sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Garibaldi Filho, novo ministro da Previdência, admite nova reforma

Garibaldi Alves Filho, senador pelo PMDB do Rio Grande do Norte, após pressão do vice-Presidente da República e Presidente do PMDB, Deputado Michel Temer, foi confirmado pela Presidente eleita Dilma Rousseff para o comando do Ministério da Previdência Social.

Logo em suas primeiras declarações já fica explícito os objetivos do novo governo para esta importante área. O Portal Terra divulgou declarações do novo ministro repetindo o mesmo discurso de que o grande problema da Previdência Social é o seu déficit e admitindo a necessidade de uma nova Reforma da Previdência.

Questionado sobre a razão do ministério não ter se mostrado capaz de resolver os problemas do setor, apesar de avanços na redução das filas e na resolução dos problemas de aposentadoria, Garibaldi afirmou: “Esse é um grande desafio porque o Ministério não tem se revelado capaz de enfrentar o problema da Previdência”, disse e ainda completou: “Mas o problema grave mesmo é o déficit da Previdência”, afirmou.

Ao Portal, o futuro ministro admitiu fazer a reforma da Previdência." A reforma da Previdência será uma decisão da presidente, mas com todo governo. Esse será um assunto de repercussão no governo todo", disse.


Mentiras

O que o novo Ministro não fala é que a Previdência Social é superavitária, ao contrário do que é afirmado pelo governo. Se os sucessivos governos fossem proibidos de desviar dinheiro da Previdência Social para outras áreas, este problema já teria sido resolvido há muito tempo.

Todos os anos se desviam verbas da Previdência Social para se garantir as metas de superávit primário, mecanismo criado para economizar dinheiro que seria fundamental para garantir um salário digno para os aposentados e pensionistas, para pagar “religiosamente” os juros e amortizações da dívida pública. É isso mesmo, mais dinheiros para os banqueiros e menos dinheiros para se investir em educação, saúde, habitação e saneamento.

Foi contra estas medidas anunciadas pela grande imprensa, que visam atacar ainda mais os direitos dos trabalhadores, que no último dia 25 de novembro se reuniram em Brasília várias entidades do movimento sindical e popular, como a CSP-Conlutas, FST, Cobap, MTL, MTST, Intersindical, entidades ligadas a outras centrais sindicais, entre outras, para começar a construir um plano de ação que resista aos ataques e defenda os direitos dos trabalhadores e do povo pobre.

No dia 27 de janeiro, este mesmo coletivo de entidades volta se reunir em Brasília para definir de forma mais concreta o calendário de atividades e mobilizações que ocorrerão já no primeiro semestre do ano que vem.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

WikiLeaks, mais uma dor de cabeça para o imperialismo

Vazamento de documentos secretos mostra os detalhes da política externa norte-americana e revela ingerência nos países


A secretária de Departamento dos EUA, Hillary Clinton, antecipou-se ao que viria e passou a disparar telefonemas a embaixadores de todo o mundo. O temor não era infundado. Dias depois, a partir de 27 de novembro, o site WikiLeaks passou a divulgar documentos secretos da diplomacia norte-americana, revelando segredos de Estado do Império.

São mais de 251 mil telegramas de 274 embaixadas norte-americanas em todo o planeta, grande parte deles confidenciais, que datam de 1966 a fevereiro último. São revelações como as caracterizações de governos e políticos pelos EUA, assim como a descrição detalhada das atividades dos diplomatas norte-americanos, que transcendem em muito as tarefas cotidianas das embaixadas.

Se é verdade que até agora não apareceu nenhum documento realmente revelador contra os EUA, é também verdade que o vazamento teve efeito devastador sobre a diplomacia norte-americana. As relações dos EUA com uma série de países, que já estavam estremecidas com a crise financeira, tendem a ficar ainda mais complicadas diante do escândalo gerado pelo WikiLeaks.

