sábado, 12 de março de 2011

Antes de sair, Lula editou medida que avança a privatização da saúde

No último dia de seu mandato, o ex-presidente Lula editou a Medida Provisória 520 de 31 de dezembro de 2010, que autoriza o poder executivo a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. (EBSERH). Essa empresa pública nada mais é do que uma reinvenção do PLP 92 que cria as Fundações Estatais de Direito Privado e está emperrado no Congresso devido às denúncias de inconstitucionalidade, por parte dos movimentos sindical e social combativos, que lutam e reivindicam o direito à saúde pública para todos os brasileiros.

Segundo o governo, a MP 520/10 tem por objetivo atender à exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), feita em 2006, para que, até dezembro de 2010, se regularizasse a situação dos cerca de 30 mil trabalhadores terceirizados dos Hospitais Universitários (HUs). Essas contratações foram julgadas ilegais, uma vez que os trabalhadores são pagos com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a criação da EBSERH, essa situação não será resolvida, já que os recursos da empresa virão diretamente do Tesouro Nacional, ou seja, se mantém a utilização de recursos públicos para pagamentos de dívidas do setor privado.

Se existe recurso público disponível para financiar uma empresa privada, por que esse recurso não foi aplicado, desde 2006, em investimentos para a contratação de trabalhadores via concurso público? Essa medida possibilitaria a incorporação ao funcionalismo público dos atuais trabalhadores terceirizados. Com isso, aumentaria de maneira quantitativa e qualitativa o número de trabalhadores nos HUs, qualificando o atendimento à população e reduzindo o nível de exploração. O mais absurdo é que a MP ainda prevê que os servidores e toda a infraestrutura mantida pelo poder público estatal poderão ser cedidos à EBSERH.

Mais do que uma ação isolada nos HUs, a medida é um ataque ao SUS e representa mais um passo na entrega do sistema público de saúde à iniciativa privada. A EBSERH possui a lógica de funcionamento de uma empresa. É uma sociedade anônima com natureza jurídica privada, isto é, prevê a geração e obtenção de lucros para seus donos, além do estabelecimento de metas de desempenho e produtividade e a instituição da previdência privada.

É a legitimação e legalização, por parte do Estado, da gestão privada nos HUs que, em alguns casos, já é praticada através das fundações de apoio. Com o intuito de supostamente captar recursos e driblar a burocracia, as fundações são alvos de denúncias de má gestão, acúmulo de dívidas e desvio de dinheiro público, fruto dos altos impostos pagos pelo conjunto dos trabalhadores ao governo.

No âmbito da Universidade, é uma ofensiva ao princípio da autonomia universitária e da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A EBSERH terá seu próprio conselho consultivo e deliberativo. Em momento algum, se menciona sua subordinação a órgãos como conselhos universitários ou mesmo qualquer outro tipo de controle social do SUS, como prevê a lei 8142/90. Sua regulação será exclusivamente através de órgãos do governo como o TCU, o Ministério da Educação e o Ministério do Planejamento.

Embora a MP destaque que sua finalidade é a prestação de “serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e laboratorial”, não restringe o estabelecimento da dupla porta no sistema público de saúde. Ao contrário, prevê que os recursos da EBSERH possam vir de convênios e pessoas jurídicas de natureza privada, ou seja, abre brechas para os planos de saúde, e já existe precedente. Em São Paulo, o PL 45/2010 reserva 25% das vagas da alta complexidade do SUS para a iniciativa privada em unidades de saúde administradas pelas Organizações Sociais. Mais um duro ataque à saúde pública estatal e ao direito à saúde universal.

Recentemente, foi noticiado pelo jornal O Globo (5/3/2011) que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) será umas das instituições afetadas pela MP 520/10. Isso demonstra que esse projeto não se limitará apenas aos HUs, mas poderá ser ampliado ao conjunto do SUS visto que, pela lei, toda unidade de saúde é compreendida como uma instituição formadora.

