sábado, 17 de outubro de 2009

Justiça nega abusividade do movimento e greve da Caixa se fortalece

Mesmo com o ajuizamento do dissídio por parte da Caixa, os bancários em todo o país não se intimidaram com a intransigência de Lula e do seu “time” que hoje está à frente da direção da Caixa Econômica Federal
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Apostando no TST para sair do impasse que a própria Caixa criou nas negociações, a direção da empresa e o Governo Lula sentiram o peso da mobilização dos bancários, que respondeu a essa política truculenta com luta.

Ontem, um fortíssimo piquete em frente à CETEL (central que abriga cerca de mil trabalhadores terceirizados) impediu o funcionamento de dos setores de telemarketing e parte da tecnologia, em São Paulo. Uma ação radicalizada que há muito não se via numa greve de bancários.

Além disso, no final da tarde de ontem, a maioria das assembléias decidiu manter a greve nacional e o movimento segue com força nos 26 estados e no Distrito Federal.


Derrota na Justiça dá mais fôlego à greve

Tentando não negociar com os trabalhadores ao utilizar a Mesa Única da FENABAN como escudo, Lula e a direção da Caixa se viram de mãos atadas frente a uma greve muito mais forte que nos últimos anos e apelaram para o dissídio e um pedido de liminar decretando abusividade da greve na última quinta-feira, 15/10.

No entanto, a derrota veio a galope. A abusividade e a determinação de retorno ao trabalho foram negadas pelo tribunal. Essa derrota acirrou ainda mais os ânimos dos trabalhadores, que agora fortalecem e radicalizam a greve, enquanto a Caixa está sendo obrigada a esperar por duas audiências de conciliação (a primeira foi marcada para a próxima quarta-feira, dia 21/10) antes do julgamento do dissídio, com a maioria das suas agências fechadas.

Esse cenário dá um fôlego a mais à greve e abre a possibilidade de, através do fortalecimento do movimento, os bancários conseguirem arrancar da Caixa as suas reivindicações.


MNOB/Conlutas orienta aprovação de contraproposta e fortalecimento da greve

O Movimento Nacional de Oposição Bancária (ligado à Conlutas) entende que este é o momento de ampliarmos e fortalecermos o movimento, pois há espaço para conquistar as reivindicações da categoria até o julgamento do dissídio. A orientação também se estende às bases sindicais que suspenderam o movimento. Os trabalhadores cujos sindicatos encerraram a greve devem exigir das direções que chamem novas assembléias para que retomem o movimento, pois essas localidades estão isoladas a partir do momento que a greve segue forte em mais de 90% das localidades.

O MNOB/Conlutas orienta aos trabalhadores que aprovem nas assembléias a apresentação de uma contraproposta à direção da Caixa, que contemple:

- PCF já! 6 horas sem redução de salário;
- Isonomia: licença-prêmio e ATS para todos;
- Reposição das perdas;
- Não compensação dos dias da greve. Nenhuma punição aos que lutam por todos.

Além disso, o MNOB/Conlutas está formando uma comissão de sindicalistas para exigir de parlamentares que intervenham junto ao Governo Lula para que se reabram as negociações e para que sejam atendidas as reivindicações dos bancários.

Esta é uma iniciativa importante, que aliada ao fortalecimento da greve a partir de segunda-feira, 19/10, pode dar um norte político ao movimento, cobrando diretamente e jogando a responsabilidade da greve para Lula, a Casa Civil e seus ministérios, aumentando a possibilidade de vitória da categoria.


Veja o quadro nacional do movimento

A greve na Caixa segue forte em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Ceará, Florianópolis, Bahia, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará/Amapá, Maranhão, Piauí, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, Alagoas, Acre, Campo Grande (MS), Nova Friburgo (RJ), Feira de Santana (BA), Vitória da Conquista (BA), Andradina (SP), Assis (SP), Blumenau (SC), Campina Grande (PB), Catanduva (SP), Corumbá (MS), Dourados (MS), Guaratinguetá (SP), Jaú (SP), Lins (SP), Marília (SP), Naviraí (MS), Ponta Porá (MS), Presidente Prudente (SP), Presidente Wenceslau (SP), Ribeirão preto (SP), Rio Claro (SP), Rondonópolis (MT), Santos (SP), São Carlos (SP), São José dos Campos (SP), São José do Rio Preto (SP), Sorocaba (SP), Mogi das Cruzes (SP), Três Lagoas (MT), Tupã (SP), Vale do Ribeira (SP), Votuporanga (SP), Videira (SC), Atibaia (SP), Vale do Paranhana (RS), São Miguel do Oeste (SC), Chapecó (SC), Araranguá (SC), Concórdia (SP), Divinópolis (MG), Joaçaba (SC).

Suspenderam a greve da Caixa: ABC Paulista, Itaperuna (RJ), Taubaté (SP), Araraquara (SP), Bragança Paulista (SP), Caxias do Sul (RS), Criciúma (SC), Franca (SP), Guarapuava (PR), Guarulhos (SP), Jau (SP), Jundiaí (SP), Piracicaba (SP), Santiago (RS), Teófilo Otoni (MG), Toledo (PR), Umuarama (PR), Araçatuba (SP), Arapoti (PR), Limeira (SP), Vale do Caí (RS), Campinas (SP), Guaporé (RS).

Outros bancos em greve: Os trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e do Banco do Estado de Sergipe (Banese) também permanecem em greve, aguardando propostas da direção da empresa. O Banco da Amazônia apresentou nova proposta em negociação e os trabalhadores irão submetê-la às assembléias.