Entre fofocas e lobbies em favor dos interesses americanos, ficamos sabendo, por exemplo, que a Inglaterra não acredita mais em uma eventual vitória militar no Afeganistão, e que se ainda mantém soldados por lá é unicamente em “deferência” aos EUA. Aliás, grande parte das revelações se refere aos países e suas relações mais que incestuosas com o Império. Inclusive o Brasil.


Relações perigosas

De todos os arquivos abertos, 2.855 são da embaixada dos EUA no Brasil. As primeiras divulgações já foram feitas, e muito mais está por vir. Segundo a coordenadora do WikiLeaks no Brasil, Natália Viana, os arquivos “vão mostrar ao público brasileiro histórias pouco conhecidas de negociações do governo por debaixo do pano, informantes que costumam visitar a embaixada norte-americana, propostas de acordo contra vizinhos, o trabalho de lobby na venda dos caças para a Força Aérea Brasileira e de empresas de segurança e petróleo”.

Os telegramas da embaixada no Brasil mostram uma relação bastante estreita entre o Império e setores da Polícia Federal e da Abin. Mostram, por exemplo, como os órgãos no Brasil agem a mando do Departamento de Estado norte-americano, vigiando e prendendo suspeitos de terrorismo. A fim de não prejudicar o turismo e a imagem do país, tais prisões são feitas sempre de forma disfarçada.

Os documentos expõem ainda as relações mais que amistosas entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o ex-embaixador Clifford Sobel. Tal relação chegava a ser de delação, já que Jobim, de acordo com os documentos dos EUA, confidenciava segredos ao embaixador e criticava colegas de governo, como o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, chamado de “anti-norteamericano”.

Outro telegrama deixa explícita a condição do Brasil de bombeiro dos EUA na América Latina. Nele, o assessor de relações exteriores de Lula, Marco Aurélio Garcia, se dispõe a ajudar os EUA na “moderação” do governo com a Bolívia de Evo Morales, quando do conflito entre o governo e a burguesia da região da Meia-Lua, em 2008.


Terrorismo

Um dos telegramas divulgados pelo site revela a pressão dos EUA para que o Brasil adote uma legislação específica para o crime de “terrorismo”. O informe, de novembro de 2008, relembra que o governo, a partir do Gabinete de Segurança Institucional, havia iniciado um movimento nesse sentido em 2004, mas que foi abandonado para evitar desgaste político.

O documento descreve uma conversa entre o embaixador Sobel e o analista da Escola Superior de Guerra André Luis Woloszyn, que teria lhe dito ser impossível detalhar o crime de terrorismo sem que se exclua o MST. “Não existe maneira de redigir uma legislação antiterrorismo que exclua as ações do MST”, teria dito Woloszyn, segundo o telegrama.

O estabelecimento de critérios para a tipificação do crime de “terrorismo” poderia ser utilizado para criminalizar os movimentos sociais, a exemplo do que já vem ocorrendo no Equador, onde o governo de Rafael Correa processa pelo menos 286 pessoas por terrorismo, grande parte delas dirigentes sindicais e de movimentos indígenas e sociais de oposição ao governo.


Perseguição

O WikiLeaks e seu fundador, o jornalista australiano Julian Lassange, vêm enfrentando uma dura perseguição liderada pelos EUA. Acusado de agressão sexual na Suécia, Lassange tem contra si um mandado de prisão expedido pela Interpol. Além disso, os EUA pressionam os países para que não deem asilo ao jornalista. Mais recentemente, Lassange vem recebendo até ameaças de morte a ele e sua família.

Ainda sob pressão norte-americana, o site foi obrigado a sair dos EUA para procurar hospedagem na Europa. O WikiLeaks é obrigado a pular de provedor em provedor para escapar da perseguição dos governos e de hackers de todo o mundo. Perseguição, porém, tão brutal quanto inútil, pois é praticamente impossível censurar completamente o conteúdo da rede. Milhares de voluntários já se dispuseram a arquivar e disponibilizar os arquivos secretos.

