quarta-feira, 30 de junho de 2010

Bancários da Caixa paralisam serviços contra a reestruturação

Os bancários da Caixa Econômica Federal paralisaram, na manhã de 29 de junho, os serviços do Banco durante uma hora. O objetivo da mobilização foi protestar contra o processo de reestruturação que vem acontecendo no Banco, processo este que desvaloriza e desrespeita os empregados.

A reestruturação também é prejudicial aos clientes. A direção do Sindicato dos Bancários, em carta aberta à população, alerta que “a reestruturação na Caixa também afetará diretamente o cliente, pois atividades que hoje são efetuadas aqui no Rio Grande do Norte, serão migradas para Fortaleza ou Salvador (isso envolve boa parte das áreas de habitação, seguro contra danos físicos e morte e invalidez, liberação de hipoteca etc.)”.

Vale ressaltar que as respostas rápidas que os clientes tinham dos setores instalados no RN não poderão mais ser dadas, porque boa parte das atividades já foram migradas para outros Estados. O cliente sairá perdendo diretamente com esse processo de enxugamento. O empregado, por sua vez, acumulará mais trabalho com uma unidade reduzida.

Essa reestruturação é parte de um pacote de enxugamento que atingirá todos os empregados da Caixa, retirando direitos e preparando uma possível fusão da Caixa com o Banco do Brasil, ou seja, encaminhando para a privatização. Essa medida faz parte da política neoliberal iniciada no governo Collor, continuada por Fernando Henrique Cardoso e ampliada no governo Lula que defende apenas os interesses dos banqueiros e grandes empresários.

Além disso, a Caixa está descumprindo o Acordo Coletivo assinado com o Movimento Sindical e não apresentou o Plano de Cargos e Salários/Plano de Funções Gratificadas (PCC/PFG). A isonomia não foi implementada, ou seja, a igualdade de direitos entre os funcionários antigos e novos, pois desde 1998, pessoas que exercem trabalhos idênticos não têm um tratamento igual. Os trabalhadores contratados antes de 1998 têm mais direitos que os contratados depois de tal ano. Essa luta dura mais de uma década.

A paralisação aconteceu das 10h às 11h nas agências da Caixa Ribeira, Potiguar (centro), Alecrim e nas unidades meio GICOP, GICOT, RERET e RESUT. Os bancários participaram do protesto usando a cor preta. Segundo a direção do Sindicato dos Bancários, há a possibilidade de greve por tempo indeterminado.



Retirado do Site do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte

Grécia parou mais uma vez nesse dia 29

G-20 orienta a política de cortes de gastos a “todos os países industrializados”


Confronto entre policiais e manifestante

A Grécia viveu mais um dia de greve geral nesse dia 29 de junho, terça-feira, contra os planos de cortes e ajustes fiscais do governo de George Papandreou, do FMI e da União Europeia. A imprensa já perdeu a conta de quantas greves já ocorreram só esse ano no país. Enquanto uns afirmam que essa foi a quinta greve geral, outros veículos enumeram como a sexta paralisação geral.

Mais uma vez, trabalhadores do setor público e privado cruzaram os braços contra os cortes e os ataques aos salários e à aposentadoria. A greve foi convocada pela GSEE, central que reúne os sindicatos privados e a Adedy, central dos trabalhadores públicos. A greve afetou os serviços públicos, principalmente o setor de transportes. O turismo também parou. Trabalhadores de veículos de comunicação, como jornais e TV, também pararam.


Mobilizações

Manifestações também acompanharam o dia de greve. Em Atenas e na cidade de Salónica, segunda maior cidade da Grécia, os trabalhadores foram às ruas e, em vários momentos, enfrentaram a repressão da polícia. Na capital grega cerca de 70 mil manifestantes foram às ruas.

Os sindicatos organizam uma nova greve geral já para o início de julho, quando começa a tramitar no parlamento o projeto de lei que aumenta a idade mínima de aposentadoria, reduz as pensões e facilita as demissões. O debate está marcado para o dia 8 de julho.




Greve na Espanha

Na Espanha o dia também foi de greve contra o corte de salários e direitos. Em Madri, os trabalhadores do metrô cruzaram os braços contra o corte nos salários dos servidores públicos. Em todo o país basco houve greves e mobilizações contra o plano de cortes.

Já no último dia 25 foi a vez da Itália ter seu dia de greve geral. Sindicatos organizaram 4 horas de paralisação e impulsionaram manifestações que reuniram algo como 1 milhão de pessoas pelas ruas do país.


