sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Anistia a membros da ex-Convergência Socialista será julgada sábado


Cartaz de divulgação da 66° Caravana da Anistia
Militantes que integravam o Movimento de Oposição Metalúrgica de São Paulo (MOSP) terão os seus processos de Anistia Política julgados neste sábado, 8 de dezembro, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Entre eles, Antonio Fernandes Neto, Alexandre Fusco e Luiz Carlos Prates (Mancha), militantes da então Convergência Socialista e que, atualmente, integram as fileiras do PSTU. No mesmo dia, será também julgado o requerimento de anistia do Padre José Eduardo Augusti.

Em função da atuação e militância política, os integrantes do MOSP foram perseguidos, demitidos e presos durante o período do regime militar. O requerimento da Anistia Política, neste sentido, almeja que o Estado brasileiro reconheça a perseguição durante a ditadura, bem como indenize estes militantes pelos danos causados, em base à Lei de Anistia (10559/2002). Mais do que um direito constitucional, essa anistia é uma medida de justiça em relação a estes trabalhadores que foram demitidos arbitrariamente, monitorados e perseguidos pelos instrumentos repressores do Estado brasileiro sob o comando ditatorial dos militares.

O julgamento será na 66° Caravana da Anistia no dia 8 de dezembro, sábado, às 10h, no Memorial da Resistência, 5ª andar – Auditório Vitae. (Largo General Osório, 66 – Luz – antiga sede do DEOPS).


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Nem revanchismo, nem cumplicidade: combate à impunidade

Exigir punição exemplar para agentes do Estado que cometeram crimes, como: prisões arbitrárias, sequestros, ocultação de cadáveres, estupros e tortura não tem nada a ver com revanchismo ou revirar o passado. Tem a ver com garantir o presente e o futuro.

A certeza da impunidade é o que faz com que agentes (policiais, juízes, embaixadores, funcionários do Poder Judiciário e do sistema prisional) continuem cometendo crimes e desacatando a legislação. Ter a certeza da investigação e da punição, mesmo que seja futura, intimidará qualquer funcionário do Estado a cometer crimes e arbitrariedade.

É por isso que os agentes da repressão não querem permitir a apuração e o julgamento dos crimes do passado. Punir os repressores do passado é fundamental para lutar contra os repressores de hoje e de amanhã. Uma necessidade para defender as organizações operárias e populares.

É uma obrigação da presidente Dilma, que já esteve envolvida na luta armada contra a ditadura, presa e torturada como muitos combatentes, garantir uma profunda apuração destes crimes e efetivar a punição dos criminosos.


Por uma Comissão da Verdade, Memória e Justiça

A formação desta Comissão Nacional da Verdade é uma conquista da luta de muitos brasileiros que se mobilizaram pela sua formação e também pela punição dos crimes cometidos pela ditadura. Mas também é cercada de limitações.

A primeira delas é que a comissão é indicada direta e totalmente pela presidenta Dilma, e não pelas organizações de direitos humanos e do movimento sindical e popular, portanto, carece de independência. Isso passa a ser um problema quando identificamos que até o momento o governo teve uma política, no mínimo, tímida em enfrentar os golpistas.

Além disso, a Comissão institui um longo tempo de investigação ( de1946 a 1988, abrangendo o período do Estado Novo até a Constituição de 88), com um pequeno número de membros para averiguar tantos crimes em um curto período de dois anos. Mas sua maior debilidade é que somente terá poderes para investigar os crimes cometidos, e não de aplicar punições aos que cometeram estes crimes.

O Brasil precisa de uma Comissão da Verdade, Memória e Justiça que além de identificar os agentes da repressão policial, civil e militar determine a responsabilização de cada um dos envolvidos nos crimes, realize seu julgamento e dê punições exemplares aos culpados.

