sábado, 18 de junho de 2011

Dirigentes do PSTU do Paraná recebem ameaças de morte

É a segunda ameaça na região de Maringá. Leia a nota do partido, solicitando solidariedade


No último dia 6 de junho, quando realizávamos reunião na sede do PSTU, em Maringá (PR), fomos surpreendidos com um telefonema da companheira de nosso dirigente Rodrigo Tomazini, alertando que havia recebido uma ligação orientando que o “rapaz do PSTU ficasse atento, pois ele seria assassinado”. O partido resolveu, inicialmente, tomar algumas medidas de segurança e registrar o fato junto aos órgãos policiais para investigação. Agora, tornamos o fato público, para conhecimento de todos.

Não sabemos, ainda, a origem da ameaça, mas esse fato soma-se a outra situação envolvendo outro dirigente estadual do partido no Paraná, o advogado Avanilson Araújo, que foi ameaçado em praça pública na cidade de Sarandi pelo dono da empreiteira lixo Pajoan, em decorrência da luta contra a vinda do lixo e pela reestatização do sistema. O processo contra o dono da empreiteira segue em andamento no fórum local.

Não sabemos se existe qualquer relação entre os fatos, mas a atuação do PSTU na região Norte do Paraná tem causado incômodo para alguns interesses, por isso solicitamos, nesse momento, a solidariedade dos movimentos e entidades comprometidos com a luta dos trabalhadores e também orientamos ficarem atentos com a segurança e a integridade física de nossos camaradas e de todos os ativistas que estão em luta.

Mensagens de solidariedade podem ser enviadas para:
pstumaringa@yahoo.com.br


Leia também:
  • Ativistas negros são ameaçados de morte no Rio Grande do Sul


  • Retirado do Site do PSTU

    Educadores do Rio Grande do Norte Mantêm greve forte

    Professores e funcionários da rede estadual rejeitaram a proposta do governo e decidiram manter a paralisação, que já ultrapassa os 40 dias



    Educadores aprovam continuidade da greve
    Na tarde deste dia 14 de junho, na Escola Estadual Winston Churchil, mais de 600 trabalhadores da educação do Rio Grande do Norte decidiram manter a greve da categoria, que já dura mais de 40 dias. Por unanimidade, professores e funcionários rejeitaram a proposta da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que ainda não atende a totalidade das reivindicações nem cumpre de imediato os direitos cobrados pelos trabalhadores.

    O governo reiterou a implantação do Piso Nacional do Magistério para 30 horas semanais, o que corresponde a R$ 890, e propôs atualizar em 34% os salários dos demais professores, com pagamento dividido em quatro parcelas a partir de setembro. Entretanto, a proposta se limita a atender neste momento apenas aos profissionais em início de carreira, desrespeitando o Plano de Cargos da categoria.

    Para os funcionários das escolas, o governo propôs pagar à metade dos servidores - cerca de 4.600 trabalhadores - a primeira parcela do Plano de Cargos, o que corresponde a uma atualização de 30% nos salários, que já deveria ter sido implantada desde o ano passado. Dessa forma, os funcionários continuam sem nenhuma proposta que garanta o cumprimento dos seus direitos para este ano.

    Durante a assembleia, os trabalhadores ratificaram a decisão de permanecer em greve até que o governo cumpra o pagamento dos direitos em atraso, sem parcelamento do Plano de Cargos.


    Corte de ponto

    Ao saber que os educadores não aceitaram a proposta, o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, anunciou que vai cortar o ponto dos docentes que não voltarem ao trabalho. O objetivo do governo é amedrontar os trabalhadores para encerrar a greve. Mas as decisões da assembleia da categoria mostram justamente o contrário e revelam a disposição dos educadores em continuar a paralisação. Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião para buscar a unificação da luta com as demais categorias do funcionalismo público em greve.