G-20 aponta generalização da política de cortes

Como se não bastasse a política coordenada de cortes nos salários e direitos, a fim de reduzir o déficit fiscal da Europa, imposto pelo FMI e a União Europeia, agora foi a vez do G-20 orientar esse mesmo plano de ajustes fiscais para o restante do mundo.

A cúpula das vinte maiores economias do mundo se realizou nos dias 26 e 27 em Toronto, no Canadá e aprovou uma carta em que orienta o mesmo ajuste fiscal da Europa para o resto dos países. “O corte do déficit público se impôs como prioridade, primeiro na Europa e agora em todos os países industrializados” , diz o comunicado final do G-20. Isso significa que os cortes de salários e ataques aos direitos e à previdência pública não serão exclusividade dos países endividados da Europa.

Enquanto o mundo vivia a mais grave crise financeira desde 1929, o G-20 exortava os governos a aprovarem vultuosos pacotes de ajuda ao mercado . Agora, com os bancos a salvo, o mesmo G-20 quer que a conta seja paga pelos trabalhadores.

Isso reforça a tese de que o desenrolar da luta de classes na Europa será um indicativo do que deve ocorrer no restante do mundo. Uma vitória dos trabalhadores contra os planos de ajuste fiscal pode barrar essa política, do mesmo modo que uma vitória do FMI vai ser o pontapé inicial para a generalização dessa política em todos os continentes.

  • Leia entrevista com Sotires Martalis, trabalhador grego, durante o Conclat


  • Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 29 de junho de 2010

    Mais um crime contra a mulher no futebol

    Goleiro do Flamengo é acusado de matar ex-namorada


    Infelizmente, em meio à Copa do Mundo que faz bilhões de pessoas vibrarem em todo o planeta, o futebol é cenário de um caso revoltante de violência à mulher. O goleiro do Flamengo, Bruno, mais uma vez, é o protagonista de uma história que já era grave e chegou ao extremo por causa da impunidade. Ele é suspeito de matar e ocultar o cadáver de Eliza Samudio, com quem teve um relacionamento e um filho.

    Eliza, 25 anos, está desaparecida há três semanas. Segundo amigas, ela teria ido passar uma temporada com o filho no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG). Bruno, com a ajuda de amigos, teria sequestrado a jovem e o bebê de quatro meses que seria filho do jogador. Eles teriam espancado Eliza até a morte e depois enterrado o corpo na propriedade do jogador.

    A criança foi entregue a um terceiro pela esposa de Bruno, Dayanna Souza, que foi presa na sexta-feira e liberada em seguida. A pessoa depôs dizendo que tinha sido orientada a fazer o bebê desaparecer. O pai de Eliza já encontrou o menino e conseguiu sua guarda.

    Esse não é apenas um episódio, mas mais um ato de um espetáculo de terror. A história de violência de Bruno com Eliza teve um crescimento gradual e podia ter sido interrompida.

    Em outubro de 2009, Eliza Samudio, grávida de cinco meses, denunciou Bruno de tê-la sequestrado, ameaçado de morte, agredido fisicamente e apontado uma arma para a sua cabeça. Três amigos ajudaram Bruno. Ele a agrediu fisicamente.

    Ela conta que Bruno dizia: “Eu não sei se te mato, não sei o que eu faço”. Ele queria que ela fizesse um aborto e tentou forçá-la a tomar Citotec, medicamento utilizado no tratamento de úlcera que pode provocar aborto. Ela recusou e ele a levou para o seu apartamento, onde lhe deu remédios sedativos e uma bebida que a moça não identificou.

    Mesmo com as ameaças para que Eliza não recorresse à polícia – ele ameaçou matar a ela, à família e às amigas – ela recorreu à Delegacia de Atendimento à Mulher. O que aconteceu com Bruno? Nada. Continuou livre e, assim, confiante para levar à violência às últimas consequências.


    Um crime previsível

    O perfil do goleiro já era conhecido. Quando o então jogador do Flamengo Adriano – hoje no Roma da Itália – agrediu de forma selvagem a ex-namorada Joana Machado, Bruno deu uma entrevista coletiva, defendendo o colega. Justificando a agressão de Adriano a Joana, Bruno disse aos jornalistas: “qual nunca saiu na mão com sua mulher?

    No episódio, ocorrido em março, Adriano, Vagner Love, Bruno e Álvaro saíram de um jantar na luxuosa Barra da Tijuca e foram para um baile funk no Morro da Chatuba. Joana, então noiva de Adriano, foi atrás do craque para exigir satisfações. Joana atirou pedras nos carros dos jogadores, fato que foi mais destacado pela imprensa do que o que aconteceu depois.

