sábado, 21 de julho de 2012

Nota do PSTU sobre a saída do MTST da CSP-Conlutas

Entre os dias 13 e 15 de julho, se realizou no Rio de Janeiro a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas em que a direção do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) anunciou a saída da central baseada em injustas acusações ao PSTU. O partido lamenta a saída do MTST da CSP-Conlutas e manifesta total desacordo com suas alegações.

Causou-nos surpresa a saída dos companheiros da CSP-Conlutas, visto que, apesar de diversas diferenças, havia pelo menos um grande acordo na necessidade da construção de uma central que fosse um instrumento que unificasse a luta do movimento sindical e popular. O anúncio do MTST não se justifica e causa estranheza por, em nome da unidade, sair da central que é a única e inédita experiência em nosso país de uma organização de massas, uma frente única, que se propõe a unir o movimento sindical e o movimento popular, além do movimento estudantil e movimentos de lutas contra as opressões.

As alegações em relação ao PSTU não procedem. Nos últimos anos, o PSTU deu uma enorme batalha no movimento na defesa da unidade e integração do movimento sindical e popular e, dessa forma, abandonou a cômoda posição defendida pela maioria da esquerda de constituir meramente uma nova central sindical. Desta forma, o PSTU se orgulha de, junto com outras organizações, apoiar a fundação da CSP-Conlutas.

Neste marco, o PSTU apoiou e estimulou os movimentos populares, em particular o MTST, com quem nossos militantes sempre mantiveram relações leais, fraternas e de absoluta colaboração tanto nas lutas como em seu desenvolvimento e estruturação em diversos estados.

Da mesma maneira que apoiamos o MTST, o PSTU apóia outros movimentos populares, tais como: MUST Pinheirinho, Quilombo Urbano, Ocupação San Remo, Luta Popular, etc. O partido entende que a CSP-Conlutas, enquanto uma entidade plural, deve estar aberta e abrigar todos os movimentos de luta dos trabalhadores e do povo.

A luta em defesa do Pinheirinho, a luta popular de maior impacto no país nos últimos anos, protagonizada pelo MUST Pinheirinho e a CSP-Conlutas, já é um resultado do avanço na integração do movimento sindical e popular, que abriu um novo momento na resistência à “contra-reforma urbana” e desencadeou um processo de reorganização do movimento popular urbano no Brasil em que a CSP-Conlutas é um ponto de referência nacional.

O processo do Pinheirinho fortaleceu e aproximou vários movimentos populares da CSP-Conlutas. Assim, além do MTST, outros movimentos de luta por moradia passaram a se alinhar com a central potencializando ainda mais seu caráter e ampliando de forma legítima a participação desses movimentos, que também são parceiros na luta contra os governos e o capital.

Reconhecer o papel e legitimidade do MTST não pode representar a exclusão de outros movimentos populares, sob o risco de cair no “hegemonismo” que o MTST tanto critica. O MTST não detém o monopólio de representação do movimento popular.

A CSP-Conlutas, enquanto uma central sindical e popular, um organismo de frente única, se construiu baseada no método da democracia operária, em que a base decide e não as tendências através de acordos de cúpula. Por isso, e por protagonizar uma série de enfrentamentos contra os ataques dos governos e dos patrões, a CSP-Conlutas se constitui na mais importante ferramenta de luta e alternativa às centrais governistas, e deve ser defendida e apoiada por todos aqueles que queiram dar um combate conseqüente por uma alternativa operária e socialista.

Diante disso, o PSTU lamenta a decisão do MTST e chama os companheiros a reverem suas posições e reafirma sua defesa da construção da CSP-Conlutas como uma entidade plural baseada na democracia operária.


Retirado do Site do PSTU

Ditadura Assad pode estar vivendo seus últimos momentos na Síria

Batalhas entre o Exército Livre da Síria e as forças do ditador se dão rua por rua na capital Damasco


Membros do Exército Livre da Síria
A crise da ditadura de Bashar al Assad se aprofunda diante da intensificação da insurreição armada contra seu governo através de uma nova ofensiva iniciada no último dia 15. Os combates, antes restritos a cidades como Homs ou Hama, redutos dos rebeldes, já atingem a capital Damasco e, neste dia 18, fez duras baixas na cúpula militar do ditador sírio. A ditadura da família Assad já perdura há 46 anos no país.