Por enquanto, os EUA vão se queimando a cada dia. A tentativa de censura e perseguição aberta, com políticos de direita pedindo até a execução de Lassange, mostra o verdadeiro caráter da “maior democracia do mundo”. E muita coisa ainda vem por aí.


Os bolcheviques e a diplomacia secreta

O vazamento de informações secretas das embaixadas dos EUA lembra uma antiga reivindicação dos bolcheviques. Logo após a revolução russa de 1917 e a tomada do Palácio de Inverno, os bolcheviques revelaram os tratados secretos firmados pela Rússia czarista com as potências durante a Primeira Guerra Mundial.
Com a burocratização do Estado soviético, foi retomada a prática dos tratados confidenciais. Trotsky citou no Programa de Transição o fim da diplomacia secreta como uma das tarefas do internacionalismo proletário. “A política internacional conservadora da burocracia deve ceder lugar à política do internacionalismo proletário. (...) Abaixo a diplomacia secreta!”.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dia 11/12, Juary Chagas defende a tese "Sociedade de classe, direito de classe: uma perspectiva marxista e atual"

As esculturas de Têmis, fixadas à frente dos suntuosos prédios dos tribunais, dão a exata noção do que pretende significar o direito no imaginário da sociedade. A balança representa o equilíbrio e a certeza de decisões ponderadas; a espada simboliza a força, o poder de império que obriga os “transgressores” a se curvarem ante a razoabilidade da ordem jurídica; a venda nos olhos da deusa grega, por fim, traduz a imparcialidade, o tratamento a todos por igual – sem qualquer distinção de gênero, credo, raça, orientação sexual ou, sobretudo, de classe social.

Mas, é realmente desse modo que direito se apresenta na sociedade? Se não é, quais serão as razões de tamanha dicotomia entre o que é “pretendido” e o que é real?

As respostas para tais questionamentos são desvendadas a partir de uma aproximação com o marxismo, a teoria que melhor explica o desenvolvimento da vida social humana e todas as suas manifestações ao longo da história. Esta é a razão pela qual o presente trabalho se apóia no pensamento social crítico de Marx para conceituar o direito e, desse modo, demonstrar o seu inequívoco conteúdo de classe, sua instrumentalidade, ou seja, seu papel de manutenção e asseguramento dos interesses de uma classe social; a saber, a que detém o poder econômico e político em uma determinada sociedade.


DEFESA DE TESE: "Sociedade de classe, direito de classe: uma perspectiva marxista e atual"
DISCENTE: Juary Luís Chagas
DATA: 11/12
HORA: 9h
LOCAL: UFRN, Setor V / SALA D4

Legalizar as drogas para combater o tráfico

A grande burguesia brasileira e seus meios de comunicação tentam criar estereótipos sobre a legalização das drogas com afirmações como: “com a droga legalizada o seu consumo explodirá, pois seu status de “proibido” será derrubado atraindo muito mais gente para o consumo” . Ou produzindo caricaturas do tipo: “se a droga for legalizada, “drogados” ligados à criminalidade poderão comprar estas substâncias em qualquer esquina.” “Pedras de crack serão vendidas em botecos de qualquer favela” .

Como se o consumo e, principalmente o tráfico, estivessem ligados às camadas mais pobres da população e aos setores mais explorados da classe trabalhadora. Nada mais falso. Como atesta Pierre Kopp no livro “A economia da droga”, a droga movimentou cerca de 300 a 500 bilhões de dólares ao ano, abastecendo um mercado de aproximadamente 200 milhões de pessoas, uma quantidade nada desprezível. É um dos mercados mais rentáveis do mundo.

Cerca de 90% das receitas do tráfico vão para os bancos e são lavadas no sistema financeiro internacional. Somente os 10% restantes são repatriados aos países produtores e divididos entre os traficantes. A rentabilidade da droga é estimada em cerca de 3.000%, enquanto que os camponeses ficam com apenas 0,1% do volume final dos negócios.

