sábado, 14 de janeiro de 2012

Por que querem esmagar o Pinheirinho?

A mão (não tão invisível assim) da especulação imobiliária é o que está por trás da enorme campanha de xenofobia contra os trabalhadores pobres da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Também é o elo com mais outros dois episódios que ganharam notoriedade em São Paulo nas últimas semanas: o suspeito incêndio do favela do Moinho, e tentativa do governo Alckmin e do prefeito Kassab de limpar a cracolândia, no bairro na Luz.

Caso se concretize, a desocupação do Pinheirinho será a maior já realizada, superando a da Vila Socialista, em Diadema, realizada em 1990, que resultou em duas mortes. A irresponsabilidade da prefeitura, poder judiciário e da PM vai produzir uma nova tragédia de repercussão nacional que vai recair sobre 3 mil fámilias.

Como vários outros municípios do país, São José é palco de intensos investimentos imobiliário. No último ano, o setor auferiu lucros exorbitantes. O número lançamentos é 20% maior do que o do de 2010, segundo a Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba). O número lançamentos é 20% maior do que o do de 2010.

O leitor é capaz de adivinhar qual é a região da cidade com maior numero de lançamentos imobiliários? É justamente a Zona Sul, onde está localizado o Pinheirinho, que concentra 51 dos 143 lançamentos.

“A zona Sul é muito grande e tinha muitos vazios urbanos que foram preenchidos por esses empreendimentos. Já a zona Oeste se tornou objeto de investimento e moradia de classes A e B”, afirma o presidente da Aconvap ao Portal “O Vale”.

Obviamente, todo esse movimento foi acompanhado por inúmeros projetos de "revitalização" urbana da gestão do prefeito Eduardo Cury, do PSDB. Trata-se de criminosos planos de higienização urbana cujo objetivo é expulsar a população pobre para longe dos olhos das elites e da classe média. O resultado foi a enorme expansão da periferia de São José. Segundo, “O Vale”, a periferia da cidade recebeu cerca de 30 mil moradias nos últimos cinco anos.

Há muita grana em circulação. A previsão da Aconvap é que o mercado imobiliário de São José movimente mais de R$ 5,4 bilhões até 2014, valor correspondente a 25% do PIB (Produto Interno Bruto) da cidade.

Não é de se estranhar, portanto, o interesse dos políticos locais, da prefeitura, grande imprensa e da “Justiça” em insistir na reintegração de posse de uma massa falida do agiota internacional Naji Nahas, mesmo que seja necessário esmagar os trabalhadores pobres do Pinheirinho. Como disse a juíza Márcia Loureiro, irredutível em sua decisão em expulsar os moradores, “é uma área de muito valor”. A frase foi pronunciada diante dos ouvidos incrédulos dos representantes do movimento em uma reunião com a juíza. Filmes como “Redentor” mostraram muito bem como agem a corrupta Justiça, políticos, mídia em conluio com as construtoras.

O capital imobiliário, os políticos e a "justiça" fizeram sua opção: trataram de escolher qual parcela da humanidade não merece viver, tampouco um lugar para habitar.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

DF: Governo pressiona justiça contra os metroviários e consegue antecipação de julgamento do dissídio

Os metroviários do Distrito Federal, em greve, seguem enfrentando a dureza nas negociações por parte da empresa e do governo. A justiça, provavelmente devido a uma articulação do governo, está tomando iniciativas de antecipar o julgamento do dissídio, antes marcado para o dia 24/01 e agora previsto para ocorrer na próxima terça-feira (17).

Segundo informações do membro da CSP-Conlutas Ricardo Guillen, as iniciativas da justiça são sintomáticas. “Nessa sexta-feira ocorrerá o posicionamento de um juiz sobre a greve, uma espécie de relator, que emitirá um parecer para um colegiado de juízes. O incrível é que esse parecer, de um só juiz, tem força de lei, e tem que ser cumprido. Ao que parece o recurso só cabe ao TST. Provavelmente o colegiado de juízes será antecipado para o dia 17”, salienta Guillen.

O membro da CSP-Conlutas DF ressalta que ao que tudo indica o governo vai se apoiar na justiça para seguir seu posicionamento de não negociar e punir a categoria em greve.

Diante dos últimos informes sobre a greve a CSP-Conlutas orienta a todas as entidades e organizações para intensificarem o envio de moções.

Para o envio de moções clique aqui

A cada dia que passa, com as atividades econômicas da cidade voltando à normalidade, depois das festas de fim de ano, a paralisação começa a incomodar mais, pois o fluxo de passageiros está aumentando.