Mesmo assim, as investigações da Comissão da Verdade podem servir de base para a punição dos criminosos com as mudanças a serem feitas na Lei da Anistia. Para isso é necessário que organizações de direitos humanos, sindicatos e entidades populares, se mobilizem para que uma profunda investigação seja feita. Exigindo a abertura dos arquivos secretos e documentos sigilosos das Forças Armadas, do SNI e do Itamaraty, além de identificar todos os funcionários envolvidos, de policiais a embaixadores.

A Comissão da Verdade também deverá se pronunciar oficialmente se o que houve no país foram atos terroristas ou uma luta de resistência dos setores do povo brasileiro contra um regime de exceção.


Romper o limite da Lei de Anistia

Em 2010 o Supremo Tribunal Federal tomou uma decisão de que a Lei da Anistia impediria julgamentos de atos praticados durante o regime militar. Essa decisão, além de incorreta, pois reverte o conceito de como devem ser julgados os crimes contra a humanidade, é ilegal. Uma decisão judicial não pode estar acima da defesa dos cidadãos, nem servir para proteger criminosos ou encobertar crimes.

Os tribunais penais internacionais há décadas trabalham com o postulado de “crime contra a humanidade”, e o Brasil o reconhece sendo signatário de convenções que protegem os direitos humanos.

Por isso a Comissão Interamericana da OEA decidiu que o Estado brasileiro deve investigar a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida no DOI-Codi de São Paulo, em 1975. Assim como condenou o Brasil, em dezembro de 2010, pelo desaparecimento de militantes na Guerrilha do Araguaia. Este organismo determinou, entre outras coisas, que o Estado faça a investigação plena e puna os responsáveis por detenções arbitrárias, torturas e desaparecimentos de 70 pessoas, entre 1972 e 1975.


Tortura nunca mais

O combate à impunidade é fundamental para combater a tortura que persiste e cresce dentro dos órgãos de repressão do Estado.

No Brasil, nenhum torturador jamais foi julgado, tampouco punido. Cadáveres continuam ocultos. Os arquivos das Forças Armadas ainda não foram abertos.

Somente em 2008, a Marinha liberou a documentação da Revolta da Chibata, junto com uma nota onde diz que foi uma rebelião ilegal sem qualquer amparo moral ou legitimo. Apenas em 1993 as Forças Armadas reconheceram oficialmente a Guerrilha do Araguaia.

Essa é a referência criminosa para os funcionários da repressão que deve ser imediatamente transformada.


Remover o entulho autoritário

O Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu para que Brasil trabalhe para a supressão da Polícia Militar, acusada de numerosas execuções extrajudiciais.

Isso por que o modelo policial brasileiro esta esgotado, fundamentalmente por que foi montado nos anos da ditadura militar, para a segurança do Estado totalitário, baseado na ideologia da segurança nacional. O decreto-lei 667, de 2 de julho de 1969, atribuiu ao Ministério do Exército o controle e a coordenação das Polícias Militares por intermédio do Estado Maior do Exército em todo o território nacional.

Ocorre que a ditadura foi derrubada pelo povo brasileiro, mas seu aparato de repressão continua funcionando sobre a mesma estrutura e base ideológica.


Retirado do Site da LIT-QI

Jovens são espancados por serem homossexuais

Impunidade segue sendo o maior incentivo para os crimes homofóbicos 
 



Da esquerda para direita, André Baliera e Bruno Iago, vítimas de homofobia
Neste domingo, 2 de dezembro, um jovem ator foi agredido verbalmente e espancado por dois homens nas ruas de Camaçari, Bahia. Um dia depois, na noite de segunda-feira, um estudante de Direito da USP é agredido com chutes e socos na cidade de São Paulo. Em dois dias, dois crimes, duas cidades e um único motivo: a orientação sexual das vítimas. Ambos foram agredidos por simplesmente serem homossexuais.

O ator camaçariense, Bruno Iago, 22 anos, ficou com ferimentos no rosto e hematomas em várias partes do corpo. Durante a violência, os dois agressores, ainda não identificados, xingavam Bruno por sua orientação sexual, o que confirma que se tratava de um crime homofóbico.

