Ativistas permaneceram quase 70 horas confinados, acusados sem qualquer prova
Após quase 70 horas detidos, finalmente foram libertados, na noite desse dia 20, os ativistas presos durante uma manifestação contra a vinda de Obama ao Brasil no Rio. Com grande emoção, os últimos presos políticos no presídio Ary Franco foram recebidos pelos próprios companheiros.
As prisões ocorreram na noite do dia 18, em frente ao consulado dos EUA. Acusados de “lesão corporal” e tentativa de incêndio, sem qualquer prova, os ativistas passaram a noite na delegacia e foram transferidos no dia seguinte para presídios. As mulheres foram transferidas para o presídio de Bangu 8, enquanto os homens foram para o presídio Ary Franco, em Água Santa, onde tiveram as cabeças raspadas. Um dos detidos era menor de idade e foi encaminhado ao Centro de Triagem da Ilha do Governador.
Prisões políticas
Nove dos 13 presos eram militantes do PSTU. Todo o processo, segundo o advogado criminalista Jorge Bulcão relatou ao Portal do PSTU, não passa de uma “aberração jurídica”. Primeiro, a PM deteve 13 pessoas de forma aleatória após reprimir o protesto contra Obama. Depois, expôs na delegacia o que seriam os artefatos encontrados com manifestantes: um coquetel molotov, um soco-inglês e uma mochila com pedras, junto a isso um cartaz e uma bandeira do PSTU. A intenção era clara: associar os artefatos e a explosão de um molotov ao partido.
Seguindo a seqüência de arbitrariedades, a Justiça negou a liberdade provisória aos presos, alegando que representariam “ameaça” à ordem pública enquanto Obama estivesse no Brasil. Alegou até mesmo que os ativistas “maculariam” a imagem do Brasil no exterior, e citaram as Olimpíadas de 2016. O habeas corpus só foi aceito na manhã desse dia 20, segunda-feira, 1 hora após Obama deixar o país.
Campanha e liberdade
As prisões, porém, não arrefeceram as mobilizações. No domingo, dia 19, um ato contra o imperialismo reuniu cerca de 800 pessoas no Rio e encampou como uma de suas principais bandeiras a libertação dos presos. A solidariedade também foi fundamental. Parlamentares como Chico de Alencar (PSOL) e Lindberg Farias (PT) visitaram os ativistas nos presídios e divulgaram nota exigindo sua libertação. Entidades de todo o país enviaram moções e uma petição pública em defesa dos presos recebeu mais de 6 mil assinaturas em pouco mais de dois dias.
O menor de idade foi liberado no dia 20. Uma das ativistas, uma senhora de 67 anos, foi liberta na madrugada do dia seguinte. O alvará de soltura do restante dos presos só saiu no final da tarde. Primeiro as 2 mulheres foram soltas de Bangu 8 e, por fim, o restante dos presos saíram de Ary Franco.
Foi sem dúvida uma grande vitória e um belo exemplo de luta e solidariedade. Mas que não termina aqui. Os companheiros detidos ainda estão respondendo pelos crimes nos quais foram indiciados. É preciso continuar a campanha para a suspensão do processo para que este não se torne um perigoso precedente de criminalização dos movimentos sociais.
Na tarde desta terça-feira, às 14h, os presos darão uma entrevista coletiva.
Retirado do Site do PSTU
Samuel Tosta | ||
Os irmãos Yuri e Gabriela, no momento em que saíam da prisão |
As prisões ocorreram na noite do dia 18, em frente ao consulado dos EUA. Acusados de “lesão corporal” e tentativa de incêndio, sem qualquer prova, os ativistas passaram a noite na delegacia e foram transferidos no dia seguinte para presídios. As mulheres foram transferidas para o presídio de Bangu 8, enquanto os homens foram para o presídio Ary Franco, em Água Santa, onde tiveram as cabeças raspadas. Um dos detidos era menor de idade e foi encaminhado ao Centro de Triagem da Ilha do Governador.
Prisões políticas
Nove dos 13 presos eram militantes do PSTU. Todo o processo, segundo o advogado criminalista Jorge Bulcão relatou ao Portal do PSTU, não passa de uma “aberração jurídica”. Primeiro, a PM deteve 13 pessoas de forma aleatória após reprimir o protesto contra Obama. Depois, expôs na delegacia o que seriam os artefatos encontrados com manifestantes: um coquetel molotov, um soco-inglês e uma mochila com pedras, junto a isso um cartaz e uma bandeira do PSTU. A intenção era clara: associar os artefatos e a explosão de um molotov ao partido.
Seguindo a seqüência de arbitrariedades, a Justiça negou a liberdade provisória aos presos, alegando que representariam “ameaça” à ordem pública enquanto Obama estivesse no Brasil. Alegou até mesmo que os ativistas “maculariam” a imagem do Brasil no exterior, e citaram as Olimpíadas de 2016. O habeas corpus só foi aceito na manhã desse dia 20, segunda-feira, 1 hora após Obama deixar o país.
Momento em que ativistas foram libertados
Campanha e liberdade
As prisões, porém, não arrefeceram as mobilizações. No domingo, dia 19, um ato contra o imperialismo reuniu cerca de 800 pessoas no Rio e encampou como uma de suas principais bandeiras a libertação dos presos. A solidariedade também foi fundamental. Parlamentares como Chico de Alencar (PSOL) e Lindberg Farias (PT) visitaram os ativistas nos presídios e divulgaram nota exigindo sua libertação. Entidades de todo o país enviaram moções e uma petição pública em defesa dos presos recebeu mais de 6 mil assinaturas em pouco mais de dois dias.
O menor de idade foi liberado no dia 20. Uma das ativistas, uma senhora de 67 anos, foi liberta na madrugada do dia seguinte. O alvará de soltura do restante dos presos só saiu no final da tarde. Primeiro as 2 mulheres foram soltas de Bangu 8 e, por fim, o restante dos presos saíram de Ary Franco.
Foi sem dúvida uma grande vitória e um belo exemplo de luta e solidariedade. Mas que não termina aqui. Os companheiros detidos ainda estão respondendo pelos crimes nos quais foram indiciados. É preciso continuar a campanha para a suspensão do processo para que este não se torne um perigoso precedente de criminalização dos movimentos sociais.
Na tarde desta terça-feira, às 14h, os presos darão uma entrevista coletiva.
Retirado do Site do PSTU
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