sábado, 9 de julho de 2011

Trabalhadores do RN em greve acampam em frente à sede do governo

Detalhe da manifestação
“Pra pressionar a governadora, unificar a classe trabalhadora!” . Esta foi uma das palavras de ordem que embalou a manifestação de centenas de servidores públicos na manhã desta quarta-feira, dia 6, em Natal. Com o objetivo de buscar uma negociação junto à governadora Rosalba Ciarlini (DEM), cerca de 400 trabalhadores estaduais unificaram suas reivindicações e fizeram um acampamento em frente à sede do governo. Dentre as categorias que permanecem em greve no Rio Grande do Norte, estiveram presentes no protesto servidores da Educação, do Detran/RN, da Tributação e da Universidade Estadual, além de setores da administração indireta.

O acampamento simbólico que unificou as lutas destes trabalhadores ocorreu junto com a paralisação nacional da educação e com o 13º Grito da Terra em Natal, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn). A pauta dos agricultores buscava mais investimentos e infra-estrutura para a agricultura familiar. A professora Amanda Gurgel participou do protesto e destacou a importância de unificar o movimento. “A ideia é unificar as lutas de todas as categorias em greve para alcançarmos um poder maior para pressionar o governo a negociar”, defendeu ela. Ao final do dia, o acampamento saiu com uma negociação marcada.

Desde o início da greve dos educadores do Estado, a categoria exige da direção do sindicato (Sinte/RN) a unificação das lutas dos trabalhadores em greve. Entretanto, a diretoria da entidade, que é dirigida pelo PT e pela CUT, não vinha encaminhando as decisões dos servidores. “O acampamento unificado só ocorreu por pressão da base dos educadores, que forçaram a direção a realizá-lo ”, disse a professora Luciana Lima, da Oposição CSP-Conlutas na Educação.



“Ei, governo aí! Pague meu plano aí!”

Diante de diversas reivindicações específicas, uma já se tornou unanimidade entre os trabalhadores em greve no Estado. O descumprimento, por parte do governo, dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários das categorias tem deixado os servidores com suas remunerações bastante defasadas. Somado a isso, está a inflação, que continua elevando o custo de vida para os trabalhadores. Utilizando a irreverência como uma forma de luta, os funcionários da Fundação José Augusto, que cuida do patrimônio cultural do Estado, alegraram a manifestação com parodias de famosas marchinhas de carnaval. “Ei, governo aí! Pague meu plano aí, pague meu plano aí! Vai pagar. Não paga não?! Então vai ver a grande confusão. Vou fazer greve, greve até pagar. Pague, pague já! Pague meu plano aí!” , cantavam todos.

Entretanto, outras reivindicações também fizeram parte do protesto unificado, como a exigência de melhores condições de trabalho e a realização de concurso público. Em greve há mais de 40 dias, os servidores do Detran/RN reforçaram a cobrança do cumprimento do Plano de Cargos e denunciaram a “enrolação” do governo para homologar o concurso do órgão, realizado no ano passado. “Nós queremos que a governadora Rosalba cumpra a lei e aplique as reformulações do Plano de Cargos que a categoria conquistou em 2010 com muita luta. Além disso, exigimos a imediata homologação do concurso e a nomeação dos 282 aprovados. Estamos fartos de enganação”, afirmou Alexandre Guedes, funcionário do Detran e membro da coordenação da CSP-Conlutas/RN.


Servidores da educação não se intimidam com ameaça de corte de ponto

No dia 5, reunidos em assembleia, os servidores da educação estadual reafirmaram a continuidade da greve, que já dura mais de dois meses, mesmo sob a ameaça do governo de cortar o ponto dos grevistas. A justiça foi acionada para julgar o pedido de ilegalidade do movimento, mas isso não intimidou os trabalhadores. “A disposição de nossa categoria na greve e nas assembléias é a de permanecer na luta. Não estamos intimidados pela ameaça de corte de ponto. Nós estamos aqui (na sede do governo) para dizer que não concordamos com essa política de arrocho salarial e que nós não temos medo da governadora Rosalba. Não adianta nos ameaçar. É muito mais digno a gente passar um mês ou dois de dificuldade por causa dessa ameaça da governadora do que passar o resto da vida nessa mediocridade que a gente vive hoje”, discursou a professora Amanda Gurgel durante o protesto.

