sábado, 28 de janeiro de 2012

CSP-Conlutas lança campanha de apoio financeiro aos moradores do Pinheirinho

Além de alimentos e roupas, conta bancária foi divulgada para receber doações financeiras


A CSP-Conlutas e as demais entidades não vão abrir mão de exigir dos governos que garantam condições dignas para as famílias desalojadas do Pinheirinho. Entretanto, temos acompanhado a situação alarmante em que se encontram os moradores abrigados em locais sem infraestrutura. As casas dessas pessoas estão sendo demolidas com seus pertences dentro, num ato de total vandalismo e irresponsabilidade por parte da prefeitura.

Diante dos fatos, a CSP-Conlutas está lançando uma Campanha de Solidariedade Urgente ao Povo do Pinheirinho. A CSP-Conlutas Nacional centralizará as doações por meio de sua conta bancária para as entidades que queiram ajudar financeiramente. Além disso, esta campanha consistirá também na arrecadação de alimentos, roupas, remédios e material de higiene.

A Central, através de algumas entidades filiadas, já arrecadou emergencialmente até o momento cerca de R$ 50 mil, o que é muito pouco diante das necessidades dessas famílias. Por isso é importante que todas as entidades e sindicatos filiados contribuam com a campanha financeira.


Ajuda financeira se faz necessária

Cerca de 1 mil moradores do Pinheirinho se refugiaram na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Colonial. Essas pessoas se deslocaram da Igreja e agora encontram-se nos abrigos da prefeitura.

Esses centros, parecidos com campos de concentração, são precários e as pessoas seguem sem informação e orientação da prefeitura. Em abrigos improvisados, como na Quadra Poliesportiva da região, não tem água para beber e nem tampouco nos banheiros existentes.

As crianças choram de fome porque o leite só é entregue pela prefeitura uma vez por dia e não é suficiente. Durante a desocupação, a população do Pinheirinho teve que sair de suas casas apenas com a roupa do corpo. Tem relatos de pessoas que estão passando mal por que não tiveram tempo sequer de pegar os medicamentos de uso contínuo.

Se do Governo estadual e municipal do PSDB prevaleceram a violência, a irresponsabilidade e a omissão, vamos demonstrar que de nossa parte não faltarão ações de solidariedade.

Este povo, que neste momento caiu, poderá se levantar com a nossa ajuda!


Contribua!

Banco do Brasil
Agência: 4223-4
Conta Corrente: 8908-7
Central Sindical e Popular Conlutas


Retirado do Site do PSTU

O assassino Alckmin ensaia um recuo parcial

Governo do estado
Alckmin e prefeito Cury após brutal reintegração
O governo Alckmin está sofrendo um desgaste muito maior do que imaginava por seu ataque assassino contra os moradores do Pinheirinho. Neste momento, uma onda de indignação comove o país com as imagens da violência policial contra os moradores e a derrubada de suas casas. A truculência da polícia de Alckmin se soma à absoluta falta de proposta de encaminhamento para os moradores desalojados. O ataque da polícia foi minuciosamente planejado, mas o governo não tinha nenhum plano sobre o que fazer com duas mil famílias sem-teto.

O movimento de repúdio se espalhou em atos contra o PSDB em todo o país. Neles, uma ampla unidade de ação se expressou, incluindo entidades de todas as colorações políticas, juristas, intelectuais, artistas. Vídeos da violência policial correm o mundo. Uma dupla de cineastas, ao receber um prêmio do governo de estado, leu um manifesto de repúdio à ação da polícia, demonstrando enorme coragem. Juristas fizeram manifesto de denuncia à OEA. Uma relatora da ONU para habitação repudiou o despejo.

Seguramente o PSDB deve estar vendo o desgaste nas pesquisas de opinião, e que as coisas não evoluíram como previam. Então, os assassinos Alckmin e o prefeito Eduardo Cury anunciaram um plano de emergência habitacional para São José dos Campos (SP) em que prometem 5000 moradias, incluindo 1100 apartamentos para os moradores do Pinheirinho, além do aluguel social de R$ 500 por seis meses.

