sábado, 9 de fevereiro de 2013

Chapa 2 da CSP-Conlutas vence eleição do Sindsaúde-RN

Chapa composta por militantes do PSTU e independentes vence um dos principais sindicatos do Rio Grande do Norte



Chapa 2 faz campanha em Natal
Acabou na madrugada desse dia 8 de fevereiro a apuração da eleição do Sindsaúde-RN, o Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte, um dos sindicatos mais importantes do estado, fundador e filiado à CSP-Conlutas.

A disputa se deu entre duas chapas de militantes que compõem a CSP-Conlutas, fato que lamentamos, mas que se impôs na realidade.

No primeiro turno, respeitando-se os critérios estabelecidos pela comissão eleitoral, não se alcançou o quórum estatutário e a Comissão Eleitoral convocou uma segunda volta de votação. Nesse segundo turno o quórum foi alcançado e a apuração transcorreu em clima de normalidade.

A eleição foi dirigida por uma comissão eleitoral eleita em assembleia e na votação, pelo critério da majoritariedade, foram eleitos três companheiros apoiadores da atual diretoria do sindicato, que organizou a Chapa 1.

A diretoria do Sindsaúde-RN, ainda no primeiro turno, encaminhou um pedido à Secretaria Executiva Nacional da Central para que indicasse um membro da SEN para acompanhar o processo. Tendo em vista a disputa entre duas chapas da central, naquele momento não houve indicação pela SEN, que reformulou a proposta para o segundo turno. A SEN também deliberou, por unanimidade, não declarar apoio a nenhuma das chapas na disputa.

A Secretaria Executiva, após o primeiro turno, decidiu apresentar à direção do Sindsaúde-RN a indicação de dois de seus membros para acompanhar o processo, os companheiros Miguel Leme e Paulo Barela, o que foi aceito pela diretoria da entidade. Esses dois companheiros se deslocaram para o Rio Grande do Norte para cumpria tarefa delegada pela Secretaria. A apuração da eleição, nesse dia 7 de fevereiro, foi conduzida pelo diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo/CUT e membro da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, por decisão da diretoria do sindicato.

Ao final, sagrou-se vitoriosa a Chapa 2 - Reconstruir o Sindsaúde-RN com Luta e Democracia.

Passada a eleição, e manifesta a vontade da categoria nas urnas, a nova direção e a categoria tem desafios muito grandes a enfrentar, seja na defesa dos direitos da categoria, seja na defesa da saúde pública e da população potiguar, que amarga uma situação de crise e verdadeiro caos no serviço público daquele estado, seja no enfrentamento ao governo Rosalba, o que exigirá esforço importante para unir todos os setores e toda a categoria na luta. Temos também pela frente a jornada nacional de lutas e a marcha a Brasília, no dia 24 de abril.

Com certeza, seguiremos todos fortalecendo o Sindsaúde-RN, engajados nessas lutas e na construção de nossa Central, a CSP-Conlutas.


Retirado do Site do PSTU

Com irreverência e protesto, ‘Cuscuz Alegado’ desfila no carnaval de Natal pelo segundo ano

Bloco que denuncia descaso dos governos foi inspirado no desabafo da professora Amanda Gurgel


O bloco de carnaval “Cuscuz Alegado” foi criado em 2012 por um grupo de professores indignados com o caos na educação pública. Com bastante criatividade e ousadia, o bloco vai desfilar em Natal pelo segundo ano, denunciando os problemas nas escolas, o descaso dos governos e muitas outras injustiças, como o recente aumento nos salários dos vereadores e do prefeito. Este ano, a falta de transporte coletivo em Nova Natal e o não pagamento dos salários e direitos dos terceirizados também estarão na mira das denúncias dos foliões do “Cuscuz Alegado”.

O bloco sairá dois dias neste carnaval. No sábado, dia 9, a brincadeira começa na Praça Praia de Ponta Negra, por trás do Vilarte, em Ponta Negra. Na segunda-feira, dia 11, a largada do bloco é na Praça do Cruzeiro, na Redinha. Nos dois dias, a concentração dos desfiles será às 16 horas. A animação e a batucada ficam por conta do grupo musical Resistência da Lata.