Para a realização de toda esta operação, o sigilo bancário é um dos trunfos do narcotráfico, pois assim o sistema financeiro absorve os lucros do crime sem perguntar a origem. Assim, mais de 40 “paraísos fiscais” lavam os narcodólares. Enfim o narcotráfico é coisa de grandes capitalistas imperialistas.

Para se ter uma ideia, entre 1919 e 1933 vigorou a Lei Seca nos EUA, com a proibição da comercialização de álcool. Com isso houve um crescimento do comércio ilegal promovido pelas máfias, como a chefiada por Al Capone, lucrando muito, pois os preços foram multiplicados de 3 a 4 vezes.

O Brasil é considerado um dos principais corredores de drogas do mundo, e um “mercado em expansão”. Um dos motivos é que vários dos maiores bancos do país não informaram ao governo sobre contas suspeitas. A expansão do mercado ilegal de dólares (contrabando, narcotráfico) desenvolveu muitos esquemas para remessas ilegais de divisas para o exterior. Um exemplo são as contas CC-5 criadas pelo Banco Central à pessoas que residem no exterior mas que movimentam dinheiro no Brasil.


O Imperialismo e as drogas

Não é novidade que o comércio de drogas e o Imperialismo sempre mantiveram um grande envolvimento, como testemunham as guerras do ópio (1840-1860), quando a Inglaterra, gerente do tráfico de ópio, invadiu e derrotou a China para manter seu comércio.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a OSS (Oficina de Serviços Estratégicos), antecessora da CIA, fez acordos com a máfia italiana e Lucky Luciano, um dos principais traficantes da época: em troca de informações de espiões nazi-fascistas ele e vários mafiosos foram libertados das prisões. Quando voltou a Itália em 1943, pelas mãos da OSS, Luciano construiu seu império através da heroína.

A produção massiva de drogas somente foi possível com a Revolução Industrial. Como explica Osvaldo Coggiola em “Questões de história contemporânea”, “a grande transformação das economias monoprodutoras em narcoprodutoras (…) se produziu durante os anos oitenta, quando os preços das matérias primas despencaram no mercado mundial: açúcar (-64%), café (-30%), algodão (-32%), trigo (-17%). A crise econômica mundial exerceu uma pressão formidável em favor da narco-reciclagem das economias agrárias, que redundou num aumento excepcional de oferta de narcóticos nos países industriais e no mundo todo”.

Em dezembro de 1989, 13.000 marines invadiram o Panamá com o objetivo de controlar o canal do Panamá e também o tráfico pelo canal. Afinal, por aí, somente o Cartel de Medellín, com a ajuda de Noriega, exportou para os EUA entre 1984 e 1986, 2 toneladas de cocaína e 500 toneladas de maconha. Manoel Antônio Noriega, ex-agente da CIA e chefe da polícia panamenha, participou do financiamento das guerrilhas de direita contra o governo sandinista da Nicarágua, operação “Irã-Contras” (compra de armas no Irã para financiar a guerrilha anti-sandinista), tinha deixado de ser um homem de confiança e queria muitos lucros para si próprio.

Os rebeldes Mujhaidines (base da Al Qaeda de Osama Bin Laden), produziam ópio. A produção passou de 250 para 800 toneladas durante o tempo em que a CIA enviava armas à guerrilha para lutar contra os soviéticos. Os talibãs ordenaram em julho de 2000 a destruição dos cultivos de papoulas. A produção de drogas foi retomada depois da invasão militar dos EUA ao Afeganistão em 2001. Após a invasão, o Afeganistão superou a Colômbia e se tornou o maior produtor mundial de drogas (principalmente ópio e heroína) e, em 2003, o negócio faturou 2,3 bilhões de dólares, mais da metade do PIB do país. O Afeganistão produz atualmente 92% do ópio mundial.