Trata-se de um recuo parcial do governo Alckmin. Os apartamentos seriam construídos em 18 meses em terrenos bem distantes- Putin e Alto de Santana- e em número insuficiente para abrigar os desalojados. Além disso, querem manter o controle policial de tudo, mantendo a repressão sobre o movimento. No momento do anúncio de Alckmin, os moradores desalojados continuavam confinados em locais sob a mira de policiais com escopetas. Os assassinos do PSDB querem evitar a carapuça de barbárie social que já está sobre suas cabeças.

Os moradores exigem que todos os desalojados sejam incorporados e que as casas sejam construídas no terreno do Pinheirinho. Querem também que seja o próprio movimento do Pinheirinho que controle todo esse processo. Que sejam punidos os responsáveis pela repressão brutal ocorrida, e se investigue a situação dos feridos e desaparecidos no confronto.


Dilma: desaproprie o terreno do Pinheirinho

Enquanto isso, a presidenta Dilma Roussef declarava em Porto Alegre que a ação do PSDB em São José foi uma “barbárie”. Era uma resposta à mobilização em repúdio contra a violência policial no Pinheirinho que esteve presente em todo o Fórum Social Mundial que se realiza nessa cidade, inclusive em frente ao hotel em que ela se hospedava.

Infelizmente, logo depois disse, segundo a imprensa, que: “apesar de discordar do que ocorreu, o governo federal não tem muito o que fazer, pois respeita as demais autoridades – no caso, o governo de São Paulo e a prefeitura de São José dos Campos, ambos comandados pelo PSDB, e a Justiça paulista.”

A maioria dos trabalhadores do país, inclusive dos moradores do Pinheirinho, votou em Dilma para presidente na esperança de ter um aliado no poder. Hoje Dilma é presidente e dispõe de duas enormes forças em suas mãos. A primeira é o poder de Estado, superior ao de qualquer governador e prefeito do país. A segunda é o apoio popular que segue sendo muito grande no término de seu primeiro ano de mandato.

O governador Alckmin e o prefeito Eduardo Cury agiram em claro apoio ao bandido Naji Nahas, impondo a “barbárie” no Pinheirinho. Os moradores do Pinheirinho esperam uma resposta do governo Dilma que deveria se traduzir numa ação clara: a desapropriação do terreno para resolver o problema social das famílias desalojadas.

A presidente tem o instrumento jurídico para tomar essa iniciativa, que é a desapropriação. O governo possuiu esta prerrogativa declarando-as áreas de interesse social. Tem, inclusive, argumentos claros porque a empresa de Nahas, proprietária do terreno, deve R$ 16 milhões só de impostos. Seus credores hoje são os governos. Na verdade, Nahas grilou esse terreno, e até mesmo essa “propriedade” é fraudulenta.

A desapropriação só desagradaria os ricos e poderosos, mas teria um enorme apoio popular, não só em São José dos Campos, mas em todo o país. Portanto, acreditamos que basta vontade política para realizar a desapropriação. Não se pode manter “respeitar” o assassino Alckmin, depois do que foi feito. Não é possível deixar a direita agir impunemente e apenas fazer declarações. É um precedente que não podemos permitir.

Esperamos que seja esse o sentido das declarações de representantes do Ministério das Cidades que na próxima semana verificarão áreas de São José que não tenham utilidade pública e pertençam à União, e que poderão ser destinadas aos ex-moradores da comunidade Pinheirinho.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Plenária dos movimentos sociais aprovam ato de solidariedade ao Pinheirinho em Natal/RN

O Pinheirinho é a maior ocupação urbana da América Latina, um terreno na cidade de São José dos Campos que pertencia à massa falida da empresa Selecta, do mega-especulador Naji Nahas, que deve milhões aos cofres públicos e continua sendo acobertado pela "justiça".