Entre as fundadoras do “Cuscuz Alegado” está a professora e vereadora do PSTU, Amanda Gurgel, que tornou famosa a expressão que dá nome ao bloco. Em 2011, durante uma greve, Amanda denunciou na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte o drama da educação. O vídeo com o desabafo foi parar na internet e alcançou milhões de acessos. Entre outras coisas, Amanda criticou o fato de a justiça e o governo proibirem os professores de se alimentarem da merenda escolar, alegando que o cuscuz é destinado apenas aos alunos. Nascia, assim, a expressão “cuscuz alegado”.



Inicialmente formado por um pequeno grupo de educadores, o bloco acabou atraindo foliões de outras categorias ao longo da sua formação, exatamente por resgatar a irreverência do carnaval e seu perfil popular. Além de um espaço para alegria e divertimento, o “Cuscuz Alegado” é também um lugar de protesto, onde a população e os trabalhadores tem voz para expressar sua indignação contra a exploração e o descaso dos governantes. “Este é um bloco aberto a todos que queiram se divertir e denunciar a falta de transporte, a crise na saúde, o descaso com a educação. É um bloco pra mostrar as injustiças com muita irreverência, como no caso deste aumento salarial escandaloso que os vereadores e o prefeito de Natal deram si mesmos.”, comentou a professora Amanda Gurgel.

Nos dois dias de desfile, o bloco ainda irá distribuir cuscuz aos foliões, algo que já virou uma marca registrada da brincadeira. “O governo e a justiça proíbem a merenda escolar para os trabalhadores da educação. Mas no nosso bloco isso não existe, o cuscuz é liberado pra todo mundo.”, explica a professora Luana Paôla, uma das organizadoras do bloco. Ela também esclarece que tudo no “Cuscuz Alegado” vem de doações dos próprios foliões e trabalhadores. “Nos desfiles, até passamos o chapéu para arrecadarmos dinheiro para pagar a banda.”, finaliza.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

De Frente com a Homofobia

Em entrevista na TV, pastor Silas Malafaia dissemina ódio aos homossexuais


Reprodução
Silas Malafaia no programa De Frente com Gabi
A entrevista do pastor Silas Malafaia ao programa "De Frente com Gabi", comandado pela jornalista Marília Gabriela, provocou revolta nas redes sociais. O líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo ficou entre os tópicos mais comentados no Twitter essa segunda-feira, dia 4, e uma onda de postagens, comentários, paródias e 'virais' sobre a entrevista ocupou o Facebook. O programa foi ao ar no dia 3 de fevereiro, com recorde de audiência e, um dia após a sua exibição, já possuía mais de um milhão de acessos no YouTube.

A revolta não poderia ser diferente. Silas Malafaia aproveitou, mais uma vez, o momento em frente às câmeras para disseminar e incitar ódio aos homossexuais. Durante a entrevista, esbravejou que sua Igreja “cura” o comportamento homossexual e a transexualidade, marcou sua posição contrária ao PLC 122 que criminaliza a homofobia e disse “amar os homossexuais assim como ama os bandidos”.

As declarações do pastor são todas oriundas de muito preconceito e embasadas em teorias deterministas e arcaicas do início do século XX. Até mesmo recorre à genética, mas sem nenhum embasamento científico, para reafirmar suas posições preconceituosas.


A situação LGBT

Os homossexuais e toda a comunidade LGBT do nosso país têm conquistado importantes vitórias nos últimos anos. Isso é inegável. O reconhecimento da união estável em 2011 pelo STF; o posterior reconhecimento de uniões civis pelo STJ, seguido pelos Tribunais de Justiça de Alagoas, Bahia, Piauí e agora São Paulo são avanços para o conjunto da sociedade, contudo, existe ainda muita cotradição na sociedade brasileira.

Não podemos considerar como vitória o fato de o Brasil seguir sendo o país onde os homossexuais são mais assassinados no mundo. Há uma concentração de 44% na taxa de homicídio de LGBT´s aqui. A entrevista de Silas bem como sua citação de que “um tapa na cara de um hétero tem o mesmo peso do que um gay” é um desserviço, pois desqualifica o que tipificamos de crime homofóbico. Mais do que isso: é um desdém e desprezo por todas as organizações e movimentos sociais que hoje pesquisam, estudam, elaboram e publicizam o grave problema dos crimes contra homossexuais.

Outro elemento triste da entrevista é o profundo desrespeito que o pastor comete contra as famílias e casais de homossexuais que vivem em nosso país. O ultimo censo do IBGE realizado em 2010 aponta que existem 60 mil casais homossexuais no Brasil. Independente das motivações filosóficas e morais de qualquer religioso, as relações homoafetivas existem e seus desdobramentos em famílias e recomposições familiares também. Isso precisa ser divulgado e recriminado qualquer forma de discriminação.