Amanda ainda criticou a proposta de compor uma mesa de negociação com a justiça, e não com o governo. “A experiência que temos com a justiça não é nada boa. Nossas greves geralmente são julgadas ilegais. Não seria diferente agora. Se a justiça quer nos ajudar, então por que não obriga a governadora a cumprir a lei do Piso Nacional com efeito retroativo ao mês de abril?” , questionou a militante do PSTU. Além do cumprimento da lei do Piso Nacional, os servidores da educação reivindicam ainda a aplicação do reajuste de 34% no Plano de Cargos até o mês de setembro, e não até dezembro como propõe o governo.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um novo pacto contra os trabalhadores

O que está por trás do pacto firmado entre CUT, Força Sindical e Fiesp?


Divulgação
Seminário que reuniu governo, CUT, Força e Fiesp
Enquanto os operários da Volkswagen do Paraná deflagravam uma das maiores greves da história da empresa, a CUT e a Força Sindical, junto com a toda poderosa Federação das Indústrias de São Paulo – Fiesp, realizavam um seminário com um título que em si mesmo é um programa: “Brasil do diálogo, da produção e do emprego. Acordo entre trabalhadores e empresários pelo futuro da produção e do emprego”.

A conclusão mais importante do seminário é a defesa de um pacto social entre trabalhadores e empresários para romper as barreiras do subdesenvolvimento. E para tal empreitada o economista Bresser Pereira explica o objetivo do pacto: medidas que acarretariam na redução de 30% dos salários reais durante três anos, desta forma o país poderia crescer a uma média de 7,5% gerando mais emprego e aumentando a massa salarial. Segundo o autor da proposta: “vale a pena os trabalhadores fazer esta troca, pois os custos serão pequenos”.

Para estes senhores, o bombardeio dos produtos importados se constitui no principal problema do país, a causa da “desindustrialização” e da crise de perspectiva da indústria. Assim, o “pacto” para defender a indústria nacional seria a única forma de garantir empregos e manter o país na rota que o levaria a sair do subdesenvolvimento.

O que nos entranha muito é um tema que não foi tocado no seminário: o lucro dos empresários. Este silêncio é de fato ensurdecedor. Nenhuma palavra foi dita sobre a remessa de lucros dos grandes monopólios. Silêncio absoluto! Sobre a desnacionalização da indústria, o fato de que a produção em solo brasileiro esteja controlada pelos monopólios internacionais e bancos norte-americanos, não foi ouvido nada. Não fica muito evidente de quem os autores do “novo pacto” querem nos defender, além dos produtos “importados”.

Nenhum pacto com os empresários e este governo pode oferecer aos trabalhadores qualquer melhoria em suas vidas. Vejamos: Quando os operários da Volks do Paraná realizaram uma greve histórica, e no momento em que os metalúrgicos de São Paulo e de Minas preparam as campanhas salariais, Sérgio Nobre e a Fiesp não defenderam as reivindicações dos operários. Mas estes propõem um pacto para reduzir salário. O governo Dilma corta 3 R$ bilhões de verbas da Educação (e os professores respondem com greves em vários estados) enquanto paga aos banqueiros R$ 364 bilhões da dívida pública (somente de janeiro a junho), de acordo com levantamento da Auditoria Cidadã da Dívida Pública. Mas não são apenas os banqueiros os grandes beneficiários das políticas econômicas do governo. Os mesmos empresários que “choram” pela “alta carga tributária do país”, receberam, só no ano passado, mais de R$ 140 bilhões do governo, na forma de isenções e incentivos fiscais.

Os fatos acima demonstram duas questões fundamentais: que este governo é um aliado dos banqueiros e empresários. E eles estão preocupados em garantir seus lucros, rebaixar salários e destruir a educação e saúde públicas. O governo Dilma aplica uma política econômica que subordina o país aos interesses dos bancos e empresas multinacionais, os empresários brasileiros apóiam este modelo e estão querendo uma parcela maior deste bolo. Os trabalhadores devem lutar pelos seus próprios interesses, independente do governo e dos patrões e confiando somente em suas próprias forças.