No último domingo, a prefeitura de São José dos Campos e o Governo do Estado de São Paulo, governados por Eduardo Cury e Geraldo Alckmin (ambos do PSDB), articularam junto com o judicário paulista o descumprimento de uma decisão do Tribunal Regional Federal e ordenaram a reintegração de posse do terreno para favorecer Nahas e a especulação imobiliária. A "justiça" e a polícia de São Paulo foram então mobilizadas para expulsar violentamente os trabalhadores do Pinheirinho de suas casas em que habitavam há quase 10 anos.

A desocupação do Pinheirinho foi então inscrita com sangue e fogo contra os moradores, para beneficiar especuladores em detrimento de milhares de famílias, mas não apenas isto. Esta é mais uma expressão da escalada de criminalização dos movimentos sociais que ocorre em nosso país, com os governantes querendo transformar quem luta por seus direitos em criminoso.

Se morar é um direito, OCUPAR É UM DEVER! Por essa razão, em vários locais do país os movimentos sociais estão se solidarizando com a luta do Pinheirinho. Após a plenária vitoriosa dos movimento sociais realizada no dia 25/01/2012, deliberou-se pela realização de uma manifestação política nas ruas, em defesa da Ocupação do Pinheirinho.

Por isto, no dia 31/01 vamos todos às ruas para denunciar a repressão ao Pinheirinho encabeçada pela polícia, pela "justiça" e pelos governos do PSDB, bem como para exigir do Governo Dilma que abandone a solidariedade apenas de discurso e se coloque de fato ao lado dos trabalhadores, desapropriando o terreno em benefício dos moradores, pois o Governo Federal também é responsável na medida em que se negou a impedir o massacre popular.

Contemos com a presença de tod@s @s pessoas, ativistas, militantes, dirigentes, entidades a se somarem nessa luta em defesa do direito à moradia e ao direito de lutar pelo que é nosso. SOMOS TODOS PINHEIRINHO!

Apesar da repressão, milhares protestam em defesa do Pinheirinho em São Paulo

As festividades organizadas para celebrar o aniversário de S. Paulo, neste dia 25, viraram palco para que milhares cerca de 3 mil pessoas expressassem sua indignação e revolta contra a onda de violentos ataques que vêm sendo cometidos contra o povo pobre e os movimentos sociais, da cidade e do estado. A luta contra a criminosa e sanguinária reintegração de posse do Pinheirinho foi o principal mote do protesto. Mas não o único.

A compreensão de que todos estes ataques são expressões de uma mesma política de “higienização” sócio-racial e criminalização da pobreza e dos movimentos que se organizam para combatê-las, também levou às ruas a denúncia do que vem ocorrendo na região da “cracolândia”, na Favela do Moinho e nos bairros da periferia da cidade.

Em mais uma demonstração de truculência, a PM tentou dispersar a manifestação com cassetetes, bombas e gás de pimenta. Mas, não só não conseguiu impedir o protesto, como instigou, ainda mais, as organizações e militantes que convocaram o ato a intensificarem as atividades, como foi anunciado pelo “Comitê de Solidariedade ao Pinheirinho”, no final do ato (veja abaixo).


“Crianças morrendo, governo se escondendo”

Os protestos tiveram início às 9h da manhã, na Catedral da Sé, onde estava sendo celebrada uma missa em homenagem à cidade. Dentro da igreja estavam alguns dos principais responsáveis pelas políticas fascistóides que estão em curso. Além do odiado prefeito Gilberto Kassab (PSD), também estavam Andrea Matarazzo (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB). O covarde do governador “Generaldo” Alckmin (PSDB) nem sequer deu as caras e mandou seu vice, Guilherme Afif, do mesmo partido do prefeito.

Do lado de fora, o que se via eram trabalhadores e jovens convocados pelas centrais sindicais, por partidos políticos de esquerda e pelas entidades dos movimentos estudantil e popular, de negros e negras, de mulheres, de LGBT’s, dos movimentos sem-teto e sem-terra, dos trabalhadores da cultura, ou daqueles que lutam em defesa da população de rua.