Alem disso, no hall de derrotas que os LGBT´s sofrem em nosso país há o completo silêncio da Presidenta Dilma frente a todos os ataques que sofremos. OS LGBT´s formam um grupo de milhares de pessoas no país e não têm qualquer garantia nest governo. O PT e seus aliados no Congresso Nacional seguem sem aprovar nenhuma medida que de fato contribua para o combate à homofobia em nosso país.


A importância de aprovar o PLC – 122 que criminaliza a Homofobia

O tom da entrevista, o histórico de sucessivas manifestações homofóbicas feitas por Silas Malafaia, Bolsonaro, Myriam Rios, Padre Fábio de Melo em rede nacional e o quadro geral da homofobia em nosso país não pode deixar as organizações políticas e o conjunto dos movimentos LGBT´s sem se manifestarem sobre o tema.

É necessário seguir combatendo e chamando todos os movimentos sociais a se manifestarem contra todas as formas de discriminação. Não podemos mais silenciar frente às bárbaras mortes LGBT´s e de suas lideranças em nosso país e não exigir punições severas.

A entrevista do Malafaia colocou milhares de trabalhadores brasileiros de frente com a sua homofobia. Muito preconceito, discriminação fundamentados em teorias vazias que são citadas para dividir opiniões e confundir a grande massa.

Nós do PSTU somos completamente contrários a todas as posições homofóbicas. Acreditamos que a aprovação do PLC – 122 é uma pauta necessária para o conjunto da classe trabalhadora de nosso país. Em nossa opinião, a aprovação desta lei está atrasada, pois caso estivesse em vigor, tal pastor não poderia ir a um canal de televisão aberto, com concessão estatal como o SBT, incitar o ódio contra uma população que vem sendo paulatinamente agredida e assassinada por esse ódio.

Para nós, posturas como a do Malafaia e de todos os homofóbicos de plantão contribuem para o ódio e para o aumento da violência contra os homossexuais.

Por isso reivindicamos:

- A imediata Aprovação do PLC – 122;

- A imediata aprovação da União Civil para Casais homossexuais em todo território nacional, bem como o direito de adoção;

- Liberação do Kit Anti – Homofobia para todas as escolas públicas e particulares.



LEIA MAIS

Conheça o PLC 122


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mesmo beneficiado com isenção, indústria tem queda na produção em 2012

Em 2012 governo concedeu o equivalente a R$ 45 bilhões em isenção fiscal


Mesmo com todos os incentivos e isenções fiscais concedidos pelo governo em 2012, a produção industrial fechou o ano em queda de 2,7%. Esse foi o pior resultado desde 2009, quando o setor registrou retração de 7,4% como reflexo da crise econômica internacional. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram divulgados no dia 1º de fevereiro.

O resultado de dezembro de 2012 representa uma diminuição de 3,6% comparado ao mesmo mês de 2011. Apesar da queda generalizada, um dos dados mais preocupantes refere-se ao setor de Bens de Capital, ou seja, máquinas e equipamentos, que teve uma drástica redução de 11,8%. Isso significa uma queda nos investimentos da indústria, afastando do horizonte uma retomada na produção.

Dos 27 ramos pesquisados pelo IBGE, 14 registraram queda. A produção de veículos, por exemplo, sofreu uma redução de 13,5%, influenciado principalmente pelo mal resultado no setor de caminhões e ônibus, além de autopeças e motores. Mas não foi apenas a produção de bens duráveis que sofreu queda. A produção de alimentos diminuiu 2,1% e vestuários, por sua vez, caiu 10,5%.



No primeiro semestre de 2012 a produção caiu 3,8%, fazendo acender a luz vermelha no governo, que ampliou sua política de isenções fiscais, como a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A medida, porém, atenuou a queda, mas não foi capaz de reverter a tendência de retração na indústria (no segundo semestre a queda foi de 1,6%), que já registra cinco trimestres consecutivos de retração.


