sábado, 18 de fevereiro de 2012

Governo Dilma faz o maior corte orçamentário da história

Corte de R$ 55 bilhões atinge principalmente a Saúde e Educação


Agência Brasil
Guido Mantega detalha o corte recorde no Orçamento de 2012
O Governo Federal aproveitou a morna semana que antecede o carnaval para anunciar o maior corte no Orçamento já realizado na história do país. A tesoura de Dilma vai extirpar nada menos que R$ 55 bilhões da peça orçamentária aprovada pelo Congresso para 2012, ou R$ 5 bilhões a mais que os cortes anunciados no início do ano passado, e que era até agora o recorde.

A área social foi a mais atingida. Os dois setores mais afetados pelos cortes foram Saúde e Educação, tratados no discurso como prioridades pelo governo. As duas pastas perderam no total R$ 7,4 bilhões. A Saúde foi a grande vítima do governo Dilma, perdendo nada menos que R$ 5,5 bilhões previstos em seu orçamento. Já o Ministério da Educação perdeu R$ 1.9 bi.

Além disso, o Ministério das Cidades, responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida, viu desaparecer R$ 3,3 bilhões, o mesmo corte que sofreu o Ministério da Defesa. Os ministérios da Justiça e da Integração Nacional tiveram, juntos, um corte de R$ 4,3 bi. E o Ministério do Desenvolvimento Agrário, responsável pela reforma agrária vai perder, por sua vez, R$ 1,2 bilhão.

Dos R$ 55 bilhões anunciados no corte, R$ 20 bilhões fazem parte das despesas obrigatórias que devem ser mantidas por lei (e que, portanto, dependem de fatores como redução de gastos no INSS ou aumento da arrecadação para se concretizar) e R$ 35 bilhões seriam investimentos para 2012.


Superávit primário

O anúncio do maior corte da história é um esforço do governo para passar tranqüilidade aos acionistas e investidores internacionais. O governo Dilma quer sinalizar ao mercado que uma piora no cenário internacional provocado pelo aprofundamento da crise na Europa não vai ser motivo para o Brasil pôr em risco a meta de superávit primário e, conseqüentemente, o pagamento dos juros da dívida. Nem que para isso tenha que sacrificar a Saúde ou Educação, o que já vem ocorrendo na prática.

A meta de superávit primário está hoje em 3,1% do PIB (o Produto Interno Bruto, o valor somado de tudo o que o país produz em um ano). Superávit é a diferença entre a arrecadação e os gastos do governo, excluído os gastos com a dívida. A meta de superávit equivale a quase R$ 140 bilhões. Esse é o montante total que o setor público prometeu economizar. Só o governo Federal precisa ter ‘lucro’ de R$ 97 bilhões.

O ministro da Fazenda Guido Mantega se contorceu no eufemismo para justificar os cortes. Assim como a privatização do governo do PT não é privatização, mas ‘concessão’, o corte do governo Dilma não é corte, mas ‘consolidação fiscal’. ”O que estamos fazendo é diferente do ajuste fiscal que estamos vendo nos países europeus, que cortam tudo, investimentos, programas sociais. No final, isso resulta em recessão. O que estamos fazendo é cortar custeio. Não é o ajuste clássico e conservador. Por isso não chamamos de ajuste, mas consolidação fiscal”, afirmou o ministro em coletiva de imprensa.

Na prática, porém, o governo Dilma impõe medidas recessivas, incluindo cortes em áreas sociais, para continuar privilegiando o pagamento dos juros da dívida pública. De acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida, 47,1% de todo o orçamento da União para 2012 está comprometido com o pagamento da dívida, entre pagamento de juros e amortizações.


Crise e desaceleração

O governo Dilma se apoia no recente período de crescimento acelerado para impor vultuosos cortes sem se preocupar com grandes conseqüências. Conta com o aumento da arrecadação para impedir uma crise maior nas contas públicas. O problema é que a economia já vem se desacelerando. Cálculos do próprio Banco Central atestam que o país cresceu apenas 2,7% em 2011, sendo que 2010 o PIB aumentou 7,5%. E a previsão para 2012 não é mais otimista.

