sexta-feira, 10 de junho de 2011

Reunião sindical na França indica conferência internacional para 2012

Comissão da CSP-Conlutas participa de congresso sindical na França, leia o relato


Como parte da programação do Congresso da Union Syndical Solidaires, uma expressiva reunião juntou organizações sindicais e populares de diversos países, na manhã da quarta-feira, dia 8 de junho.

A reunião cumpriu dois objetivos: o primeiro, a troca de informações e experiências das diversas entidades e, o segundo, buscar avançar na coordenação das atividades dos setores envolvidos.

A reunião permitiu compor um quadro importante das mobilizações de resistência aos ataques patronais e dos governos, contra os quais os trabalhadores e trabalhadoras vem se enfrentando em diversos países. Permitiu ainda, pelos relatos de dirigentes presentes, obter informações sobre o andamento das revoluções que vem protagonizando os povos árabes.

Para dar prosseguimento ao intercâmbio entre essas organizações e avançar na realização de ações comuns, foi definido realizar ainda este ano uma reunião de trabalho, durante o encontro dos sindicatos alternativos europeus, no mês de setembro. A reunião será aberta à participação de sindicatos de outros continentes. Uma convocatória comum foi elaborada e se encontra em consulta aos sindicatos participantes, devendo ser divulgada dentro de uma semana.

Por fim, ficou definido realizar uma Conferência Internacional com as organizações envolvidas nesta articulação, durante o próximo Congresso da CSP-Conlutas, no Brasil, no primeiro semestre de 2012.

Participaram da reunião dirigentes de organizações sindicais e populares da Espanha, Catalunha, Itália, Alemanha, Polônia, Argentina, Senegal, Tunísia, Argélia, Irã e Egito, além dos anfitriões franceses e nossa delegação brasileira.


Presença da CSP Conlutas no Congresso

As diversas organizações puderam se apresentar durante o Congresso de Solidaires, expondo suas posições, relatando as suas lutas e a situação de seus países.

Dirceu Travesso, o Didi, da Secretaria Executiva Nacional, discursou em nome da delegação brasileira, ao final da manhã desta quinta-feira, dia 9 de junho.

Didi destacou o quadro político atual no Brasil, a ocorrência de diversas greves e mobilizações importantes, a necessidade da unidade internacional dos trabalhadores para enfrentar o capital, seus agentes e governos.

Posteriormente, Christian Mayeux, do SUD Rail (ferroviários) e um dos responsáveis pelo trabalho internacional de Solidaires, fez uma saudação às delegações internacionais presentes, num dos momentos de muita emoção do Congresso.

O Congresso caminha para o encerramento, com o debate e votação dos relatórios das comissões (grupos de discussão).


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estudantes voltam às ruas de Natal para exigir impeachment de prefeita

Estudantes e trabalhadores protestam em Natal
"Fora Micarla! Fora Paulinho! Arruma a mala e vai saindo de fininho!". Essa foi uma das palavras de ordem mais cantadas pelos cerca de 300 estudantes que protestaram nas ruas de Natal na manhã desta terça-feira, dia 7. Nem mesmo a forte chuva impediu os manifestantes de realizar a terceira passeata exigindo o impeachment da prefeita Micarla de Sousa (PV) e de seu vice, Paulinho Freire. Nos últimos dias, sem ter a chuva para atrapalhar, as duas primeiras manifestações do movimento “Fora Micarla!” reuniram uma média de 2500 pessoas, entre trabalhadores e estudantes.

Os protestos vêm pedindo a saída da prefeita diante do quadro caótico em que se encontra a capital do Rio Grande do Norte. São ruas esburacadas, praias poluídas, coleta de lixo irregular, escolas funcionando precariamente, serviços de saúde sendo privatizados e servidores mal remunerados. Após uma caminhada pelo centro da cidade, com direito à parada em frente à sede da Prefeitura, os estudantes seguiram até a Câmara de Vereadores, onde mantêm uma ocupação neste momento.


Ocupar e resistir

O protesto seguiu até a Câmara Municipal de Natal com o objetivo de pressionar os vereadores a iniciarem o processo de impeachment da prefeita Micarla. Com muita irreverência, faixas, cartazes e narizes de palhaço, os estudantes ocuparam o auditório do prédio aos gritos de “Fora Micarla!”. Separados do plenário da Câmara por uma proteção de vidro, os manifestantes exigiam que os vereadores se posicionassem sobre o impeachment. Sob um coro de vaias e muito protesto, o presidente da Casa, vereador Enildo Alves, decidiu encerrar a sessão. Ele ainda classificou o movimento como baderneiro e anti-democrático.

