sábado, 25 de setembro de 2010

Bancários se preparam para deflagrar greve

Categoria vai cruzar os braços a partir do dia 28


Durante os oito anos de governo Lula, os banqueiros lucraram R$ 127 bilhões. Apesar disso, ainda não apresentaram proposta aos bancários, cuja data-base foi no dia 1° de setembro. Em acordo com os banqueiros, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) jogou as negociações para o final de setembro, com assembléias marcadas para o dia 28, quando deve ser deflagrada a greve.

Desde 2003, os bancários fazem greves todos os anos, mas elas só têm evitado mais perdas, conquistando pequenos aumentos acima da inflação. Isso acontece porque a Contraf-CUT, que coordena as negociações, tem privilegiado os acordos políticos com Lula e o PT, em detrimento das reivindicações da categoria.

Neste ano, reivindicam 11% de reajuste, enquanto as perdas salariais acumuladas chegam a 23,45% nos bancos privados, 80,77% no Banco do Brasil e 91,86% na Caixa Econômica Federal.

O Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB - CSP-Conlutas) apresenta uma pauta alternativa, elaborada em seu Encontro Nacional de Base e aprovada em assembléias no Rio Grande do Norte, Maranhão e Bauru (SP). A reivindicação central é a reposição integral das perdas salariais, alem de reajuste de 24% para toda a categoria, isonomia nos bancos públicos, estabilidade no emprego, fim das metas e do assédio moral e respeito à jornada de 6 horas. Por isso, a partir do dia 28, bancários se preparam para deflagrar greve em todo o país.

As traições da Contraf têm elevado o peso da oposição nos bancos públicos, como demonstraram as eleições corporativas. Mas a burocracia, aliada ao banco e ao governo, ainda é um inimigo forte. Nesta greve, a categoria deve responder se consegue derrotá-la e impor à luta sua própria dinâmica.


Retirado do Site do PSTU

"Todos juntos, todos juntos, greve geral"

Leia abaixo os relatos de Dirceu Travesso e Carlos Sebastião, o “Cacau”, integrantes da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, que acompanharam as mobilizações na França


Cerca de 3 milhões de trabalhadores participaram em 230 cidades da França das manifestações contra a reforma da Previdência proposta pelo Governo Sarkozy.

Entre outras medidas, a proposta do governo retira conquistas históricas dos trabalhadores franceses e aumenta a idade mínima para aposentadoria.

Os argumentos são os mesmos dos governos capitalistas em todo o mundo: a falta de dinheiro para bancar o pagamento das aposentadorias. Argumento inaceitável, já que foram esses mesmo governos que ante os primeiros sinais da crise econômica imperialista internacional, encontraram trilhões nos cofres públicos para entregar aos banqueiros e grandes empresas multinacionais.

As ameaças a essas conquistas não deixam dúvida sobre o caráter reacionário do capitalismo e seus governos. A ilusão vendida aos trabalhadores em todo o mundo que um dia poderiam alcançar as conquistas dos trabalhadores europeus, agora mostra o contrário.

Querem impor aos trabalhadores europeus a retirada de direitos, demissões, rebaixamento salarial, diminuição dos serviços públicos que apontam a necessidade do capitalismo, para se manter, impor o padrão de exploração dos países ditos de terceiro mundo. Ou pior que isso. Rebaixar as conquistas e direitos de todos, sejam dos trabalhadores dos países ditos desenvolvidos ou dos outros países do mundo.

Não é a toa que no Brasil também começa a se falar da necessidade de uma nova reforma da previdência com os mesmos objetivos de Sarkozy na França: retirar direitos. Mas os trabalhadores nas ruas em toda Europa, e agora na França, demonstram que podem derrotar os governos e preservar seus direitos.

Estivemos marchando junto com os 3 milhões trabalhadores que participaram em Paris das manifestações (dados da Intersindical, coordenação de oito centrais sindicais que convoca as manifestações). A concentração unitária ocorreu na Praça da Bastilha e de lá saíram duas marchas, que cortaram a cidade.