Um atentado da oposição matou quatro membros do alto escalão das Forças Armadas sírias, entre eles o ministro da Defesa e general Dawould Rajh e o também general Assef Shawkat, cunhado de Assad e ministro do Interior. Os membros do Estado Maior do Exército sírio foram mortos pela explosão de uma bomba durante uma reunião no prédio da Segurança Nacional.

O governo afirma ter se tratado de um atentado suicida, mas o Exército Livre da Síria (ELS), que reivindica o ataque, informou que plantou o explosivo no local. Seja qual o método utilizado pelos rebeldes, fica claro que ele só pôde ser realizado com o apoio de pessoas próximas ao regime, o que indica o avanço de divisões no seio da ditadura de Assad. As defecções em massa das fileiras do Exército já indicavam essa tendência.




Vídeo postado pelos rebeldes no último dia 15

Os confrontos entre os rebeldes e as forças do ditador sírio, que se concentravam no Distrito de Midan, no sul de Damasco, já tomaram grande parte da capital, segundo relatos, aproximando-se do Palácio de Bashar. A luta pelo controle da capital se dá agora rua por rua. Não se sabe se Assad continua em Damasco ou se refugiou na cidade de Latakia, de maioria alauita (mesma corrente muçulmana de Assad) e situada no noroeste do país. “Latakia será Sirte de Bashar”, diziam os rebeldes nas redes sociais, segundo o jornal espanhol El Pais, referindo-se ao destino do ex-ditador líbio Muammar Kadafi.


Resistência se fortalece

A morte do general Rajha foi o golpe mais duro sofrido pela ditadura de Assad desde o início da revolta, há 16 meses. O ministro da Defesa era quem controlava a polícia política de Bashar e as principais divisões do Exército sírio. A ditadura tenta ao máximo transparecer normalidade, nomeando um novo ministro da Segurança, Fahad Al-Freij, que apareceu na TV estatal nesse dia 19 sendo empossado pelo próprio Assad, mas não é capaz de reverter a percepção de que o regime se desmorona rapidamente. Os rebeldes já controlariam as principais fronteiras do país.

Desesperadas ante o avanço dos soldados rebeldes, as forças de Assad recrudescem a repressão contra os opositores e a população do país. Estima-se que o número de mortes já tenha chegado a 17 mil desde o início da revolta. Só neste dia 19, teriam morrido 250 pessoas. Tanques e helicópteros do exército estariam bombardeando posições rebeldes em plena área urbana da capital, enquanto relatos dão conta de verdadeiras matanças executadas a sangue frio pelos soldados de Assad.

A brutal repressão de Assad não está sendo capaz, porém, de conter o avanço do Exército Livre da Síria. Apesar de contar com visível inferioridade bélica, os rebeldes têm o apoio da população síria e, em Damasco, jovens armam barricadas nas ruas para impedir a passagem das forças de Bashar, que pode estar vivendo seus últimos momentos como ditador.


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Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sindicato realiza ato em defesa dos empregos dia 24, em frente à GM

Manifestação vai reunir trabalhadores de diferentes categorias


Metalúrgicos protestam em Brasília contra ameaça de demissões
Um ato em defesa dos empregos vai reunir trabalhadores, centrais sindicais e sindicatos de diferentes categorias, na próxima terça-feira, dia 24, em frente à General Motors. A manifestação vai anteceder a reunião entre Sindicato dos Metalúrgicos, GM e Ministério do Trabalho, agendada para o dia 25, e que vai dar continuidade à discussão sobre a necessidade de manutenção dos empregos na fábrica de São José dos Campos.

O ato faz parte da série de ações que vêm sendo desenvolvidas pelo Sindicato para evitar que a GM conclua seus planos de demitir até 2 mil trabalhadores, com o fechamento do setor MVA.

Na última quarta-feira, dia 18, uma delegação de trabalhadores e dirigentes sindicais foi a Brasília para participar da manifestação dos servidores federais em greve e levar as bandeiras da Campanha em Defesa dos Empregos na GM.

Durante a manifestação, o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, convidou as entidades e trabalhadores presentes a participarem do ato no dia 24.

"A luta contra as demissões na GM deve ser de todos, independentemente de partido ou central. Vamos chamar toda a sociedade para que empresa e governo sintam-se pressionados a tomar medidas imediatas que resultem na manutenção dos postos de trabalho", afirma Macapá.