    Temporários estão sem salários desde fevereiro

    O governo do Rio Grande do Norte já pediu a ilegalidade da greve da educação e insiste em não cumprir os direitos dos trabalhadores garantidos por lei. Mas a situação de gravidade e desrespeito com a educação não se resume apenas aos profissionais efetivos. Segundo dados da assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação, 913 professores contratados através de processo seletivo realizado neste ano, estão sem receber seus salários desde o registro nos quadros da secretaria. Desse total, 661 não veem a cor do dinheiro desde fevereiro. Outra parcela, de 252, não recebe desde abril.

    “Que moral tem esse governo para dizer que nossa greve é ilegal?! Como pode um governo não pagar nem mesmo os salários dos trabalhadores, que por serem contratados, ainda se mantêm em sala de aula?! Para o governo de Rosalba, legal é não pagar os direitos dos educadores, não cumprir o Plano de Cargos e não pagar os salários”, afirmou a professora e militante da CSP-Conlutas, Amanda Gurgel.

    Blog da professora Amanda Gurgel


    Retirado do Site do PSTU

    O Racismo em desfile

    Polêmica sobre cota racial invade as passarelas da São Paulo Fashion Week


    Protesto organizado pela Educafro
    No dia 14 de junho dois episódios distintos ocorridos no maior evento de moda do país, o São Paulo Fashion Week, levantaram o debate sobre o racismo que se expressa de forma gritante nas passarelas de todo mundo, mas principalmente no Brasil.

    Primeiro, um desfile com inéditos 30% de modelos negros apresentando uma mesma coleção, causou furor (ou frisson, como se diz no “mudinho fashion”) entre os presentes e a mídia (inclusive mundial). Enquanto isto, no mesmo momento, algumas dezenas de militantes negros, a maioria da Educafro, realizavam um protesto denunciando exatamente o racismo que impera nas passarelas.

    Algo evidenciado até mesmo pela “novidade” do desfile da Osklen, a grife que utilizou uma percentagem de negros que, diga-se de passagem, está longe de representar o fato, agora “legitimado” pelo Censo, de que negros e negras (incluídos aí os que se autodenominam “pardos”) formam a maioria da população do país.

    Uma “novidade”, inclusive, que nem deveria ser tratada desta forma, já que, exatamente em função das constantes manifestações do movimento negro, desde a edição de 2009, o São Paulo Fashion Week (SPFW) existe um chamado “Termo de Ajustamento de Conduta”, no regimento do evento, que exige que, no mínimo, 10% dos modelos, de cada uma das marcas, sejam negros.

    Algo que, como tudo mais que diz respeito às poucas leis e normas que foram conquistadas para minimizar os efeitos do racismo, foi descaradamente desrespeitado pelas empresas que se encontram por trás dos desfiles.


    Políticas afirmativas nas passarelas

    Até mesmo a grife que levantou a poeira sobre debate racial o fez sem muita “intenção”. O diretor criativo da grife, Oskar Metsavaht, fez questão de ressaltar que o desfile não era, de forma alguma, “panfletário e muito menos de protesto" e que só fez o que fez pelos motivos que imperam no mundo da moda: um tanto de futilidade e os olhos sempre voltados para o mercado.

    Apesar de se dizer favorável às cotas, como uma forma de se “trabalhar pela inclusão e pelo fim da discriminação”, Metsavaht, declarou ao jornal “O Estado de S. Paulo” (15/6/2011), que montou o desfile somente pensando no fato de que este é o Ano Internacional da Afrodescendência no Mundo e "queria só modelos negros por questão estética. Ficaria lindo na passarela".

    O Termo, que foi imposto em 2009, depois muita polêmica, determinava que, se estilistas não levassem ao menos 10% de negros aos desfiles, a organização do SPFW pagaria multa de R$ 250 mil. Uma resolução que só que só foi tomada depois de que um inquérito por racismo, contra a organização do evento, foi instaurado pelo grupo de inclusão do Ministério Público, depois de constatar que a porcentagem de negros nas passarelas, em 2008, era de exatos 2,3%.