O movimento grevista teve início no dia 12 de dezembro. Cabe ressaltar que a greve reivindica o cumprimento do acordo coletivo e foi julgada legal pela justiça que, determinou o funcionamento de 30% dos trens. A categoria dá uma demonstração de força e de organização ao garantir esse percentual à revelia da direção da empresa.

Na noite de terça-feira, ocorreu a assembléia dos metroviários que remarcou nova assembléia para quinta-feira (12), às 20h.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

PSTU exige liberdade imediata e anistia para os presos políticos do Piauí

A juventude e a classe trabalhadora de Teresina, que desde o dia 2 de janeiro estão nas ruas contra o aumento da passagem de ônibus, resistem bravamente aos sucessivos e cada vez mais brutais ataques de violência por parte da Polícia Militar do Piauí. Embora se manifestem pacificamente nas principais ruas e avenidas do centro da capital, exigindo do prefeito Elmano Férrer (PTB) a redução da tarifa, os(as) ativistas vêm sendo duramente reprimidos e criminalizados por exercerem o direito de lutar por um transporte público de boa qualidade, com preço socialmente justo, e por uma integração das linhas sem a cobrança de uma segunda tarifa.

A truculência e o uso da força bruta ocorreu pela primeira vez contra manifestantes do Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público, no dia 3 janeiro, na Frei Serafim. A atitude da Polícia Militar que utilizou spray de pimenta, gás lacrimogêneo, cacetetes, socos, pontapés e até balas de borracha contra jovens e adolescentes desarmados e indefesos provocou uma reação indignada de vários grupos solidários que se integraram à luta contra o aumento das passagens. Naquele dia a democracia burguesa já demonstrou ser uma grande farsa, na medida em que até uma milícia armada (CET-SEG) contratada pelo SETUT, entidade patronal, perseguiu manifestantes pelas ruas de Teresina. A burguesia local e os governos de plantão, que consideram o patrimônio dos empresários mais importantes do que a integridade física de trabalhadores(as) e estudantes que lutam por seus direitos, passou então a desenvolver através das grandes empresas de comunicação uma campanha maciça, no intuito de criminalizar o movimento.

O dia 10 de janeiro de 2012 entra para a história como a expressão singular da barbárie, típica do capitalismo selvagem, em que os interesses coletivos de uma classe explorada são esmagados pelas botas e armas impiedosas e cruéis de uma ditadura que se instalou em Teresina em pleno século 21. Uma operação de guerra foi montada para massacrar manifestantes sentados na avenida com velas nas mãos. As imagens chocantes que já circulam pelo mundo inteiro, mostram um aparato extremamente desproporcional, acionado para a defesa dos lucros dos empresários do SETUT. Dentre as vítimas, uma estudante teve a retina estraçalhada por um tiro de bala de borracha. Até a manhã do dia 11 de janeiro, dos 16 ativistas presos, oito continuavam detidos, com ameaça de serem encaminhados para presídio (Casa de Custódia).

O preço que foi cobrado pela fiança de cada manifestante detido (R$ 6.220,00), revela que as prisões são ações políticas do Estado, para punir e intimidar quem está nas mobilizações. O delegado geral James Guerra não permitiu que o delegado de plantão arbitrasse o valor da fiança e aplicou pessoalmente a multa máxima, resultando num valor superior a 80 mil reais para libertar todos os ativistas, além de exigir que os ativistas fossem algemados e encaminhados à Casa de Custódia. Esta ilegalidade, típica dos anos de chumbo da ditadura militar, também foi respaldada pelo Secretário de Segurança Raimundo Leite, com a intenção de dificultar o trabalho da assessoria jurídica do FÓRUM ESTADUAL EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO, que já havia libertado 23 manifestantes presos ilegalmente desde o início dos protestos.

A administração de Elmano Férrer (PTB), mantém a intransigência e continua se negando a negociar com o Fórum. A polícia militar, comandada pelo governador Wilson Martins (PSB), insiste na truculência como método de negociação. Ironicamente, dois partidos que no passado já defenderam os interesses da classe trabalhadora, hoje ocupam cargos nestes governos e defendem os interesses da burguesia: o PT e o PCdoB. Fazemos um chamado aos militantes honestos que ainda fazem parte do PT e do PCdoB a romperem com estes partidos que definitivamente mudaram de lado da trincheira de luta. Do contrário, estarão respaldando o maior massacre de estudantes e trabalhadores(a)s indefesos(as) já ocorrido na história do Piauí.