Na concentração, a grande maioria das centrais sindicais e outros movimentos disputava espaço, cada uma com agitação própria, panfletos, carros de som e... muitos balões gigantescos, não só das centrais, mas de segmentos e categorias também.

Participamos da coluna organizada por Solidaires. A marcha durou mais de três horas, se dirigindo à Praça Denfert Rochereau.

A coluna de Solidaires era das mais animadas, com forte presença de trabalhadores da saúde, PTT (correios e telecomunicações), rail (ferroviários), servidores públicos e outros setores. Havia muita gente jovem, garantindo muito entusiasmo à caminhada, impactante pela quantidade de gente, mas também pelos locais por onde se passava.

Cada rua, praça por onde passava a manifestação lembrava a história de uma classe trabalhadora que, não por acaso, tem conquistas sociais das mais avançadas do mundo. No caminho, passamos pela Sorbonne, único local “protegido” pela Polícia Militar. Em todo o restante do trajeto não havia presença de policiais.

A Praça Denfert Rochereau, local de chegada da passeata, é de onde saím as manifestações estudantis do maio de 68.

Durante o trajeto fomos apresentados a diversos militantes sindicais. A desconfiança das direções majoritárias é grande, em particular da CGT, a principal central do país.


Crise institucional

Além das grandes manifestações, o Governo Sarkozy vive uma grande crise. Denúncias de corrupção, escândalos de disputas de famílias burguesas envolvendo ministros levaram o governo a contar hoje, com a aprovação de somente por 35 % dos franceses. Índice dos mais baixos para um governo que levou a derrota de Sarkozy nas últimas eleições regionais e aponta para uma derrota eleitoral nas próximas eleições nacionais.

As conversas com os manifestantes as e palavras de ordem cantadas nas colunas de cada uma das organizações refletem o debate e os desafios colocados no processo. Professores, eletricitários, trabalhadores dos correios, ferroviários, aeroviários, bancários e tantos outros setores refletiam o contentamento pelo tamanho da manifestação mas, ao mesmo tempo, a dúvida sobre como vai continuar a luta.

Enquanto na coluna do Solidaires uma das palavras de ordem com mais força era “Todos juntos, todos juntos, Greve Geral” na coluna da CGT se cantava desde os carros de som “Todos juntos, todos juntos, sim, sim”.

Essa palavra de ordem (Todos juntos, todos juntos...) foi introduzida no movimento operário pela greve dos ferroviários de 1995, que causou uma comoção nacional e “forçou” a unidade de um amplo setor de organizações e movimentos em defesa dos ferroviários.

Até agora, com exceção do Solidaires, as outras centrais se negam a colocar a greve geral e chamam paralisações de um dia com manifestações.

Junto com esse debate vem outra diferença de palavras de ordem : “Retirada do projeto” como cantavam os setores mais à esquerda e combativos ou “Não ao projeto” como era cantada pelos outros setores.

No fundo há um debate sobre como conduzir a luta: parando a França, abrindo inclusive uma crise maior com possibilidade de queda do governo Sarkozy, ou pressionar para uma negociação de alterações dentro do projeto do governo, permitindo a reforma necessária para a burguesia e canalizando todo o processo para a via eleitoral e as próximas eleições presidenciais, via o bloco PS–PC.

No dia 15 de setembro foi votado e aprovado na Câmara de Deputados o projeto de reforma. Agora o projeto será votado no Senado, com previsão para meados de outubro. Os setores que defendem a via da negociação se recusaram a chamar uma manifestação no dia 15 e jogaram para ontem, 23 de setembro.

Mais uma vez o debate sobre a continuidade da luta e a possibilidade de derrotar de conjunto os ataques do governo Frances está colocado. Quem deve pagar a conta da crise? São os banqueiros e as multinacionais ou aceitar a lógica da burguesia de que os trabalhadores devem pagar a conta e negociar um ou outro detalhe no projeto?