Uma onda de comoção tomou os participantes com a chegada de uma comissão com cerca de dez de moradores do Pinheirinho. Falando em nome do grupo, o companheiro Samuel, que também é militante do PSTU, saudou a manifestação: “Em nome dos moradores do Pinheirinho, quero agradecer, de coração, a todas as entidades, companheiras e companheiros, que vieram a este ato. O que está sendo feito com a gente, lá, é um crime muito maior do que vocês estão vendo na televisão. Tem gente ferida, gente sumida e, certamente, gente morta. A prefeitura, a imprensa e até os hospitais estão escondendo a verdade. Derrubaram nossas casas, destruíram nossos sonhos, bateram na nossa gente, mas nós estamos aqui para mostrar que ainda estamos de pé e com a ajuda de lutas como esta nós vamos reerguer o Pinheirinho.

Ao lado de Samuel, outros moradores não se cansavam em relatar a calamidade que se abateu sobre eles. Rafael contou como sua filha, de 10 meses, sofreu, inalando gás e apavorada com as bombas que foram lançadas na igreja da comunidade, onde mulheres e crianças buscaram refúgio e proteção durante a invasão policial. Já Anderson dizia que “pior do que as cenas de horror daquela madrugada, só mesmo o que estamos vendo na igreja onde nosso povo tá jogado sem nada, sem comida, sem água, sem colchão, sem uma muda de roupa. Mas ainda com esperança”.


“Fascista, fascistas, não passarão”


Foi entoando esta palavra de ordem que os manifestantes “abraçaram” a Catedral. A manifestação pacífica, que tinha como objetivo garantir que as “autoridades” ouvissem o clamor da população, foi brutalmente atacada pela PM para garantir que Kassab, como um rato que é, fugisse pelo fundo da igreja. O que ele só conseguiu, diga-se de passagem, respirando o gás disparado pelos seus próprios capachos e com seu finíssimo terno coberto de ovos, atirados por alguns manifestantes.

Apesar da confusão causada pela polícia e dos muitos que se feriram durante a ação, os manifestantes deram uma demonstração de que ninguém mais está disposto a se curvar diante dos desmandos desta corja e se reagruparam para organizar uma passeata até a prefeitura, onde Kassab havia programado uma homenagem a Alckmin e Dilma.


“Oh, Alckmin, seu matador, assassinado o povo trabalhador”

Durante o percurso, enquanto os oradores se revezavam ao microfone, as palavras de ordem que ecoavam pelas ruas do centro expressavam não só a indignação generalizada, mas também a enorme unidade e a corrente de solidariedade que se formou em torno do Pinheirinho.

Os movimentos negros lembravam que os ataques ao Pinheirinho, ao Moinho e à periferia tem tudo a ver com os vários episódios de racismo que aconteceram recentemente em S. Paulo ao cantar: “São Paulo, estado racista, governador assassino e fascista”. E, a todo momento, os manifestantes lembravam a todos que está por trás das bombas, balas e demais crimes sociais que estão sendo cometidos: “Oh Pinheirinho, estou com você, contra o massacre do PSDB”.

Além disso, foram diversos os manifestantes que lembraram que, lamentavelmente, a tragédia do Pinheirinho poderia ter sido evitada. Se Dilma e o governo do PT realmente tivessem compromisso com os trabalhadores, como afirmam ter, hoje, S. José não teria 9 mil pessoas com seus bens e vidas aos pedaços.


“Oh, oh, Dilma, expropriar...pro Pinheirinho ter casa pra morar”

Falando já na frente da prefeitura, Camila Lisboa, do “Movimento Mulheres em Luta” foi uma das que exigiu que Dilma intervenha para por fim a este absurdo: “O Pinheirinho nos ensinou mais uma vez que a luta feminista é também um a luta de classes. Foi uma mulher, a juíza Márcia, que viabilizou que esta tragédia ocorresse. E, lamentavelmente, é uma mulher, na presidência, que, até o momento, tem se omitido, favorecendo evidentemente os interesses do especulador Naji Nahas e acobertando os crimes do governo de São Paulo”, disse Camila.