E por falar em Colômbia, este país produz cerca de 80% da cocaína do mundo e o narcotráfico representa 10% do PIB. Na década de 1980, com a queda dos preços das matérias-primas no mercado mundial, os fazendeiros deixaram de produzir café para produzir cocaína. O governo colombiano autorizou empréstimos externos para eles com dólares trocados por pesos, possibilitando que o narcotráfico ampliasse a atividade econômica; deram anistias tributárias, por meio das quais foram incorporados e legalizados os investimentos dos narcotraficantes. Esse plano ficou conhecido como a Ventanilla Siniestra. O mega-traficante Pablo Escobar era deputado. Políticos, congressistas e presidentes (como Ernesto Samper e Álvaro Uribe) são acusados de terem pertencido e serem financiados pelos Cartéis.

Os EUA e a União Européia investem bilhões de dólares com o chamado “Plano Colômbia”. No entanto, as áreas de cultivos de coca que eram de cerca de 50.000 hectares, entre 1986-1996 e, após o Plano Colômbia, chegaram a 169.800 hectares (em 2001).

O processo contra o coronel Oliver North envolvido no caso Iras-Contra, como diz o jornal San José Mercury News, “demonstraram com nomes e fatos que por vários anos a CIA e a DEA estiveram em contato com os chamados cartéis colombianos, protegendo, a entrada de drogas nos Estados Unidos. Tal operação servia para encontrar fundos ilegais para financiar as forças opositoras ao governo sandinista da Nicarágua”,


Guerra à juventude negra e pobre

E quem são os mais prejudicados com a expansão deste mercado? Os jovens. Em 2002 é publicado um estudo tendo por base o envolvimento de jovens no tráfico na cidade do Rio de Janeiro na qual se demonstrou um aumento no número de crimes na década de 1990 e ao mesmo tempo a redução da idade do ingresso das crianças no narcotráfico. A média de 15-16 anos nos anos 1990 caiu para 12-13 anos em 2000. Os jovens são em sua maioria pobres, negros e com baixa escolaridade (média de 6,4 anos).


Pela legalização das drogas

Sob o capitalismo a droga é uma mercadoria, o tráfico se organiza como uma empresa que objetiva o lucro. Diga-se de passagem, uma empresa com milhões de trabalhadores precarizados, sem nenhum direito trabalhista e vivendo sob um regime do medo, podendo ser torturados ou mortos em qualquer momento.

No tráfico de drogas não existe um “livre-mercado”. A distribuição e a venda são comandadas por um número reduzido de grupos hierarquizados que controlam a fase mais rentável: a transformação da pasta-base em cocaína. Enfim o narcotráfico é o sonho de produção de todos os grandes capitalistas Em regiões como Califórnia, a maior produtora do mundo, e no Nordeste brasileiro a produção da maconha é comandada pelos latifundiários da droga.

A luta contra o narcotráfico exige a luta contra a lavagem de dinheiro com um ataque a todo o sistema de circulação de capitais. Com punição exemplar ao grandes traficantes. Fazendo a reforma agrária nas terras em que se produz droga ilegalmente; confiscando o dinheiro e propriedades advindas do tráfico e da lavagem; acabando com o sigilo bancário e centralizando o crédito nas mãos do Estado através da nacionalização dos bancos.

Além disso, o governo deixaria de gastar bilhões em policiamento e repressão e arrecadaria bilhões com os impostos de quem comprasse drogas em locais legalizados. Estes impostos que poderiam ser aplicados em Saúde, Educação, atividades culturais e recuperação de químicos dependentes Legalização das drogas significa junto aos camponeses uma política de substituição de cultivos.

As drogas seriam qualificadas para o consumo: “médico, terapêutico e recreativo”. E os consumidores cadastrados para o consumo com o acompanhamento de um centro de saúde. Com isso o uso da droga seria “controlado”. Os dependentes químicos se submeteriam a um tratamento público, eficaz e humanitário, com recursos do Estado. que fornecerá uma rede pública com centros de tratamento e profissionais qualificados e bem treinados.