Em seu discurso de posse, Dilma anunciou que quer ser a presidente que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo. Em seguida, anunciou a necessidade de realizar uma reforma setorial, a qual terá como consultor Jorge Gerdau, presidente do grupo Gerdau, um dos maiores representantes da burguesia nacional. Certamente Jorge Gerdau representará o interesse dos empresários da saúde e não da classe trabalhadora brasileira que depende do SUS.

A partir dos elementos apresentados, afirmamos que a EBSERH faz parte do conjunto de ataques ao funcionalismo público ao propor a extinção gradativa do quadro de servidores nos HUs e da política intencional do governo petista de avanço na lógica empresarial para a gestão pública e negação do direito universal à saúde pública, gratuita e de qualidade para a classe trabalhadora e de dever do Estado brasileiro.

Dizemos não à MP 520/10!
Somos contra todas as formas de privatização da gestão pública.
Em defesa do SUS 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores!



Retirado do Site do PSTU

Obama vem ao Brasil para discutir pré-sal

Ocupação do Haiti e acordos comerciais também estão na pauta


Cartaz de protesto produzido pelo PSTU
Nos dias 19 e 20 de março, o presidente norte-americano vai visitar o Brasil pela primeira vez. Como era de se esperar, a burguesia brasileira e os grandes meios de comunicação já estão fazendo um enorme alarde sobre a visita de Barack Obama. Vão dizer que a visita será um evento histórico, que marca uma nova era de “prósperas” relações entre os Estados Unidos e o Brasil. Seguramente, o velho bordão da ditadura “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil” vai ganhar novas roupagens.

Segundo as primeiras notícias divulgadas pela imprensa, Obama fará ao menos dois discursos no Brasil. Em Brasília, o norte-americano vai realizar uma palestra com empresários voltada para comércio e economia, além de ser recebido por Dilma Rousseff. O presidente também visitará o Rio de Janeiro, onde vai cumprir uma agenda mais informal, que prevê visitas em favelas e um discurso público voltado para a América Latina. O objetivo explícito da iniciativa é utilizar a figura de Obama para ganhar a simpatia da população e, assim, recompor as relações do imperialismo com os povos do subcontinente, profundamente desgastadas ao longo da era Bush.


Petróleo, ocupação e livre comércio em pauta

Durante o encontro com Dilma, os principais temas debatidos serão um acordo de comércio bilateral, o papel do Brasil na ocupação do Haiti – onde o Brasil assumiu a vergonhosa liderança da ocupação militar – e o petróleo do pré-sal.

Dilma e Obama devem assinar um tratado de cooperação econômica e comercial (Teca, na sigla em inglês). O tratado criaria um mecanismo bilateral para que as barreiras ao comércio possam ser flexibilizadas. O objetivo do acordo seria permitir a entrada de mercadorias produzidas por empresas norte-americanas sem taxação, ao melhor estilo dos acordos de livre comércio. Em contrapartida, o governo brasileiro tenta emplacar antigas reivindicações dos latifundiários do agronegócio do país, como a remoção das barreiras sanitárias a produtos primários como carnes e frutas.

O governo Obama está empenhado em ampliar acordos de livre comércio pela América Latina. Recentemente, seu governo passou a se esforçar para levar adiante os acordos bilaterais com Panamá e Colômbia, negociados ainda na administração Bush. O objetivo é ampliar as exportações do país para diminuir o imenso déficit comercial e o peso da crise sobre a economia dos Estados Unidos. O resultado dessa política, porém, será desastroso para o Brasil. Acordos comerciais como este só beneficiam as multinacionais e aumentam a exploração dos trabalhadores.

No entanto, os acordos referentes ao petróleo do pré-sal podem ser ainda mais graves. Nos preparativos do encontro, o governo brasileiro divulgou sua intenção de tornar o país um grande exportador de petróleo para ao EUA. O interesse de enviar o petróleo do pré-sal foi comunicado por Dilma, em fevereiro, ao secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner e, em janeiro, aos senadores republicanos John McCain e Jonh Barrasso, segundo o jornal Valor Econômico.