“Por isso”, continuou Camila, “é lamentável que Dilma, mais uma vez, tenha se escondido e não esteja aqui para nos ouvir. E nós só temos uma coisa pra dizer pra ela: Dilma, você pode por um fim a esta tragédia. Basta uma canetada para salvar o sonho das mulheres do Pinheirinho. E nós vamos continuar nas ruas até que você faça isso”


“Quem luta não está sozinho, somos todos Pinheirinho!”

A continuidade da luta está garantida pelo calendário de atividades que está sendo montado pelo “Comitê de Solidariedade ao Pinheirinho”. Além das atividades já divulgadas, ao final do ato, Luis Carlos Prates, o Mancha, do Sindicato dos Metalúrgicos de S. Joséo dos Campos, divulgou a convocação de um grande ato nacional, no dia 2 de fevereiro, em S. José dos Campos.

Segundo o dirigente metalúrgico, “é preciso levar milhares a S. José para denunciar e por fim à situação de calamidade pública que reina na cidade. Pessoas estão sendo tratadas pior que animais. A igreja e toda a região ao redor dela parece um campo de concentração. Pessoas só podem circular usando u¬mas pulserinhas, mas quem é visto nas ruas com a tal pulserinha logo vira alvo de violência da polícia, que está espalhada por todos os lados.

Ainda pior é a dor dos muitos que ainda não localizaram amigos e parentes. O mundo precisa saber disto. Há mortos. Há desaparecidos. E nós devemos a eles, e àqueles que ainda resistem, fazer todo o esforço que for preciso para virar o jogo. Todos a S. José, no dia 2”.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PSDB e PM dizem não haver mortos nem feridos. Até quando vão mentir?

O governo de Geraldo Alckmin, a prefeitura do PSDB e a polícia insistem em dizer que a “desocupação foi tranquila”. Chegaram a dizer em entrevistas que não houve nem mortos e nem feridos na desocupação.

Afirmar que não houve feridos na ocupação é algo absolutamente ridículo. Basta andar por alguns minutos entre as pessoas que foram desalojadas pra perceber que o número de feridos é incalculável. São homens, mulheres e crianças que exibem marcas das balas de borracha e fragmentos de bombas de gás.

Há imagens, em fotos e vídeo, de pessoas feridas sendo transportadas aos hospitais (veja o vídeo). Há cenas da Guarda Municipal atirando com revolver do tipo 38 contra os moradores! Mas o governo e prefeitura estão “blindando” as informações sobre as reais condições destes moradores feridos.

Um radialista divulgou um depoimento de uma moradora que relata ter visto criança gravemente ferida chegar ao Hospital Municipal.

A violência foi tão grande que até o secretario nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, foi ferido na desocupação. Maldos foi atingido por uma bala de borracha disparada pela PM.O PSDB vair querer erconder isso também?

A reportagem constatou que há apenas um assessor de comunicação com permissão para falar sobre o número de feridos. Pedir informação em qualquer hospital significa ser despachado para falar com este funcionário. Constatamos que, mesmo jornalistas da grande imprensa, estão visivelmente irritados com a falta de informação.



Ou seja, a centralização é total e a mentira sobre que “não há feridos” é parte da ação militar. Vomitam mentiras para impedir que a opinião pública possa se voltar contra a ação criminosa do governo do PSDB. Assim, tratam os moradores do Pinheirinho pior do que tratam bandidos. Como informou o ex-capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, na Rede Globo, teve mais policiais no Pinheirinho do que na ação de combate ao tráfico na Rocinha.

Para evitar o contato entre os moradores, a prefeitura de São José dos Campos isolou as famílias do Pinheirinho no Centro de Triagem montado na zona sul. A imprensa está impedida de entrar no local para entrevistar os moradores.

Muitos outros moradores também relatam que houve sim assassinatos por parte da polícia. Uma das histórias mais ouvidas aqui é de que havia três corpos dentro do acampamento. A OAB já está percorrendo os necrotérios.

Até quando que o PSDB e a polícia irão esconder a verdade? Onde estão os feridos e desaparecidos do Pinheirinho?