Junto a isso, o governo continuará combatendo o consumo através de campanhas educativas que expliquem os malefícios do consumo exagerado de toda e qualquer droga.


Retirado do Site do PSTU

Como será o Banco Central sem Henrique Meirelles?

Infelizmente, mudança no cargo não deve trazer alterações na orientação do Banco


A saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central foi motivo de comemorações. Um dos principais símbolos da ortodoxia monetária dos últimos oito anos deixa a instituição responsável pela gestão da moeda no país. Estaria aberto o caminho para, pelo menos, uma política econômica menos neoliberal, com redução nos juros e maior espaço para investimentos?

Infelizmente, não. O sucessor de Meirelles pretende não só seguir a política de seu antecessor, como aprofundá-la. Antonio Tombini foi escolhido para ocupar o posto e, durante sabatina realizada no Senado nesse dia 7 de dezembro, já defendeu a redução das metas de inflação, hoje de 4,5% ao ano. Reduzir a meta significa mais aperto fiscal e maiores juros para “segurar” a economia.

Tombini é funcionário de carreira do Banco Central e se gaba de ter participado da implementação das metas de inflação, ainda na gestão de Armínio Fraga, durante o governo FHC. Além disso, é homem de confiança do sistema financeiro. Henrique Meirelles afirmou em entrevista à revista IstoéDinheiro que escolheu pessoalmente Tombini para substituí-lo. “O Tombini é a pessoa que eu considero mais qualificada para a sucessão, tanto que eu mesmo o escolhi e o indiquei”, disse.


Mais do mesmo

Quando Lula venceu as eleições em 2002, investidores internacionais viram a oportunidade de chantagear o novo governo a fim de terem ainda mais lucros. Apesar de o PT ter dado todas as garantias possíveis de que, uma vez no governo, iria impor uma política tão ou mais neoliberal que FHC, a vitória de Lula fez disparar o “risco Brasil” e a cotação do dólar, num movimento claramente especulativo.

Lula, recém-eleito, atendeu todas as expectativas do mercado financeiro. Antes mesmo de sentar na cadeira de presidente, nomeou o então deputado eleito do PSDB por Goiás, Henrique Meirelles, ao cargo do Banco Central. Além de ser tucano, Meirelles dirigiu por anos o Bank of Boston, sendo um nome de confiança do mercado internacional. E não fez por menos. Sua gestão teve a marca da ortodoxia e foi garantia de uma política que atendesse os banqueiros.

Não é menos significativo que, de todos os ministros que Lula teve nesses dois mandatos, Henrique Meirelles tenha sido o único a permanecer no cargo durante os oito anos. Foi único que atravessou incólume crises, políticas como o mensalão à crise internacional que motivou milhares de demissões pelo país.


Avança projeto de independência do BC

Enquanto isso, o projeto que garante formalmente a independência do Banco Central avança no Congresso. No último dia 3 foi apresentado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e deve ser votado no próximo ano. Encabeçado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), o projeto prevê um mandato fixo de seis anos para o cargo, nos quais não poderá ser demitido pelo presidente eleito.


Retirado do Site do PSTU

Batalha pelas ruas de Roma

Leia matéria do PdDAC (seção italiana da LIT_QI) sobre as recentes mobilizações estudantis contra os cortes na Educação


Estudantes marcham pelas ruas de Roma
“Que nos devolvam o nosso futuro!”: este é o grito de raiva lançado pelas massas de estudantes, universitários, pesquisadores e professores que, neste dias, estão invadindo as ruas das cidades de toda a Itália. De hora em hora, o protesto difundi-se com rapidez, enquanto na Câmara se discute o projeto de lei de Gelmini [Ministra da Educação do governo Berlusconi], sobre a reforma da Universidade. Um protesto que está assumindo cada vez mais o aspecto de um verdadeiro choque frontal, estalando de norte a sul e pondo a dura prova a resistência de um sistema irremediavelmente destinado a cair.