O estudante de Direito da USP, André Baliera, de 27 anos, foi espancado pelo empresário Bruno Portieri, 25, e pelo personal trainer Diego Mosca, 29, quando voltava a pé pra casa. De dentro do carro, os agressores faziam piadinhas homofóbicas contra André, que não se calou. Foi quando Bruno e Diego saíram do carro e agrediram o estudante. André sofreu um corte na região da cabeça e ficou com hematomas abaixo do olho esquerdo. Os agressores foram presos em flagrante. Diferente da versão dos criminosos, que alegaram ser apenas uma briga de trânsito, testemunhas confirmaram a motivação do crime: ódio e preconceito contra homossexuais.

Os dois casos reafirmam que homofóbicos se acham no direito de agredir pessoas pelo simples fato dela ser homossexual, independente se reagiram ou não às ofensas. Isto se confirma na própria defesa de um dos agressores do estudante da USP quando disse cinicamente que "o agredido apanhou, apanhou de besta. Se ele tivesse seguido o caminho dele não teria apanhado". Em outras palavras, que lésbicas, gays, travestis, transgêneros e transexuais fiquem em casa, trancados, escondidos no armário, pois se atravessarem o caminho de homofóbicos virarão ‘saco de pancada’ gratuito ou terão sua vida interrompida.


Impunidade é aliada da homofobia

Apesar do crescimento do movimento LGBT e, por conseqüência, da luta contra a homofobia nos últimos tempos (Em 1995, eram 95 grupos. Em 2010 já chegavam a mais de 300), o número de crimes de ódio contra homossexuais só aumenta. Nos últimos cinco anos, houve um aumento de 113% dos crimes homofóbicos e a cada 36 horas um homossexual é assassinado no país.

Certamente, a luta contra homofobia deu mais visibilidade à causa, o que tornou “mais fácil” identificar e denunciar este tipo de crime, ainda que, hoje, permaneçam subnotificados. No entanto, existe outro elemento que tem sido determinante para o crescimento assustador das vítimas de homofobia: a impunidade.

Criminalizar a homofobia não resolverá todos os problemas enfrentados hoje por lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgêneros, mas com certeza irá inibir a violência contra eles. A impunidade é uma aliada da homofobia e o maior incentivo para os crimes homofóbicos. Neste sentido, o PLC 122, que criminaliza a homofobia, é uma necessidade para reduzir os índices de violência contra homossexuais.

Infelizmente, esta não tem sido a compreensão do governo do PT. O projeto de Lei que criminaliza a homofobia permanece engavetado desde 2006. Ao invés de batalhar pela aprovação de uma bandeira histórica dos setores oprimidos, Dilma optou por preservar o apoio da bancada evangélica ao seu governo. Foi assim também com o ‘Kit anti-homofobia’, quando mais uma vez o governo do PT barganhou as reivindicações do movimento LGBT para conseguir o apoio da bancada evangélica e salvar a cabeça de Palocci, na época envolvido em escândalo de corrupção.

Só há um caminho para mudar esta situação. E não é o sugerido pelo agressor do estudante da USP e nem o optado pelo Governo Dilma. Mas o da luta e das mobilizações pela criminalização da homofobia já.


Retirado do Site do PSTU

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Um dos maiores estádios do mundo pode ser privatizado pelo governo de Sérgio Cabral

O 'Maraca' é nosso! Contra a privatização e pela democratização do acesso à cultura
 

Ato no dia 1° contra a privatização do Maracanã
O futebol nem sempre foi um esporte popular. Ao contrário, sua origem foi extremamente aristocrática e racista, mas as massas trabalhadoras trataram de se apaixonar e tomar para si, o que mais tarde se tornaria um pilar da identidade nacional.

Agora, os velhos senhores travestidos de modernidade e munidos de um discurso modernizador querem transformar em mercadoria a alegria do povo e privatizar o Maracanã.