A luta contra o aumento da passagem de ônibus é uma bandeira legítima da classe trabalhadora e da juventude, que já pagava, com a tarifa anterior (R$ 1,90), um preço bastante alto por um serviço de péssima qualidade. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), que vem colocando seus três militantes advogados a serviço do Fórum desde o início das manifestações, presta aqui sua solidariedade incondicional a todos(as) os(as) lutadores(as) covardemente agredidos(as) e presos(as), repudia e denuncia a truculência e a política de criminalização dos movimentos sociais implementada pelos governos estadual e municipal. O PSTU também exige a redução imediata do preço da passagem e o afastamento do Prefeito Elmano Férrer(PTB), que favorece meia dúzia de empresários para obter apoio do SETUT nas eleições (como já vem sendo feito há mais de 20 anos), e utiliza as forças repressivas do Estado para tentar reprimir violentamente manifestações legítimas.

Anistia aos presos políticos no Piauí!

Revogação do aumento da passagem, já!

FORA ELMANO!

Teresina, 11 de janeiro de 2012.

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU


Retirado do Site do PSTU

Moradores do Pinheirinho realizam plenária para organizar resistência

Após reunião com entidades, Juíza mantém reintegração de posse. Mas nova reunião será realizada no dia 13.


Fotos: Kit
Moradores demonstraram que estão organizados e preparados para defender suas casas e vidas
Milhares de moradores do Pinheirinho realizaram uma plenária no início da noite desta quarta-feira para preparar a resistência contra reintegração de posse determinada pela “Justiça”.

Ao longo do dia, o clima foi de enorme tensão, com policiais da tropa de choque intimidando os moradores numa clara ação provocadora. Por volta das 15h, automóveis da Polícia Militar pararam em frente da ocupação do Pinheirinho. Um grupo de aproximadamente dez policiais militares desceu dos carros munidos de escudos, escopetas e outros equipamentos da Tropa de Choque, formando uma linha de policiais.

Atrás dos PMs, havia um oficial de justiça lendo o mandado de desocupação do terreno. No entanto, nenhum morador do Pinheirinho sequer chegou a ver o oficial. Nem mesmo a imprensa conseguiu ouvir o que o homem dizia. Conhecer o texto da ordem de despejo e ouvir a sua leitura era um direito daqueles trabalhadores.



Na emocionante plenária, os moradores mostraram toda sua revolta contra a ação da “Justiça”, da polícia e da Prefeitura de Eduardo Cury (PSDB). Em clima de resistência uma massa enorme de trabalhadores fincou o pé e disse que vai ficar. A cada fala, ouvimos os gritos de luta e as ovações. "O Pinheirinho vai ser o Vietnã do PSDB", disse Durval Junior, do PSTU.


Respiro

Antônio Ferreira, o Toninho, advogado dos moradores, informou os resultados da reunião que, após muitas tentativas, a juíza Márcia Loureiro, finalmente aceitou realizar. O advogado informou que a juíza se recusa a ceder e revogar a reintegração de posse, pois, segundo ela , “é uma área de muito valor”. Os representantes do movimento e um padre que estavam na reunião rebateram e questinoram a juíza sobre qual seria então o valor de uma vida.

Alertaram que a insanidade e irresponsabilidade da Prefeitura do PSDB e da Justiça provocariam uma tragédia em São José dos Campos. “Quero deixar bem claro que, caso aconteça uma tragédia na cidade, a responsabilidade será toda da Prefeitura e do judiciário”, disse o assessor da Secretaria Geral da Presidência da República, Wlamir Martines, presente na reunião.

No entanto, nada foi resolvido. Irredutível, a juíza manteve a ordem de reintegração. Mas uma nova reunião entre a juíza ficou agendada para a próxima sexta-feira, dia 13, às 10h, na sede da OAB, em São José. A reunião contará com a presença das três esferas de governo (municipal, estadual e federal), representantes do Ministério das Cidades, OAB, CDHU e dos movimentos social e sindical.

Pela manhã, milhares de moradores se concentraram na estrada principal. Eles aguardavam a comitiva que vinha visitar a ocupação, avaliar a situação. Faziam parte da comitiva, o defensor público de São José, Jairo Salvador dos Santos, o vereador Tonhão Dutra (PT), Toninho, advogado do movimento e Wlamir Martines.


ASSISTA AO VÍDEO DA ASSEMBLEIA (Fonte: Sindmetal-SJC):




Retirado do Site do PSTU

PM e Justiça dão ultimato a moradores

Abuso: oficial de justiça lê ordem de despejo do outro lado da rua, atrás da tropa de choque armada. Ninguém ouviu.