  • Clique aqui e baixe o programa orçamentário do governo, incluindo os cortes


  • LEIA MAIS

  • O que os trabalhadores podem esperar do Governo Dilma para 2012


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    quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

    Bloco do 'Cuscuz alegado' vai reunir trabalhadores da rede pública de educação no carnaval de Natal

    Este ano o carnaval de Natal ganha um brilho a mais. Organizado por trabalhadores da educação do estado e da capital, o bloco “Cuscuz Alegado” vai animar a festa com muita crítica social e irreverência, denunciando principalmente os problemas enfrentados pelo ensino público no Rio Grande do Norte e no Brasil. O bloco desfilará sua ironia pelas ruas de Ponta Negra e da Redinha e terá paródias de marchinhas tradicionais, além da música do grupo Resistência da Lata e muitas caricaturas de personagens que maltrataram a educação e os educadores em 2011.



    Segundo os organizadores, também não vai faltar para os foliões aquele cuscuz caprichado e muita diversão. Para participar do bloco, basta levar uma camiseta (de preferência na cor amarela) que será grafitada na hora.

    Para a professora e militante do PSTU, Amanda Gurgel, uma das organizadoras do “Cuscuz Alegado”, o bloco tem o objetivo de levar alegria e reflexão social para os trabalhadores durante o carnaval de Natal. “O carnaval é tradicionalmente uma festa popular, que serve para as pessoas se divertirem, vestirem suas fantasias e satirizarem os problemas do cotidiano. O Cuscuz Alegado é para isso. É para dizer que não esquecemos, nem nos dias de festa, o que os governos fazem com a educação pública.”, destacou Amanda.


    Veja a programação do bloco:

  • Dia 18/02 - Sábado – Ponta Negra: Concentração às 16h, na Praça do Vilarte, seguindo o cortejo oficial até o Ponto Sete.

  • Dia 20/02 - Segunda-feira – Redinha: Concentração às 16h, na Praça do Cruzeiro, seguindo o cortejo oficial retornando à praça.


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    Fim da linha para Ricardo Teixeira?

    A pergunta que todos fazem agora é: 'Será que desta vez é pra valer?'


    Ag Brasil
    Ricardo Teixeira tem seu cargo ameaçado
    Poucos conseguiram atrair tanta antipatia, tanto ódio como a figura desprezível de Ricardo Teixeira, presidente da CBF por 23 anos. A saída do cartola do comando da confederação unifica torcidas rivais, sejam flamenguistas ou vascaínos, sejam palmeirenses ou corintianos, todos se unem sob um mesmo slogan “Fora Ricardo Teixeira”.

    No entanto, desde o início da semana, começam a crescer boatos sobre a provável e iminente renúncia do cartola. "É uma coisa que ultrapassou o ruído de boato, virou mais do que rumor, é quase um clamor. Como é o clamor popular pela saída dele., disse Juca Kfouri no programa Linha de Passe da ESPN-Brasil. A revelação de mais um novo escândalo sobre o amistoso da seleção em Brasília poderá ser o último empurrão para a saída do mafioso.

    Nesta quarta-feira, 15, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma matéria revelando a ligação do cartola da CBF com o empresário Sandro Rosell, dono da Alianto Marketing, empresa investigada por superfaturamento do amistoso entre Brasil X Portugal, realizado em 2008.

    A Alianto Marketing também é dona da empresa VSV Agropecuária Empreendimentos Ltda, criada oito dias antes da partida. Sua sede era uma fazenda de Teixeira localizada em Piraí, a 80 km do Rio de Janeiro. A empresa recebeu R$ 9 milhões do governo do Distrito Federal, que na época era chefiado pelo corrupto José Roberto Arruda, flagrado cobrando propina no chamado “mensalão do DEM”.


    O rei da Copa

    Desde ano passado, uma forte campanha pelo “Fora Ricardo Teixeira” tem tomado as redes sociais na internet, e até mesmo às ruas quando um grupo de torcedores organizou uma passeata no centro do Rio de Janeiro.

