sábado, 5 de março de 2011

No 8 de março, as mulheres vão botar o bloco na rua

Dia Internacional de Luta das Mulheres: veja a programação dos atos organizados ou com a participação do Setorial de Mulheres da CSP-Conlutas


Este ano, o carnaval caiu no dia 8 de março. Por esta razão em alguns lugares, como em São Paulo, os atos pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres vai acontecer no dia 12, sábado seguinte, no famoso “enterro dos ossos”.

Isso não significa que as mulheres vão ficar paradas no dia 8. Em algumas cidades, o carnaval de rua vai ser o palco para protestar com muito bom humor. No Rio, por exemplo, foi organizado o bloco “Maria vem com as outras”. Em Brasília, as mulheres vão no tradicional bloco Pacotão.



No Maranhão, acontece, nesta sexta, às 19h, a festa de lançamento de um bloco. No dia 8, as mulheres desfilam na Passarela do Samba. Já no Piauí, a folia é no sábado de carnaval, no bloco Sanatório Geral.

O PSTU produziu, inclusive, um leque para distribuir com os dizeres “respeite as mulheres no carnaval e no resto do ano! Não à violência machista!”. Confira, abaixo, a programação completa.


Fortaleza (CE)

15 de março, às 6h30
Ato em frente a fábrica de confecções de roupas Terceira Via
Lembrando o Dia Internacional das Mulheres e sua luta e em solidariedade a uma operária acidentada durante a jornada de trabalho.

18 de março, às 16h
Ato com demais setores do movimento de mulheres do Estado
"MARÇO DE LUTA: MULHERES CONTRA A OPRESSÃO, A VIOLÊNCIA E A EXPLORAÇÃO!"
Concentração na Pça da Bandeira
Marcha até a Praça do Ferreira


São Paulo

12 de março, 9h
Concentração em frente à Igreja da Consolação, no centro São Paulo


Rio de Janeiro (RJ)

8 de março, às 16h
Bloco “Maria vem com as outras”
Concentração na Fundição Progresso

17 de março, 16h
Panfletagem na central do Brasil

22 de março
Ato político de pré-lançamento do Fórum Estadual de Luta contra a Violência à Mulher
Local e horário a confirmar


Brasília (DF)

8 de março
Bloco do Pacotão, que sai às ruas todos os anos com um tema político. Esse ano o tema será a revolução árabe.


Belém (PA)

12 de março, às 9h
Palestra: “8 de março: Contra o machismo e a exploração; em defesa da mulher trabalhadora”
No acampamento do MTST (Estrada do Outeiro)


Piauí

5 de março
Participação no Bloco Sanatório Geral


Maranhão

4 de março, às 19h
Ato de lançamento e festa do bloco
Na Sede Recreativa do Sindicato dos Bancários (Turu, São Luís), com animação da cantora Tássia Campos e Banda

8 de março
Desfile na Passarela do Samba. Fantasias, abadás, bandeiras, faixas e estandarte denunciando a violência contra a mulher e a situação da mulher trabalhadora e se solidarizando com as mulheres haitianas e do Oriente Médio.


Belo Horizonte (MG)

11 de março
Ato unitário em comemoração ao Mês da Mulher. Temas: combate à violência contra as mulheres e luta pelo direito à moradia.

12 de março
Debate: “Como a crise econômica afeta principalmente as mulheres no país e no mundo”. Palestrantes do Ilaese, MML e Quilombo Raça e Classe
A confirmar: espetáculo teatral


LEIA TAMBÉM:

  • Mulheres trabalhadoras em luta contra o machismo e a exploração


  • Retirado do Site do PSTU

    quinta-feira, 3 de março de 2011

    Aumento do Bolsa Família equivale a apenas 4% dos cortes anunciados pelo governo

    Governo vai gastar com o PanAmericano, o ex-banco de Sílvio Santos, cinco vezes mais que o aumento do Bolsa Família


    Presidenta Dilma Roussef no anúncio do aumento do Bolsa Família
    Após anunciar o maior corte orçamentário da história e impor um salário mínimo que fica abaixo da inflação dos últimos 12 meses, o governo Dilma tenta agora amenizar o desgaste causado por essas medidas. No mesmo dia em que a presidenta marcou presença no programa da Ana Maria Braga, também anunciou o aumento do valor pago ao Bolsa Família.