Retirado do Site do PSTU

Tempos da ditadura são novamente vividos em Recife

O centro de Recife viveu um momento que há tempos não era visto. O dia pode ser comparado à época da ditadura militar, quando estudantes e trabalhadores eram duramente reprimidos. No dia 20 de janeiro de 2012 a polícia de Eduardo Campos (PSB) abriu fogo contra a população recifense que estava pacificamente exercendo seu direito de protestar. A tirania do Batalhão de Choque de Pernambuco, comandado pelo Coronel José Antônio, também atacou uma instituição federal. Bombas de efeito moral foram jogadas dentro do prédio da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, local onde estavam estudantes e trabalhadores refugiados.

Nos anos 1960, em plena repressão militar, vários estudantes foram feridos em uma ação dentro da Faculdade de Direito. Um estudante de direito e um popular morreram nesses confrontos. A partir desse episódio, esse local virou um símbolo de resistência para o movimento estudantil pernambucano. O Diretório Acadêmico dos Estudantes de Direito da faculdade leva o nome do estudante: Demócrito de Sousa Filho. Na última sexta-feira (20), Eduardo Campos fez questão de reviver esse tempo cruel no local onde também pode ser considerado como um símbolo de covardia de governos repressores.


Eduardo Campos (PSB) promove violência gratuita em Recife

O protesto aconteceu por causa da reunião a portas fechadas no Grande Recife Consórcio de Transportes para definir o aumento nas tarifas de ônibus. No Jogo de cartas marcadas para o governo sair de bonzinho havia duas propostas: Os empresários queriam 17,2% e o governo 6,5%. Estudantes e trabalhadores inconformados exigiam reajuste zero e por isso uma passeata foi organizada por internautas, vários movimentos estudantis e populares além de partidos políticos.

A ideia inicial era seguir da Rua do Hospício até a sede da empresa, no Cais de Santa Rita. Gritos como “O povo não é bobo, aumento de passagem é roubo" e "Se a passagem aumentar, o Recife vai parar" davam o tom da passeata até que no meio do caminho os manifestantes souberam do fim da reunião e da aprovação dos 6,5% de aumento. Com isso, as palavras de ordens mudaram para “A passagem aumentou, o Recife já parou” e mudou também o percurso da passeata. Com o objetivo de chegar até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, os ativistas foram surpreendidos por uma barricada policial, mas corajosamente a passeata seguiu.

O Batalhão de Choque queria impedir que os manifestantes chegassem até a sede do governo e começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e atirar com balas de borracha. A passeata se dispersou e muita gente ficou em pânico, crianças e até cadeirante que participavam da atividade foram atingidas pelo efeito do gás. “Agora eu entendo o que é essa repressão que meus pais falam tanto”, falou R. G. de 10 anos, que estava na passeata com seu pai. “Fiquei apavorado com a zoada da bomba atrás de mim, não sabia para onde correr até que meu pai me pegou e me colocou dentro de uma barraquinha”, diz a criança, que ficou com os olhos bastante vermelhos e ardendo, além de reclamar da dor na cabeça.

Após o tumulto provocado pelos policiais, os manifestantes se reorganizaram dentro do prédio da Faculdade de Direito. Realizaram uma assembleia e decidiram retornar com o protesto nas ruas. Cerca de 400 pessoas estavam no local quando a polícia novamente atacou jogando as bombas dentro da faculdade. Os ativistas ficaram cercados e presos dentro da faculdade. Muitos estudantes foram detidos e outros ficaram feridos. A situação só acalmou quando representantes da OAB e do Ministério Público foram ao local negociar a saída do Batalhão de Choque. Após quase duas horas retidos na faculdade, os manifestantes puderam ir para suas casas.