    Teixeira apostou em ser o “Rei da Copa”, mas parece que está perdendo. Seu plano era disputar a presidência da FIFA e centralizar os negócios da Copa de 2014. Foi nesse momento que Joseph Blatter, atual presidente da federação, ameaçou mostrar um farto cardápio de corrupção do cartola brasileiro. Um programa da BBC, rede de TV britânica, mostrou que dirigentes do Comitê Executivo da FIFA, responsável pela escolha das sedes das Copas, recebiam propinas de uma empresa de marketing esportivo, a ISL (International Sports and Leisure). Foram citados na reportagem, Teixeira, o paraguaio Nicolas Leoz e o camaronês Issa Hayatou.

    Blatter tentou esconder o maior escândalo de corrupção da história da entidade. No entanto, foi abrigado a ceder e utilizou as denúncias para resolver as disputas internas da federação.

    Teixeira foi alvo de 13 pedidos de indiciamento relativos a supostos crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. “Caguei montão”, disse em entrevista à revista Piauí na época dos escândalos. Sua postura revelava mais do que arrogância. Colocava em evidência sua confiança de que parte da grande imprensa, as organizações Globo em especial, encobriria suas ações. “Só vou ficar preocupado quando as acusações saírem no Jornal Nacional”, disse na mesma entrevista.

    O processo FIFA–ISL correu sob segredo de Justiça na Suíça, uma decisão que, por enquanto, evita o acesso de todas as mutretas de Teixeira e de outros dirigentes da FIFA, inclusive de Blatter. Por outro lado, a entidade máxima do futebol mundial tenta renovar sua imagem após tantos escândalos. Para isso, os cartolas apostam no nome de Michel Platini, ex-craque da seleção francesa.


    ‘Modernidade’ e arcaísmo

    Nos anos 1980 e 1990, com a globalização capitalista, o esporte sofreu uma profunda mercantilização. Poderosos monopólios internacionais, que patrocinam os clubes de futebol, começaram a dar as cartas e criaram uma verdadeira “indústria da bola”. Hoje, segundo a Fundação Getúlio Vargas, o futebol mundial movimenta cerca de 250 bilhões de dólares por ano. Foi nessa época que foram cunhados termos com “futebol empresa” e todo tipo de bobagem tentando colar a imagem de um bom futebol com métodos de eficiência empresarial. No entanto, o que reinou foi a corrupção, o enriquecimento de dirigentes e a manipulação de resultados.

    Ricardo Teixeira foi um personagem meio síntese dessa nova estrutura emergente do futebol mundial. Combinava a velha “cartolagem” e a estrutura arcaica (exemplificada em dirigente como Eurico Miranda, Caixa D’água etc.) que ainda reina sobre o futebol brasileiro com a “modernidade” imposta pelo capital. Equilibrando-se nessa contradição, Teixeira ganhou sobrevida e reinou absoluto na CBF.

    A pergunta que todos fazem agora é: “Será que desta vez é pra valer? Ricardo Teixeira vai sair mesmo da CBF?”. Quem conhece as artimanhas do cartola tem razão de sobra para alimentar esse tipo de desconfiança. Não é a primeira vez que o clamor “Fora Teixeira” poderá ser frustrado por manobras. De todo modo, o que se vê, para o deleite do torcedor brasileiro, é a imagem de um corrupto dirigente em agonia.


    Retirado do Site do PSTU

    quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

    Liberdade para Daciolo e todos os grevistas presos pelo governo Cabral

    Policiais e bombeiros suspendem greve e exigem libertação imediata dos presos políticos


    Familiares de presos se consolam
    Apesar de policiais militares, civis e bombeiros terem suspendido a greve no Rio nesse dia 13, os grevistas apontados como líderes do movimento continuam presos no presídio de segurança máxima de Bangu 1. O cabo Benevenuto Daciolo e mais 10 outros bombeiros, além de nove policiais militares, estão presos na penitenciária da zona oeste do Rio. Além deles, estão detidos ainda em quartéis da polícia sete PM’s e 162 bombeiros, por terem aderido ao movimento de paralisação.

    Dacíolo está em greve de fome desde que foi preso por ‘incitamento à greve’, na noite de quarta-feira, dia 8. A prisão ocorreu poucas horas após uma gravação telefônica do bombeiro com parlamentares sobre a mobilização dos militares ter sido transmitida pelo Jornal Nacional e momentos antes da desocupação da Assembleia Legislativa da Bahia, então tomada pelos grevistas.


