolucionária - LER-QI
    Rio de Janeiro, 19/03/2011



    Moção do X Congresso dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte
    Os Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte, reunidos em seu X CONGRESSO, protestam contra a prisão de 13 ativistas que participavam de uma manifestação pacífica contra a visita de Barack Obama ao Brasil.

    A existência de presos políticos é um claro atentado contra as liberdades democráticas no país.

    Exigimos a libertação imediata e a revogação de todas as acusações.

    Belo Horizonte, 16 de março de 2011


    Nota do Tribunal Popular
    O Tribunal Popular vem denunciando o processo crescente de criminalização dos lutadores e lutadoras sociais e a utilização de instrumentos de exceção, como a utilização do exército para atuar em conflitos urbanos, que suspende os direitos constitucionais, que faz parte de uma lógica de crescente opressão, que se baseiam em doutrinas estadunidenses que sustentam a segurança do Estado capitalista e do capitalismo de forma geral.

    O ato dos lutadores sociais, entre outras questões, denunciava esse processo de crescente opressão no Brasil e no mundo, que os Estados Unidos é a maior representação dessa lógica.

    A prisão dos Companheiros e Companheiras que protestavam contra a presença do presidente estadunidense no Brasil, é a expressão do tratamento que tem sido adotado pelo Estado brasileiro contra aqueles que se levantam contra os trabalhadores brasileiros e do mundo.

    O Tribunal Popular se junta aos diversos grupos que repudiam o Prefeito do Rio Eduardo Paes, o Governador Sérgio Cabral e a Presidente Dilma Rousseff, pela prisão política e arbitrária dos 13 companheiros e companheiras que estavam no ato de protesto e exigimos a imediata libertação de todos e todas!

    Tribunal Popular: o estado brasileiro no banco dos réus


    MOÇÃO DE REPÚDIO
    (Conselho de Representantes Sindicais dos Correios-RJ)
    Os movimentos sociais do Brasil decidiram manifestar-se publicamente sobre a visita do presidente dos Estados Unidos Barack Obama ao Rio de Janeiro. Entendemos que os EUA vêm mantendo todo o arsenal imperialista a serviço da recolonização dos povos, reativando inclusive a IV Frota de sua marinha de guerra.

    Na passeata conjunta dos movimentos sociais realizado na última sexta-feira dia 18/03/2011, fomos surpreendidos com a ostensiva presença do aparato policial e da tropa de choque impedindo, sob alegações burocráticas, a livre manifestação dos movimentos sociais pela Avenida Rio Branco, onde sequer foi permitido ligar o caminhão de som.

    Os militantes que, cientes da liberdade de manifestação, decidiram seguir pela Avenida Rio Branco até o Consulado dos EUA, foram presos após um incidente onde não houve envolvimento dos mesmos, onde a polícia, com truculência, os levou para a delegacia em seguida os encarcerou no presídio de Bangu. Um trabalhador ecetista também foi preso na manifestação.

    O SINTECT/RJ manifesta-se com repúdio a toda e qualquer forma de atentado à liberdade de expressão e ao mesmo tempo exige a libertação dos militantes que, por sua luta em defesa da soberania brasileira, manifestaram pacificamente seu descontentamento.

    Fora Obama!!!
    Liberdade para os militantes presos!!!
    Em defesa da Soberania Brasileira!!!


    Moção de repúdio à prisão dos 13 manifestantes contra a presença de Obama no Rio

    O Conselho de Representantes, formado por Diretores, membros de Cipa, Comissões de PLR e Comissões de Fábricas da base do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, reunidos no dia 26 de março de 2011, aprovou, por unanimidade, moção de repúdio contra a prisão arbitrária dos(as) 13 companheiros(as) presos(as) no dia 18 de março de 2011 quando se manifestavam pacificamente contra a presença do presidente norte-americano, Barack Obama.

    Também foi votada por unanimidade a retirada imediata dos processos contra os manifestantes, já que todas as acusações são baseadas em denúncias infundadas e artificiais, com clara intenção de criminalizar o movimento.

    Para o Conselho de Representantes, tratou-se de uma prisão política executada a serviço da política de submissão do país aos interesses do imperialismo norte-americano. Lamentavelmente essas foram as primeiras prisões políticas do governo Dilma e demonstram a forma como o governo Cabral trata as mobilizações populares no Rio de Janeiro.

    Conselho de Representantes dos Metalúrgicos de São José dos Campos
    26 de março de 2011


    Nota

    Aos companheiros do PSTU,
    A Juventude Comunista Avançando (JCA) vem por meio dessa nota se solidarizar aos 13 militantes do PSTU e aproveita a oportunidade para informá-los que já assinou o abaixo-assinado que exige das autoridades o arquivamento dos processos e que tem denunciado todas as formas de criminalização aos movimentos e lutadores sociais.
    Colocamo-nos à disposição para demais contribuições.