A história da luta de classes é implacável: Sônia Godeiro e Valério Fonseca se filiam ao PSOL

Ex-integrantes do PSTU se filiam ao PSOL

Sônia Godeiro, Paulo Martins e outros foram expulsos do PSTU sob a alegação de não ouvirem as recomendações do partido na direção dos sindicatos.

O diretor do Sindsaúde, Paulo Martins, e os militantes Sônia Godeiro e Valério Fonseca, ex-integrantes do PSTU, se filiaram ao PSOL com objetivo de se candidatarem em 2010.

Eles foram expulsos do PSTU em abril deste ano sob a alegação de não ouvirem as recomendações do partido na condução dos sindicatos.

O PSOL foi fundado no Rio Grande do Norte há cinco anos, tem cerca de 600 filiados e está presente em 12 cidades no estado.

Neste ano, o partido reconduziu pela terceira vez Sandro Pimentel na presidência. De acordo com ele, o objetivo em 2010 é ampliar a atuação do partido e emplacar um deputado estadual ou federal nas eleições.

Retirado do site do nominuto.com

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Bancários da Caixa e BNB seguem em greve após mais uma traição da CUT

Em conluio com os banqueiros e o Governo Lula, CUT orientou aceitação de acordo rebaixado para enfraquecer a greve. Ainda assim, trabalhadores da Caixa e BNB seguem na luta
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Depois de iniciada a greve no dia 24/09, a direção da CONTRAF/CUT orientou que todos os sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores aceitassem na última quinta-feira (08/10), uma proposta de reajuste de 6% oferecida pelos banqueiros. Este reajuste rebaixado não contempla nem de longe os 23,35% de perdas acumuladas para os trabalhadores do setor privado e menos ainda a defasagem salarial nos bancos públicos.

Mesmo diante de uma greve fortíssima que enfrenta um setor que foi um dos que mais lucraram no período de crise (só no primeiro semestre, os bancos no país lucraram mais de R$ 14 bilhões), a CUT preferiu seguir à risca a orientação de Lula e desmontar a greve para que o movimento dos trabalhadores não se chocasse com os planos do governo e da patronal.


CUT e gerentes acabam a greve no BB

No mesmo dia 08/10, o Banco do Brasil apresentou uma proposta que ratificava os 6% da FENABAN, acrescentando mais 3% sobre o Plano de Cargos e Salários, provando que é possível quebrar a Mesa Única e garantir uma greve unificada com negociações específicas, enfrentando diretamente o Governo e a direção das estatais.

Ainda assim, a proposta do Banco do Brasil ainda era extremamente rebaixada e por esse motivo o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB/Conlutas) se colocou radicalmente contrário à proposta, pois a greve tinha muita força e era possível arrancar muito mais.

No entanto, as direções ligadas à CUT orientaram a aceitação do acordo tanto no setor privado quanto no Banco do Brasil e foi desmontando a greve nacional não porque os trabalhadores estavam satisfeitos com a proposta, mas fazendo terrorismo com os trabalhadores, agitando a proposta como uma "vitória" e atuando em unidade com os gestores do banco, que lotaram as assembléias em todo o país para acabar com o movimento.

Mesmo diante de mais uma traição cutista, prosseguiram em greve nas assembléias do dia 08/10 as bases de Brasília, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba, além dos sindicatos ligados ao MNOB/Conlutas (Rio Grande do Norte, Maranhão e Bauru), que orientaram a continuidade da greve.

Em Brasília, Belo Horizonte (ambos ligados à CUT), o sindicato sequer conseguia intervir, tamanhas eram as vaias e manifestações de repúdio que os trabalhadores lançavam contra o peleguismo de suas direções. Entretanto, no dia seguinte, a CUT conseguiu o seu objetivo e foi enterrando o movimento nas bases que ainda resistiam, até acabar com a greve nacional.


Caixa e BNB seguem na luta

Mesmo diante de mais uma ação bem sucedida da CUT, os trabalhadores ainda não estão derrotados. Os bancários da Caixa e do BNB ainda constroem uma greve de peso, que não apresenta sinais de refluxo.

A Caixa ainda não apresentou nenhuma proposta específica, apenas ratificou a proposta da FENABAN. Já o BNB, apresentou uma proposta muito rebaixada e que ainda precisaria de confirmação do DEST, para autorizar o acordo. Como resposta, os bancários da Caixa em todo Brasil seguem a greve em todos os estados e no BNB, os trabalhadores demonstram que não estão dispostos a acabar o movimento em troca de um "cheque em branco" do Banco do Nordeste.

A tática da CUT já utilizada em anos anteriores, de isolar a greve da Caixa e do BNB, tem um objetivo claro: enfraquecer o movimento para facilitar o desmonte da greve com uma proposta rebaixada. Mas, é justamente nesse setor que o movimento está mais radicalizado e forte. A proposta do MNOB/Conlutas é fazer uma caravana a Brasília, com representações das bases sindicais, para que a partir desta terça-feira possamos forçar que o Governo a negociar.

Além de reajuste, os bancários lutam por isonomia (ATS e Licença-Prêmio), contratação de mais empregados, melhorias no plano de cargos e salários, plano de funções, etc.

Este é o momento de intensificar e radicalizar a greve, pressionando Lula, a direção dos bancos públicos e as direções sindicais governistas. Afinal, somente a unidade dos trabalhadores em luta pode derrotar essa aliança maligna.