    Cabral ditador

    A determinação para a prisão dos dirigentes da greve na penitenciária de Bangu partiu diretamente do governo de Sérgio Cabral (PMDB). O governador instaurou um verdadeiro estado de exceção no Rio para sufocar a greve dos bombeiros e policiais, aprovada no dia 9. Além de determinar a prisão imediata para quem aderir à greve, editou um decreto reduzindo pela metade o prazo para investigação disciplinar dos militares, com a possibilidade de expulsão da corporação.

    A prisão dos dirigentes em Bangu, além disso, é ilegal, como apontam a própria OAB, já que a detenção de policiais militares e bombeiros deve ocorrer em locais especiais (Batalhão Especial Prisional para os PM’s e Grupamento Especial Prisional para os bombeiros). Para intimidar os policiais e isolar o movimento, Sérgio Cabral passa por cima da própria lei que diz defender ao reprimir grevistas.


    Liberdade já aos presos políticos

    A brutal repressão desencadeada pelo governo petista de Jaques Wagner na Bahia, articulada com o Governo Dilma e a mobilização de tropas federais, assim como a truculenta ação de Cabral no Rio, representam uma escalada repressiva do Estado frente aos movimentos de greve. Além dos soldados do Exército, foi revelado o uso de grampos telefônicos contra grevistas, além de agentes infiltrados em assembleias e atividades do movimento.

    Governo Federal e os governos estaduais da Bahia e Rio mandam, assim, mais que uma mensagem aos demais policiais e bombeiros de outros estados. A ação rápida e enérgica foi uma demonstração de força do Estado, a dois anos da Copa e quatro das Olimpíadas, representando um marco na criminalização do direito de greve e aos movimentos sociais.

    A greve no Rio foi suspensa e será rediscutida após o carnaval. A mobilização agora se centra na libertação imediata de Daciolo e demais grevistas, presos políticos do governo Cabral.


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    Da série 'O que é', As Forças Armadas


    Retirado do Site do PSTU

    Revolta e fúria na Grécia

    Aprovação do pacote de austeridades impõe novo ataque aos trabalhadores do país. População responde com revolta nas ruas de Atenas.


    Confrontos em Atenas nesse dia 12
    A aprovação do novo pacote de austeridades pelo Parlamento grego, no último dia 12, foi mais um dramático capítulo de uma nação espoliada pelo capital. A votação foi de 199 deputados a favor do plano e 74 contra. Votaram contra os deputados da esquerda (Syriza, Partido da Esquerda Democrática e Partido Comunista), 21 deputados da Nova Democracia e 22 do PASOK (social-democrata). Também votou contra o LAOS, partido eleitoral de extrema-direita, que fazia parte do bloco governista. Agora, tentam aparecer como grande “adversário” do desemprego e do empobrecimento.

    O acordo prevê cortes de € 3,3 bilhões. Os recursos saíram de monumentais ataques aos direitos sociais dos trabalhadores. O salário mínimo do país será reduzido em pelo menos 22% (hoje em € 751), além de cortar 150 mil empregos públicos até 2015 e diminuir o valor das pensões e aposentadorias.

    Em troca, a Grécia receberia mais um empréstimo, de € 130 bilhões, para garantir o pagamento de parte da dívida, de € 14,5 bilhões, que vence no fim de março. Ou seja, para garantir o pagamento aos banqueiros da União Europeia, sobretudo da Alemanha, a chamada Troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional) impõe mais um pacto que vai sugar as últimas gotas de sangue dos trabalhadores gregos.

    Mas o plano não passou sem resistência e crise, muita crise. Enquanto votavam os ataques no parlamento, uma multidão de mais de 100 mil pessoas tomou as ruas de Atenas, capital do país. Uma greve de 48 horas foi convocada pelas centrais. Milhares se concentraram na Praça Syntagma, em frente ao parlamento de Atenas, entoando canções de resistência de 1960 e 1970. As mesmas que foram entoadas na luta contra a ditadura dos coronéis.

    No domingo, a revolta provocou incêndios em toda a capital. Cenas de batalha campal tomaram as ruas. Cerca de 50 prédios foram incendiados no centro de Atenas.
    A crise política foi ampliada quando, após a votação, a Nova Democracia anunciou a expulsão dos 21 deputados que votaram contra o governo. A social-democracia (PASOK) também expulsou 22 deputados. O LAOS, de extrema-direita, expulsou os dois ex-ministros que votaram a favor do plano. Foi a maior expulsão de deputados da história do parlamento grego.