    O anúncio do reajuste foi realizado na cidade baiana de Irecê. No interior da Bahia, Dilma aproveitou as comemorações do mês da mulher para anunciar o aumento de, na média, 19% no valor pago hoje a 12,9 milhões de famílias. Considerando a inflação desde o último reajuste, em 2009, o aumento real será de 8,7%.

    Com o reajuste, a média dos benefícios passa de R$ 96 para R$ 115. Tem direito ao programa as famílias com renda mensal per capta inferior a R$ 140.


    Ajuste fiscal intacto

    Mesmo com o governo mostrando que o ajuste fiscal estaria intacto com o aumento, parte da imprensa atacou o que seria uma contradição, já que elevaria os gastos públicos num momento de contenção fiscal. Pura maldade, pois o impacto desse reajuste somaria apenas R$ 2 bilhões a mais por ano ao governo. Isso representa, por sua vez, apenas 4% dos cortes no orçamento. Significa ainda menos da metade dos R$ 5 bilhões tirados do programa Minha Casa, Minha Vida, e menos que os R$ 3,1 bilhões cortados da Educação.

    Para se ter uma ideia do que significa para o governo esses R$ 20 a mais para cada beneficiado do Bolsa Família, ou R$ 2 bilhões no total, basta comparar com a ajuda concedida ao PanAmericano, o banco falido de Silvio Santos, vendido ao BTG Pactual. Recentemente, a Caixa Econômica Federal, que havia comprado parte das ações do banco em 2009, anunciou que despejará mais R$ 10 bilhões na instituição no próximo período, para que o banco continue funcionando. Cinco vezes mais que o aumento ao Bolsa Família.

    Como se isso não bastasse, parte dos recursos necessários ao reajuste do benefício será remanejada de outros setores sociais, inclusive do próprio Ministério de Desenvolvimento Social. Ou seja, não representarão mais gastos ao governo. Outra parte virá da reserva de contingência, utilizada para despesas não previstas.


    Política compensatória não erradica a pobreza

    O Bolsa Família, apontado como o maior programa social compensatório do mundo, foi o carro chefe do governo Lula. Com o reajuste anunciado por Dilma, deve passar a custar agora R$ 15 bilhões. Cifra aparentemente elevada, mas quase nada perto dos R$ 190 bilhões pagos pelo governo só de juros da dívida pública.

    Ao mesmo tempo, absolutamente insuficiente, mesmo para tirar da miséria os 50 milhões de beneficiários que ganham valores que vão de R$ 22 a, no máximo, R$ 200, e outros que estão fora do programa. De acordo com o IBGE, em 2009 o país ainda tinha 55 milhões de pessoas que sobreviviam abaixo da linha da miséria (definido pelo IPEA no valor de meio salário mínimo)

    A previdência social, por outro lado, apontado por um estudo da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) como o maior programa de distribuição de renda no país, tem seus benefícios cada vez mais arrochados e sofre constante ameaça de novas reformas. Neste ano o novo valor do salário mínimo definido por Dilma, por exemplo, vai defasar os benefícios de 18 milhões de aposentados.


    Dois pesos...

    Enquanto o salário mínimo recebe reajuste de 6%, ou R$ 35, índice abaixo da inflação do período, e o Bolsa Família 19%, ou R$ 20, os parlamentares se auto-concederam um aumento absurdo de 62%, ou R$ 10 mil. A CSP-Conlutas e o PSTU denunciaram essa injustiça e, em diversos protestos, exigiram o mesmo aumento de 62% ao salário mínimo, como uma verdadeira política de valorização, rumo ao salário calculado pelo Dieese, atualmente de R$ 2.227.


    Retirado do Site do PSTU

    quarta-feira, 2 de março de 2011

    Manifestantes na Líbia rejeitam intervenção militar estrangeira

    Faixa em praça de Bengasi
    Apesar da brutalidade da repressão do ditador líbio Muammar Kadafi, os manifestantes rejeitam a intervenção dos EUA no país, possibilidade que vem sendo aventada após a resolução do Conselho de Segurança da ONU do último final de semana.