Reuniões no dia 25

As discussões sobre a ameaça de demissões na GM vêm ganhando força no governo federal. O Ministério do Trabalho confirmou, para o dia 25, uma nova reunião com a GM e Sindicato, em local e horário a serem definidos. Esta semana, o Sindicato esteve com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que se comprometeu a levar o assunto para a presidente Dilma Rousseff.

Também no dia 25, acontecerá uma audiência no Ministério Público do Trabalho, em São José dos Campos, para discussão sobre as demissões ocorridas durante o PDV. O Sindicato, entretanto, também vai levar para a mesa a discussão de futuros cortes.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pelo Congresso não tem reajuste a servidores

Governo exige “cota de sacrifício” dos servidores ao mesmo tempo em que amplia isenções e dá mais R$ 45 bi para o BNDES repassar em subsídios à indústria


Agência Brasil
Servidores protestam em Brasília
Mesmo com a greve nas universidades e institutos federais, que já dura dois meses, e a extensão do movimento para cerca de 30 órgãos da União, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada nesse dia 17 de julho pelo Congresso Nacional não prevê reajuste aos servidores federais em 2013. A justificativa seria o acirramento da crise internacional e o seu reflexo nas contas do governo.

A lei, uma espécie de esboço para a elaboração do Orçamento do próximo ano, ainda prevê reajuste zero para os aposentados que recebem acima do salário mínimo. Este, deve ter reajuste de apenas 7,35%, indo para R$ 667,75, segundo a atual regra que estabelece o reajuste do mínimo baseado no crescimento econômico de dois anos antes e a inflação.


”Cota de sacrifício”

Apesar de usar como justificativa a crise internacional e a consequente redução das receitas, a LDO mantém as previsões iniciais do governo sobre o PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país durante o ano) de 2012, de 4,5%. Tal projeção já foi há muito abandonada até mesmo pelo governo, devido ao rápido desaquecimento da economia. Hoje, estimativas do mercado oscilam entre 1,5% e, nas estimativas mais otimistas, 2% de crescimento para este ano.

Por outro lado, mantêm-se na lei os 3,1% de Superávit Primário (economia para pagar os juros da dívida), ou R$ 155,9 bilhões. No entanto, enquanto a agiotagem internacional vê o retorno de seus investimentos garantido, o governo chama os servidores a prestarem sua cota de sacrifício diante da piora do cenário externo. “Os servidores já tiveram reajuste nos últimos 10 anos e têm estabilidade. Mesmo que aconteça o pior na Europa e nos Estados Unidos, continuarão empregados. Portanto, devem dar a sua cota de sacrifício”, teria dito um assessor do Planalto ao jornal Correio Braziliense.

Essa cota de sacrifício, por outro lado, não deve ser compartilhada com os empresários. No mesmo dia em que votaram a LDO, os deputados aprovaram duas Medidas Provisórias que integram o Plano Brasil Maior e que desoneram a folha, reduzem impostos e transferem mais R$ 45 bilhões ao BNDES, a fim de seguir sua política de subsídios à indústria. Enquanto isso, o setor segue ameaçando com demissões, como a GM em São José dos Campos (SP) que, apesar de ter se beneficiado com a isenção do IPI, sinaliza o fechamento de dois mil postos de trabalho na planta da cidade.




Greves se acirram

Os servidores federais, por sua vez, mostram que não aceitarão passivamente esse descaso. Neste dia 18 cerca de 10 mil servidores, estudantes das universidades federais e representantes de outras categorias, protestavam em Brasília contra a intransigência do governo. No próximo dia 2 de agosto, a CSP-Conlutas, CUT e CTB organizam um dia nacional de luta.

Marcha de SPF's em greve e de Centrais Sindicais convoca novo dia de luta em 2 de agosto


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ao Sindicato de Bancários de SP, Osasco e Região: Repressão na CABB-SP

Na quinta-feria, dia 12 de julho, um novo episódio de repressão e assédio moral aconteceu na Central de Atendimento do BB de SP. Vários atendentes foram chamados de surpresa para reuniões com gerentes de área, que duravam em torno de uma hora. Nas reuniões os administradores apresentavam uma relação de atrasos, discordâncias no ponto eletrônico e faltas não autorizadas, mostrando o quanto estes funcionários estão vulneráveis, intimidando-os. Ao final, da reunião, emitiam um documento, entitulado “ata de reunião”, tendo como conteúdo a relação de faltas, atrasos, discordâncias do ponto eletrônico, a ciência destes e o alerta de que poderiam  ser demitidos pelo banco. Nesta situação constrangedora, os colegas eram pressionados a assinarem esta “ata” que apresenta também código de sigilo ($40).  Sendo este documento confidencial, o Banco fica protegido e o colega refém do Banco, impedido de apresentar este documento em qualquer circunstância.

