Crescimento nos três primeiros meses do ano aponta para PIB menor que o de 2011
Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) nesse 1º de junho reafirmam a forte desaceleração da economia brasileira. Segundo o órgão, o PIB dos três primeiros meses do ano cresceu apenas 0,2% frente ao trimestre anterior. Em relação a 2011, o incremento foi de apenas 0,8%.
Esse resultado, o pior desde 2009, reafirma tendência de estagnação frente à desaceleração iniciada na metade de 2011. O forte crescimento econômico que alguns compararam ao “milagre econômico” (1967-1973) ficou para trás. O piso no freio da atividade econômica torna ainda mais distante a meta do governo de fechar 2012 com crescimento de pelo menos 3%. Os prognósticos mais otimistas do mercado dão conta de um PIB próximo ao que foi o do ano passado, de 2,7%.
Um dos sinais mais preocupantes entre os dados divulgados pelo IBGE é a redução da taxa de investimentos (a chamada ‘formação bruta de capital fixo’, ou seja, produção de máquinas, equipamentos, etc) que retrocedeu 2,1% em relação a 2011 e atingiu níveis similares a 2011.
Nesse último trimestre a indústria, que vinha tendo resultados negativos, contou com uma relativa recuperação, impulsionada pela série de subsídios e isenções oferecidas pelo governo, crescendo 1,7%. Em comparação com o mesmo período de 2011, porém, a indústria se mantém estagnada, crescendo apenas 0,1%.
O setor agropecuário, um dos mais dinâmicos dos últimos anos, por sua vez, despencou 7,3% nesse trimestre e 8,5% em relação ao primeiro trimestre de 2011, no que está sendo justificado como um ‘problema climático’ pelos produtores e autoridades.
Crise está se tornando realidade no Brasil
O resultado do PIB nesses três primeiros meses só não foi pior que o dos países europeus em crise. Revela a perda de fôlego da expansão relativamente alta dos últimos anos e desmistifica a tese do crescimento sustentado e da blindagem do país em relação à crise internacional. O recuo nos investimentos, a crise na indústria e o aumento da inadimplência (que mostra o limite do consumo através do crédito) explicitam a debilidade do crescimento do último período.
Já o modelo de especialização na produção de commodities (produtos primários para exportação), e a internacionalização da economia, com o setor financeiro e industrial nas mãos das multinacionais, expõem a forte dependência do país. A desaceleração da China, por exemplo, já afetou as exportações de minério de ferro (tanto em relação à quantidade quanto nos preços), afetando um dos principais setores responsáveis pelo desempenho do país na Balança Comercial na última década.
Ataques aos trabalhadores, isenções às empresas
Já o governo Dilma, a fim de enfrentar a desaceleração e a crise que se avizinha, aposta no mais do mesmo que já vinha fazendo desde o ano passado. Isso significa: cortes no Orçamento, um inédito ataque à poupança, aprofundamento da precarização no setor público e, por outro lado, isenções e subsídios às empresas e, no último período especificamente, à cambaleante indústria automobilística.
No dia 21 de maio o governo apresentou mais um pacote de estímulos às grandes montadoras, que inclui cortes de IPI e IOF às empresas. As indústrias também contarão com empréstimos subsidiados pelo BDNES para a compra de máquinas, com juros de 5,5% ao ano (para se ter uma ideia, a inflação em 2011 ficou em 6,5%). A previsão é que o governo gaste pelo menos R$ 2,7 bilhões com o pacote.
Enquanto isso setores como Saúde e Educação são cada vez mais precarizados. As universidades federais, por exemplo, que se encontram em uma situação extrema de penúria e descaso, enfrentam uma das maiores greves dos últimos anos, enquanto o funcionalismo público programa uma greve geral a partir do dia 11. A benevolência do governo , porém, restringe-se aos grandes empresários e aos bancos.
Retirado do Site do PSTU
Indústria automobilística foi agraciada com novo pacote bilionário |
Esse resultado, o pior desde 2009, reafirma tendência de estagnação frente à desaceleração iniciada na metade de 2011. O forte crescimento econômico que alguns compararam ao “milagre econômico” (1967-1973) ficou para trás. O piso no freio da atividade econômica torna ainda mais distante a meta do governo de fechar 2012 com crescimento de pelo menos 3%. Os prognósticos mais otimistas do mercado dão conta de um PIB próximo ao que foi o do ano passado, de 2,7%.
Um dos sinais mais preocupantes entre os dados divulgados pelo IBGE é a redução da taxa de investimentos (a chamada ‘formação bruta de capital fixo’, ou seja, produção de máquinas, equipamentos, etc) que retrocedeu 2,1% em relação a 2011 e atingiu níveis similares a 2011.
Nesse último trimestre a indústria, que vinha tendo resultados negativos, contou com uma relativa recuperação, impulsionada pela série de subsídios e isenções oferecidas pelo governo, crescendo 1,7%. Em comparação com o mesmo período de 2011, porém, a indústria se mantém estagnada, crescendo apenas 0,1%.
O setor agropecuário, um dos mais dinâmicos dos últimos anos, por sua vez, despencou 7,3% nesse trimestre e 8,5% em relação ao primeiro trimestre de 2011, no que está sendo justificado como um ‘problema climático’ pelos produtores e autoridades.
Crise está se tornando realidade no Brasil
O resultado do PIB nesses três primeiros meses só não foi pior que o dos países europeus em crise. Revela a perda de fôlego da expansão relativamente alta dos últimos anos e desmistifica a tese do crescimento sustentado e da blindagem do país em relação à crise internacional. O recuo nos investimentos, a crise na indústria e o aumento da inadimplência (que mostra o limite do consumo através do crédito) explicitam a debilidade do crescimento do último período.
Já o modelo de especialização na produção de commodities (produtos primários para exportação), e a internacionalização da economia, com o setor financeiro e industrial nas mãos das multinacionais, expõem a forte dependência do país. A desaceleração da China, por exemplo, já afetou as exportações de minério de ferro (tanto em relação à quantidade quanto nos preços), afetando um dos principais setores responsáveis pelo desempenho do país na Balança Comercial na última década.
Ataques aos trabalhadores, isenções às empresas
Já o governo Dilma, a fim de enfrentar a desaceleração e a crise que se avizinha, aposta no mais do mesmo que já vinha fazendo desde o ano passado. Isso significa: cortes no Orçamento, um inédito ataque à poupança, aprofundamento da precarização no setor público e, por outro lado, isenções e subsídios às empresas e, no último período especificamente, à cambaleante indústria automobilística.
No dia 21 de maio o governo apresentou mais um pacote de estímulos às grandes montadoras, que inclui cortes de IPI e IOF às empresas. As indústrias também contarão com empréstimos subsidiados pelo BDNES para a compra de máquinas, com juros de 5,5% ao ano (para se ter uma ideia, a inflação em 2011 ficou em 6,5%). A previsão é que o governo gaste pelo menos R$ 2,7 bilhões com o pacote.
Enquanto isso setores como Saúde e Educação são cada vez mais precarizados. As universidades federais, por exemplo, que se encontram em uma situação extrema de penúria e descaso, enfrentam uma das maiores greves dos últimos anos, enquanto o funcionalismo público programa uma greve geral a partir do dia 11. A benevolência do governo , porém, restringe-se aos grandes empresários e aos bancos.
Retirado do Site do PSTU