A reforma que está sendo feita no (ex) Maior do Mundo vai na contramão das tradições populares das arquibancadas. O maior público já recebido foi, aproximadamente, 200 mil pessoas na década de 1950, mas, após sucessivas reformas, a capacidade oficial hoje do estádio caiu para 78 mil. A antiga “Geral” foi extinta. O preço do ingresso subiu.

Torna-se cada vez mais claro que os sucessivos governos estão insistentemente tentando elitizar mais uma vez o futebol. Mas como se tudo isso não bastasse, o governador Sérgio Cabral - apoiado pelo prefeito Eduardo Paes e presidenta Dilma - quer privatizar o Maracanã, entregando por 35 anos o templo do futebol ao arquibilionário Eike Batista.

As condições que se darão a privatização, ou melhor, a doação são inacreditáveis: Pela cessão do Maracanã, o Estado do Rio de Janeiro receberá mesmo só 33 parcelas de R$ 7 milhões pela outorga, ou seja, R$ 231 milhões. Isso é 26,5% de quanto já foi comprometido com a reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014 (R$ 869 milhões) ou 18% do total gasto nas três últimas reformas (R$ 1,279 bilhão, com obras para o Mundial da Fifa de 2000, Pan de 2007 e Copa). Enfim, o dinheiro recebido pelo estado não paga nem mesmo a reforma.

A reforma prevê ainda a destruição do histórico Parque Aquático Julio de Lamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros (ambos inaugurados na década de 70). Nomes do esporte olímpico como Maurren Magi (maior nome do atletismo feminino brasileiro e medalha de ouro em Pequim) e Mariana Brochado (nadadora) estão na campanha contra as demolições.

Nem mesmo o antigo Museu do Índio, onde residem cerca de 60 indígenas, e a Escola Municipal Friedenreich vão escapar. Segundo as estatísticas do Ideb a E.M. Friedenreich é a quarta melhor escola da cidade e a sétima melhor de estado. O projeto de reforma do Maracanã também prevê demoli-los para construção de estacionamentos, shopping e até mesmo um heliporto para os altos dirigentes da FIFA e da CBF. Um escândalo!

A união dos movimentos sociais pode virar esse jogo! A população não é boba e está percebendo que enquanto os empresários de ônibus e empreiteiros lucram uma enormidade, o povo trabalhador paga uma fortuna por um transporte de péssima qualidade e está perdendo o acesso à cultura, ao lazer, à saúde e à educação. Chega!

  • Pela imediata suspensão da privatização do Maracanã;
  • Pela democratização do acesso à cultura;
  • Em defesa do Parque Aquático Julio de Lamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros;
  • Em defesa do antigo Museu do Índio e da comunidade indígena que ali vivem;
  • Esporte não é mercadoria. Pela regulamentação do esporte para fins sociais.


  • Retirado do Site do PSTU

    Ato dos 30 anos da LIT reúne mais de 800 em Buenos Aires

    Ato nesse 1 de dezembro emocionou todos os presentes e os que acompanharam o ato pela Internet
     


    Ato reuniu mais de 800 pessoas
    Um dia para entrar na história. Não só na história da Liga Internacional dos Trabalhadores, mas de todas as mais de 800 pessoas que lotaram o salão Unione Benevolenza, em Buenos Aires. Um local que diz muito. "Esse é um espaço tradicional da classe operária argentina", destacou Alicia Sagra, dirigente trotsquista argentina que conduziu o ato de comemoração dos 30 anos da LIT.

    Um ato que já começou arrancando lágrimas dos presentes. Após a exibição de um vídeo resumo do documentário sobre a história da LIT, bandeiras dos partidos que compõem a Liga entraram no salão, sendo agitadas sob os aplausos das centenas de pessoas, entre argentinos, brasileiros, chilenos, colombianos, e ativistas de várias nacionalidades que convergiram a Buenos Aires nesse 1 de dezembro.