    O protesto organizado pela Educafro exigia não só a manutenção da regra, como sua ampliação para 20%. Já o empresário e organizador do evento, Paulo Borges, se “justificou” dizendo que, apesar de defender a regra, não pode impô-la, já que são as marcas que escolhem seus modelos. E estas, por suas vezes, jogam a “batata” para as agências, alegando que são elas que não possuem negros em seus catálogos.

    E todos fingem que não sabem que, para achar negros, basta olhar para qualquer canto, já que somos maioria.


    Uma luta justa, não só pelo “mercado”

    O dirigente da Educafro, Frei David Santos, declarou que o principal propósito do protesto era “abrir mercado a brasileiros afrodescendentes”. Motivo justíssimo, já que o racismo deve ser banido de todo e qualquer nível da sociedade ou posto de trabalho. Contudo, “vagas no mercado” está longe de ser o principal motor, ou mesmo objetivo, desta luta.

    Apesar de estarmos falando de um setor tão elitizado como o mundo da moda, esta também é uma luta que só pode ser encarada numa perspectiva de “raça e classe”, pois é isto que se encontra na raiz desta questão.

    A verdade é que a íntima e profunda relação entre opressão racial e exploração capitalista fica sempre mais evidente nos “extremos” da sociedade. Ou seja, enquanto negros e negras formam a enorme maioria nos índices e locais marcados pela pobreza (analfabetismo, violência, desemprego, moradia precária, etc, etc); brancos são quase totalidade nos confortáveis recantos reservados à riqueza e caracterizados pelas boas condições de vida.

    Exatamente por isso, o mundo da moda, desde sempre, é um espaço reservado pra elite. E, conseqüentemente, para os brancos. E não porque isto deveria ser “obrigatoriamente” assim, pois, ao contrário do que se pensa, “moda” não é uma exclusividade da elite.

    Muito pelo contrário. Em termos estritamente sociológicos, “moda” é tudo aquilo que se refere aos padrões culturais, modos de vida e comportamento (dentre os quais, o vestuário é apenas um dos itens) de uma sociedade.

    Assim, também é “moda” aquilo que enfeita os sempre criativos penteados das negras baianas, reveste de rendas, fuxicos e bordados os corpos nordestinos ou é reaproveitado e recriado, a partir de retalhos, por milhões de mulheres no interior dos barracos e casebres Brasil afora.

    O fato do próprio conceito de moda estar intimamente associado à elite é reflexo de uma verdade absoluta que se impõe sobre todos os aspectos do mundo em que vivemos: numa sociedade de classes, até mesmo os padrões de vida, beleza e comportamento são apropriados pela classe dominante, que vende a falsa idéia de que seus “gostos” e “preferências” são os mais “corretos” e devem servir de padrão para toda a sociedade.

    Por isso mesmo, não é uma “surpresa” que a brasileira que é vendida como “modelo superior” (top model) para todo o mundo seja a loiríssima Gisele Buchuen, enquanto ver um negro ou negra desfilando em qualquer uma das centenas de “fashion weeks” mundo afora é tão raro quanto achar uma agulha num palheiro.

    E, pela mesma razão, a única forma para fazer com que as passarelas e, antes disto, e mais importante, os padrões de beleza, cultura e comportamento reflitam a realidade do país, é lutando contra o sistema que mantém desta forma.

    Uma luta na qual a imposição de políticas afirmativas, como cotas para modelos, é um importante instrumento, mas não nosso objetivo final, algo que só pode ser obtido com a destruição do sistema que nos oprime e nos explora.


    Retirado do Site do PSTU

    sexta-feira, 17 de junho de 2011

    STJ concede Habeas Corpus e ocupação da Câmara de Natal continua

    Detalhe da ocupação
    No início da noite desta quarta-feira, dia 15, uma notícia fez cerca de 300 pessoas vibrarem de felicidade no pátio da Câmara Municipal de Natal, ocupada desde o último dia 7. Pouco depois das 18 horas, os manifestantes que pedem o impeachment da prefeita Micarla de Souza (PV) receberam a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogando a determinação do desembargador Caio Alencar para desocupação da Câmara. O pedido de Habeas Corpus, feito pela comissão jurídica do movimento “Fora Micarla!”, foi atendido pelo ministro Herman Benjamim. Antes de receberem a notícia da decisão, os manifestantes já se preparavam para resistir à ação da polícia que pretendia desocupar o prédio.