As intenções do governo brasileiro foram bem recebidas em Washington. A razão é simples: o imperialismo não vai fazer muito esforço para abocanhar o petróleo do pré-sal, pois o governo Dilma vai facilitar a entrega das reservas às multinacionais norte-americanas.

Dessa forma, a Petrobras realizará o trabalho mais custoso e difícil que é a extração do petróleo em águas ultraprofundas. Essa tarefa já tinha sido abandonada pela petroleira Exxon, pois foi considerada como não lucrativa conforme o registro da empresa em seu balanço no ano passado. A Exxon investiu milhões de dólares na exploração de petróleo na bacia de Santos, mas a taxa de lucros com o investimento foi considerada baixa. Contudo, o acordo entre Obama e Dilma poderá garantir à petroleira estrangeira total acesso ao petróleo do pré-sal.

O acordo é perfeitamente coerente com o regime de partilha do pré-sal estabelecido pelo governo Lula. Divulgado como uma medida supostamente nacionalista, o regime de partilha significa dividir o petróleo existente entre a União e as multinacionais. Em apenas em 71% da área do pré-sal será realizado o regime de partilha. Em somente 30% desta área que a Petrobras terá garantida sua exclusividade, ou seja, apenas 21% da área total. Com o acordo entre Dilma e Obama, esse petróleo será entregue às multinacionais norte-americanas.


Como se não bastasse, os leilões das áreas de petróleo (realizados por FHC e Lula) entregaram 29% do pré-sal as estas multinacionais. Portanto, o suposto nacionalismo do governo do PT será aplaudido de pé por Obama.

Por fim, Obama vai parabenizar o governo do PT pela sua liderança na ocupação militar do Haiti. Vendida como uma ocupação humanitária, a ação do exército brasileiro apenas ajuda a uma ocupação econômica do país. O objetivo das multinacionais é transformar o Haiti numa gigantesca área de maquiladoras concentradas em zonas francas.

Para isso, contudo, é preciso reprimir a população haitiana. Em 2009, greves dos trabalhadores do setor têxtil e a luta pelo reajuste do salário mínimo foram brutalmente reprimidas pelos soldados brasileiros. O mesmo aconteceu com protestos contra o governo fantoche de René Preval.

Obama vai perguntar se Dilma pretende manter a ocupação e continuar com o serviço sujo para o império. A resposta nós já conhecemos: “Yes, we can Mr. Presidente.”


LEIA TAMBÉM:

  • Obama e América Latina


  • Retirado do Site do PSTU

    Governo aprova lei para aprofundar cooptação de dirigentes e sindicalistas

    Representantes dos trabalhadores nas estatais terão salário extra e não poderão votar sobre temas trabalhistas


    Vice-presidente da CUT, Feijó, e demais dirigentes em coletiva após encontro com Dilma
    A cooptação dos dirigentes sindicais foi uma marca do governo Lula, mas não terminou com ele. A briga em torno do reajuste do salário mínimo pode ter dado a falsa impressão que o governo Dilma entrava em rota de colisão com as centrais. Mas Dilma demonstra seguir a estratégia de seu antecessor e toma medidas para reforçar ainda mais a cooptação de dirigentes sindicais ao Estado.

    Nesse dia 11 de março o governo regulamentou, durante cerimônia no Palácio do Planalto, uma lei aprovada no final de dezembro do ano passado. A portaria assinada pela ministra do Planejamento Miriam Belchior detalha a lei que garante um lugar aos trabalhadores nos conselhos de administração de empresas estatais ou de sociedades mistas, ou seja, de empresas com capital público e privado, com mais de 200 funcionários.

    De acordo com o ministério, 59 empresas criarão postos para receberem os novos conselheiros. Os representantes das principais centrais sindicais, como a Força Sindical, CUT, CGT e outras comemoraram a regulamentação da nova lei. O vice-presidente da CUT, José Lopez Feijó, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, afirmou à imprensa que “ter um representante nos conselhos de administração significa democratizar a gestão da estatal”. Palavras reforçadas pelo dirigente da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que disse ser essa uma “antiga reivindicação nossa”.

