sábado, 8 de maio de 2010

É possível derrotar a política de desmonte da Caixa e do Governo Lula nacionalmente!

Sindicato dos Bancários do RN/Conlutas impõe derrota à Reestruturação de Filiais da Caixa

Como já é de conhecimento dos empregados, a direção da Caixa decidiu implantar, durante este primeiro semestre, uma "Reestruturação das Filiais", que acarreta, entre outras coisas, centralização de serviços, fechamento de unidades, descomissionamento e total insegurança para os trabalhadores atingidos.

Aqui no RN, a RERET, as retaguardas e o SESMT ainda não têm clareza do que acontecerá em suas áreas. GICOP e GICOT já sabem que deixarão de existir para se fundirem em uma só unidade, com menos empregados. Os que forem "descartados" precisariam sair de sua cidade para garantir suas funções ou simplesmente, abrir mão das mesmas, sem nenhuma garantia de que teriam seu salário mantido. Na RESUT, a situação é ainda pior, pois a unidade foi extinta, tendo seus serviços terceirizados em Recife.

Entretanto, da mesma forma que os sindicatos de bancários de Bauru/Conlutas e Florianópolis, o Sindicato dos Bancários do RN acaba de conquistar na jutiça uma liminar que impede a Caixa de implementar a reestruturação em todo território do RN, garantindo aos trabalhadores o direito de permanecer nas suas cidades e/ou locais de trabalho, além da garantia da irredutibilidade salarial. Os trabalhadores atingidos pela reestruturação não poderão ser descomissionados sob pena de multa no valor de R$ 1.000,00 por dia, por empregado.

Embora essa seja uma vitória parcial - na medida em que não temos nenhuma garantia de que a justiça leve à frente essa decisão em defesa dos trabalhadores -, a ação movida deixa claro que é possível enfrentar a política de desmonte da direção da Caixa e do Governo Lula.

Infelizmente, os sindicatos da CUT não partem da mesma compreensão. Mesmo dirigindo a maioria dos sindicatos do país, a CUT se nega a organizar a resistência da categoria (que é o que de fato pode barrar os ataques da Caixa) e também não move uma palha para fazer algo que para o poderoso aparato cutista seria muito simples: uma mera ação na justiça.

Isso ocorre porque a CUT abandonou completamente os interesses dos trabalhadores e agora, no ano de eleições, fará de tudo para impedir que os trabalhadores se enfrentem com o Governo. O compromisso da CUT esse ano não é com a luta, e sim, com a eleição de Dilma Roussef.


O CONECEF vem aí! É possível impor uma derrota à CONTRAF/CUT!

Nos dias 28, 29 e 30 de maio, ocorrerá o XXVI CONECEF, em São Paulo. Esta será uma grande oportunidade para impormos uma derrota à CUT e sua política governista.

Um dos temas em debate será a reestruturação e teremos a possibilidade de aprovar uma resolução que exija dos Sindicatos e também da própria CONTRAF e FENAE, o ingresso em ações na justiça e a organização de uma mobilização efetiva para barrar a reestruturação. É também a possibilidade de eleger uma outra Comissão de Negociação (que hoje é indicada pelas Federações, e não eleita pelos trabalhadores). No CONECEF do ano passado a oposição não conseguiu aprovar essa proposta por apenas 12 votos.

Por isso, devemos ir todos à Assembléia desta quinta-feira (16/05), que discutirá a participação do Sindicato do RN no CONECEF. Não podemos deixar que os delegados que o RN tem direito sejam aqueles que tentaram atropelar a vontade da categoria nas últimas eleições do Sindicato e que tem, constantemente, estado ao lado da direção da Caixa e do Governo no momento em que os trabalhadores precisam, mais do que nunca, lutar pelos seus direitos.

TODOS À ASSEMBLÉIA DE 16/05 NO SINDICATO! Quanto maior a presença da categoria, maiores a chances de derrotar o peleguismo e a traição da CUT!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Greve geral e manifestações incendeiam Grécia

Gregos realizam maior e mais radicalizada onda de protestos


Policiais são atacados com coquetéis molotovs
A quarta greve geral na Grécia este ano paralisou o país e incendiou a capital Atenas nesse dia 5 de maio. A greve paralisou os serviços públicos e os transportes, fechando os aeroportos, o que ocasionou o cancelamento dos vôos no país. Até mesmo setores da imprensa aderiram, paralisando as transmissões de TV e rádio.