    Em Bengasi, centro da oposição ao ditador e a segunda maior cidade do país, uma faixa estampava a frase na principal praça: “Não à intervenção estrangeira, o povo líbio pode gerir isso sozinho”, junto a uma manifestante com a bandeira líbia da era anterior a Kadafi. O correspondente do Estadão na região, Lourival Santana relata que “os rebeldes não querem e acham que não precisam de tropas estrangeiras; dizem que no terreno são superiores às forças leais ao regime” .

    Segundo um blogueiro líbio que escreve da capital Trípoli ao jornal britânico Guardian, com o pseudônimo de Mohammed: “Uma coisa parece ter unido todos os líbios: qualquer intervenção militar por terra, por qualquer força estrangeira, desencadearia lutas muito mais duras que os mercenários”. Em seguida o blogueiro também rechaça um ataque aéreo. “Esta é uma revolução totalmente popular, nosso combustível tem o sido o sangue do povo líbio” .

    Após atacar a hipocrisia dos países imperialistas, que ignoraram a ditadura e a opressão do povo líbio por décadas, Mohammed pede aos países Ocidentais: “não tornem uma revolução popular pura em uma maldição que cairá sobre todos” .


    Sanções

    Após o Conselho de Segurança da ONU determinar no dia 27 de fevereiro uma série de sanções à Líbia e o início de um processo de investigação sobre os crimes de guerra cometidos no país, os EUA anunciaram a aproximação de forças militares no país, através de sua Marinha. Dois navios de guerra com centenas de marinheiros estão estacionados no mar Mediterrâneo e preparados para uma eventual intervenção.

    Ao mesmo tempo, o país aventa a possibilidade de decretar um “espaço de exclusão aéreo”, que na prática significaria a invasão do país por ar e o bombardeio de posições de forças pró-Kadafi.

    O povo líbio e os setores dissidentes do Exército, porém, mostram a força da revolução contra Kadafi. Do Leste, a oposição foi avançando sobre a capital e hoje o ditador se vê encurralado em Trípoli. Segundo a imprensa internacional o povo e, principalmente os jovens, estão tendo treinamento militar em Bengasi para o enfrentamento final contra o ditador.


    Civis têm treinamento militar em Bengasi


    Nenhuma confiança no Imperialismo

    Desde o final dos anos 90, com a aproximação do ditador ao Ocidente e abertura do país às multinacionais, os EUA, assim como o imperialismo europeu, vinham estreitando suas relações com o regime de Kadafi.

    Obama só foi condenar abertamente o ditador líbio quando já estava claro que a sua ditadura estava com os dias contados. A partir daí, os EUA vem tentando utilizar a mesma tática que implementam no Egito, ou seja, articular e tentar dirigir a transição no país, mantendo os seus interesses. Na Líbia isso é especialmente importante devido ao petróleo e o gás exportados a todo o planeta.

    O povo líbio, porém, demonstra não depositar qualquer confiança no imperialismo e trata de enfrentar Kadafi com as próprias mãos.


    LEIA TAMBÉM:

  • Declaração da LIT-QI: Fora as mãos imperialistas da Líbia!


  • Retirado do Site do PSTU

    segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

    O que é o imperialismo?

    Caminhe pelas ruas do bairro onde você passou a infância. Em vão você vai procurar pelo mercadinho no qual trocava meia dúzia de moedas por um punhado de balas, tiradas do baleiro de vidro que ficava em cima do balcão, junto com a balança Filizola e o papel de enrolar pão. No lugar dele, ou na próxima esquina, o que você vai encontrar é um grande hipermercado: Carrefour, Extra ou Pão de Açúcar se você estiver no sul-sudeste; GBarbosa, Líder ou DB se estiver no norte-nordeste.

    Se prestarmos atenção à vida econômica, veremos que existe uma tendência ao desaparecimento das pequenas empresas, que são cada vez mais substituídas por grandes estabelecimentos e franquias internacionais. É claro que novas pequenas empresas surgem a todo instante, mas pouquíssimas sobrevivem. A falência é o fantasma que atormenta o sono dos micro e pequenos empresários todas as noites. E para 99,9% deles a hora de fechar as portas acaba chegando, mais cedo ou mais tarde. A razão de tantos fracassos não é, ao contrário do que tentam nos convencer, o custo da força de trabalho, os altos impostos ou a falta de qualificação dos trabalhadores, mas sim um velho fenômeno conhecido de todos nós, porém pouco lembrado ultimamente: o imperialismo. Exatamente. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos e a falência do armazém da esquina têm a mesma causa: o super-crescimento dos monopólios, que engolem as pequenas empresas e dominam a economia mundial.