    Bruno, goleiro e capitão do Flamengo, conteve a moça aos gritos, quando ela se dirigiu ao seu carro, de forma nada gentil: “O meu carro você não quebra, não, sua puta”. Adriano tentou segurar Joana, que revidou. Ele não teve dúvidas: bateu na namorada, pediu aos traficantes que a expulsassem da favela e, caso ela resistisse, que a amarrassem numa árvore e a deixasse até o sol raiar.

    O noticiário nacional tratou o caso como um “barraco”. Dois dias depois, a notícia era sobre a reconciliação do casal. Só uma sociedade doente e moralmente degenerada permite uma inversão dessas.

    O que assusta é a naturalização como a violência à mulher é tratada. Só agora, depois desse filme de terror, Bruno foi afastado do Flamengo.


    O carro de luxo, a mansão e a mulher

    Há tempos que os jogadores deixaram de ser ídolos por causa de seu belo futebol, como foram Garrincha, Tostão, Pelé e tantos outros. Atualmente, a maioria deles é celebridade, como qualquer astro de Hollywood.

    Com salários milionários, que um trabalhador não recebe numa vida inteira de suor, compram o que querem. E não são só os salários. É normal os mais famosos passarem mais tempo fazendo propagandas publicitárias do que treinando.

    Para eles, a mulher é apenas mais uma coisa que eles podem comprar. É como a Ferrari, o Jaguar, o Lamborghini, a mansão na Europa, o apartamento de luxo na Barra da Tijuca.

    Como ídolos, eles são referência para milhões de pessoas comuns, trabalhadores e jovens. Esses reproduzem suas atitudes. Os exemplos não faltam. Felipe Melo, volante da seleção brasileira, chamou a bola Jabulani de “patricinha que não gosta de ser chutada”.

    A impunidade de Bruno e de outros jogadores e a falta de reprovação e condenação às falas machistas constantes autorizam qualquer homem a fazer o que bem entende com as mulheres, pois nada acontece com eles.

    Para que serve a Lei Maria da Penha? Se já não funciona em tantos casos para as mulheres pobres denunciarem seus companheiros, menos efeito ainda tem sobre pessoas importantes, com um poder financeiro e social, como têm os jogadores. No caso Bruno, a lei sequer o intimidou.


    Assista à entrevista que Eliza Samudio deu ao jornal Extra em 2009:




    Retirado do Site do PSTU

    domingo, 27 de junho de 2010

    Convenção e ato confirmam candidatura de Zé Maria para presidente

    Agora é pra valer. José Maria de Almeida, o Zé Maria, é o candidato a Presidência da República pelo PSTU. A candidatura foi confirmada neste sábado, durante a Convenção Nacional do partido, em São Paulo. O evento reuniu 750 pessoas e foi cercado por muita emoção e homenagens.



    No ato que confirmou a candidatura, foram chamados para compor a mesa todos os candidatos aos governos estaduais presentes na convenção: Vanessa Portugal, candidata ao governo de Minas Gerais; Simone Dutra, candidata no Rio Grande do Norte; Cyro Garcia, candidato no Rio de Janeiro; Gonzaga, candidato ao governo do Ceará; e Luis Carlos Prates, o Mancha, candidato em São Paulo. Também foram chamados para a mesa Claudia Durans, candidata a vice–presidente da República, Eliana Ferreira, candidata a vice-governadora de São Paulo. Dirceu Travesso, candidato ao Senado por São Paulo, e Vanessa Portugal coordenaram os trabalhos.

    Mancha foi o primeiro a falar. Ao ser anunciado, o dirigente metalúrgico foi bastante aplaudido pelo plenário. Dirceu Travesso o apresentou, afirmando "aqui temos um candidato para combater o preconceito de classe, de cor, todos essa ideia de que um operario nao pode governar". Mancha iniciou sua fala fazendo uma saudação a todas as categorias que estão em luta e em greve, como os servidores da USP, do judiciário e do Ministério do Trabalho. “Os trabalhadores só conseguem sua emancipação se for através das lutas. Por isso, nossa candidatura estará a serviço de todas as lutas dos trabalhadores”, lembrou.

    Mancha criticou as candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB) e disse que o petista Aloísio Mercadante não oferece nenhuma alternativa aos trabalhadores por representarem o mesmo projeto. “Hoje PT e PSDB estão se degladiando em vários estados, mas todos eles defendem a mesma coisa. Todos defendem em essência a continuidade do sistema capitalista”, declarou.