    Forte emoção

    Abraços, gritos de vitória, lágrimas nos olhos. Este foi o cenário visto logo após a leitura da decisão do STJ no meio do pátio da Câmara de Natal. Em seguida, o som das palavras de ordem e dos tambores de estudantes tomou conta do local. “O povo querendo, Micarla sai correndo!”, “polícia é pra Micarla, pra estudante não!”, cantavam os manifestantes. A euforia era tão grande que na mesma hora foi realizado até um buzinaço com fechamento de uma rua em frente à Câmara Municipal.

    Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Rio Grande do Norte (OAB-RN), Paulo Eduardo Teixeira, que esteve na Câmara de Natal após o anúncio do Habeas Corpus, a decisão do STJ é uma vitória parcial do movimento e uma lição para os governantes. “Os governantes precisam aprender com esse episódio. Isso é uma sinalização de que a sociedade quer mudanças.”, disse.

    Agora, se a Câmara de Vereadores ou Prefeitura de Natal quiserem derrubar o Habeas Corpus, vão ter de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).



    Ocupação ganha força

    Iniciada no dia 7 de junho, após a realização de três grandes passeatas que reuniram em média 2.500 pessoas, a ocupação “Fora Micarla!” pede a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar os contratos da Prefeitura, além da saída da prefeita Micarla de Souza do executivo. Com a decisão do STJ, o movimento ganha mais força e tende a se ampliar ainda mais, para desespero da Câmara e da Prefeitura. A presença de sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais têm dado à manifestação uma face cada vez mais abrangente. A CSP-Conlutas e a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre tem apoiado irrestritamente a ocupação.

    Depois do anúncio do Habeas Corpus, que garante a ocupação por mais tempo, os acampados permanentes no prédio já passam de 100 pessoas. Entretanto, centenas de pessoas passam todos os dias pelo local para levar solidariedade. São estudantes, sindicalistas, professores, intelectuais, trabalhadores sem terra. Gente jovem e idosa. Gente que viveu as “Diretas Já” e o “Fora Collor”. Gente que está vivendo pela primeira vez um grande movimento de comoção popular. “Impossível não dizer que estamos fazendo história aqui nesse momento. O Fora Micarla é um movimento que luta contra a privatização da saúde e o abandono da educação e defende todos os serviços públicos essenciais à população de Natal. Queremos a saída da prefeita porque pretendemos uma cidade voltada para o povo e os trabalhadores.”, explicou Wilson Silva, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL).

    Segundo as últimas pesquisas, a prefeita Micarla de Souza é rejeitada por quase 90% da população e está sendo investigada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e pelo Ministério Público por uma série de irregularidades nos contratos feitos pela Prefeitura, principalmente os referentes aos aluguéis do município.


    Retirado do Site do PSTU

    Protestos abalam governo na Grécia

    Crise política se aprofunda e se soma à crise social e econômica


    Primeiro-ministro grego está por um fio
    A greve geral e jornada de mobilizações contra o novo pacotes de ajuste fiscal realizadas nesse dia 15 de junho balançou o governo do primeiro-ministro grego George Papandreou (do partido socialista Pasok). A terceira greve geral só nesse ano contou com manifestações que chegou a reunir dezenas de milhares de pessoas na capital Atenas. Manifestantes radicalizados tentaram cercar o prédio do Ministério das Finanças, sendo reprimido pela polícia, o que transformou o centro da cidade numa verdadeira praça de guerra.