    A Grécia foi o primeiro país da Zona do Euro a entrar em colapso com a crise de 2008 – 2009. Desde então, a Troika impôs um insano receituário neoliberal que levou o país ao fundo do poço. Planos de “ajuda” são acompanhados de mais ataques, que só aprofundaram a recessão e aumentaram o endividamento do país.

    No começo da crise, em 2008, a dívida grega era de € 263 bilhões, em 2008, mas passou para € 355 bilhões em 2011. O PIB do país caiu, no mesmo período, de € 233 bilhões a € 218 bilhões. A taxa de juros oficial é de 32%!

    O país também perdeu completamente sua soberania e é submetido a constantes ritos de humilhação por parte do capital financeiro.

    Em novembro do ano passado, o primeiro ministro Papandreou renunciou depois de voltar atrás da proposta de realizar um plebiscito sobre os planos de austeridade. Chantageado pela França e Alemanha, Papandreou suspendeu o referendo. Depois o primeiro ministro foi substituído, como uma laranja podre que não serve mais aos desígnios do capital, por Lucas Papademos.

    Hoje a coligação que sustenta o governo conservador é apoiada pelo PASOK, de Papandreou, e o partido de direita, Nova Democracia.

    Mas a humilhação não chegou ao fim. O capital financeiro pede que os principais candidatos das próximas eleições gregas, marcadas para abril, assinem uma carta se comprometendo com futuras políticas de austeridade. A situação é tão absurda que o “The Economist”, principal revista do capital financeiro europeu, chegou a classificar o “crescente deficit democrático” que reina na política europeia. A ascensão da nova política colonialista do velho continente é acompanhada por um continuo desgaste do regime democrático liberal e seus partidos.


    Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

    Protesto contra o racismo e a política higienista de Alckmin e Kassab ‘invade’ Shopping Higienópolis

    Sérgio Koei
    Ativistas no Shopping Higienópolis
    Nesse dia 11 de fevereiro os negros entraram no Shopping Higienópolis pela porta da frente. E não foi para fazer a segurança ou limpar o chão. O local ícone da classe média alta paulistana e da segregação racial foi palco do protesto contra a política higienista e racista posta em prática pelos governos de Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, organizado pelo ‘Comitê contra o genocídio da Juventude Negra’.

    O comitê é formado por diversas organizações do movimento negro e de luta contras as opressões, como o machismo e a homofobia, além de entidades do movimento popular, sindical e estudantis.

    Como noticiado neste site, os atos os surgiram de uma necessidade: dar uma resposta à onda racista, exemplificada pelos casos da Ester (demitida por se recusar a alisar o cabelo); do garoto etíope, jogado para fora do Nonna Paolo; do estudante Nicholas, agredido pela polícia na USP e de Michel, preso injustamente por 2 meses.

    Além destes escancarados casos de racismo, o Comitê também surgiu da necessidade de se contrapor à escalada de ataques de caráter fascistóide do governo estadual e municipal, como a repressão à Cracolândia e ao movimento estudantil na USP, assim como o despejo do Pinheirnho, aonde a maior parte das vítimas é pertencente à juventude negra.




    Contra todo tipo de opressão

    O protesto teve início no Largo Santa Cecília, bem ao lado do metrô, onde os manifestantes foram se concentrando. Ativistas do movimento negro, feministas, punks e LGBT’s tomaram conta do espaço, em uma míriade de cores e motivações.
    “Há um fortalecimento da organização nacional da luta contra o racismo”, atestou Júlio Condaque, do Quilombo Raça e Classe da CSP-Conlutas, que lembrou da resistência contra as UPP’s no Rio, as bases policiais que promovem uma verdadeira ocupação militar nas favelas. Júlio lembrou, porém, do aumento da repressão dos governos contra a população negra, articulada com a ação de grupos nazi-fascistas.

    Na madrugada anterior, a sede da Uneafro foi vítima de um ataque racista por conta da organização daquele protesto. O ativista lembrou ainda da repressão no último dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, quando faixas e cartazes foram rasgados pela polícia.