    O que é um monopólio?

    O capitalismo do século 19 era muito diferente do de hoje. Em cada ramo da indústria havia uma infinidade de empresas que disputavam livremente o mercado, cada uma oferecendo seus produtos pelo menor preço possível. Era a época da chamada “livre concorrência”.

    Na luta pelos consumidores, as empresas iam aperfeiçoando o processo produtivo, introduzindo novas tecnologias ou fazendo com que seus operários trabalhassem mais e melhor pelo mesmo salário. Quando isso acontecia, os custos de produção dessas empresas caíam brutalmente e elas conseguiam oferecer produtos relativamente bons a preços bastante baixos. De outro lado, as empresas que não conseguiam melhorar sua produção ou aumentar a exploração de seus operários terminavam perdendo espaço e falindo. Com a falência das indústrias menos produtivas, as empresas mais eficientes abocanhavam uma parcela cada vez maior do mercado nacional. Dessa forma, através de um ciclo de falências e incorporações sucessivas, em algumas décadas se chegou a uma situação em que cada ramo da indústria não era mais disputado por uma infinidade de empresas, mas sim dominado por um punhado de 5 ou 6 grandes corporações. Já que eram poucas, essas corporações, ao invés de continuarem engolindo umas as outras, preferiam entrar num acordo e dividir o mercado em base ao tamanho e a capacidade produtiva de cada uma. Formavam-se, assim, os primeiros cartéis, ou seja, aglomerados de umas poucas empresas que combinam o preço das mercadorias, forçando os consumidores a comprar tudo por um valor muito acima do real.

    Dessa maneira, a partir do final do século 19 o capitalismo entra em uma nova fase de seu desenvolvimento, na qual a livre concorrência, que chegou a ser considerada a “alma” do capitalismo, já não passa de um teatro de mau gosto e onde o que vale mesmo é o peso dos grandes monopólios.


    Os monopólios e os bancos

    Uma vez formado um monopólio e estabelecido o controle sobre um determinado mercado nacional, as empresas que participam do acordo começam a obter lucros extraordinários porque podem impor seus preços sem qualquer concorrência, apenas conversando entre si. Os lucros obtidos são, no início, investidos na própria produção, que cresce e se aperfeiçoa sem parar. As empresas, que já eram grandes, tornam-se gigantescas. As metalúrgicas se associam às siderúrgicas, que lhes fornecem o metal. Estas, por sua vez, se associam às mineradoras, que extraem o ferro da terra. As petroleiras compram as refinarias, que, por sua vez, compram os postos de abastecimento. Aos poucos, formam-se enormes conglomerados que controlam ramos inteiros da economia e cujos lucros ultrapassam em muito o orçamento de alguns países.

    Mas de onde sai tanto dinheiro para investir e crescer? É evidente: dos bancos. Os bancos, que no início do capitalismo eram simples intermediários nas operações de pagamento, começam a participar ativamente da produção, emprestando dinheiro para as grandes empresas. Quanto mais a indústria cresce, mais depende do crédito bancário.

    Quanto mais o banco empresta dinheiro para a indústria, mais lucro obtém e mais dinheiro tem para emprestar novamente depois. Num determinado momento, os bancos ultrapassam a indústria em riqueza e poder e resolvem ditar as regras do jogo, impondo às empresas condições de financiamento que estas são obrigadas a aceitar, sob pena de terem negados seus pedidos de empréstimo. Para garantir que os empréstimos sejam bem utilizados, os bancos compram ações das empresas devedoras e enviam seus representantes para os conselhos administrativos das mesmas. As empresas perdem assim sua autonomia e caem sob o controle dos bancos, que a esta altura também se tornaram gigantescos. No final das contas, não se sabe mais se são os bancos que investem nas indústrias ou se são as indústrias que aplicam seu dinheiro nos bancos. O capital industrial funde-se assim com o capital bancário, dando origem a uma nova força econômica e social, muito mais poderosa e devastadora, o verdadeiro Frankstein do sistema capitalista: o capital financeiro. Em cada país, meia dúzia desses mega-aglomerados financeiros controlam quase toda a economia.