Os autores do novo pacto querem somente que as multinacionais aumentem sua taxa de investimento no país. Assim, os empresários “brasileiros” podem ampliar o lugar subalterno que ocupam de fornecedores de insumos. O governo entra com sua “parte” abrindo mão dos impostos que deveriam ir para a Educação e a Saúde, e cabe aos trabalhadores abrir mão do salário, perdendo duas vezes.... com a continuidade do descalabro nos serviços públicos e com a diminuição do salário.

Neste artigo afirmamos que não há nenhuma forma de sair do “subdesenvolvimento” com um pacto junto com os empresários e este governo. Como veremos mais a frente, a tese fundamental da aliança entre CUT, Força Sindical e Fiesp não é sequer um programa nacionalista e limitado de “defesa da indústria nacional”.


Importação e desindustrialização

Quem entra no site do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC pode ler o seguinte artigo: “Os metalúrgicos do ABC e de São Paulo preparam uma manifestação conjunta pelo emprego, pela produção nacional e contra importados”. A CUT e a Força querem atrelar os trabalhadores à FIESP em defesa da “produção nacional”. Mas quando nos aproximamos do assunto vamos vendo que de “nacional” não existe nada na campanha da CUT e da FIESP. Para eles, a importação de produtos é o grande problema do país e a causa de todos os males. Mas não fazem a seguinte pergunta: Por que a importação tem crescido no mercado brasileiro de automóveis?

A resposta vem de um artigo que aparentemente não tem relação com o tema. A série de artigos de Joel Leite chamado o “Lucro Brasil” sobre a diferença de preços dos carros produzidos no Brasil e exportados e os preços dos mesmos carros no mercado interno.

Por exemplo, o Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil. Mas não é somente a Volks que pratica esta diferença. A Toyota vende o Corolla no Brasil por US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA por US$ 15.450,00. A justificativa são os impostos e o preço da mão-de-obra. Mas ninguém em sua sã consciência pode acreditar que a diferença de mais de vinte dois mil dólares entre os preços do Corolla no Brasil e nos EUA será de impostos, já que a mão-de-obra no Brasil é mais barata. Da mesma forma, ninguém pode acreditar que a diferença do Gol vendido no Brasil e no Chile, de vinte quatro mil reais, se deve a imposto.


Não é por acaso que as empresas multinacionais no Brasil, em particular as montadoras, enviaram mais de 14 bilhões de dólares (entre 2000 e 2009) para suas matrizes. A remessa de lucros e dividendos das multinacionais cresceu nos oito anos de governo Lula em 139%. E quem paga esta conta são os consumidores brasileiros que pagam o carro mais caro do mundo.

Ora, todo mundo quer entrar neste “paraíso” de lucros. Estas empresas pegam dinheiro do governo via o BNDES com juros abaixo do mercado, tem isenção de impostos, e ainda vendem o carro acima do preço internacional. E remetem o lucro para suas matrizes.

Por isso cresceu a importação. Todas as empresas do mundo querem participar dessa festa, pois ainda vendendo a um preço menor, tem uma margem de lucro altíssima na medida em que os mercados europeus e norte-americanos estão saturados em uma crise de superprodução. O que está aumentando a importação é a concorrência entre as empresas e a crise da economia mundial, pois os lucros obtidos no Brasil estão acima da média mundial.

O que Sergio Nobre propõe aos trabalhadores brasileiros é o seguinte: aliar-se às empresas multinacionais como a Volkswagen, Fiat, etc, para defender os seus lucros astronômicos.

Bom, mas o que diz Nobre é que os trabalhadores têm algo a ganhar: os seus empregos. Será mesmo?


Pacto das câmaras setoriais diminuiu o emprego na indústria automobilística

Não precisamos de uma análise muito acurada para saber que este argumento não é lá muito nobre. Se a Volks vendesse o Gol I-Motion a 29 mil reais no Brasil (o mesmo preço que vende no Chile e com lucro) ao invés dos 46 mil reais que cobra, poderia ocorrer o seguinte: aumentaria a demanda, a fábrica seria obrigada a fazer mais investimentos e contratar muito mais trabalhadores. E por que não faz isso? É simples, por que prefere aumentar seus lucros aumentando os preços e não aumentando a produção.