    O candidato ainda lembrou que o projeto neoliberal aplicado pelo PT em nível nacional e pelos tucanos em São Paulo levou a redução dos salários dos trabalhadores do estado, enquanto houve um aumento dos lucros dos grandes empresários.

    Em seguida Claudia Durans tomou a palavra. Emocionada, Claudia falou do orgulho em compor a chapa com Zé Maria e de como reuniu coragem para encarar o desafio. “Hoje iniciamos nosso seminário de programa. Nós estamos sistematizando o verdadeiro significado da candidatura de Zé Maria. Nosso desafio é enfrentar essa poderosa máquina de mentiras”, disse em referência as propagandas do governo federal que iludem a população.

    Claudia aproveitou para denunciar a aprovação do Estatuto da Igualdade Social, que retirou de cena todo o debate sobre as cotas e sobre o direito das terras aos povos quilombolas. “O Estatuto da ‘Desigualdade’ é um grande atraso divulgado como uma grande vitória”, disse.


    Pra derrotar a burguesia, meu voto é Zé Maria

    O candidato à presidência pelo PSTU encerrou o ato. Antes de iniciar sua intervenção, porém, pediu a todo plenário uma homenagem aos militantes do partido que tombaram na luta contra o capital. Ao invés de um minuto de silencio, o candidato pediu para que o auditório fizesse uma salva de palmas para Gildo Rocha, assassinado há dez anos pela polícia de Joaquim Roriz em Brasília, e José Luís e Rosa Sundermann, assassinado em 1994.

    Em seguida, o candidato falou sobre a necessidade de a candidatura enfrentar o desafio de desmascarar o real caráter do governo Lula. “Precisamos desconstruir essa mistificação sobre o governo Lula para reconstruir o sonho de ter um verdadeiro governo dos trabalhadores. Mas não basta dizer que o Lula traiu a nossa classe. Temos de dialogar para convencer os trabalhadores disso”, explicou.

    Zé Maria exemplificou a traição do governo Lula no recém veto do governo ao fator previdenciário. O candidato explicou que, em um primeiro momento o governo sequer desejava aumentar o reajuste para as aposentadorias em 7%. “O fim do fator previdenciário poderia beneficiar 44 milhões de trabalhadores. Isso representaria um custo de 11 bilhões de reais. Mas o governo dizia que não tinha verba, que o país iria quebrar. No entanto, destinou mais de 380 bilhões para salvar os banqueiros e empresários da crise”, denunciou.

    Em seguida, Zé Maria comparou a atual tragédia que atinge o Nordeste com o descaso das autoridades que levaram ao desastre no Morro do Bumba, em Niterói. “Se repete no Nordeste o mesmo que vimos no Rio. A responsabilidade pelas mortes só pode recair sobre os governos. Quando ocorreu o desastre no Rio, o que o Lula disse? Disse pra rezar para Deus. Mas não foi isso que ele disse aos empresários e banqueiros em crise”, disse.

    O candidato ainda denunciou que, apesar de toda a propaganda do governo, 68 milhões de brasileiros ainda passam fome “por que o governo prefere investir no agronegócio que produz soja para servir de ração de gado para Europa” ao invés de mudar a política econômica.

    Zé Maria não deixou de atacar a oposição de direita. “Não aceitamos a alternativa tucana que em oito anos de governo privatizou as estatais e aprofundou o neoliberalismo no país”, disse. Por outro lado, criticou duramente Marina Silva, do PV, que segundo Zé Maria declarou ter acordo com os projetos do governo Lula e do PSDB

    Marina quando era do governo deixou que aprovasse a transposição do São Francisco. Foi com ela que se aprovou o loteamento da Amazônia e que também foram liberados os transgênicos. Que defesa do meio ambiente ela representa quando seu vice, o dono da Natura, é acusado de roubar plantas de povos indígenas?”, questionou.

    Por fim, o candidato disse que seria possível fazer a reforma agrária, dar moradia digna à população, acabar com o fator previdenciário, por fim a discriminação racial e sexual.

    Mas existe uma passo decisivo para implementar essas medidas. “É preciso romper as amarras que subordinam o país aos interesses do capital internacional. É preciso para de pagar as dividas, estatizar o sistema financeiro e nacionalizar as multinacionais”, concluiu sob aplausos.

    Ao final do ato, os militantes cantaram o hino da Internacional, o hino da classe trabalhadora de todo o mundo. Depois, teve inicio uma festa junina, com shows, cordel e uma grande quadrilha, reunindo os militantes. Na festa, o casamento foi entre um militante imitando o presidente Lula e outro fantasiado de FMI.


    Retirado do Site do PSTU