    Os monopólios e o imperialismo

    O capital financeiro investe e produz dentro do país, obtendo enormes lucros. Mas logo se depara com um problema: cada nação tem as suas fronteiras e os lucros não podem crescer infinitamente dentro de um mercado finito. Por isso, do mesmo modo que um tigre não pode se alimentar por muito tempo de capim, também os monopólios não podem ficar muito tempo presos ao mercado nacional. Quando a fome de lucros aumenta, os monopólios buscam a única solução viável para seus problemas: a conquista do mercado mundial, que não é infinito, mas pelo menos é muito maior do que o mercado nacional. Essa política de conquista do mercado mundial pelos grandes monopólios é o que chamamos de imperialismo.

    Na luta por estabelecer seu império mundial, o capital financeiro utiliza distintas armas. Se o país a ser conquistado for um mercado livre, os monopólios utilizarão meios puramente econômicos: preços baixos, investimentos massivos etc. Se, ao contrário, o país-alvo for um mercado fechado, protegido por taxas alfandegárias altas ou leis que limitem a ação dos capitais estrangeiros, os imperialistas poderão recorrer à ajuda de meios não-econômicos, principalmente a guerra de conquista ou guerra colonial. É claro que os monopólios não travam eles próprios as guerras. Quem faz isso são os Estados nacionais, que a essa altura já se encontram completamente controlados por esses mesmos monopólios.

    Dessa maneira, no final do século 19 praticamente toda a Ásia, África, Oceania e Oriente Médio estavam sob controle militar direto de alguma potencia colonial, principalmente França, Inglaterra e Japão. Por sua vez, na mesma época a América Latina inteira já se encontrava sob domínio econômico dos Estados Unidos, apesar de cada país manter formalmente sua independência política. Era o auge do imperialismo.


    O imperialismo e as guerras mundiais

    Mas a divisão do mundo entre as principais potências coloniais não resolveu o problema. Como se descobriu depois, a Terra, apesar de ser muito grande, também é finita. Dessa maneira, em poucos anos de dominação imperialista do mundo, os monopólios sentiram novamente a necessidade de expandir seu domínio. Mas como agora todos os territórios importantes já se encontravam controlados por algum país imperialista, não havia outra saída a não ser... tomar do vizinho. Assim, as grandes potências da Europa entraram, no final do século 19, numa corrida armamentista que levaria, em 1914, à Primeira Guerra Mundial. Poucos anos depois, em 1939, a humanidade mergulharia em um novo abismo sangrento: Alemanha e Japão resolveram tomar na marra a parte do bolo colonial que acreditavam lhe pertencer por direito. Era o início da 2ª Guerra Mundial.


    Imperialismo e socialismo

    Por ironia do destino ou capricho da história, o imperialismo acabou fornecendo a corda com que ele próprio haverá de se enforcar um dia.

    Ora, o que significa um mundo dominado pelos monopólios? Significa que a extração, produção e distribuição de todo o tipo de bens e serviços estão integradas em um único sistema logístico internacional; significa que os departamentos de estatística dos grandes conglomerados sabem exatamente o quanto cada região do mundo consome de tal ou qual produto e o quanto pode produzir e exportar; significa que cada inovação técnica se espalha imediatamente por todo o planeta, aumentando rapidamente a produtividade do trabalho, mesmo nos cantos mais remotos do globo; significa que as fronteiras culturais e econômicas entre os países foram de fato extintas. E o que são todos esses elementos, senão as bases materiais de uma economia socialista mundial? Para desgosto da burguesia, o imperialismo é a prova definitiva de que o “livre mercado” é uma ilusão infantil e que uma economia organizada mundialmente não só é possível, como também é muito mais eficiente e lógica do que um amontoado de economias nacionais isoladas. Será possível encontrar uma demonstração mais evidente das possibilidades do socialismo?

    Não há dúvida de que nossos carrascos prestaram, a seu modo, um grande serviço. Que joguem seu jogo por enquanto. Chegará a hora em que o proletariado do mundo inteiro segurará estes senhores pelo pescoço e dirá: “Obrigado, mas daqui em diante nós assumimos”.


    Retirado do Site do PSTU