Na capital, relatos dão conta que os protestos reuniram de 100 a 200 mil pessoas. Na frente do parlamento, a polícia reprimiu os manifestantes, que tentavam entrar no prédio. Na maior e mais radicalizada onda de protestos desde o início da crise, prédios públicos e bancos foram ocupados e atacados com coquetel molotov. A radicalização dos protestos segue a própria radicalização do pacote de arrocho fiscal do governo, pressionado pela União Europeia para cortar ainda mais as aposentadorias, os salários e gastos sociais.

O presidente do sindicato do funcionalismo público, Spyros Papaspyros, declarou à imprensa que “essa manifestação é duas vezes maior que a maior já vista na Grécia reunindo funcionários públicos”. A polícia grega permaneceu sob estado de “alerta geral”, ou seja, mobilizou praticamente todo o seu efetivo para conter os protestos.

Uma jornalista da revista Alana, Matou Papadimitri, que acompanhou os protestos, relatou o clima da manifestação: “a sensação é que todo o centro de Atenas era uma grande manifestação, super densa, quase claustrofóbica. Ali estavam os sindicatos oficiais, os sindicatos de base, professores, estudantes, funcionários, empregados privados, partidos e grupos políticos de esquerda, libertários, anarquistas, etc. Também havia gente que nunca havia saído às ruas para se manifestar”.

A jornalista relata ainda que, apesar da grande quantidade de gás lacrimogêneo lançado pela polícia, os manifestantes não se intimidaram e gritavam com todas as suas forças: “ladrões, mentirosos”; “que se queime o bordel do Parlamento”; “Fora todos”; “Que paguem os responsáveis”.




Reação

Durante os protestos, o governo e parte da imprensa anunciaram com alarde que três pessoas haviam morrido, vítimas de asfixia supostamente causado por um incêndio provocado por coquetéis molotovs lançados ao banco em que trabalhavam. Foi o que bastou para que o primeiro ministro Papandreous criminalizasse os protestos e os manifestantes.

Já os governos da Europa acompanham com bastante atenção o que se desenrola nas ruas da Grécia. O comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da Europa, Olli Rehh, afirmou que “é absolutamente essencial conter o fogo na Grécia para que ele não se torne um incêndio e uma ameaça à estabilidade financeira da União Europeia e à sua economia como um todo” .

As vítimas fatais eram funcionárias do Marfin Bank, uma das maiores redes bancárias do país. Outro jornalista grego, Dimitris Pantoulas, afirmou que, segundo informações de rádios locais. “os empregados do banco denunciaram que os gerentes do banco não só não permitiram que saíssem da sucursal antes da marcha como, inclusive, trancaram as portas com chave para que ninguém pudesse sair nem entrar”. Ou seja, direta e indiretamente, os responsáveis pelas mortes foram o governo e os bancos, os responsáveis pela crise.


O que vem a seguir

Assim como a União Europeia pressiona a Grécia para impor um brutal ajuste fiscal aos trabalhadores, vai pressionar agora para que o país reprima exemplarmente a onda de protestos que se generaliza cada vez mais. Mais do que a crise, o que a UE teme realmente que se espalhe é a resistência.

O conflito social na Grécia, porém, se aprofunda cada vez mais. À radicalização do pacote de arrocho segue uma radicalização das paralisações e protestos, que vão ganhando cada vez mais apoio popular.


Retirado do Site do PSTU

domingo, 2 de maio de 2010

Mesmo sem sorteio de prêmios, trabalhadores participam do 1º de Maio classista na Sé

Mesmo sem sorteio de prêmios, como nos atos da CUT e da Força Sindical, milhares de trabalhadores foram à Praça da Sé. Pré-candidato do PSTU, Zé Maria, participou da manifestação
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Mesmo sem sorteio de prêmios, 3 mil pessoas foram à Sé


O 1º de Maio de luta na Praça da Sé, centro de São Paulo, reuniu cerca de 3 mil pessoas e diversas entidades sindicais e de movimentos sociais, estudantis e populares, pastorais, além de partidos de esquerda, como o PSTU, PSOL e PCB. Diferenciando-se dos atos-shows realizados pelas centrais atreladas ao Estado, o ato foi a expressão da independência dos setores combativos.

