Para "reaquecer" a economia, governo lança megapacote de privatizações do setor de infraestrutura para investidores estrangeiros
O resultado oficial do PIB (Produto Interno Bruto, a soma do
valor de todas as riquezas produzidas pelo país) de 2012, divulgado
pelo IBGE nesse dia 1º de março, reafirma a tendência à desaceleração da
economia brasileira. O crescimento foi de anêmico 0,9%, apesar dos
bilionários subsídios e isenções fiscais concedidos pelo governo às
empresas no ano passado. O resultado do PIB do Brasil foi o menor dos
chamados "Brics" (Brasil, Rússia, Índia e China) e só é comparável aos
países da Europa, que sofre com a recessão.
Foi o pior resultado desde 2009, quando a crise econômica internacional fez o PIB retroceder 0,3%. Em 2010 o Brasil cresceu 7,5%, mas logo se desacelerou e cravou 2,7% em 2011. O ano de 2012, por sua vez, começou com as mais otimistas previsões, que davam conta de um crescimento de 4,5%, como prometia o governo. Tais previsões foram sendo ajustadas no decorrer do ano até a estimativa de 2%, ainda que poucos acreditassem nesse índice.
Essa estagnação da economia reflete, entre outros problemas, a crise da indústria que, mesmo com todos os benefícios oficiais, retraiu 0,8%, com uma queda de 2,7% em sua produção. Já o setor agropecuário retraiu 2,3%. O consumo das famílias, cujo aumento contínuo sustentou o crescimento dos últimos anos, teve o menor aumento desde 2003, de apenas 3,1%.
Apesar da comparação com 2009, a situação não é a mesma daquele ano, que sentiu o baque do crash financeiro no início, mas terminou com uma recuperação do crescimento e dos investimentos que culminou no bom resultado do ano seguinte. O ano de 2012 mostra uma redução contínua do crescimento e fecha com uma queda de 4% nos investimentos. Foi a segunda queda consecutiva da taxa de investimentos: de 19,5% em 2010 para 19,3% em 2011 e 18,1% no ano passado. Ou seja, não há, ao contrário do que diz o governo, indícios que apontem uma recuperação significativa em 2013. Ao contrário, a inflação começa a escapar do controle e já provoca ameaça de aumento da taxa de juros.
Privatização e desnacionalização
Repetindo o discurso do ano passado, o ministro da Fazenda Guido Mantega reiterou que, agora sim a economia vai crescer. Mas, se em 2012, o governo centrou suas ações nas isenções às empresas, desta vez planeja entregar a infraestrutura do país ao capital estrangeiro através de um megapacote de “concessões”. Termo que significa, em português claro, privatizações.
O pacote, segundo previsões de Mantega, deve chegar a 235 bilhões de dólares, e prevê a entrega de setores de infraestrutura à iniciativa privada, como energia elétrica, petróleo e gás, estradas, ferrovias, portos e aeroportos. O ministro em pessoa partiu para uma excursão internacional a fim de oferecer esses negócios aos investidores estrangeiros. Inicialmente, o governo ofereceu uma taxa de retorno de 10% aos investidores. Acharam pouco e Mantega, em Nova Iorque, aumentou para 15% a garantia de lucros.
Dez anos depois que chegou ao poder, o governo do PT repete FHC e promove a privatização e desnacionalização da economia sob o pretexto do desenvolvimento econômico.
Veja o comunicado completo do IBGE
Retirado do Site do PSTU
Agência Brasil | ||
Mantega concede entrevista coletiva sobre o resultado do PIB |
Foi o pior resultado desde 2009, quando a crise econômica internacional fez o PIB retroceder 0,3%. Em 2010 o Brasil cresceu 7,5%, mas logo se desacelerou e cravou 2,7% em 2011. O ano de 2012, por sua vez, começou com as mais otimistas previsões, que davam conta de um crescimento de 4,5%, como prometia o governo. Tais previsões foram sendo ajustadas no decorrer do ano até a estimativa de 2%, ainda que poucos acreditassem nesse índice.
Essa estagnação da economia reflete, entre outros problemas, a crise da indústria que, mesmo com todos os benefícios oficiais, retraiu 0,8%, com uma queda de 2,7% em sua produção. Já o setor agropecuário retraiu 2,3%. O consumo das famílias, cujo aumento contínuo sustentou o crescimento dos últimos anos, teve o menor aumento desde 2003, de apenas 3,1%.
Apesar da comparação com 2009, a situação não é a mesma daquele ano, que sentiu o baque do crash financeiro no início, mas terminou com uma recuperação do crescimento e dos investimentos que culminou no bom resultado do ano seguinte. O ano de 2012 mostra uma redução contínua do crescimento e fecha com uma queda de 4% nos investimentos. Foi a segunda queda consecutiva da taxa de investimentos: de 19,5% em 2010 para 19,3% em 2011 e 18,1% no ano passado. Ou seja, não há, ao contrário do que diz o governo, indícios que apontem uma recuperação significativa em 2013. Ao contrário, a inflação começa a escapar do controle e já provoca ameaça de aumento da taxa de juros.
Privatização e desnacionalização
Repetindo o discurso do ano passado, o ministro da Fazenda Guido Mantega reiterou que, agora sim a economia vai crescer. Mas, se em 2012, o governo centrou suas ações nas isenções às empresas, desta vez planeja entregar a infraestrutura do país ao capital estrangeiro através de um megapacote de “concessões”. Termo que significa, em português claro, privatizações.
O pacote, segundo previsões de Mantega, deve chegar a 235 bilhões de dólares, e prevê a entrega de setores de infraestrutura à iniciativa privada, como energia elétrica, petróleo e gás, estradas, ferrovias, portos e aeroportos. O ministro em pessoa partiu para uma excursão internacional a fim de oferecer esses negócios aos investidores estrangeiros. Inicialmente, o governo ofereceu uma taxa de retorno de 10% aos investidores. Acharam pouco e Mantega, em Nova Iorque, aumentou para 15% a garantia de lucros.
Dez anos depois que chegou ao poder, o governo do PT repete FHC e promove a privatização e desnacionalização da economia sob o pretexto do desenvolvimento econômico.
Veja o comunicado completo do IBGE
Retirado do Site do PSTU