Moradores em assembleia no centro do Pinheirinho, no Espaço João Candido
Por volta das 15h, cinco automóveis da Polícia Militar pararam em frente da ocupação do Pinheirinho. Um grupo de 15 policiais militares desceu dos carros munidos de escudos, escopetas e outros equipamentos da Tropa de Choque, formando uma linha de policiais. Imediatamente, eles avançaram até a entrada do acampamento com armas e escudo em punho.

Sem saber direito o que estava acontecendo, moradores entraram em desespero e houve uma debandada geral de mães com crianças e carrinhos de bebês, com medo de um confronto com a PM.

A ação da polícia, uma clara e desnecessária provocação, não foi compreendida de imediato. Só algum tempo depois, um fotógrafo nos informou que atrás da linha formada pelos PMS havia um Oficial de Justiça lendo o mandado de desocupação do terreno. No entanto, nenhum morador do Pinheiro conseguiu entender suas palavras. A maioria, sequer o viu. Os moradores tampouco sabem o prazo que foi dado para retirada antes da reintegração. Ninguém ouviu, nem a imprensa. Ao vivo e a cores vemos todo o abuso da “Justiça” dos ricos deste país.

GALERIA DE FOTOS

VÍDEO

  • Reportagem do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos


  • Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 10 de janeiro de 2012

    Policial racista saca arma e agride estudante da USP

    Depois do assédio racista a uma estagiária e do episódio envolvendo um garoto etíope jogado para fora de um restaurante, mais um caso de asqueroso racismo foi divulgado nesta segunda, dia 9 de janeiro: o único estudante negro presente num espaço ocupado na USP foi brutalmente agredido e ameaçado por um policial de armas em punho.

    O mais recente caso de racismo aconteceu no mesmo momento em que o Núcleo de Consciência Negra da universidade sofre ataques. Dois vídeos publicados no YouTube mostram a ação da PM, particularmente do policial racista (apesar de covarde e, sistematicamente, tentar ocultar seu nome), identificado como André, quando ele parte para cima de um dos estudantes, o derruba no chão, o joga contra os móveis que estavam no local e tenta detê-lo empunhando um revólver.



    Cabe lembrar que a ação do policial é, também, mais um exemplo lamentável das sucessivas e truculentas ações policias que, a mando do reitor João Grandino Rodas, têm sido implementadas na universidade, além de ocorrer no exato momento em que o Núcleo de Consciência Negra na USP (NCN) está sofrendo um violento ataque: no dia 21 de dezembro houve a tentativa de demolição, por parte da reitoria, do barracão onde desenvolve suas atividades.


    Na USP, ser negros é ser suspeito

    O estudante Nicolas Menezes Barreto foi, literalmente, escolhido a dedo pelo policial. Além de ser um dos poucos negros no local, Nicolas, usa cabelo rastafári, razões suficientes para que o racista partisse para cima dele, questionando se ele era estudante da USP e exigindo sua carteirinha, coisa que não foi feita em relação a nenhum outro presente, todos brancos.

    Apesar de não ser obrigado a apresentar seu documento estudantil para ninguém, Nicolas é aluno de Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na USP Leste, e estava no campus Butantã acompanhando um grupo que está ocupando o prédio.

    A atitude do policial André, além de típica da instituição da qual faz parte, reflete o racismo há muito alimentado na maior universidade do país. Concebida com objetivo de formar a elite nacional, USP nunca conviveu bem com os membros que não fazem parte desta camada e, de alguma forma, conseguiram superar a barreira do vestibular e adentrar os portões da academia.

    A título de exemplo, posso citar um episódio que aconteceu comigo mesmo, quando estudava na universidade, no final dos anos 1980, e morava no Conjunto Residencial da universidade, o CRUSP. Num ensolarado domingo, nesta mesma época do ano, decidi estudar na Praça do Relógio, como cerca de 100 outras pessoas que estavam espalhadas pelo gramado.

    Infelizmente, não foi surpresa nenhuma para mim quando, de repente, minha leitura foi interrompida por um policial que, sem a mesma violência, mas de forma enfática questionou seu eu era estudante e o que estava fazendo naquele local.

    Assim como na Pizzaria Nonno Paolo ou no Colégio Anhembi Morumbi, palcos dos dois casos de racismo mais recentes, a USP não é vista (nem por seus administradores nem pelas polícias que lhes servem) como um lugar para negros e negras, reproduzindo uma das máximas do racismo à brasileira: para evitar ataques, negros e negras têm de saber onde é o “seu lugar”.