Depois de encerrada a sessão, os estudantes resolveram manter a ocupação com um acampamento no pátio da Câmara. “O entendimento do pessoal é manter a ocupação sem previsão de sair. Também queremos construir um grande ato com todas as centrais sindicais, sindicatos e entidades estudantis para fortalecer o movimento e ter mais visibilidade diante da população. De acordo com vereadores da oposição, a abertura do processo de cassação do mandato da prefeita poderia ser iniciada com o recolhimento de 15 mil assinaturas. A gente só pretende sair daqui quando conseguir o impeachment da prefeita. E nós não vamos parar por aí”, disse o estudante e militante da ANEL Luiz Lima.




"Ô, ô, ô Micarla! Não fuja não! A juventude vai fazer revolução!"

Embalados pelas revoluções em curso no Oriente Médio e Norte da África, com forte participação da juventude, os estudantes de Natal mostraram disposição para fazer história com o movimento pela derrubada da prefeita Micarla. Nas ruas da cidade ou na ocupação da Câmara, os manifestantes repetiam numa só voz um aviso em forma de palavra de ordem. "Ô, ô, ô Micarla! Não fuja não! A juventude vai fazer revolução!", cantavam.

Apoiando o protesto desde seu início, a professora Amanda Gurgel também defendeu o impeachment da prefeita. “Não somos obrigados a engoli-la porque ela foi eleita. Mandatos deveriam ser revogáveis. Se não presta, rua. E Micarla não presta para governar Natal”, destacou Amanda.

Os manifestantes estão se organizando para coletar as 15 mil assinaturas, o que equivale a 3% do eleitorado de Natal. Em seguida, o objetivo é apresentar o pedido de impeachment formalmente à Câmara Municipal. Dessa forma, mesmo a contragosto, os vereadores serão obrigados a votar o afastamento da prefeita Micarla de Sousa. "Mas não basta pedir o impeachment da prefeita. Nós também não queremos o vice Paulinho Freire. É preciso derrubá-los nas ruas", defende Amanda.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cai Palocci: primeira grande derrota do governo Dilma

Antônio Cruz/ABr
Ex-ministro não conseguiu explicar o inexplicável
A demissão de Palocci é uma expressão de uma mudança na conjuntura e a primeira grande derrota de Dilma. No início do ano havia uma combinação de alta popularidade, crescimento econômico e maioria absoluta no parlamento. O crescimento econômico segue existindo. Seguramente Dilma ainda tem popularidade elevada, mas a conjuntura mudou.

Por um lado, entre os trabalhadores, um mal estar vem crescendo. O crescimento econômico vem junto com a inflação e um ritmo infernal de trabalho nas empresas. A resultante é um surto de greves salariais no país. Não é um ascenso generalizado, mas envolve setores importantes dos trabalhadores. A mobilização dos bombeiros no Rio de Janeiro é uma de suas expressões mais radicalizadas.

Por outro lado, existe uma crise nas alturas, uma divisão interburguesa, que se manifestou na derrota do governo na votação do Código Florestal e na crise de Palocci. Foi essa combinação de lutas salariais e crises políticas que gerou uma nova conjuntura no país.


O “mistério” da multiplicação do dinheiro

Palocci ganhou R$ 20 milhões só em 2010. Muitas vezes uma cifra tão alta não pode ser dimensionada com clareza. Mas isso corresponde ao que um trabalhador que ganha salário mínimo levaria três mil anos para receber.

É evidente que a “empresa de consultoria” de Palocci é uma fachada para esconder o tráfico de influência para conseguir vantagens e informações privilegiadas para grandes empresas. Assim são obtidos empréstimos dos bancos estatais, vitórias em concorrências, favores fiscais, perdão nas dívidas, etc. Não é por acaso que Palocci multiplicou seu dinheiro quando foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Dilma. Nem o governo, nem o PT, nem Palocci conseguem explicar a origem do dinheiro por um motivo simples. Essa é uma das formas mais descaradas de corrupção.

Palocci foi uma das figuras-chave do escândalo do mensalão. O governo Lula conseguiu abafá-lo, recompor sua popularidade e eleger Dilma. Mas isso não aconteceu com todos os envolvidos. José Dirceu, José Genoíno e Palocci, por exemplo, tiveram sua reputação manchada. Esses petistas, que poderiam ter sido candidatos à sucessão de Lula (bem antes de Dilma), terminaram queimados para concorrer a cargos majoritários. Palocci chegou a ser cogitado como candidato ao governo de São Paulo. Mas, depois de pesquisas, o próprio PT retirou seu nome.