    Mas será essa uma medida que vai realmente aumentar o poder dos trabalhadores nessas empresas? Pela lei, esses novos conselheiros, definidos em eleições controladas pelos sindicatos e as empresas, não vão ter poder de voto em decisões que afetem diretamente os trabalhadores, como salário ou PLR. Ao mesmo tempo, terão um significativo aumento salarial. De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, um conselheiro do Banco do Brasil ganha R$ 3.606 por mês, enquanto na Eletrobrás esse valor chega a R$ 4.212.

    Ou seja, uma vez na administração da empresa, esse conselheiro vai gerir a estatal juntamente com os representantes do governo e dos investidores. O salário extra e demais privilégios, por sua vez, vão aprofundar a burocratização desses dirigentes, que atuarão não em defesa dos trabalhadores, mas de seus próprios interesses.

    No início de 2009, por exemplo, quando a crise econômica atingia em cheio o Brasil, a Embraer, embora tivesse entre seus principais acionistas a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, demitiu 4.200 trabalhadores. A direção do fundo de pensão, com assento no conselho da empresa, não impediu ou se voltou contra essa medida. Os próprios fundos de pensão são exemplos de como ocorre essa cooptação, com antigos dirigentes tornando-se gestores diretos do capital.


    Retirado do Site do PSTU

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Kadafi recrudesce a repressão contra rebeldes na Líbia

    Ditador utiliza a orientação pró-imperialista de seu governo para se mostrar confiável ao Ocidente


    Rebelde observa fumaça de bombardeio em Zawiyah
    Em meio à guerra de informações entre o ditador líbio Muammar Kadafi e seus opositores, o que se pode ter certo nos últimos dias é que o governo empreende uma dura contra-ofensiva, pretendendo sufocar o levante sob uma brutal repressão. Com mercenários estrangeiros e grupos paramilitares o ditador, ao que tudo indica, conseguiu conter o avanço dos insurretos à capital Trípoli e, no momento em que Kadafi se via cercado, iniciou uma ofensiva para recuperar as cidades tomadas pela oposição.

    Nesse dia 9 os combates se concentraram principalmente nas cidades de Zawiyah, próxima da capital, e na petroleira Ras Lanuf. Em Zawiyah, que fica a 40 quilômetros de Trípoli, as forças de Kadafi avançaram com tanques e repeliram os rebeldes do centro da cidade. Um dos revolucionários afirmou ao jornal português Público que a repressão da ditadura de Kadafi deixou inúmeros mortos. ”Eles atacaram de manhã até à noite. As ruas estão cheias de corpos”, testemunhou.

    Já Ras Lanuf, onde está uma das maiores refinarias de petróleo do país, voltou a ser alvo de bombardeios pelos aviões de Kadafi. Os ataques destruíram o sistema de abastecimento de água da cidade, além de terem deixado mortos e feridos. ”Vimos os aviões no céu e ouvimos explosões muito grande e muita fumaça; nossa gente tentou ir lá, mas não conseguiram, ouvimos que há mortos e feridos”, afirmou o rebelde Khaled Kwafi ao canal árabe Al Jazeera. Houve também bombardeios em outras regiões do país.


    Impasse

    As mobilizações de massa que começaram há 20 dias contra a ditadura de Kadafi, há 41 anos no poder, tomaram forma de guerra civil diante da brutal repressão do governo. De um lado estão os rebeldes, que tomaram grande parte do Leste do país. Contam com vários destacamentos do Exército líbio que desertaram e passaram ao lado da resistência, além de armas roubadas de depósitos do governo.