Enganam-se os que acham que esse é um debate dos trabalhadores franceses. Está se jogando na Europa qual a saída para a crise econômica em todo o mundo. Se os governos capitalistas europeus, particularmente o francês, impõem esse ataque derrotando os setores mais organizados da classe trabalhadora mundial, a burguesia e o imperialismo, como um todo, se fortalecem para atacar os trabalhadores e povos do mundo.

A vitória de nossa classe na Europa, ao contrário, fortalecerá a luta e a resistência em nível internacional.

Os trabalhadores da França não estão sozinhos. Estão ocorrendo mobilizações em vários outros países e, no próximo dia 29, está convocada uma greve geral na Espanha.

Mas há dificuldades de coordenação e unificação dessas lutas, devido à política das direções majoritárias.

A CSP–Conlutas se fez presente nas mobilizações do dia 23, na França, levando a nossa solidariedade de classe e buscando estabelecer contatos, fortalecer relações com setores sindicais combativos.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Debate do jornal Brasil de Fato será nesta terça

No dia 21, acontecerá um debate entre os presidenciáveis da esquerda, promovido pelo jornal Brasil de Fato. O candidato do PSTU, Zé Maria, confirmou presença e apoia a iniciativa. O evento será transmitido pela internet na página do Brasil de Fato. Os sites do PSTU e de Zé Maria também terão link para assistir ao debate ao vivo.

A iniciativa visa se contrapor à falta de democracia. “A mídia corporativa cumpre um papel fundamental nesta mediocrização das campanhas eleitorais”, diz, em nota, o jornal.




O Brasil de Fato convidou Dilma Rousseff (PT), Ivan Pinheiro (PCB), Marina Silva (PV), Plínio Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU). Estão confirmadas as presenças de Ivan Pinheiro (PCB), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU). Evidentemente, Dilma e Marina não aceitaram o convite. Isso apenas confirma que essas candidaturas não fazem parte do campo da esquerda. Como as demais, dependem dos milhões que são doados pelas grandes empresas e bancos e, portanto, estão amarradas aos interesses dos mesmos.

O que causou surpresa, porém, foi o comunicado de ausência de Plínio. O candidato do PSOL declarou que não tinha espaço na agenda. No mesmo dia, Plínio participará de um evento no Instituto Ethos, uma entidade empresarial. O PSOL também não participou das reuniões convocadas pelo Brasil de Fato para definir o debate, em que teria a oportunidade de propor outra data.

A iniciativa do jornal Brasil de Fato será, mais do que um debate, um protesto à ditadura da mídia. Segundo a nota, o jornal diz, corretamente, que “A cobertura limita-se exatamente a aqueles com os orçamentos milionários, a linha editorial prioriza as trajetórias e características pessoais dos candidatos”.


Como vai funcionar?

O debate terá cinco ou seis blocos, ainda a definir, em que cada candidato terá três minutos para responder as mesmas perguntas. Em dois ou três blocos, as perguntas serão feitas por um mediador do Brasil de Fato.

No bloco seguinte, jornalistas farão perguntas aos candidatos. Em outro bloco, as perguntas serão dos internautas coletadas nos dias que antecedem o debate. Todos os candidatos terão um tempo para fazer as suas considerações finais.

O debate será realizado no auditório da Ação Educativa, no dia 21 de setembro, às 21h. “A ideia é que seja um debate para a mídia”, diz Nilton Viana, editor do Brasil de Fato, em entrevista à Radioagência NP.

A transmissão será feita pelo site do Brasil de Fato e rádios e TVs comunitárias. O jornal convoca outros veículos de comunicação da imprensa alternativa e popular a se somarem a essa atividade.


SERVIÇO
Data:
21 de setembro
Local: Ação Educativa (Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque, São Paulo – SP)
Credenciamento de imprensa: agencia@brasildefato.com.br


Retirado do Portal Zé Maria Presidente

Chapa apoiada pela CSP-Conlutas vence eleições do sindicato dos metroviários de São Paulo

São Paulo, madrugada do dia 18 de setembro, sábado, por volta de 1h20 da manhã. O atual presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e candidato à reeleição, Wagner Gomes, anuncia a vitória da chapa 2 “Oposição, é hora de mudar”.