“É com muito orgulho que estamos aqui, junto com entidades como o MTST, a Pastoral Operária, as entidades de luta que, desde 1999, vêm fazendo esse 1º de Maio de luta”, afirmou Dirceu Travesso, pela Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas). O dirigente lembrou das diversas lutas que ocorrem em todo o mundo, desde a Europa, na Grécia e Espanha, até o Haiti, onde os trabalhadores se levantam contra os ataques do capital.

Travesso denunciou o governo Lula, que veta o reajuste nas aposentadorias ao mesmo tempo em que destina “mais de 300 bilhões a banqueiros e empresários durante a crise” lembrou dos desafios colocados pela esquerda neste ano. “Em junho vamos dar mais um passo na unificação da luta e da resistência, avançando na unidade”, disse ainda Dirceu, referindo-se ao Congresso de Unificação em junho que deve selar a fusão entre Conlutas e Intersindical.


Lutas

Foram lembradas, durante o ato, diversas lutas que já ocorreram este ano, como a greve dos professores da rede estadual, que enfrentou o autoritarismo do governo Serra. Os servidores do Ibama, em greve desde o dia 9, também foram lembrados. Teve ainda destaque a luta por moradia pelos sem-teto, principalmente a luta que se desenvolve no Jardim Pantanal, área alagada no início do ano, além da luta dos sem-terra.

“Enquanto tiver muita gente sem-terra e muita terra sem gente, vamos continuar ocupando”, discursou Guilherme Boulos, da direção do MTST.


Eleições

Num ano eleitoral, o tema das eleições e a esquerda não poderia ficar de fora. O dirigente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, o Zé Maria, pré-candidato à presidência, indicou o objetivo desse processo para o partido. “Nas eleições, queremos elevar as lutas salariais e pelas questões imediatas para uma luta política, uma luta revolucionária e socialista”, disse.

Zé Maria explicou a razão desse ano não ter sido possível a reedição de uma frente de esquerda. “Achamos que uma campanha, a fim de se diferenciar das demais candidaturas e apontar a necessidade do socialismo, deva começar pela ruptura do imperialismo e a expropriação das grandes empresas e multinacionais”, afirmou, lembrando ainda a necessidade de a campanha ser totalmente financiada pelos trabalhadores, sem o financiamento das empresas. Esses princípios, assim, tornaram impossível a unidade com o PSOL nas eleições.

O pré-candidato à presidência pelo PSTU, porém, fez questão de deixar claro que a divisão nas eleições não pode significar a divisão das lutas. Chamando o pré-candidato pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, à frente do palco, Zé disse que “não podemos esquecer o fundamental que é a unidade na luta”. “O eixo da nossa campanha é o ataque a Lula e Serra, que representam a mesma política”, disse.

Já Plínio demonstrou a mesma preocupação, assegurando a defesa da unidade e lembrando do congresso de unificação em junho, que pretende juntar, segundo ele, os setores honestos e realmente de luta do sindicalismo. O pré-candidato do PSOL ressaltou ainda a importância do 1º de Maio de luta, fazendo uma brincadeira com os ativistas: “alguém viu meu cupom por aí? Vão sortear um carro, né?”, disse. Às vais dos ativistas, Plínio disse: “Ué, mas não vão dar nem um carrinho? Nem um apartamentinho? E vocês todos estão aqui?!”

“Nem Dilma, Nem o Serra, qualquer um deles, o trabalhador se ferra!” , gritaram os ativistas ao fim dos discursos. Como é tradição no 1º de Maio de luta, o ato terminou com a Internacional Socialista, tendo acompanhamento do Coletivo Mariguela, um animado grupo musical que acompanhou todo o ato.


Retirado do Site do PSTU