    Combater o racismo, defender o NCN

    No final dos anos 1980, em resposta a episódios como o que aconteceu comigo e uns tantos outros descalabros que aconteciam na universidade, estudantes funcionários e professores fundaram o Núcleo de Consciência Negra (NCN) que, durante as últimas duas décadas, cumpriu um papel fundamental não só na denúncia e combate ao racismo, mas também para que mais negros entrassem na universidade.

    Diante do ataque a Nicolas, a defesa do NCN se impõe ainda mais. Além de assinar a petição que está circulando na internet, é fundamental que o movimento negro organize a reação a esta onda racista que, como vimos, não se restringe à universidade.

    Uma onda que, é necessário lembrar, acontece décadas depois da aprovação da lei anti-racismo, de 1988, dez anos depois da chegada de Lula ao poder e no momento em que o governo Dilma, enquanto se vangloria de combater a discriminação racial e todo tipo de opressão, ameaça por fim às secretarias especiais voltadas para políticas para negros(as) e mulheres. Isso sem falar do veto ao kit anti-homofobia e a mutilação do PLC 122, que criminalizava as práticas homofóbicas.

    Diante da péssima repercussão da ação racista da polícia, o governo do Estado de São Paulo e a PM decidiram afastar (apenas das ruas, mas não da instituição) o sargento André Luiz Ferreira e o soldado Rafael Ribeiro Fazolin. Segundo o comandante da corporação, Wellington Venezian, os policiais foram afastados porque demonstram o que ele chamou de “um desequilíbrio emocional” na abordagem. Ou seja, ao lado da “injúria”, “difamação” e outras tantas formas de se evitar a caracterização de crimes raciais, a PM está criando mais uma: estar descompensado. Um absurdo.

    Por isso mesmo, ganha força a proposta lançada pelo Quilombo Raça e Classe no protesto contra a Nonno Paolo, no sábado: é preciso construir um movimento amplo, em direção à realização de um vigoroso ato no dia 21 de março, Dia Internacional de Combate ao Racismo.


    Retirado do Site do PSTU

    PSTU propõe formar uma fente classista e socialista em São Paulo

    Partido chama a formação de frente classista e socialista e lança Ana Luiza Figueiredo como pré-candidata


    Ana Luiza obteve 109 mil votos em 2010
    Em outubro de 2012, haverá eleições municipais. Veremos, novamente, uma falsa disputa entre a candidatura da Frente Popular, com o PT e seus aliados (PMDB, PDT, PSB, PCdoB e outros) de um lado, encabeçada por Fernando Haddad, e a direita tradicional do outro, representada por PSDB, DEM e Kassab. Ambos têm o mesmo programa e as mesmas mentiras para tentar enganar os trabalhadores.

    Enquanto isso, o mundo caminha para o aprofundamento da crise econômica mundial, com a Europa entrando em bancarrota. Ao mesmo tempo, os trabalhadores se levantam e lutam no velho continente, da mesma maneira que, no Oriente Médio e no Norte da África, o povo realiza revoluções.

    Os reflexos no Brasil são, apesar de seu relativo crescimento econômico, uma desigualdade social impressionante. Para as grandes empresas, segue a política de investimentos públicos e isenções fiscais. Para os trabalhadores e o povo paulistano, a vida está cada vez mais difícil, particularmente para a juventude e o povo pobre: arrocho salarial, crescimento inflacionário, piores condições de trabalho com o aumento do ritmo laboral e precárias condições de segurança. O transporte urbano é um caos absoluto e extremamente caro. O atendimento à saúde do trabalhador é péssimo e a educação nunca deixou tanto a desejar. Todos os dias morrem, trabalhadores nas obras da construção civil, nas fábricas metalúrgicas e químicas e nos trilhos da CPTM.


    São Paulo precisa de uma alternativa socialista e dos trabalhadores

    No Brasil e em São Paulo, o que os trabalhadores precisam é de uma alternativa nas lutas e nas eleições de 2012. A população precisa de uma organização política que diga claramente que só existe um caminho para derrotar os ataques dos patrões e do governo e arrancar nossas reivindicações: retomar as mobilizações e as greves. Um partido político que lute contra todos os tipos de opressões, em especial as que ocorrem contra os negros, mulheres e homossexuais.