Nesse momento, uma explosão de alegria toma conta dos militantes da oposição que se encontravam na quadra do Sindicato dos Metroviários, onde estava sendo realizada a apuração da eleição.

Após o anúncio, Altino de Melo fez uma breve saudação aos militantes e, já como novo presidente do sindicato, conclamou a unidade em defesa dos metroviários. A chapa 2 obteve 53% dos votos válidos, contra 47% da chapa 1.


Sindicato de referência

No dia 26 de agosto o sindicato dos metroviários completou 29 anos. É um sindicato de referência nacional no setor de transporte e um dos mais importantes do país. A categoria tem por volta de 8.600 metroviários, sendo 6.640 associados.

A “Chapa 2, Oposição é Hora de Mudar”, obteve 2.650 votos, ou 53%, e a Chapa 1, “Sindicato no Rumo Certo”, 2.321 votos, ou 47%. Votos brancos foram 28 e nulos 187, totalizando 5186 participantes. A chapa 2 foi composta pela CSP-Conlutas, Intersindical, a corrente “Unidos Pra Lutar” e dois outros grupos independentes, um deles ligado ao setor da segurança. A chapa 1 foi formada pela CTB e a CUT.

A campanha foi marcada por um debate sobre os problemas da categoria. No meio do processo, a direção do sindicato baixou o nível e partiu para ataques pessoais, mas o mais importante é que a categoria participou ativamente da eleição e não se intimidou.

Para falar dessa histórica vitória, falamos com Altino de Melo Prazeres Júnior, que encabeçou a chapa 2, e é militante do PSTU e da CSP-Conlutas.


Portal do PSTU - Qual a importância dessa vitória para o movimento dos trabalhadores de São Paulo?

AltinoEm primeiro lugar, quero dizer que vamos cumprir com nossos eixos de campanha que tem, entre outros pontos, a necessidade de devolver o sindicato para as mãos dos metroviários, pois a atual diretoria estava muito distante da base. Esse sindicato, que é uma referência para as lutas, estava atrelado ao governo Lula, e fazendo parceira com a empresa. Agora vamos defender os interesses dos metroviários, porque vamos ser independentes dos governos, sejam eles quais forem.


Como foi a formação da chapa?

Nós primeiro propusemos formar uma chapa nas áreas, os trabalhadores escolheriam os diretores e quem encabeçaria a chapa. A atual diretoria não aceitou. Então propusemos para a oposição realizar uma prévia pela base entre as correntes da oposição e, nessa prévia, também se escolheria o encabeçador da nossa chapa, que tinha três companheiros concorrendo. Mas o Metrô não permitiu a realização da prévia. Então não houve outro jeito a não ser fazer uma convenção para escolher o presidente de chapa. As outras correntes retiraram os nomes ficando só o meu.


A que você atribui a vitória?

Em primeiro lugar, à categoria que confiou no nosso projeto, que é de construção de um sindicato independente dos governos e que lute pela categoria, pois estamos sendo atacados pela empresa e o nosso sindicato não reagia a esses ataques. Para se ter uma idéia, em todo o país as categorias estão conquistando aumento real aqui não conseguimos nem a reposição da inflação.


Como será a convivência entre as correntes?

Da melhor forma possível, organizaremos o trabalho do sindicato através de comissões de base. A organização de base é quem de fato decidirá o rumo de categoria em cada momento, e também através de suas assembléias.


E sobre a filiação do sindicato à CTB, já que você é da CSP–Conlutas?

Faremos um amplo e real debate na base e só depois a categoria vai decidir o que fazer.


E agora?

Agora vamos arregaçar as mangas e dar prosseguimento ao trabalho que já vínhamos fazendo. Quero aqui agradecer a todos aos militantes das outras organizações, mas quero mandar um agradecimento especial aos militantes do PSTU que muito ajudaram nessa vitória histórica.


Retirado do Site do PSTU