    De outro lado, porém, o ditador se mantém encastelado na capital e tem ao seu lado parte do Exército, mercenários estrangeiros e grupos paramilitares fortemente armados. A força bélica de Kadafi permite que o ditador, por terra, interrompa o avanço dos rebeldes e, por ar, bombardeie as regiões já plenamente conquistadas pelos revolucionários. Ao que tudo indica, no entanto, o ditador parece não contar com um contingente de homens capaz de recuperar as cidades perdidas e mantê-las ocupadas.

    Os rebeldes, por sua vez, são obrigados a combaterem com armamento ultrapassado e, constituídos em sua grande maioria por civis, sofrem com o despreparo militar para uma guerra contra o ditador. Apesar disso, desempenham impressionantes demonstrações de heroísmo, muitas vezes adolescentes enfrentando a artilharia pesada de Kadafi de peito aberto e, se muito, com uma kalashnikov nas mãos.


    Rebeldes se protegem de ataques aéreos


    Estratégias de Kadafi

    Muammar Kadafi tenta de todas as formas conter a revolta. Inúmeros relatos à imprensa revelam bombardeios sobre civis e a utilização de escudos humanos durante os ataques contra os rebeldes. Os feridos e mortos dilacerados pelas forças de Kadafi demonstram o poder de fogo empenhado contra os rebeldes.

    À população líbia, Kadafi vem denunciando um suposto plano imperialista para recolonizar o país, encabeçado pelas principais potências. Tenta assim aproveitar o sentimento antiimperialista para unificar o país ao seu lado. Para fora, porém, o discurso muda completamente.

    Em entrevista ao canal francês TV France 24, nesse dia 7, o ditador afirmou que a Líbia tinha “um papel para a estabilidade internacional”, referindo-se ao combate à rede terrorista Al Qaeda. Afirmou também que o seu país cumpria um papel de conter a imigração de africanos à Europa, dizendo que “se espera que a Líbia impeça que milhares de negros atravessem o Mediterrâneo para ir à Europa, à Itália ou à França”.

    Enquanto isso o recém-criado Conselho Nacional da Líbia, espécie de governo provisório dos rebeldes, se divide em relação ao que fazer com Kadafi. Enquanto o seu presidente Mustafá Abdel Jalil, ex-ministro do ditador, deu todas as garantias para Kadafi caso ele renuncie, isentando-o até mesmo de qualquer investigação sobre seus crimes, o porta-voz do Conselho, Abdelhafiz Ghoga, rechaçou qualquer tipo de negociação enquanto o ditador continuar no poder.


    Imperialismo

    O avanço dos rebeldes sobre a capital líbia já havia provocado a ameaça de invasão pelo imperialismo, capitaneado pelos EUA. Propagandeando o perigo de uma “guerra civil prolongada”, o país deslocou dois navios de guerra com milhares de marinheiros para a costa do país. Agora, com o impasse entre rebeldes e Kadafi, discute-se abertamente a possibilidade de uma intervenção direta na Líbia.

    Mesmo que alguns setores rebeldes defendam uma “zona de exclusão aérea”, as massas líbias já deram várias demonstrações de rechaço a qualquer tipo de intervenção. Já os EUA e a Europa vêem com preocupação o prolongamento de uma situação de instabilidade numa região exportadora de gás e petróleo. Ou pior, a vitória dos rebeldes e a formação de um governo que rompa com a orientação pró-imperialista levada por Kadafi na última década.

    Se a possibilidade de uma invasão norte-americana parece distante, por um lado, haja visto o desgaste da ocupação militar no Iraque e Afeganistão, por outro a detenção de soldados britânicos por forças rebeldes na Líbia demonstra que a ameaça pode estar muito mais perto do que parece.

    No dia 6 de março foi revelado que sete soldados britânicos de elite e um diplomata foram detidos por soldados rebeldes na Líbia. Clandestinos no país, foram presos e expulsos. O governo inglês tentou justificar afirmando se tratar de uma “missão diplomática”.


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  • Manifestantes na Líbia rejeitam intervenção militar estrangeira

  • LIT: Fora o imperialismo da Líbia


  • Retirado do Site do PSTU