Esgotamento

No ano passado, o câmbio valorizado era apontado como o responsável pela crise na indústria já que, com o Real caro, era mais difícil exportar e ao mesmo tempo enfrentar a concorrência dos produtos importados, que chegavam aqui mais barato. No entanto, equilibrado o câmbio, a queda persiste, mostrando que esse não é o real problema. Por um lado, a crise econômica prossegue nos EUA e Europa, prejudicando as exportações. Por outro, o consumo interno já demonstra esgotamento, com as famílias endividadas e alta taxa de inadimplência. Em janeiro deste ano 60,2% das famílias estavam endividadas. Já a inadimplência superava os 21,2%.

O governo, por sua vez, que já concedeu o equivalente a R$ 45 bilhões em isenções fiscais à indústria em 2012, promete ampliar a medida para este ano, mesmo que isso não tenha servido para reverter a crise no setor. E o povo continuará pagando para manter os lucros dos empresários.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Tragédia de Santa Maria: o lucro antes da vida

O que na lógica capitalista significa “redução de custos”, na vida significa um risco constante



População exige justiça
A madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 ficará marcada na história internacional pela tragédia que silenciou centenas de jovens em uma boate da cidade de Santa Maria (RS), com mais de 235 mortos e 134 feridos. Primeiramente, gostaríamos de prestar nossa total solidariedade aos familiares e amigos das vítimas. As ações de solidariedade, muitas vezes espontâneas, em todo o país, na Argentina e Uruguai têm sido um belo exemplo de fraternidade, e certamente ajudaram a confortar os familiares e amigos das vítimas em um momento tão difícil.

O fato que comoveu o país e mobilizou a opinião pública está longe de ser uma "fatalidade", pois não restam dúvidas que poderia ser evitado. O incêndio da boate KISS representou uma combinação explosiva de ações criminosas, erros e omissões de empresários e governantes, gerando um grande desastre que afetará, por muitos anos, a vida de milhares de pessoas inocentes. A lógica do capital, de lucro a qualquer custo, e a dos governos, de favorecer os empresários, teve um efeito mortal em Santa Maria, no entanto essa é uma realidade de risco que os jovens e trabalhadores estão submetidos em todas as cidades do país.


Crônica de uma morte anunciada?

Parece até um cenário de uma peça que se encontra pronta para sua estréia: o fato do local ter somente uma saída e a porta ser de tamanho reduzido; o excesso de pessoas no local; artefatos incendiários em um ambiente inadequado para tal; uma espuma que revestia o teto que teria o seu custo reduzido; alvará vencido há 6 meses. São estes os principais argumentos veiculados na mídia para justificar o incêndio e as mortes na boate Kiss, um quadro de irregularidade que nos traz à tona o questionamento: como um espaço nestas condições ainda funcionava no centro da cidade?

Em meio ao luto de milhares de pessoas não são plausíveis justificativas que vão no sentido de uma “fatalidade”. A irregularidade está comprovada com mais de 235 mortos. Como um lugar pode se julgar capaz de abrigar mais de 1000 jovens sendo capaz de causar tal catástrofe? A indignação que brota em meio a uma grande tristeza é o combustível para que mais de 30 mil pessoas se juntassem em uma grande passeata pela cidade de Santa Maria (RS) na noite do dia 28 de janeiro.

Em nota de solidariedade aos familiares e amigos das vítimas de Santa Maria, a Associação dos Pais das Vítimas da tragédia de Cromañon (Argentina) afirma que “passam os anos e as histórias se repetem”. Em 2004, em um incêndio na boate Cromañon, de situações muito idênticas a de Santa Maria, 200 jovens perderam a vida. Após oito anos, parece-nos um filme que se repete.


O jogo do empurra-empurra dos governantes

Achar culpados não deve ser encarado como forma de encerrar tal caso investigativo. O sentimento da população e, principalmente, dos familiares das vitimas é de que se faça justiça. Deve se questionar a fundo tais responsabilidades. O que temos assistido nos últimos dias, com prisões preventivas e depoimentos, é um verdadeiro “empurra-empurra” diante da tragédia.

Não há espaço para isso! O prefeito Cesar Schirmer (PMDB) deve responder por que esta casa noturna possuía alvará para que continuasse a funcionar ou mesmo porque a mesma continuou funcionando com alvará vencido? Deve explicar por que fechou a boate do DCE da Federal de Santa Maria, organizado pelos estudantes, e não fechou a boate de empresários do ramo? Ao invés disso, o prefeito tem dito que nada sabe, que trata-se de uma fatalidade e tem jogado a culpa no Corpo de Bombeiros do RS.

O Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também tem que explicar o porquê do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul demorar tanto tempo para fazer vistorias ou mesmo por que permitiu a liberação do espaço da boate Kiss mesmo tendo apenas uma saída de emergência? A falta de investimentos no corpo de Bombeiros que se reflete em falta de pessoal também foi uma das causas do acidente. O estado não cumpriu seu dever de proteger a população.

Não basta chorar com as vítimas, exigimos do Governo Dilma que elabore uma lei nacional de fiscalização destes espaços e garanta que todas as boates sejam novamente inspecionadas a partir de regras muita mais rígidas. Não pode existir regras diferentes em diferentes estados.

A tecnologia da qual dispomos hoje torna o acontecimento algo que desmascara um nível de negligência absurdo das autoridades responsáveis pela fiscalização. Mas, o que juntamente a isso nos demonstra tal fato é que a ganância dos empresários também parece não conhecer limites, nem mesmo a própria vida foi respeitada. O que na lógica capitalista significa “redução de custos”, na materialidade da vida significa um risco constante.


Passeata por justiça reuniu 30 mil pessoas na cidade de Santa Maria


Punição dos culpados

A tragédia de Santa Maria foi causada por uma combinação de ações e omissões que vão desde empresários ambiciosos que colocam o lucro em primeiro lugar, uma banda irresponsável, negligência e omissão dos governantes e de um aparato de estado corrupto que não fiscaliza e não cumpre um papel de defender os interesses do povo, no qual quem manda são os grandes empresários.

Exigimos de imediato a saída do Prefeito de Santa Maria/RS, Cezar Schirmer, e a apuração dos fatos de maneira rigorosa. Incluindo também a responsabilidade do estado do Rio Grande do Sul e do Chefe do Corpo de Bombeiro de Santa Maria.

A apuração dos fatos deve ser feito em conjunto com uma comissão dos familiares das vítimas e sem segredo de justiça para garantir que de fato os responsáveis sejam punidos.

Devemos repetir o exemplo da tragédia de Cromañon na Argentina quando o movimento social organizado junto com os familiares das vítimas, através de uma grande mobilização social, conseguiu a punição dos culpados, inclusive do Prefeito de Buenos Aires.


Uma política de cultura e diversão para a população

Não é de hoje que os espaços de diversão e cultura estão sob o controle de empresários, não é de hoje que boa parte da população, principalmente a juventude, arrisca a vida para se divertir. A realidade brasileira é que as cidades estão repletas de comércios da diversão e raros espaços públicos que a população possa frequentar aos finais de semana ou em seus momentos reservados ao lazer.

A questão da mobilidade urbana nos principais centros urbanos brasileiros também é outro fator para que grande parte da juventude fique em guetos e seja impedida de viver a cidade e sair à noite. São raras linhas de transporte noturno e muitas vezes quando existem tornam-se perigosas pelo atual caos da segurança pública.

A juventude e a classe trabalhadora devem possuir o direito de produzir e usufruir das mais diversas fontes culturais, nosso acesso não pode mais estar ligado à interesses capitalista de produção que levam sempre à lógica da maior lucratividade. A juventude de Santa Maria sofreu com o fechamento de vários dos seus locais públicos de lazer e diversão. A mesma coisa acontece em Porto Alegre, como foi o caso do Araújo Viana. Devemos lutar pelo direito à cultura e lazer em espaços públicos, garantido pelo estado. Somente assim, esse será um direito de uma maioria.

  • Afastamento imediato do Prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, do Chefe do Corpo de Bombeiros e investigação das responsabilidades dos governos estadual e municipal.
  • Punição para todos os responsáveis pelo incêndio como os sócios da boate Kiss e membros da banda.
  • Exigimos do Governo Dilma Roussef, a elaboração de uma lei federal que fiscalize sobre normas rígidas o funcionamento de boates e casas de espetáculo. Garantindo a fiscalização e cumprimento da lei.
  • Que o estado garanta espaços públicos para que a juventude e os trabalhadores tenham direito ao lazer, cultura e diversão.


  • Retirado do Site do PSTU

    Cinco anos após renúncia, Renan Calheiros (PDMB-AL) volta à presidência do Senado

    Novo presidente da Câmara também coleciona denúncias de corrupção


    Agência Brasil
    A 'nova' cara do Congresso
    Ele voltou. Cinco anos após ter renunciado à presidência do Senado para evitar a cassação em meio a uma série de denúncias de corrupção, eis que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) volta ao cargo, amparado pela base aliada do governo e setores da oposição de direita. O peemedebista venceu as eleições para a presidência da casa nesse dia 1º de fevereiro por 56 votos, contra 18 do senador Pedro Taques (PDT-MT).