Essa forma de assédio é uma novidade no BB, implementada pelo Gerente Geral Claudio Rocha, que inclusive não tem base nos normativos do banco.  Ela vem somar-se ao número abusivo de pedidos de informação, aos vários tipos de constrangimentos e controle que os funcionários sofrem, além da anotação irregular que foi feita na GDP, depois da ultima paralisação.

Essa nova medida repressora é um total desrespeito aos funcionários e ao movimento sindical. Acontece um dia após uma reunião nacional de negociação com o banco, onde foi feita a exigência de que o banco reverta as anotações na GDP dos funcionários da Central. Também já foi feita denúncia ao Ministério Público do Trabalho contra o gestor Claudio Rocha e o seu nome foi denunciado a nível nacional no Boletim do MNOB.

A política da diretoria do Sindicato de SP de desmarcar a paralisação que foi aprovada no II Encontro Nacional dos Atendentes de CABB’s e que estava articulada com as Centrais de Salvador e São José dos Pinhais foi um elemento fundamental para gerência do banco se sentir forte e tomar a medida repressiva de quinta-feira.

Exigimos que o Sindicato de SP reveja sua postura e em conjunto com os delegados sindicais da CABB, marcando um novo dia de paralisação, ainda para esse mês. Que o sindicato faça uma denúncia com o nome do gerente geral Cláudio Rocha na Folha Bancária, que exija, na negociação com o banco, o fim da repressão dentro da CABB-SP e por último, denuncie junto a justiça e ao ministério do trabalho esse novo episódio de irregularidades e assédio moral.

Assinam Delegados Sindicais da Verbo Divino

Fabiana Borges (Babi)
Erika Valadares
Maria Valeria (Belela)
Hugo Lacerda


Retirado do Site da CSP-Conlutas

Edir Macedo: racismo, machismo, homofobia e muita asneira, em nome de deus

Líder da Igreja Universal, Edir Macedo
Em um país em que os governantes se recusam a criminalizar a homofobia e tratam com descaso criminoso episódios mais variados de machismo e racismo, realmente não pode haver limites para os absurdos que rondam a vida de mulheres, negros e a população LGBT.

Infelizmente não faltam exemplos: dos assassinatos de jovens negros na periferia aos ataques a homossexuais no centro da cidade; da constante e crescente violência machista a uma escalada de demonstrações de asqueroso preconceito nos meios de comunicação em geral.

O último e deplorável exemplo disto foi dado por um velho conhecido porta-voz da opressão: o “bispo” evangélico Edir Macedo, título por trás do qual se esconde um burguês racista, machista e homofóbico cujo poder é alimentado pelo dinheiro que rouba de um povo pobre, movido por fé e desespero, e pelas relações espúrias que mantém com o poder, inclusive o Federal.

Alguns dos frutos mais recentes das relações promíscuas que o poderoso chefão da Igreja Universal do Reino de Deus mantém com Dilma e seus aliados (particularmente na infernal bancada evangélica) foram o veto ao kit anti-homofobia, a mutilação do PLC 122 e do Estatuto da Igualdade Racial.

A mais recente demonstração de ódio e preconceito de Macedo, contudo, é uma exclusividade dele e veio através de um de seus púlpitos midiáticos na forma de uma série de bizarras orientações para seus fiéis e auxiliares, dentre as quais a recomendação categórica para que os “desejam fazer a Obra de Deus” não se casem com mulheres mais velhas e, ainda mais absurdo, fujam de relacionamentos interraciais.


Machismo e racismo em nome de deus

Em uma peça de lixo jornalístico intitulada “Homem de Deus quanto à idade e à raça: ele precisa estar sempre preparado para servi-Lo” e publicada no portal da IURD, Macedo não mede palavras para destilar seus preconceitos e para praticamente “obrigar” seus seguidores a conduzir suas vidas movidos pelo racismo mais asqueroso e por uma forma arcaica de machismo. O que, por si só, já deveria ser suficiente para colocar esta verdadeira besta para fora do convívio social.