    “Não podemos aceitar essa exclusão, não podemos aceitar que nosso espaço seja vendido às multinacionais e que nosso povo seja colocado em locais de vulnerabilidade”, afirmou Joselicio Júnior, o Juninho, do Círculo Palmarino, referindo-se ao despejo no Pinheirinho e às remoções em série ocorridas em todo o país por conta das obras da Copa e das Olímpiadas. “Estamos cansados desse Estado, dessa criminalização dos movimentos, de um juiz que, com uma canetada, determina a vida de 9 mil pessoas, dessa verdadeira faxina étnica que ocorre em São Paulo”, desabafou.


    Na casa do inimigo

    Por volta das 16h, os cerca de 300 manifestantes saíram em passeata rumo ao bairro de Higienópolis, ícone da segregação racial e da elite paulistana. “Por menos que conte a história / Não te esqueço meu povo / Se Palmares não existe mais / Faremos Palmares de novo”, cantavam no trajeto. Pelas calçadas, senhoras com cachorros a tiracolo e seguranças olhavam curiosos aquela passeata marchando pelas arborizadas e elegantes ruas do bairro.

    A falta de sintonia dos freqüentadores do Higienópolis, a profundidade do racismo que ronda aquela região e comprovação de que os movimentos miraram no alvo certo para realizar seu protesto ficaram evidentes na declaração que uma destas freqüentadoras, Ivani Lo Turco, deu à Folha de S. Paulo: “Achei ridículo esse negócio de racismo. Onde é que está? Veja a quantidade de seguranças e empregados negros”.



    Em frente ao Shopping Higienópolis, os manifestantes resolveram entrar naquele antro do consumo de luxo. Os seguranças até que tentaram fechar as portas, mas foi em vão, os ativistas entraram no prédio cantando palavras-de-ordem contra o racismo. Entre o espanto de alguns clientes e a indiferença forçada de outros, as lojas fechavam suas portas.

    “Não estamos aqui por acaso, esse bairro traz em seu nome a política do Estado brasileiro para a população negra e pobre”, afirmou Wilson Silva, da Secretaria de Negros e Negras do PSTU, em referência à própria história do bairro, um dos primeiros que nasceu “planejado”, no final dos anos 1800, quando a nascente burguesia paulistana decidiu abandonar seu antigo refúgio, o bairro doss Campos Elíseos, em função da construção da Estação da Luz e dos pobres (e negros) que começavam a “infestar” o local.

    De mãos dadas, os manifestantes fizeram uma roda no espaço central do shopping. Frequentadores dos outros andares se reuniram para observar o protesto. Haydee Fiorino, do Núcleo de Consciência Negra da USP leu o manifesto conjunto das entidades convocadoras do ato.“Nada acontece com o restaurante que humilhou, nem com o colégio que discriminou, ou com o delegado que prendeu sem provas, ou com o PM que atacou o estudante”, discursou. “O racismo brasileiro é isso: assassinato direto e indireto, falta de políticas públicas, desleixo, naturalização da desgraça, criminalização da pobreza”.

    Após a histórica manifestação, os ativistas deixaram em passeata o shopping. Também pela porta da frente.


    Retirado do Site do PSTU

    Greve dos dos bombeiros, PM’s e polícia civil continua no Rio

    Liberdade já para Daciolo e todos os grevistas presos


    Detalhe do protesto em Copacabana nesse dia 12
    A greve dos servidores da segurança pública do Rio foi aprovada numa assembléia radicalizada com a presença de mais de 4 mil trabalhadores de todas as forças envolvidas. Foi votada com entusiasmo e aprovado por unanimidade, mas desde o seu início demonstrou uma brutal contradição entre, por um lado, o ânimo e a radicalização dos trabalhadores e, por outro lado, a falta de organização.

    Na verdade, não se estabeleceu um comando unificado, nem mesmo um ponto de referência para a centralização do movimento. Por seu turno, o governador Sérgio Cabral (PMDB) respondeu à mobilização desencadeando uma repressão brutal que já começara na véspera da assembléia com a prisão do líder dos bombeiros, Cabo Benevenuto Daciolo, prosseguindo com a prisão logo no dia 10 pela manhã de mais 11 líderes do movimento, além de centenas de prisões administrativas nos quartéis. Mesmo assim a greve na sexta-feira, dia 10, foi muito forte. Na capital, as viaturas que saíram ficaram estacionadas em pontos fixos como cabines e UPP’s, se recusando a fazer as rondas e o policiamento ostensivo. A cidade ficou tranqüila, mas várias atividades foram suspensas: aulas, parte do comércio, etc... No interior a mobilização foi muito forte, principalmente em Campos e em Volta Redonda.