Para Cláudia Ribeiro, diretora do SIMPERE (Sindicato dos Professores Municipais de Recife) e também militante do PSTU que esteve presente na atividade, os governos da Frente Popular – Eduardo Campos (PSB), João Da Costa (PT) e Renildo Calheiros (PCdoB) – são os principais mandantes desse crime contra a população e o direito de expressão. “Nós do PSTU estávamos exigindo que os membros do Conselho Superior de Transporte Metropolitano do PT e do PCdoB votassem contra qualquer aumento, mas eles votaram a favor revelando seus verdadeiros interesses”, esclarece a professora que ainda conclui: “Sabemos muito bem que quem banca as campanhas eleitorais desses senhores são também os grandes empresários de transporte da região metropolitana ”.


Militante do PSTU é ferida

Muitas pessoas saíram feridas desse confronto. Raphaela Carvalho, militante do Movimento Mulheres em Luta (MML) do PSTU, levou um tiro no pescoço. “Essa bala poderia ter atingido meu olho e me deixar cega, como aconteceu com um estudante em Teresina”, declara aflita Raphaela que ainda completa: “Esse é o papel da polícia em nosso estado, Eduardo Campos manda o batalhão de choque às ruas para nos oprimir e defender os interesses dos empresários de transportes que mais uma vez em nome do lucro está massacrando estudantes e trabalhadores que estão lutando pelos seus direitos”.

Sergio Gaspar, assessor de Comunicação que estava cobrindo a atividade, ficou aterrorizado com o que viu, pois até a imprensa foi atacada. “A policia não respeitou ninguém que estava por lá. Do nada eles pararam de disparar contra os manifestantes e viraram para o local onde estava toda a imprensa. Foi fogo contra repórteres, fotógrafos e pessoas que estavam nas paradas além dos comerciantes locais”, denuncia Sérgio. Isso mostra também o completo despreparo do comandante da PM. “Esse fato me lembrou os tempos do comandante Meira que ficou famoso pela dura repressão durante as manifestações contra o aumento das passagens em 2005”, recorda o assessor.


Globo mente: a violência partiu da PM

Como era de se esperar, a Rede Globo mostrou em sua reportagem que os estudantes jogaram pedras na polícia e por isso ela atirou contra os manifestantes. Na verdade, tudo aconteceu ao contrário. A todo o momento, o batalhão de choque tentou guiar a passeata, querendo acabar com a autonomia do protesto.

Os manifestantes seguiam pela Avenida Martins de Barro até que a policia fechou a rua para impedir que o ato prosseguisse. Já em frente ao Ministério Público, os estudantes e trabalhadores decidiram continuar com a caminhada e foi aí que começou o confronto. Tiros e bombas atirados contra os manifestantes dispersaram a passeata, mas como forma de defesa, alguns estudantes jogaram pedras na barricada. Uma verdadeira covardia com os manifestantes!

PSTU exige:

  • Aumento ZERO!

  • Passe-livre para estudantes e desempregados!

  • Que Eduardo Campos pare de criminalizar os movimentos sociais e se retrate pela violência praticada!

  • Demissão do comandante José Antônio, um dos responsáveis pela repressão!

  • Por 2% do PIB da região metropolitana para transporte público administrado por uma empresa pública de transporte!


  • Retirado do Site do PSTU

    segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

    Alckmin suja as mãos de sangue: PM massacra e mata pobres em São José dos Campos

    Governo de São Paulo desacata ordem do judiciário federal e permite que Polícia Militar massacre o Pinheirinho


    Sob ordens do govero tucano, PM expulsa violentamente moradores do Pinheirinho
    O que está acontecendo em São José dos Campos (SP), nesse exato momento, é um crime de proporções imensuráveis. Contra a orientação do Tribunal de Justiça Federal, que mandou suspender a desocupação, a Polícia Militar, cujo comandante em última instância é Geraldo Alckmin, põe em curso um massacre a uma população de trabalhadores e crianças que ontem comemoravam felizes a decisão federal. Em pleno domingo, por volta das 6h da manhã, a polícia invadiu o Pinheirinho com helicópteros, blindados, armas de fogo, bombas de gás e pimenta e, no mínimo, 2 mil homens vindos de 33 municípios.