    Logo no início do ato, a ativista palestina radicada no Brasil, Soraya Misleh, anunciou a sua filiação ao PSTU e à LIT. Não conseguindo conter as lágrimas, Soraya disse que já começou a se emocionar assim que chegou ao aeroporto, para ir a Buenos Aires. "Encontrei uma palestina de Gaza e uma companheira da Cisjordânia, e esse encontro nunca seria possível, pois quem está em Gaza não pode visitar a Cisjordânia e eu não posso ir a Palestina pois estou na luta".

    Soraya falou sobre a luta e os desafios do povo palestino: "O futuro da Palestina está nas mãos da juventude, mas ainda falta uma direção revolucionária". Também tocou no tema das revoluções árabes, cujo pólo principal hoje é a revolução síria. "O caminho da libertação da Palestina passa pela revolução árabe e a queda de Bashar Al Assad será um grande passo nesse sentido".



    Eduardo Almeida, da direção do PSTU brasileiro, lembrou de um outro momento, também em Buenos Aires, há 25 anos atrás, quando da morte de Moreno e do início da crise que abalou a LIT. "Estávamos tristes, mas hoje estamos em Buenos Aires e estamos felizes". Eduardo citou o processo de fortalecimento da LIT e a expansão da Liga para os países da Europa, como Portugal Itália e Espanha e a intervenção desses partidos no atual processo de mobilização contra os planos de austeridade.

    Eduardo citou ainda a importância do patrimônio moral que a LIT resguarda, assim como os príncípios do marxismo, num momento em que grande parte da esquerda socialista abandona a perspectiva da revolução.

    "Esta é a maior homenagem que podemos fazer a Nahuel Moreno", discursou Eduardo Barragán, da direção do PSTU argentino. Barragán citou as atuais lutas dos trabalhadores europeus e as revoluções do Norte da África, que mostram hoje mais do que nunca a necessidade do internacionalismo e de uma direção revolucionária que permita que a classe operária "golpeia como um só homem a ofensiva do imperialismo e os ataques da burguesia".

    Vera Lúcia, do PSTU de Aracaju, emocionou a todos falando sobre a necessidade da luta contra as opressões. "Gostaria de estar falando espanhol aqui, mas eu, assim como grande parte da classe trabalhadora, não tive condições de ter instrução", disse, enfatizando a condição de superexploração a que estão submetidas as mulheres, negras e lésbicas. Ao final de sua fala, todos puxaram um coro: "A nossa luta/é todo dia/contra o machismo, o racismo e a homofobia".



    O final do ato ficou por conta de Angel Luís Parras, o Cabeças, da direção do Corriente Roja da Espanha e da LIT. "A situação atual é muito complicada, mas muito apaixonante", afirmou."Temos assistido a explosão das revoluções do Norte da África e Oriente, fruto da crise econômica e ascenso popular, mas também fruto dessa mudança que foi o fim do aparato estalinista. Submetidos à miséria e à ditadura, os povos irromperam o cenário político", citando a crise na Europa e as revoluções do Norte da África.

    Cabeças atacou a posição de grande parte da esquerda e do castro-chavismo, de apoio ao ditador Assad na Síria. "Dizem que há uma unidade de ação entre os rebeldes e o imperialismo. Mas claro que houve. A mesma unidade de ação que houve no desembarque dos aliados na Normandia e os partisanos contra Mussolini".

    "Neste ato, queremos enviar uma saudação a nossos detratores: sigam convocando atos em defesa de Assad, pois a LIT continuará na resistência" provocou Cabeças.

    Cabeças finalizou citando a fé revolucionária que a LIT mantém na classe operária, a mesma esperança que a permitiu passar por crises e dificuldades, e que a possibilita agora, em plena crise do capitalismo, crescer e se fortalecer em vários países do mundo.


