Aprovação do pacote de austeridades impõe novo ataque aos trabalhadores do país. População responde com revolta nas ruas de Atenas.
A aprovação do novo pacote de austeridades pelo Parlamento grego, no último dia 12, foi mais um dramático capítulo de uma nação espoliada pelo capital. A votação foi de 199 deputados a favor do plano e 74 contra. Votaram contra os deputados da esquerda (Syriza, Partido da Esquerda Democrática e Partido Comunista), 21 deputados da Nova Democracia e 22 do PASOK (social-democrata). Também votou contra o LAOS, partido eleitoral de extrema-direita, que fazia parte do bloco governista. Agora, tentam aparecer como grande “adversário” do desemprego e do empobrecimento.
O acordo prevê cortes de € 3,3 bilhões. Os recursos saíram de monumentais ataques aos direitos sociais dos trabalhadores. O salário mínimo do país será reduzido em pelo menos 22% (hoje em € 751), além de cortar 150 mil empregos públicos até 2015 e diminuir o valor das pensões e aposentadorias.
Em troca, a Grécia receberia mais um empréstimo, de € 130 bilhões, para garantir o pagamento de parte da dívida, de € 14,5 bilhões, que vence no fim de março. Ou seja, para garantir o pagamento aos banqueiros da União Europeia, sobretudo da Alemanha, a chamada Troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional) impõe mais um pacto que vai sugar as últimas gotas de sangue dos trabalhadores gregos.
Mas o plano não passou sem resistência e crise, muita crise. Enquanto votavam os ataques no parlamento, uma multidão de mais de 100 mil pessoas tomou as ruas de Atenas, capital do país. Uma greve de 48 horas foi convocada pelas centrais. Milhares se concentraram na Praça Syntagma, em frente ao parlamento de Atenas, entoando canções de resistência de 1960 e 1970. As mesmas que foram entoadas na luta contra a ditadura dos coronéis.
No domingo, a revolta provocou incêndios em toda a capital. Cenas de batalha campal tomaram as ruas. Cerca de 50 prédios foram incendiados no centro de Atenas.
A crise política foi ampliada quando, após a votação, a Nova Democracia anunciou a expulsão dos 21 deputados que votaram contra o governo. A social-democracia (PASOK) também expulsou 22 deputados. O LAOS, de extrema-direita, expulsou os dois ex-ministros que votaram a favor do plano. Foi a maior expulsão de deputados da história do parlamento grego.
A Grécia foi o primeiro país da Zona do Euro a entrar em colapso com a crise de 2008 – 2009. Desde então, a Troika impôs um insano receituário neoliberal que levou o país ao fundo do poço. Planos de “ajuda” são acompanhados de mais ataques, que só aprofundaram a recessão e aumentaram o endividamento do país.
No começo da crise, em 2008, a dívida grega era de € 263 bilhões, em 2008, mas passou para € 355 bilhões em 2011. O PIB do país caiu, no mesmo período, de € 233 bilhões a € 218 bilhões. A taxa de juros oficial é de 32%!
O país também perdeu completamente sua soberania e é submetido a constantes ritos de humilhação por parte do capital financeiro.
Em novembro do ano passado, o primeiro ministro Papandreou renunciou depois de voltar atrás da proposta de realizar um plebiscito sobre os planos de austeridade. Chantageado pela França e Alemanha, Papandreou suspendeu o referendo. Depois o primeiro ministro foi substituído, como uma laranja podre que não serve mais aos desígnios do capital, por Lucas Papademos.
Hoje a coligação que sustenta o governo conservador é apoiada pelo PASOK, de Papandreou, e o partido de direita, Nova Democracia.
Mas a humilhação não chegou ao fim. O capital financeiro pede que os principais candidatos das próximas eleições gregas, marcadas para abril, assinem uma carta se comprometendo com futuras políticas de austeridade. A situação é tão absurda que o “The Economist”, principal revista do capital financeiro europeu, chegou a classificar o “crescente deficit democrático” que reina na política europeia. A ascensão da nova política colonialista do velho continente é acompanhada por um continuo desgaste do regime democrático liberal e seus partidos.
Retirado do Site do PSTU
Confrontos em Atenas nesse dia 12 |
O acordo prevê cortes de € 3,3 bilhões. Os recursos saíram de monumentais ataques aos direitos sociais dos trabalhadores. O salário mínimo do país será reduzido em pelo menos 22% (hoje em € 751), além de cortar 150 mil empregos públicos até 2015 e diminuir o valor das pensões e aposentadorias.
Em troca, a Grécia receberia mais um empréstimo, de € 130 bilhões, para garantir o pagamento de parte da dívida, de € 14,5 bilhões, que vence no fim de março. Ou seja, para garantir o pagamento aos banqueiros da União Europeia, sobretudo da Alemanha, a chamada Troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional) impõe mais um pacto que vai sugar as últimas gotas de sangue dos trabalhadores gregos.
Mas o plano não passou sem resistência e crise, muita crise. Enquanto votavam os ataques no parlamento, uma multidão de mais de 100 mil pessoas tomou as ruas de Atenas, capital do país. Uma greve de 48 horas foi convocada pelas centrais. Milhares se concentraram na Praça Syntagma, em frente ao parlamento de Atenas, entoando canções de resistência de 1960 e 1970. As mesmas que foram entoadas na luta contra a ditadura dos coronéis.
No domingo, a revolta provocou incêndios em toda a capital. Cenas de batalha campal tomaram as ruas. Cerca de 50 prédios foram incendiados no centro de Atenas.
A crise política foi ampliada quando, após a votação, a Nova Democracia anunciou a expulsão dos 21 deputados que votaram contra o governo. A social-democracia (PASOK) também expulsou 22 deputados. O LAOS, de extrema-direita, expulsou os dois ex-ministros que votaram a favor do plano. Foi a maior expulsão de deputados da história do parlamento grego.
A Grécia foi o primeiro país da Zona do Euro a entrar em colapso com a crise de 2008 – 2009. Desde então, a Troika impôs um insano receituário neoliberal que levou o país ao fundo do poço. Planos de “ajuda” são acompanhados de mais ataques, que só aprofundaram a recessão e aumentaram o endividamento do país.
No começo da crise, em 2008, a dívida grega era de € 263 bilhões, em 2008, mas passou para € 355 bilhões em 2011. O PIB do país caiu, no mesmo período, de € 233 bilhões a € 218 bilhões. A taxa de juros oficial é de 32%!
O país também perdeu completamente sua soberania e é submetido a constantes ritos de humilhação por parte do capital financeiro.
Em novembro do ano passado, o primeiro ministro Papandreou renunciou depois de voltar atrás da proposta de realizar um plebiscito sobre os planos de austeridade. Chantageado pela França e Alemanha, Papandreou suspendeu o referendo. Depois o primeiro ministro foi substituído, como uma laranja podre que não serve mais aos desígnios do capital, por Lucas Papademos.
Hoje a coligação que sustenta o governo conservador é apoiada pelo PASOK, de Papandreou, e o partido de direita, Nova Democracia.
Mas a humilhação não chegou ao fim. O capital financeiro pede que os principais candidatos das próximas eleições gregas, marcadas para abril, assinem uma carta se comprometendo com futuras políticas de austeridade. A situação é tão absurda que o “The Economist”, principal revista do capital financeiro europeu, chegou a classificar o “crescente deficit democrático” que reina na política europeia. A ascensão da nova política colonialista do velho continente é acompanhada por um continuo desgaste do regime democrático liberal e seus partidos.
Retirado do Site do PSTU
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