    Até o momento, há informações de que existem sete mortos e muitos feridos. Zé Carlos, presidente do Sindicato dos Condutores, foi baleado na cabeça com tiro de borracha. Toninho Ferreira, advogado do Pinheirinho, foi ferido com uma bala de borracha nas costas. Helicópteros borrifam gás pimenta sobre a população. Todo o entorno está cercado, e a passagem é proibida. Sinais de internet e telefone estão sendo cortados. Fora do Pinheirinho, a PM ronda o sindicato dos metalúrgicos, intimidando pessoas que chegam de todos os lados para se solidarizar.

    A arbitrariedade é tamanha que o senador da República, Eduardo Suplicy, o deputado Ivan Valente, o presidente do PSTU, Zé Maria, e o sindicalista Luís Carlos Prates sitiados, dentro de uma escola, impedidos de sair. E os responsáveis por esse crime têm nome. Em primeiro lugar, o sangue escorre nas mãos de PSDB. Geraldo Alckmin podia ter impedido, antes, mandado parar depois, mas não fez nada disso. O prefeito Eduardo Cury, também do PSDB, é responsável por sua negligência criminosa desde o início e recusa em negociar inclusive com o governo federal. A juíza Márcia Loureiro foi quem ordenou diretamente o massacre e manteve uma intransigência cruel.

    A operação é inquestionavelmente ilegal. Trata-se de uma verdadeira aberração jurídica. O judiciário federal já determinou que a operação fosse cancelada imediatamente, mas o judiciário estadual, aliado ao governo do Estado, insiste em manter o massacre. O comandante da PM que coordena a ação está acompanhado pelo juiz Rodrigo Capez, que o orientou a desobedecer a ordem federal, ou seja, o judiciário estadual acompanha pessoalmente a operação.

    No momento em que o comandante recebeu notificação, o desembargador reconheceu que sabia da decisão do Tribunal Regional Federal, que reconhece o interesse da União no processo e, portanto, a reintegração não podia acontecer. No entanto, ele simplesmente bate pé e diz que não reconhece e não acata essa decisão. O judiciário estadual está tentando resolver em campo de guerra uma batalha que só poderia ser definida pelo Superior Tribunal de Justiça.

    Estranhamos o nível de interesse nesse terreno, demonstrado pelos governos do PSDB, estadual e municipal, pelo Judiciário estadual, na figura da juíza Márcia Loureiro, e pela própria PM. É fundamental, nesse momento, que o governo federal se manifeste e faça valer as leis desse país. O governo de São Paulo ultrapassou todos os limites. Passou por cima do judiciário federal e do próprio governo federal.

    Pinheirinho é uma questão de humanidade e de justiça social. O que dizer de um juiz que sai de casa num domingo de manhã para massacrar famílias? O dizer que de uma juíza intransigente, que pouco se importa com as vidas de adultos e crianças que serão destruídas? O que dizer de um governo facínora que executa uma política higienista no Estado de São Paulo?

    Mas os trabalhadores vão lutar até o fim. Aquele terreno é dos moradores que há oito anos transformaram um local improdutivo num bairro, isto é, deram uma função social, ao contrário do que pretende Naji Nahas, que é usar a área para especulação imobiliária. O terreno tem de ser dos trabalhadores e não de um bandido, já mais de uma vez condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

    Os moradores dos bairros vizinhos já estão reagindo e se juntando à resistência. A notícia já se espalhou em nível internacional e mobiliza apoio de várias partes do país e do planeta. Nesse momento, a Via Dutra está parada no quilômetro 154 por manifestantes. É preciso intensificar as ações de solidariedade em todo o país. O PSDB e a juíza Márcia e a PM terão uma conta muito alta a pagar.

    Pedimos a todos e todas – ativistas, personalidades, políticos, artistas e qualquer pessoa que seja contra chacinar uma comunidade para favorecer o mercado imobiliário e negociatas – que mandem mensagens, façam contatos, peçam mais apoio, denunciem! E à presidente Dilma Rousseff, fazemos um apelo pra que intervenha no conflito e impeça que mais vidas sejam tiradas.


    Retirado do Site do PSTU