Mas isso não impediu que mantivesse seu prestígio com Lula e quadros dirigentes do PT. Por isso, ele voltou como uma espécie de primeiro-ministro de Dilma, encarregado das relações com os partidos e da nomeação dos milhares de cargos no governo.

Nos primeiros meses, em que o governo surfava em condições quase ideais, Dilma simplesmente impunha suas posições por meio de Palocci. Isso ficou evidente na votação do salário mínimo, assim como na discussão sobre os cargos do governo. Essa prática gerou muita insatisfação nos partidos da própria base governista. Não é por acaso que Palocci, que atuava como um primeiro-ministro, virou o alvo da crise.


A oposição burguesa se “escandaliza”

O escândalo não é produto da corrupção. Esta é real e existe tanto com Palocci como no PMDB, PSDB, DEM e todos os outros partidos. O objetivo das denúncias é enfraquecer um pouco Dilma, para que governe como fazia Lula, em negociações diretas e explícitas de cargos e favores com os partidos.

A hipocrisia é parte da política burguesa. O DEM está atolado até hoje nos escândalos de corrupção do governo Arruda em Brasília. O PSDB está manchado não só pelas negociatas nas privatizações de FHC, mas pela atual corrupção em grande escala no Rodoanel de São Paulo. O PMDB do vice-presidente Temer é o partido de Sarney, Jader Barbalho e um longo etcétera. Todos estes partidos fazem exatamente o mesmo que Palocci. O que está acontecendo é só parte de uma disputa interburguesa, usando os meios de comunicação de massa e muita hipocrisia.

Essa crise nas alturas afeta Dilma, que não é como Lula. O ex-presidente tinha uma autoridade própria, que o livrava dos desgastes das crises políticas. Além disso, é um líder acostumado às negociações, terreno que não é o de Dilma. Lula teve de entrar em cena, costurando o acordo do recuo do governo em relação ao kit anti-homofobia, para evitar que a bancada evangélica convocasse Palocci para depor no Congresso. Agiu como ponto de apoio para Dilma, mas explicitou sua maior fragilidade.


Prisão e expropriação dos bens de Palocci e de todos os corruptos!

A demissão de Palocci deve terminar com essa crise política. Mas não vai acabar com o desgaste já existente. E muito menos com a desconfiança generalizada sobre a corrupção no governo. É preciso avançar com a prisão e a expropriação dos bens de Palocci e de todos os corruptos e corruptores.


LEIA MAIS
  • Enriquecimento de Palocci revela o caráter de classe da direção do PT e de seu governo


  • Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 7 de junho de 2011

    Amanda Gurgel: O twitter e as ruas

    Reconhecendo a vitória do lulismo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso balançou recentemente as estruturas da oposição de direita no artigo “O papel da oposição” (Interesse Nacional, n. 13, abril de 2011). Mostrando-se constrangido por ter que relembrar aos tucanos que cabe à oposição o papel de “se opor ao governo”, FHC propôs redefinir os rumos do PSDB por meio de uma improvável aproximação entre os oposicionistas e a chamada “nova classe média”. Eis aqui o primeiro ponto de acordo de FHC com o lulismo: o ex-presidente concorda que não pode concorrer com Lula da Silva pelo coração do “povão”. Além disso, FHC reconhece que é impossível disputar com o PT o apoio dos movimentos sociais. Restaria, então, à oposição de direita, o diálogo com aqueles setores “emergentes” da sociedade brasileira conectados às chamadas “redes sociais”: Facebook, YouTube, Twitter…

    Não pretendo aqui criticar a noção de “nova classe média”. (Chamar trabalhadores pobres, super-explorados, desprestigiados, com baixíssima escolarização e recém-saídos da miséria, de “nova classe média”, corresponde a uma operação ideológica que merece um tratamento crítico adequado.) Verdade seja dita, mesmo FHC, rememorando seus tempos de sociólogo, parece se sentir pouco à vontade com a noção. Cabe aqui, contudo, destacar outro ponto de acordo da liderança tucana com o lulismo: não haveria alternativa à reprodução da ortodoxia rentista somada às políticas redistributivas. Para FHC, as vozes oposicionistas deveriam se concentrar, por meio das mídias digitais, em convencer as “novas classes médias” que os tucanos seriam mais hábeis que os lulistas em dirigir o atual modelo de desenvolvimento capitalista.