    Pelo menos 40 pessoas foram presas e 10 foram feridas pela polícia. O parlamento deveria iniciar no dia a discussão sobre mais um plano de ajuste fiscal exigido pela União Europeia e a FMI para a concessão de novo empréstimo, a fim de o país do mediterrâneo poder continuar rolando sua dívida pública. Diante das cenas de guerra civil, porém, o governo que já enfrenta profundo desgaste, balançou. Papandreou anunciou a dissolução do atual Executivo e a formação de um novo gabinete que, segundo ele defendia, fosse de “união nacional”.

    O principal partido de oposição, o direitista Nova Democracia, no entanto, rechaçou o convite realizado por Papandreou e exigiu novas eleições. A pré-condição estabelecida pelo atual governo grego para a nova composição seria a aceitação incondicional dos termos do novo acordo já firmado com a FMI e a UE. Os jornais gregos definem de tal forma o impasse: “Papadreou não pode governar, e a oposição não quer”. Assim, o “novo” governo não deve superar a crise política, que se soma à profunda crise econômica e social pelo qual a Grécia se arrasta há pelo menos dois anos.

    Nesse dia 16 o primeiro-ministro realizou no parlamento grego um novo apelo às demais forças políticas e à população, em defesa dos novos cortes e privatizações. “O país passa por um momento crucial e agora o mais importante é a estabilidade”, discursou. “Passamos por um momento difícil e não devemos nos render”, disse, esquecendo-se que o seu governo já está completamente rendido aos ditames do FMI e do Banco Central Europeu.

    Papandreou criticou ainda as manifestações contra os pacotes de ajustes, dizendo que a culpa pela crise era do próprio povo grego. Ele disse que se deveria “abandonar a lógica de que a culpa é dos outros, o que leva à inércia e a depender dos credores” . Os trabalhadores e a juventude grega, por outro lado, não compram a ideia de que são culpados pela crise. “Não vamos pagar por essa crise”, era a palavra de ordem das manifestações desse dia 15.


    O Mundo em alerta

    O cada vez mais iminente calote da dívida grega fez despencar as bolsas em todo o planeta e desvalorizou ainda mais o Euro. Isso se deve a dois fatos, conhecidos por todos os mercados: a dívida da Grécia, equivalente a um PIB e meio do país, é impagável, e o “default” (calote) causaria um efeito em cascata que prejudicaria grandes bancos europeus e norte-americanos. Além disso, levaria ainda mais desconfiança para outros países da Zona do Euro, como Portugal e Irlanda, além de colocar a própria moeda comum em xeque.

    A onda de pessimismo piorou quando a agência de risco Moody’s rebaixou a nota dos três maiores bancos da França. Os bancos franceses detêm o equivalente a 56 bilhões de dólares da dívida grega. Já os bancos alemães têm nas mãos papeis da Grécia que equivalem a 33 bilhões. Os bancos norte-americanos, por sua vez, são os principais emissores de CDS (credit default swaps), espécie de seguro contra calotes, e seriam fortemente atingidos no caso de uma moratória.




    Sangria

    Os planos de ajuste imposto pelo país desde 2010 prevêm uma brutal redução do déficit publico, de 12,7% para 3% em 2012. Isso se daria através do aumento de impostos, profundos cortes sociais, reformas e privatizações. Mesmo que isso fosse levado a cabo, através de um ataque sem precedentes ao povo grego, a dívida não só não seria paga, como cresceria como uma bola de neve. Á medida que a crise se aprofunda, os juros que incidem sobre a dívida só aumentam; passaram nos últimos dias de 17,3% para 17,7%.

    O governo da Grécia e os organismos financeiros internacionais estão, ao lado do imperialismo europeu e norte-americano, decididos a levar o plano de austeridade às últimas conseqüências. Felizmente, os trabalhadores e a juventude do país também se mostram decididos a dar sua resposta nas ruas a esses ataques.


    LEIA MAIS

  • Nova greve geral para Grécia contra pacote de ajuste fiscal


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    quinta-feira, 16 de junho de 2011

    Ocupação da Câmara Municipal de Natal já dura uma semana

    Desde o último dia 7, dezenas de estudantes mantêm uma ocupação pacífica, exigindo a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar contratos feitos pela Prefeitura de Natal.