Se a Volks baixasse os preços, a importação de automóveis iria diminuir e geraria muito mais empregos. Mas a proposta de Nobre e da Volks-FIESP é outra. Em sua exposição no citado seminário, a proposta para gerar empregos é: redução dos impostos IPI e ICMS; aumentar o financiamento de veículos e maior financiamento público. O mesmo que foi feito na câmara setorial em 1993 que segundo o citado salvou os empregos.

Pois bem, em 1993 a produção total de veículos no Brasil estava concentrada em algumas montadoras (Volks,GM, Ford, Fiat, etc. ). Neste ano tínhamos 106 mil trabalhadores na indústria automobilística no Brasil que produziram 1.017.550 automóveis de passeio. Cada trabalhador produziu 12,4 autos no ano. E o faturamento líquido do setor chegou a 31.376.000.000.
Em 1998, cinco anos depois da câmara setorial, a indústria precisou somente de 83 mil trabalhadores, mas a produção de carros por trabalhador cresceu para 18,1 carros ano. E o faturamento das empresas chegou a 42.892.000.000. Diminuiu o emprego e aumentou o lucro.

Se ampliarmos a comparação, vamos ver que, de 1980 a 2008, mesmo com a introdução de novas empresas, o emprego total no setor baixou em 18%. Mas o número total de veículos produzidos subiu em 186%. A produção carro por trabalhador cresceu 251% (de 7,8 para 27,4 carros ano por trabalhador). E com isso o faturamento líquido saltou em 63%.

O resultado do pacto chamado de “Câmara setorial” foi o seguinte: o Estado arrecadou menos impostos, o salário médio na indústria automobilística e o emprego diminuíram. Mas os lucros das empresas multinacionais cresceram muito.


Aumentando as barreiras do subdesenvolvimento

O pacto que a CUT, a Força e a Fiesp querem patrocinar, que inclui realizar mobilizações contra os importados, tem um objetivo muito “nobre”: romper as barreiras do subdesenvolvimento. Segundo estes senhores o país está se desindustrializando pelas importações. Mas já vimos acima que o aumento das importações se deve à concorrência entre as grandes multinacionais do setor que querem abocanhar os lucros das empresas instaladas aqui.

Então como podemos romper a barreira do subdesenvolvimento?

Para estes senhores se trata de defender a indústria nacional. Mas de que indústria nacional estão falando? Os principais ramos da indústria no Brasil são controlados pelas multinacionais: automobilístico, alimentos, bebidas, eletrônico, farmacêutica, Telecomunicações, Petroquímica e comércio varejista. O crescimento dos lucros destas empresas não significa mais investimentos no país, pois as principais decisões sobre o destino da produção são tomadas fora, pelas casas matrizes. Os barões da Fiesp entram como sócios menores destas empresas ou fornecedores de insumos para a produção e querem que o Estado siga financiando tudo.

Ocorre que nos últimos 10 anos há um salto importante na produção e exportação de bens primários. Que inclui um aumento da produção e exportação agrícola e das matérias-primas industriais, como minério de ferro, alumínio, petróleo etc. Pela primeira vez desde 1978 o Brasil exporta mais commodities do que manufaturados. Assim, parte importante do capital estrangeiro que entra no país se desloca para este ramo de produção que mantém um preço crescente no mercado internacional. Mas tampouco estamos falando de empresas “brasileiras”. Nada menos de 64% das grandes empresas de exportação agrícola instaladas no país são multinacionais.
Assim, o crescimento das exportações e o superávit da balança comercial que o país vem acumulando a partir de 2001 se devem à exportação de bens primários, em particular para China. E ao mesmo tempo vem acumulando um déficit comercial em setores chaves como máquinas e equipamentos, Tecnologia da informação, Química.

Qual então a política que propõe a Fiesp, a CUT e a Força e setores do governo? Manter o lugar que o país vem ocupando como fornecedor de matérias-primas para o mercado mundial e de manufaturados para o mercado interno e America Latina pelas multinacionais instaladas aqui. Mas querem então que o imperialismo passe a investir em outros ramos da indústria. A política de desenvolvimento tecnológico apresentada por Mercadante no dito seminário é buscar que empresas como General Eletric, IBM instalem centros de pesquisa no país, e que a “chinesa” Foxcom instale uma fábrica de produção de display.