    Esse consenso todo me fez lembrar Antonio Gramsci. Em seus Cadernos do cárcere (Caderno 13, parágrafo 5), o comunista sardo distinguiu duas modalidades de política: a “grande política” compreenderia as questões vinculadas à “fundação de novos Estados, à luta pela destruição, defesa e conservação de determinadas estruturas orgânicas econômico-sociais”, enquanto a “pequena política” corresponderia àquelas questões parciais surgidas no interior de uma “estrutura já estabelecida pelas lutas de preeminência entre as diversas facções de uma mesma classe política”. E ainda acrescentou: “Por isso, excluir a grande política do âmbito interno da vida estatal e reduzir tudo à pequena política é fazer grande política”. Superadas as disputas entorno da “fundação de novos Estados”, restaria às “diferentes facções” lutar pelo aperfeiçoamento da “estrutura já estabelecida”. Ao fim e ao cabo, o novo “Que fazer?” tucano parece mais um elogio à “hegemonia da pequena política” lulista do que um manifesto da oposição.

    A despeito do apelo de FHC aos seus partidários, foi a voz da oposição de esquerda no YouTube que se transformou em fenômeno virtual mês passado. Um vídeo mostrando o discurso na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte de uma professora grevista, Amanda Gurgel, alcançou em poucos dias quase 2 milhões de acessos. A repercussão foi tamanha que, logo em seguida, ela já estava em horário nobre da Globo, conclamando o auditório do “Domingão do Faustão” a aplaudir a greve dos professores nordestinos. De quebra, ela ainda lançou uma campanha pelo Twitter reivindicando o investimento imediato de 10% do PIB na educação pública. Ao longo das últimas semanas, Amanda Gurgel transformou-se em uma legítima representante dos professores brasileiros, submetidos a salários de fome e condições de trabalho degradantes. A altivez demonstrada pela jovem professora ao enfrentar os políticos tradicionais sintetizou a revolta de uma importante parcela da população contra o desprezo com que os sucessivos governos tucano-lulistas têm tratado a educação pública brasileira.

    Assisti pela internet a entusiasmada acolhida que Amanda Gurgel recebeu dos professores grevistas no Ceará e na Paraíba. Muitos deles vestiam camisetas da CUT. Lembrei-me do primeiro ponto de acordo entre FHC e o lulismo: seria mesmo impossível disputar com o PT o apoio dos movimentos sociais? Na realidade, também as bases petistas parecem órfãs de representantes capazes de exigir dos governos salários dignos e melhores condições de trabalho. Diuturnamente ocupadas com os esquemas subterrâneos da “estrutura já estabelecida”, as envelhecidas lideranças do PT e da CUT não podem mais cumprir esse papel. (Bastaria lembrar dois episódios recentes: a prisão do vice-prefeito de Campinas, o ex-sindicalista Demétrio Vilagra, por envolvimento com fraudes na companhia de abastecimento de águas da cidade e a escandalosa compra do novo apartamento do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, em São Paulo.) Sem vaidade ou sectarismo, a ativista potiguar emprestou sua voz para todos aqueles que lutam pela educação pública brasileira. Sejam eles petistas ou não. Os professores sentiram-se representados como há muito não se sentiam. E o sucesso da campanha “10% do PIB, já!” nos conduz ao segundo ponto do acordo de FHC com o lulismo: não haveria realmente alternativa ao atual modelo de desenvolvimento capitalista? Apoiados pelos diferentes públicos das redes sociais, os grevistas estão dizendo: sim, é possível transformar a educação em prioridade, desde que derrotemos a ortodoxia rentista. Ao redor desta bandeira, neste exato momento, trabalhadores da educação mobilizam-se por todo o país. É difícil prever o resultado desta campanha. Entretanto, uma coisa é certa: os incontáveis lutadores da educação que viram sua indignação refletida na altivez de Amanda Gurgel não desejam participar dos sórdidos esquemas da “pequena política” lulista. Tampouco se iludem com as lutas entre as diferentes “facções da mesma classe política”. Ninguém precisa lembrá-los que cabe à oposição o papel de “se opor ao governo”. Pelo Twitter e nas ruas, o que estes incorrigíveis lutadores querem mesmo é fazer “grande política”.


    Retirado do Site do PSTU

    segunda-feira, 6 de junho de 2011

    Nota oficial do PSTU: Somos todos bombeiros!