    Manifestante pede saída de prefeita de Natal
    A capital do Rio Grande do Norte tem vivido dias de Egito. Desde o último dia 7, dezenas de estudantes mantêm uma ocupação pacífica na Câmara Municipal de Natal. Os manifestantes exigem a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar os contratos feitos pela Prefeitura, que estão sendo averiguados pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Ministério Público por suspeita de superfaturamento. Hoje, o pátio da Câmara de Vereadores já se transformou na Praça Tahir do movimento “Fora Micarla!”, que também pede a saída da prefeita Micarla de Souza (PV) do comando do executivo.

    Surgido de maneira espontânea, tendo à frente a juventude de Natal, o movimento começou a se formar ainda na luta contra o aumento na tarifa de ônibus no início do ano e ganhou força à medida que absorveu outras reivindicações. Entre as principais estão a luta contra a privatização e terceirização das unidades de saúde, o abandono da educação pública, a desvalorização dos servidores e o completo descaso com os serviços mais básicos, como a coleta de lixo e a manutenção das vias.


    Criminalização do movimento

    Embora pacífica e respaldada pela população, a ocupação pelo “Fora Micarla” vem sofrendo com a criminalização do movimento e com constantes ameaças de intervenção policial. A Câmara de Vereadores, através do advogado da Prefeitura, entrou com um mandado de segurança contra o salvo conduto concedido pelo juiz da 7ª Vara Criminal, que autorizou os manifestantes a permanecerem na Câmara Municipal. O desembargador Dilermando Mota chegou a atender ao pedido da Câmara e a permitir o uso da polícia para retirar os manifestantes, mas a comissão jurídica dos estudantes e a OAB, que tem apoiado o movimento, conseguiram suspender temporariamente a decisão.

    Entretanto, o clima de tensão é constante, já que a todo o momento os ocupantes são surpreendidos com novos pedidos da Câmara Municipal à Justiça para que os estudantes sejam retirados. Além disso, o presidente da Casa, Edivan Martins (PV), se recusou a assinar um acordo no qual se comprometeria com a realização de uma audiência pública para discutir os contratos do município e a instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI). Caso a presidência da Câmara aceitasse e cumprisse imediatamente o acordo, os manifestantes estariam dispostos a desocupar o prédio.


    Solidariedade na luta

    Para reforçar o movimento “Fora Micarla!”, os estudantes têm recebido apoio de sindicatos, centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, e outros movimentos sociais, como o MST e o MLB (Movimento de Luta por Bairros). A Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL) tem estado presente desde o começo. Durante o dia, centenas de pessoas passam pela ocupação, levando solidariedade e apoio material aos ocupantes. Desde que teve início, com a realização de grandes manifestações pelas ruas da cidade, o movimento “Fora Micarla!” vem ganhando força e construindo uma unidade com diversas categorias de trabalhadores em luta.

    A perspectiva dos estudantes é aumentar o número de pessoas na ocupação em defesa do impeachment da prefeita Micarla com o reforço de setores dos movimentos sociais. Entretanto, a postura do PT tem sido a de desocupar a Câmara Municipal com a garantia apenas da realização da audiência pública e da instalação da Comissão Especial de Inquérito. “O PT tem como objetivo institucionalizar a luta do movimento, jogando peso na Comissão Especial de Inquérito e desmobilizando a ocupação dos estudantes e a luta nas ruas. Isso só irá fortalecer os vereadores de oposição à prefeita para as eleições de 2012. É preciso, na contramão dessa política, reforçar a ocupação em torno da defesa do Fora Micarla e de todas as pautas do movimento, e não centrar nossas forças na via institucional” , defendeu Wilson Silva, militante da ANEL e da juventude do PSTU.