    Por isso, o PSTU propõe aos jovens universitários que lutaram contra a presença da Polícia Militar na USP; aos professores que lutam pelos 10% do PIB para a educação pública; aos metro-ferroviários, metalúrgicos e químicos que lutam por melhores condições de vida; às mulheres que sofrem abusos sexuais e morais; aos negros que sofrem ataques de racismo; aos homossexuais que são discriminados e atacados moral e fisicamente; enfim, a toda a população pobre e trabalhadora da cidade, a construir uma alternativa socialista e dos trabalhadores para a cidade de São Paulo.

    O PSTU propõe, particularmente, aos companheiros e companheiras do PSOL e do PCB, a construção de uma FRENTE DE ESQUERDA, com um programa classista e socialista, em oposição aos governos Dilma, Alckmin e Kassab. Uma frente que organize a classe trabalhadora, a juventude e o povo pobre para lutar contra os desmandos dos governos subordinados aos grandes empresários e latifundiários. Somente uma alternativa totalmente independente dos patrões e do governo pode disputar a consciência da classe trabalhadora e defender a independência política e o caminho das mobilizações.

    Para o PSTU, essa frente não pode ter a presença de nenhum representante de partidos burgueses (os partidos dos ricos e poderosos) ou que façam parte dos governos federal, estadual e municipais. Devemos ter uma posição firme contra a política privatista de Dilma, Serra e Kassab, que atacam também os direitos dos servidores públicos federais, estaduais e municipais. Essa frente deve ser financiada voluntariamente pela classe trabalhadora e a juventude, sem nenhum tostão de empresas ou empresários. Esta FRENTE DE ESQUERDA CLASSISTA E SOCIALISTA deve ser construída de forma democrática, com participação dos ativistas, respeitando o peso social dos partidos e organizações envolvidas neste processo.

    Precisamos unir os que lutam nas ruas juntos com os operários, professores, estudantes, profissionais da saúde e o povo pobre contra os ricos e poderosos em torno de um programa classista e socialista que defenda, entre outros pontos:

  • A estatização do transporte urbano de São Paulo, com a criação de uma empresa municipal de transporte coletivo que inclua o sistema rodoviário e metroviário, com diminuição e congelamento da passagem de ônibus, e passe-livre para estudantes e desempregados.

  • Aumento de impostos aos ricos (IPTU e ITBI progressivos) e fim de isenções de ISS para as grandes empresas.

  • Saúde pública gratuita e de boa qualidade: estatização das grandes clínicas e hospitais particulares; cobertura de rede de água e tratamento de esgoto em 100% do município; distribuição gratuita de remédios.

  • Educação pública gratuita e de qualidade: mais verbas para a rede pública e estatização da rede de ensino particular.

  • Reposição imediata das perdas salariais históricas dos servidores municipais. Fim das terceirizações, sem demissões.

  • Programa de construção de moradias populares sem a participação de empreiteiras e construtoras privadas; fim da especulação imobiliária (expropriação de grandes terrenos ociosos e legalização das ocupações dos sem-teto); diminuição e isenção de IPTU aos mais pobres.

  • Combate ao machismo, ao racismo e à homofobia.

  • Não ao pagamento da dívida pública!

  • Por governos municipal e nacional socialistas, da classe trabalhadora!


  • Independência de classe

    O PSOL votou, em seu Congresso Nacional, a possibilidade de coligações com partidos da burguesia e da base do governo em algumas cidades, como Rio de Janeiro, Belém e Macapá, seguindo os rumos das eleições de 2008, quando 15 de seus 25 vereadores eleitos conseguiram seus mandatos em coligações com partidos burgueses ou governistas. Achamos isso um grande equívoco e esperamos, honestamente, que isso não ocorra. Para nós, alianças só servem se forem com trabalhadores.

    O PSTU espera conseguir formar essa frente em São Paulo, mas se ela não se concretizar, o PSTU lançará seus candidatos, que defenderão fielmente um programa classista e socialista para São Paulo. Neste sentido, o PSTU lança a companheira Ana Luiza Figueiredo como pré-candidata à prefeitura de São Paulo no sentido de somar forças.

    Ana Luiza é diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal. Foi candidata ao Senado em 2010, quando teve 109 mil votos com um programa que defendia os interesses e os direitos dos trabalhadores a transporte, moradia e melhores condições de educação e saúde. Sua candidatura foi marcada pela luta contra o machismo, o racismo e a homofobia. Sem dúvida, é um grande nome para encabeçar uma alternativa socialista e dos trabalhadores na luta eleitoral.


    Retirado do Site do PSTU