    O PSTU vem a público manifestar total apoio à luta dos trabalhadores do corpo de bombeiros, que durante meses vem exigindo do governador Sergio Cabral que sente para negociar suas reivindicações por melhores condições de trabalho, por um aumento decente dos salários, pelo pagamento do vale transporte, e pelo fim das gratificações. E agora também exigem a não punição dos dirigentes das manifestações e de qualquer lutador da categoria.

    Aproveitamos este momento para denunciar a atitude covarde que este governador vem tendo com a população do estado do Rio de Janeiro. Em 2009 jogou bomba contra os profissionais de educação, que manifestavam pacificamente em defesa de seu plano de carreira e pelo reajuste de um salário de fome de R$ 700,00. Com os moradores do Morro do Bumba teve a coragem de jogar spray de pimenta em crianças de quatro anos de idade que junto com os seus pais protestavam pelo não cumprimento das promessas de construção de novas casas. Na região serrana do Rio, que viveu no início do ano uma imensa tragédia, acontece o mesmo, muita promessa e pouca ação do governo.

    Durante a visita de Obama ao Rio de Janeiro, numa postura submissa, Cabral prendeu 13 trabalhadores e estudantes, em sua maioria militantes do PSTU, que protestavam contra o roubo do nosso petróleo. Para agradar Obama, falsificou provas para mandar os presos para presídios. Foram 72 horas de prisão pelo simples fato de lutarem e defenderem o interesse do país.

    Agora é com os bombeiros. Esses trabalhadores tiveram um papel decisivo na ajuda à população da região serrana em janeiro de 2011 e do Morro do Bumba em março de 2010. Eles gozam de um amplo apoio da população pelo bons serviços que prestam, não é à toa que, numa recente pesquisa do jornal Folha de S. Paulo, 85% da população se colocou contra a atitude do governador Sérgio Cabral de não negociar e reprimir os bombeiros e seus familiares.

    Nós, do PSTU do Rio de Janeiro, não temos dúvidas que este governador criminaliza a pobreza e os movimentos sociais. Aliás, esta é uma prática dos governantes em todo o país. Dilma, presidenta do país, após permitir a destruição do código florestal que preservava as florestas, facilita a vida dos empresários do agronegócio que vão poder destruir as florestas sem qualquer punição, fechando os olhos para o massacre contra os povos da floresta e seus líderes. Não é à toa que nesse momento existe uma lista de mais de 3.600 trabalhadores rurais ameaçados de morte. Só na semana passada, foram assassinados cinco dirigentes rurais no Norte do País, que perderam a vida defendendo a floresta amazônica contra o desmatamento.

    O governo diz que não pode fazer nada contra os empresários do campo, também não pode fazer nada contra o enriquecimento do ministro da Casa Civil, como também não pode fazer nada contra o aumento vergonhoso dos deputados.

    Mas podem colocar na cadeia os trabalhadores que lutam por seus direitos, como faz aqui o governador Sérgio Cabral, que atacou na ultima sexta-feira milhares de bombeiros e seus familiares e que teve a coragem de ir para a televisão chamar os bombeiros de vândalos, bandidos e covardes.

    "Covarde" é este governador que paga um dos piores salários do país para professores e bombeiros; "bandido" é o governador, que não paga o vale-transporte para o deslocamento do trabalho para casa dos bombeiros; "vândalo" é o comando da polícia que, a mando de Sérgio Cabral, invadiu com o BOPE o quartel-geral dos bombeiros na ultima sexta-feira, dando tiros, batendo e prendendo 439 trabalhadoras e trabalhadores do corpo de bombeiros.

    É bom que o governador saiba que o descontentamento não é só com os bombeiros. Também na Polícia Militar há insatisfação com os baixos salários e questionamento à repressão contra os bombeiros. Por esse motivo, um setor da polícia se negou a invadir o quartel, obrigando o governador a apelar para o BOPE.

    SOMOS TODOS BOMBEIROS
    Achamos que a ampla unidade da população e dos trabalhadores do país em defesa dos bombeiros é fruto da clareza de que temos que dar um basta nesta truculência, neste autoritarismo do governador. Por isso o Rio vai vestir vermelho e assumir que somos todos bombeiros, e que não descansaremos enquanto não forem libertados todos os bombeiros presos.

    O PSTU exige a imediata libertação dos 439 presos políticos do Corpo de Bombeiros, a abertura imediata das negociações com o atendimento das reivindicações dos bombeiros, nenhuma punição aos que lutam pelos seus direitos, pelo fim da criminalização dos movimentos sociais, pelo direito de greve e sindicalização dos militares.
    Lutar não é crime, lutar é um direito!

    SOMOS TODOS BOMBEIROS!


    Retirado do Site do PSTU