    Prefeita chama manifestantes de golpistas

    Em entrevista coletiva nesta terça-feira (14), a prefeita de Natal, Micarla de Souza, tentou desqualificar o movimento acusando-o de “golpista”. “A prefeita é rejeitada por quase 90% da população, segundo pesquisas recentes. A cidade está um caos. O povo não tem acesso à saúde, educação e transporte de qualidade. Aqui, nesta ocupação, estão presentes estudantes, trabalhadores, sindicatos, movimentos sociais. Onde está o golpe?! O impeachment de Collor foi um golpe por acaso?! O movimento é legítimo porque não suporta mais essa situação em Natal. Se alguém deu golpe, foi a prefeita”, afirmou Wilson Silva.

    Neste momento, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público investigam uma série de irregularidades nos contratos feitos pela Prefeitura, principalmente os referentes aos aluguéis do município. As primeiras investigações apontam indícios da existência de contratos sem prazo de vigência ou forma de pagamento ao locatário do imóvel. Também estão em fase de apuração contratos em que prédios da Prefeitura de Natal, marcados como próprios, são alugados pela própria administração.


    Retirado do Site do PSTU

    segunda-feira, 13 de junho de 2011

    Passeata transforma avenida Atlântica no Rio em ‘tsunami vermelho’

    Manifestação de apoio aos bombeiros lembrou atos das "Diretas Já" e o "Fora Collor"


    Gustavo Espiridião
    Detalhe da manifestação no Rio
    Uma gigantesca onda vermelha de gente em frente ao mar azul de Copacabana. Foi assim que várias pessoas descreveram a manifestação em apoio aos bombeiros realizada nesse dia 12 de junho no Rio de Janeiro. O ato público, que reuniu ainda diversas categorias em luta no estado, reuniu algo como 50 mil pessoas na orla do famoso bairro carioca.


    Mar vermelho

    A manifestação teve início logo de manhã, em frente ao Copacabana Palace. Milhares de manifestantes vestindo vermelho se concentraram no local, com faixas em apoio aos bombeiros e contra o governador Sérgio Cabral, antes de saírem em passeata. Além dos bombeiros e familiares, a manifestação reuniu policiais militares, que caminharam em coluna, policiais civis, profissionais da educação que entraram em greve na última semana, além de trabalhadores da saúde do estado. Metroviários, servidores federais, carteiros e bancários completavam a enorme passeata colorada.

    No decorrer da caminhada, a população demonstrava seu apoio amarrando fitas vermelhas no corpo, usando lenços ou mesmo balançando panos vermelhos nas janelas. As imagens do ato fizeram muita gente se lembrar das manifestações das “Diretas Já” ou do “Fora Collor”. A exigência de “anistia” e reajuste salarial dos bombeiros se unificava às reivindicações das categorias mobilizadas.



    A CSP-Conlutas esteve presente com uma coluna que chegou a reunir algo como 2 mil ativistas das mais diversas categorias. A professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel, fez questão de comparecer e demonstrar seu apoio aos bombeiros e às categorias mobilizadas. A CSP-Conlutas distribuiu cerca de 20 mil adesivos em apoio às lutas, além de levar uma faixa de 40 m². O PSTU, por sua vez, distribuiu 15 mil adesivos chamando Sérgio Cabral de “ditador”.

    Em clima de festa e comemoração pela libertação nesse sábado dos 439 bombeiros presos há uma semana, a manifestação seguiu em marcha até o Forte de Copacabana, próximo ao Arpoador. ”Essa manifestação mostra que os ventos do Norte da África e da Europa começam a soprar por aqui”, afirmou o presidente do PSTU-RJ Cyro Garcia que, junto com a dirigente do Sepe Vera Nepomuceno e o cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes dos bombeiros, encerrou o ato.

    Cyro, que comparou aquele ato histórico a um “tsunami vermelho”, defendeu para a próxima quinta-feira, dia 16, um dia de luta contra o governo Cabral, unificando as paralisações já marcadas da saúde e das escolas técnicas com as demais mobilizações em curso.


    Retirado do Site do PSTU