    Saudações cordiais

    Elke Debiazi
    Direção Nacional da Juventude Comunista Avançando


    Nota

    A Direção Estadual do CPERS/SINDICATO repudia a política repressiva utilizada contra os ativistas que participaram na cidade do Rio de Janeiro de manifestação contra a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Brasil. O direito de manifestação pública é uma das principais conquistas do povo brasileiro e não pode ser atacado pelos governos. Repudiamos as prisões absurdas de 13 manifestantes e exigimos do Governo Federal e do Governo do Estado do Rio de Janeiro o imediato arquivamento dos processos abertos contra esses companheiros. O ataque às liberdades democráticas é parte de uma campanha de criminalização dos movimentos sociais, que deve ser repudiada de forma veemente pelo conjunto dos trabalhadores brasileiros.


  • Retirado do Site do PSTU

    domingo, 20 de março de 2011

    Juiz diz que manifestantes ameaçam Obama e nega pedido de soltura

    Samuel Tosta
    Presos são transferidos para presídio
    Advogados dos 13 manifestantes presos no ato em frente ao consulado norte-americano entraram neste sábado com um pedido de revogação da prisão. No entanto, o juiz de plantão julgou que a libertação dos 13 ativistas colocaria em risco a "ordem pública" durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

    "O juiz alegou que, como a visita ainda não terminou, a liberdade poderia ameaçar o 'evento' e 'macular' a imagem do Brasil", conta Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ. "É um argumento tão rídiculo, que só mostra o quanto essa prisão é política. Parece haver uma ordem de só libertar o grupo depois que o Obama se for", conclui.

    O pedido foi entregue acompanhado de uma comissão de parlamentares, formada pelo senador Lindberg Farias (PT), pelos deputados federais Chico Alencar (PSOL), Jean Wyllys (PSOL), Stepan Nercessian (PPS) e a deputada estadual Janira Rocha (PSOL). Lindberg foi recebido em nome da comissão, e argumentou pedindo a libertação do grupo. O juiz manteve-se irredutível, o que motivou os parlamentares a preparar uma nota pública, em defesa do livre direito de manifestação e contra as prisões, assinada ainda pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

    Os manifestantes estão nos presídios de Água Santa e em Bangu 8. Um menor de idade está preso, e pode ser recolhido ao Instituto Padre Severino. O próximo passo dos advogados do PSTU será neste domingo, 20, com o pedido de habeas corpus para todos. O partido também promete um grande ato em protesto contra as prisões e a visita de Obama, às 10h deste domingo, no Largo do Machado. Na internet, apenas neste sábado, cerca de duas mil pessoas assinaram uma petição pela liberdade do grupo.


    LEIA MAIS:

  • Nota dos parlamentares em defesa do direito de manifestação

  • Presos políticos são transferidos para presídios. Proteste!

  • Lista dos presos


  • Retirado do Site do PSTU

    URGENTE: Presos políticos do PSTU estão sendo levados para Bangu e Água Santa

    Samuel Tosta
    Presos políticos são levados a presídio
    Depois de passar a madrugada na 5º DP (Gomes Freire), os 13 detidos nesta sexta-feira, 18, foram levados para presídios por volta das 8h de hoje. Após exame de corpo-delito no IML, os homens serão encaminhados ao presídio de Água Santa e as mulheres ao presídio de Bangu 8. Dos 13 presos, 10 são militantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)

    Os manifestantes foram enquadrados em vários artigos, e não terão direito a fiança. A principal acusação é de ter tentado "causar incêndio" no consulado dos Estados Unidos. "É uma vergonha o que está acontecendo. É uma prisão política. São presos políticos do governo Sergio Cabral e de Dilma, no momento em que Obama desembarca no Brasil", protestou o presidente do PSTU no Rio de Janeiro, Cyro Garcia. "Estamos muito preocupados com a segurança de nossos militantes e faremos uma campanha internacional pela liberdade deles", afirmou.

    Os 13 manifestantes foram presos após um coqueter molotov ter sido lançado no ato em frente ao consulado. Na noite de ontem, o partido lançou um comunicado à imprensa, no qual reafirma o caráter pacífico da manifestação e que nenhum militante do partido organizou ou participou do ataque. "Os policiais sabem que quem foi preso não tem nada a ver com o que houve. Tem gente lá presa sem nenhuma prova, apenas porque levantou um sapato contra a bandeira dos Estados Unidos. É um absurdo", afirma Cyro. "Estão criminalizando os protestos e o partido. É um absurdo a polícia exibir cartazes políticos e bandeiras do partido como provas aos fotógrafos, como quem exibe armas," protesta.

    Os advogados do PSTU estão entrando na Justiça com um pedido de libertação dos presos, já que não há provas contra eles. Também questionam os artigos apontados pelo delegado, que torna o crime inafiançável. O partido fará um ato neste domingo, às 10h, contra a visita de Obama e pela liberdade dos presos políticos. Hoje, em Brasília, militantes do partido irão até a Praça dos Três Poderes, também para exigir a libertação.

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    Retirado do Site do PSTU