O “primeiro mandamento” do preconceito “a la” Edir Macedo começa com uma norma estupidamente machista: “O rapaz que deseja fazer a Obra de Deus não deve se casar com uma moça que tenha idade superior à dele”. O motivo? “Para não se deixar influenciar por ela” porque “quando a mulher tem idade superior à do seu marido, ela, que por natureza já tem o instinto de ser 'mandona", acaba por se colocar no lugar da mãe do marido” .

Dando sequência a sua patética versão do “perigo” que as mulheres representam na mitologia cristã (desde a história de Eva), Macedo explicita a hipocrisia de seus “valores” e “moral”, defendendo que o casamento com mulheres mais velhas também são desaconselháveis porque “a experiência tem mostrado que é muito mais difícil, mas não impossível, manter a fidelidade conjugal”. Um detalhe que não pode nos escapar: evidentemente, a recomendação é só para mulheres mais velhas; homens mais velhos, mandões e autoritários estão liberados para oprimir suas mulheres mais novas.

É até um desperdício de palavras comentar esta quantidade de asneiras ofensivas. Temos certeza que nossos leitores e leitoras sabem muito bem o significado delas. E o pior é que o absurdo do “primeiro mandamento” é apenas uma prévia da fúria ensandecida do bispo contra outro setor marginalizado da sociedade, apesar de compor metade da população brasileira: negros e negras.


Pregando contra o amor inter-racial

O “segundo mandamento” é de asqueroso racismo, embalado em uma “justificativa” é um verdadeiro insulto para qualquer ser pensante. A pregação começa com um porém: “Não haveria nenhum problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco”.

Ou seja, o bispo agracia seus seguidores com um ensinamento cuja lógica só não é mais obscura do que as finanças e a conta bancária de Macedo e sua igreja: a melhor forma de evitar a discriminação e o racismo é tomando uma “atitude racista preventiva”, impedindo sequer a aproximação das raças. Ou, ainda, para que as futuras crianças negras não enfrentem o racismo “deste louco mundo”, a melhor coisa é institucionalizarmos, já, uma sociedade totalmente racista e segregada.

Grande idéia! Mas Macedo também deveria ser processado por plágio. Afinal, ela não é nada original. Os “eugenistas” (ou defensores da “raça pura”) do século 19, a Ku Klux Klan, Hitler e Mussolini e, acima de tudo, os defensores do apartheid, na África do Sul, há muito já detêm a patente deste tipo de idéia.

Com o objetivo de se defender das evidentes críticas a seu delírio fascista-religioso, Macedo encerra seu artigo afirmando que tudo o que está apenas fazendo um “alerta” sobre a situação “não porque a Igreja Universal do Reino de Deus tenha qualquer objeção quanto ao casamento envolvendo mistura de raça ou cor. Não, muito pelo contrário!” , já que tem muitos fiéis nesta condição e só está querendo evitar “este tipo de problema acontecendo com as crianças dentro das nossas igrejas, em outros países”.

Sempre movido pelo desejo de retirar os obstáculos do caminho para que o “homem de Deus” exerça suas funções (e caberia perguntar que tipo de deus é este que criaria seres que não pudessem exercer livremente o tão propagado amor que recheia os discursos religiosos...), Macedo tenta sustentar seu racismo com nojeiras como a “preocupação” os “riscos de traumas ou complexos que as crianças poderão absorver durante os períodos escolares”.

Desconsiderando-se o fato de que, para o bispo racista, ser negro por si só já é um “problema”, os absurdos escritos por Macedo são dignos de uma mentalidade escravista e, inclusive, há muito já foram legalmente proibidos.


Apartheid em nome de deus

Como dissemos, as idéias de Edir Macedo não são novas. Mas, ao contrário do que acontece no país governado por Dilma, elas não são defendidas com tanto descaramento também há muito tempo. Até mesmo porque foram derrotadas nas ruas e proibidas por leis que resultaram destas lutas.

Nos Estados Unidos, as chamadas “leis antimestiças” (que proibiam até sexo interracial) vigoraram em vários estados até 1967, quando as mobilizações pelos direitos civis baniram da segregação institucional. O mesmo aconteceu com legislações semelhantes que foram criadas na Alemanha Nazista (de 1935 até 1945) e na África do Sul, durante a era do "apartheid", de 1949 a 1985.