    Retirado do Site do PSTU

    domingo, 2 de dezembro de 2012

    “Há um palestino em todo revolucionário sírio”

    Durante o Fórum Social Mundial Palestina Livre, ativista da revolução Síria desmente o suposto caráter antiimperialista de Assad e relaciona a luta do povo sírio com a resistência palestina
     



    Plenário de debate com Sara Al Suri
    Cerca de 150 pessoas participaram de um dos mais importantes eventos realizado paralelamente ao Fórum Social Mundial Palestina Livre. A mesa sobre a revolução na Síria contou com a participação de Sara Al Suri, ativista que luta contra a ditadura Assad no país.

    Realizada no auditório do CEPRS (Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio Grande do Sul), a palestra iniciou com um pequeno documentário sobre a luta travada pelo povo sírio. Cenas de massacre da população civil, vítima dos bombardeios do regime, chocaram a todos no auditório.

    Sara explicou o caráter profundamente reacionário do regime Assad, desmentido o suposto caráter antiimperialista do governo. “Assad nunca foi antiimperialista, pouco antes da guerra civil estava implorando para ingressar na OMC e no FMI. Devastou a agricultura familiar do país com planos econômicos neoliberais”.

    Também demonstrou profunda indignação contra os setores da esquerda que insistem em apoiar a ditadura síria, como é o caso das organizações ligadas a Cuba ou a Chávez, na Venezuela. “É um absurdo que a Venezuela forneça combustível para alimentar a máquina de guerra de Assad. É o petróleo desse país que alimenta o bombardeio do regime contra a população civil”, explicou.

    A ativista também explicou a campanha de calúnias levada por Assad contra os ativistas que foram para as ruas contra o regime. “ Vi que, aqui no Brasil, a mídia criminaliza o povo negro e pobre. Na Síria, o regime usa a mesma linguagem para criminalizar os pobres. Quando o povo foi para as ruas pela primeira vez disseram: ‘quem são esses pobretões que só querem baderna’. Nos chamavam de bandidos e arruaceiros”.

    Um dos momentos mais intensos da palestra foi quando Sara relacionou a luta do povo sírio com a causa palestina. Mais uma vez, ela desmentiu o suposto caráter pró-palestino do regime Assad. “Uma das primeiras coisas que o ex-presidente Hafez al-Assad (pai do atual Bashar) fez foi proibir que a resistência palestina pudesse entrar armada na Síria. Hoje, a Palestina é usada como moeda de troca nas negociações com Israel”, denunciou.

    Por fim, a ativista explicou como a causa palestina sempre serviu de inspiração para todo o povo sírio, e continua ainda servir no momento que milhares pegam em armas para lutar contra o regime Assad. “Há hoje um palestino em todo revolucionário sírio”, disse.


    Retirado do Site do PSTU

    Passeata de 6 mil marca início do Fórum Social Mundial Palestina Livre

    No primeiro dia, também houve polêmica com a ANP e a discussão sobre o boicote ao Estado de Israel
     


    Detalhe da Manifestação que reuniu cerca de 6 mil pessoas no centro de Porto Alegre
    O Fórum Social Mundial Palestina Livre, ou FSMPL, teve início oficialmente nesta quinta-feira, dia 29, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Delegações de 36 países integram o Fórum que inclui cinco conferências, oficinas, seminários e diversas ações autogestionadas. As atividades do Fórum seguem até sábado, 1º de dezembro.

    Uma grande passeata, que reuniu 6 mil pessoas no centro da capital gaúcha, marcou o início dos trabalhos. A manifestação teve forte presença dos profissionais da educação do estado, representada por uma coluna do CEPRS (sindicato da categoria no estado).

    A CSP-Conlutas e o PSTU também marcaram presença no ato, portando bandeiras, faixas e cartazes em solidariedade à luta do povo palestino. Também chamou a atenção a saudação de Sara Al Suri, militante da revolução síria, que falou em nome da resistência síria contra o sanguinário ditador Bashar Al Assad.