    Fruto da repressão, da inexperiência e da falta de um comando unificado, a insegurança, principalmente dos PM’s , fez com que aumentasse o número de viaturas nas ruas da capital. Os bombeiros guarda-vidas pararam quase que na totalidade e, como resposta, o governo decretou a prisão disciplinar por 72 horas de todos os grevistas, obrigando-os a irem para seus postos de trabalho e depois retornarem para os quartéis, sem poder se ausentar. No interior as greve continuava forte. Portanto, apesar da repressão havia um quadro de greve com desigualdades.

    No sábado estava convocada uma reunião às 15h no SINDSPREV, para se discutir os encaminhamentos da greve. Nesta reunião estavam presentes representantes de três batalhões da PM e alguns bombeiros e seus familiares, além da deputada Janira Rocha, do PSOL, e algumas entidades que apoiavam o movimento tais como o PSTU, a CSP-Conlutas e a Unidos pra Lutar. Quando a reunião se instalou recebemos um telefonema de um bombeiro avisando que o diretor Chao do Sindpol (Sindicato dos Policiais Civis) iria dar uma entrevista coletiva comunicando a suspensão do movimento grevista na CODEPOL (Coliigação dos Policiais Civis).

    Imediatamente, Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ, presente à reunião, ligou para o Chao questionando sua intenção, uma vez que não tinha havido nenhuma assembléia para ele tomar tal atitude. Num primeiro momento Chao falou que não estava falando somente em nome da Polícia Civil, mas que também estava falando em nome dos bombeiros guarda-vidas que estavam detidos naquele momento. Apesar do questionamento Chao se manteve irredutível e a reunião deliberou pela ida dos presentes ao local onde se daria a coletiva para tentar impedir este ato. Á deputada Janira optou por permanecer no local da reunião aguardando os desdobramentos da ida dos demais participantes.

    Quando lá chegamos, o circo estava montado. Havia representantes de todos os órgãos da imprensa escrita, falada e televisada. Após uma longa discussão, se definiu que o Chao falaria somente em nome da Polícia Civil, mesmo assim, sendo questionada por uma outra liderança da polícia civil que era o Bandeira, presidente do Sinpol, outro sindicato de policiais civis. Determinou-se que subiriam para a coletiva dois representantes de cada força, sendo que o Bandeira foi vetado, indo dois representantes do Sindpol, o sindicato do Chao, para a coletiva. Em nome dos bombeiros subiu a esposa do Cabo Daciolo, Cristiane, e o Sargento Nascimento.

    Infelizmente os membros da PM presentes decidiram por não participar da coletiva, solicitando que a Cristiane representasse também os PM’s. Decidiu-se que a Cristiane e o Nascimento convocariam a manifestação do dia seguinte par Copacabana às 10h da manhã. Como era de se esperar, a mídia burguesa repercutiu apenas a entrevista do Chao suspendendo o movimento dos policiais civis e chamando uma assembléia para quarta-feira. O sentimento que prevaleceu entre bombeiros e PM’s foi o de que foram traídos, principalmente em função das inúmeras prisões.

    No domingo realizou-se a manifestação com a presença de algumas centenas de pessoas. O clima foi de muita emoção, principalmente pela presença de diversas mães e esposas de militares presos. A greve foi mantida e marcada uma assembléia para às 18h de segunda-feira no SINSDSPREV.

    Torna-se fundamental a continuidade de uma ampla campanha pela libertação imediata de Daciolo e dos demais presos. Cabral está contando com o aval de Dilma Roussef, que declarou ser contra a anistia dos grevistas do Rio e da Bahia, como se ela própria não fosse uma anistiada.

    Os bombeiros e policiais do Rio de Janeiro estão fazendo história e independentemente do resultado da greve, seu movimento tem que continuar para que eles assegurem o direito de greve e de sindicalização.


    Retirado do Site do PSTU