Em todos os casos, as leis foram derrubadas como frutos de vigorosos processos de mobilização e luta por direitos fundamentais. E, apesar de sabermos que isto não tenha significado o fim da segregação ou do racismo, é evidente que foram parte das conquistas arrancadas da derrota de regimes e Estados que deveriam ser varridos para o lixo da História.

No nosso país, onde a elite branca se utilizou de outras armas (como a “teoria do embranquecimento, no século 19, e o “mito da democracia racial”, no século 20), nunca houve uma legislação abertamente segregacionista, apesar da cotidiana prática do racismo.

Edir Macedo, contudo, através de suas “doutrinas e normas” parece querer inovar e transformar seus templos “caça-níqueis” em áreas regidas pelo apartheid. E o pior é saber que está sendo proposto não acobertado pelo silêncio cúmplice de um governo que se diz democrata, mas por um de seus aliados mais fiéis.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 17 de julho de 2012

Intransigência do governo força continuidade da greve nas universidades federais

Servidores federais em greve acampam na Esplanada dos Ministérios; neste dia 18 ocorre grande marcha a Brasília


Docentes, funcionários e estudantes em greve 'enterram' o Reuni
A intransigência do governo Dilma está forçando a continuidade da greve dos professores nas universidades federais, que já entra em seu segundo mês e atinge 57 das 59 unidades, além de 34 dos 38 institutos federais, uma das maiores greves da história no setor.

Os docentes estão parados desde o dia 17 de maio, exigindo a reestruturação do Plano de Carreira, promessa do governo em 2011 que até agora não saiu do papel, além de recomposição das perdas salariais e a reversão da precarização que atinge as instituições federais.

Após enfrentarem a intransigência e “enrolação” do Governo Federal, que marcou e desmarcou reuniões com o movimento sem maiores explicações, houve por fim uma rodada de negociações nesse dia 13 de julho, em Brasília. Ao mesmo tempo em que representantes do Ministério do Planejamento se reuniam com os professores grevistas, o ministro da Educação Aloizio Mercadante e a de Planejamento, Miriam Belchior, iam à imprensa informar o “fim da greve” com uma proposta que supostamente garantiria 45% de reajuste.

A realidade, porém, passa ao largo das cifras divulgadas pelo governo e a proposta, ao invés de melhorar, piora a situação dos docentes.




Manobra para acabar com a greve

Segundo o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a proposta apresentada pelo governo “sequer recompõe as perdas inflacionárias dos salários de grande parte da categoria”. Segundo análise do Comando Nacional de Greve, as propostas “apresentam um rebaixamento do valor real da remuneração dos professores”. Além disso, ao contrário do que reivindicam os docentes, a estruturação de uma única carreira, o governo aposta na divisão da categoria.

Os 45% de reajuste foram amplamente divulgados pela imprensa. Mas os cálculos do governo partem de uma manobra, tomando como referência os salários de julho de 2010 e simplesmente desconsiderando a inflação nos próximos três anos (35% de acordo com levantamento do Comando de Greve a partir da inflação dos últimos 30 meses) para chegar ao valor de 45%. A proposta do governo, na verdade, garante apenas um pequeno aumento para uma classe de professores que está no topo da carreira e que representa menos de 10% da categoria.


Intensificar a mobilização

A greve nas universidades federais já é uma das maiores greves do setor desde 2001, pelo menos. Começou com os docentes cruzando os braços no dia 17 de maio, sendo seguidos pelos funcionários, que pararam no dia 13 de junho e pelos estudantes, que decretaram greve estudantil em dezenas de universidades e elegeram um Comando Nacional de Greve para exigir suas próprias reivindicações. A força da mobilização e a ação unificada desses três setores vêm expondo a dura realidade das universidades federais em todo o país, como a estrutura precária e a falta de docentes.

Esta semana deve ser decisiva para a greve nas universidades e no funcionalismo público federal. Neste dia 16 os servidores começaram a montar um acampamento em Brasília, parte da agenda de mobilizações do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais. Já neste dia 18, quarta-feira, os servidores devem tomar Brasília em uma grande marcha. Os estudantes, por sua vez, participam também de uma reunião ampliada do Comando Nacional de Greve, dia 19, também em Brasília.


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Servidores federais vão sacudir Brasília no dia 18


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