    Porém, antes da marcha, a polêmica entre organizações palestinas com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) se expressou em uma das primeiras atividades do Fórum. Nabil Shaath, comissário de Relações Internacionais do Fatah e representante do presidente da ANP, enfrentou a revolta de um grupo de jovens palestinos que levantaram cartazes com os dizeres: “Eles não nos representam”. O grupo denunciou a política traidora da ANP como, por exemplo, a recusa da organização em defender o direito de retorno aos mais de 5 milhões de palestinos expulsos de sua terra natal por Israel.

    O tema sobre o retorno dos palestinos expulsos também foi objeto de discussão de uma das mesas oficiais do Fórum. A mesa reuniu cerca de 80 pessoas, e contou com a presença de muitas organizações de jovens palestinos de vários países. Os oradores lembraram a essência colonialista e racista do Estado de Israel, polemizando, mais uma vez, com a política da ANP.

    “É ofensivo quando Abbas diz que nós temos o direito de visitar nossa terra natal, mas não temos o direito de morar na cidade onde nascemos. É ofensivo para todos os 5 milhões de refugiados”, desabafou Soraya Misleh da Frente em Defesa do Povo Palestino de São Paulo. Já a professora Arlene Clemesha, diretora do Centro de Estudos Árabes da USP, lembrou que o tema dos refugiados deve ser assumido pela agenda do governo brasileiro e pelo Itamaraty nas discussões sobre a Palestina.

    Outra atividade muito importante realizada no Fórum foi a mesa sobre 'Sindicalismo e Palestina', que organizou um debate com sindicalistas de cinco países sobre o papel dos sindicatos na solidariedade com a causa Palestina. A mesa reuniu sindicalistas do Brasil, EUA, Canadá e Escócia. A CSP- Conlutas esteve representada nesta mesa.


    Boicote contra Israel

    Já na manha desta sexta-feira, dia 30, foi realizada a Conferência sobre BDS(Boicote – Desinvestimento – Sanções) com vários debatedores. O evento foi seguido por uma plenária que debateu propostas de boicote a serem realizadas no Brasil. Um dos pontos mais debatidos foi a necessidade de exigir do governo Dilma o rompimento dos acordos comerciais do Brasil com o Estado Sionista, especialmente os acordos de compras de armamentos. A proposta de realizar essa campanha de exigência foi apresentada por Soraya Misleh, que coordenou os trabalhos da mesa.

    Ao mesmo tempo, era realizada, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, outra importante discussão no painel “Gênero e Resistência. Crítica ao feminismo colonialista, e a necessidade de solidariedade ativa às mulheres palestinas dentro de uma perspectiva anti-imperialista”. O painel contou com a presença da professora da San Francisco State University, Rabab Abdulhadi; com as americanas Rose Brewer e Angela Davis; a palestina Leila Khaled e Marisa Mendes, do Movimento Mulheres em Luta (MML). Marisa Mendes explicou que a luta do povo palestino não está dissociada da luta pela libertação da mulher. Também falou sobre a situação do Brasil, explicando que a eleição da primeira mulher à presidência da República não significou o fim do machismo no país.

    Já no início da tarde, foi realizada outra importante oficina sobre “A questão palestina e as revoluções no mundo árabe”. O evento proporcionou um dos melhores debates realizados no Fórum, reunindo ativistas e revolucionárias da Síria e Palestina.

    “Muitos jovens palestinos apoiaram com entusiasmo as revoluções e se envolveram em atividades de solidariedade. Os protestos também tiveram em nossa luta a sua inspiração. A luta da palestina é inseparável das revoluções árabes”, afirmou Najlaa, ativista palestina na Cisjordânia. Já Sara Al Suri, ativista da revolução síria, explicou a indissociabilidade das lutas travadas em todo Oriente Médio e Norte da África: “Há, hoje, um palestino em todo revolucionário sírio”.


    Retirado do Site do PSTU