Os estudantes atacam o Senado

O ápice alcançado pela audaz luta levada adiante pelos estudantes contra o projeto de lei Gelmini é representado, indubitavelmente, pela tentativa de um numeroso grupo de estudantes de penetrar pela força no “Palazzo Madama”, sede do Senado da República.

A ação desenvolveu-se depois de uma marcha pelas ruas de Roma, na qual participaram muitos docentes, pesquisadores, universitários e trabalhadores de todo a educação e da universidade pública. Durante o ato, que terminou em frente da Câmara, foram lançados ovos e pedras contra a sede da Conferência dos Reitores das universidades italianas e contra os polícias alinhados da equipe antimotim.

Os estudantes encarregaram-se uma e outra vez de atravessar o cordão policial, enfrentado os “fiéis servidores” da ordem burguesa pelas ruas do centro, entre a Rua do Curso e o Montecitorio (sede da Câmara de Deputados). Finalmente, um grupo de estudantes combativos, ao distanciar-se dos demais manifestante, tentou ocupar o corredor do Senado, mas foi expulso a golpes de pontapé. No fim, o balanço foi de dezenas de estudantes feridos, depois de numerosas cargas da polícia.


De Norte a Sul o protesto não para

Os choques de Roma são apenas a ponta do iceberg de um período de lutas que se abriu com inesperada determinação (na realidade, nós a esperávamos há muito tempo). Nestes dias, em Turim, está em curso a ocupação do Palazzo Nuovo, enquanto em Pisa numerosos estudantes universitários ocuparam as pontes do rio Arno, interrompendo o trânsito regular. Também se realizaram ocupações de coberturas por estudantes e professores em Perugia e Salerno, enquanto em Palermo se ocuparam dezesseis escolas de ensino superior, juntamente com outras faculdades universitárias.

Tudo isto apesar dos ataques de Gelmini, que finge ignorar os protestos, definindo-os de “velhos rituais”, e do ministro do interior Maroni, que assegurou, de hoje em diante, uma mais eficaz rede de segurança (isto é, mais equipes repressivas armadas de cassetetes). O Presidente do Senado, claramente atemorizado pela sublevação estudantil, falou de “agressão maldosa”, encobrindo as contínuas violências das forças de ordem.

Apesar de o sistema mediático, instrumento de incrível eficácia nas mãos dos patrões, dar inclusive pouca visibilidade a essas lutas cada vez mais pujantes, estudantes e trabalhadores demonstraram claramente que querem continuar esse caminho, combatendo sem se renderem às intimidações que seguem sendo feitas pelo governo e pelos poderes do Estado.


Organizar as lutas contra os cortes do capitalismo

O Partido de Alternativa Comunista apoia e impulsiona os protestos dos estudantes e pesquisadores. Estas lutas, em vias de expansão, são sem dúvida um dado alentador. Mas também é preciso analisar objetivamente a situação atual. Uma situação que, de qualquer modo, certifica uma grande fragmentação e um espontaneísmo que, com o tempo, se revelarão nocivos para as próprias causas pelas quais os estudantes e os trabalhadores estão a lutar.

Com efeito, a história mostrou-nos que sem uma guia que organize e unifique as diferentes lutas levadas a cabo neste período, cada revolta estará destinada a perder-se, engrossando o caldo para as contrarreformas do regime com que os empresários e os banqueiros estão fazendo para que as classes exploradas paguem a sua crise.

Esta guia tem de ser um partido revolucionário, um partido que seja o impulsionador de uma oposição frontal ao sistema capitalista em dissolução. Um partido que temos de construir para unificar todos os gritos, toda a raiva que está a reavivar os operários, estudantes, docentes, pesquisadores, imigrantes, precários de cada setor laboral. Um partido para poder varrer definitivamente toda a podridão produzida pela crise do capitalismo: o partido da revolução socialista.


Retirado do Site do PSTU