    Como se não bastasse retomar o posto em que fugiu pela porta dos fundos em 2007, Renan Calheiros teve ainda o desplante de proferir um discurso sobre ética, tão logo foi confirmada sua vitória. "Eu queria lembrar que a ética não é objetivo em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, é o interesse nacional. A ética é meio, não é fim, é dever de todos nós", disse a seus pares do alto de sua tribuna.

    Dias antes da eleição, o procurador da República, Roberto Gurgel, levou ao Supremo Tribunal Federal uma série de denúncias contra Renan, inclusive algumas responsáveis pela renúncia do senador em 2007 e que não deram em nada. Os crimes incluem peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Na época, Renan Calheiros foi acusado de pagar as contas da ex-amante com quem tem uma filha por meio de um lobista da empreiteira Mendes Júnior. O escândalo desatou uma série de outras denúncias que geraram uma crise na Casa Alta.

    Mas Renan Calheiros, que sempre faz questão de ressaltar que está no Senado há 18 anos, não é bobo. Junto com aliados, já articulou uma blindagem para se proteger de futuros incômodos. Isso inclui a entrega do comando do Conselho de Ética ao amigo e correligionário João Alberto (PMDB-MA). O senador Romero Jucá (PMDB-RR), por sua vez, já avisou que qualquer denúncia contra o colega que chegar ao Senado vai ter o fundo da gaveta como destino.


    Já na Câmara...

    Se o Senado vê a volta triunfal de Renan Calheiros, na Câmara dos Deputados a situação não é melhor, com a eleição do deputado Henrique Alves (PMDB-RN) para a presidência nesse dia 4. Representando as velhas oligarquias do Rio Grande do Norte, Alves coleciona 11 mandatos em 42 anos de "vida pública" e foi eleito com folga por seus colegas, com 271 votos.

    O novo presidente da Câmara não fica atrás de seu par do Senado e responde por denúncia de improbidade administrativa, já tendo sido condenado pela Justiça do Rio Grande do Norte em 2011. Henrique Alves ainda é acusado de outro processo de improbidade e enriquecimento ilícito. Mas o currículo do deputado ainda não terminou. Reportagem da Folha de S. Paulo de janeiro revelou que o deputado desviou emendas do Orçamento para empresa de um funcionário de seu próprio gabinete.

    Tanto a eleição de Renan Calheiros como a de Henrique Alves representa mais que a vitória de dois corruptos para o comando do Congresso. Ela sela a aliança do PT com o PMDB com vistas para as eleições de 2014 e mostra como o governo perpetua as velhas oligarquias no Congresso Nacional em favor de seu projeto de poder, tal como se dá com nome não menos abonadores como os dos ex-presidentes Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).



    Apesar de o então presidente do Senado, José Sarney, ter proibido uma manifestação contra Renan e a corrupção, que “lavaria” a fachada do Congresso no dia da eleição da presidência, Renan foi obrigado a subir a rampa do Congresso nesse dia 4 de fevereiro ouvindo os gritos de “ladrão”, “sem-vergonha” e “corrupto”. Incólume, Renan Calheiros era o retrato vivo da indiferença do Senado e do Congresso ao resto da população.


    PSOL se une a DEM e PSDB

    Se a eleição de Renan Calheiros por si só já demonstra o fundo do poço a que chegou o Senado, a atuação do PSOL no processo também não deixa de ser lamentável. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), inicialmente candidato à presidência para enfrentar Calheiros, retirou seu nome da disputa na reta final para apoiar o candidato Pedro Taques (PDT), formando uma frente com ninguém menos que o PSDB e DEM.

    Segundo Randolfe, Taques teria a missão de "resgatar" o Senado. "A minha candidatura e a do Pedro Taques, são duas candidaturas e uma só causa", chegou a anunciar o parlamentar do PSOL. Ou seja, a alternativa que Randolfe e o PSOL apresentam a Renan Calheiros é... o PDT, PSDB e o DEM! Para se contrapor à corrupção e ao fisiologismo representando pelo candidato do PMDB, Randolfe joga água no moinho da direita, tão corrupta quanto Calheiros. Um verdadeiro desserviço à esquerda.


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    Retirado do Site do PSTU