Enfim, para que rompamos com as barreiras do subdesenvolvimento, estes senhores propõe que sejamos mais subordinados e dependentes do imperialismo. Por isso, para atrair estas empresas, Bresser propõe uma redução de 30% no salário real.

Chegamos então ao cúmulo ou cume do cinismo. A CUT propõe iniciar uma jornada de luta para que os trabalhadores sejam massa de manobra dos barões da Fiesp, que tem por objetivo serem sócios menores de novos investimentos e ainda por cima rebaixar os salários! Depois disso não se pode se espantar com mais nada!

Não estamos sequer diante de um programa nacionalista, mesmo que rebaixado. Não há outra forma de romper a barreira do subdesenvolvimento sem nacionalizar a grande indústria e colocá-la a serviço do verdadeiro interesse nacional: as necessidades dos trabalhadores.

A política econômica do governo implica em manter e aprofundar a exportação de bens primários. Esta política responde não somente aos interesses das empresas que produzem e exportam estes bens. Ao gerar um saldo na balança comercial e um acúmulo de reservas internacionais (de mais de 300 bilhões de dólares) ela é a chave para que os capitais especulativos investidos na dívida pública brasileira tenham um lastro de saída quando venham aqui desfrutar de nossa taxa de juros.

Com a maior taxa de juros do mundo os dólares que entram aqui para comprar títulos e investir em bolsa têm uma garantia de saída: uma reserva em dólares para converter os reais transformando-os novamente em dólares.

Mas a verdadeira chave da política econômica do governo é o arrocho nos salários. Pois dentro da divisão do bolo entre a indústria e os bancos, entre exportadores e não exportadores está o fato de que se o salário sobe de acordo com a produtividade e a inflação, ele entrará nesta divisão aumentando os choques entre as distintas frações da burguesia.

Para romper com o subdesenvolvimento a primeira ação que devemos defender é o aumento dos salários e o não pagamento da dívida pública, que retira as verbas da Saúde e Educação. O descalabro nos serviços públicos obriga os trabalhadores a gastar mais e diminuir os nossos salários pagando por serviços que o Estado deveria garantir. Tudo o oposto do pacto que defende a CUT e a Força.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor de alimentos do mundo. Mas pagamos muito caro por eles, e a razão disso é que nossa produção está voltada para a exportação. Sobre isso nem CUT nem Fiesp falam nada. Pois se aumentarmos os salários, garantirmos serviços públicos de qualidade e alimentos a preços baratos, vamos melhorar nossas vidas. Afinal, o objetivo de sair do subdesenvolvimento é melhorar a vida da maioria da população. Mas assim como a Volks não quer baixar os preços dos automóveis vendidos no Brasil, nenhum setor burguês, nem da indústria, nem dos bancos, nem os que investem na agricultura querem diminuir seus lucros. Cabe aos trabalhadores esta luta.

Ao iniciar as campanhas salariais do segundo semestre, os trabalhadores metalúrgicos, que já amargam um ritmo de trabalho infernal e as doenças oriundas deste fato, e convivem com salários bem abaixo da produtividade que dão a estas empresas, não podem cair no conto do Pacto social.

O que devemos fazer é questionar a política econômica do governo Dilma que mantém o arrocho salarial e nos subordina aos interesses econômicos das grandes empresas nacionais e estrangeiras. A aliança que necessitamos não é com a Fiesp, é a unidade dos metalúrgicos com os professores e com o funcionalismo público, a unidade dos que sofrem os efeitos desta política.


Retirado do Site do PSTU

Cai mais um ministro do governo Dilma

Esquema de corrupção atingia ministério chave do governo


Agência Brasil
A então pré-candidata Dilma Roussef prestigia posse de Alfredo Nascimento na presidência do PR
Nem bem chegou à metade do primeiro ano de seu mandato, o governo Dilma já sofre sua segunda grande perda. Após a queda de Palocci, foi a vez do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), pedir demissão diante das inúmeras denúncias de corrupção que cercam seu posto.

Longe de ser figura secundária no governo, Alfredo Nascimento era um dos ministros mais longevos, nomeado ainda durante o governo Lula e há mais de sete anos no comando dos Transportes. Sua pasta conta com os maiores orçamentos da União e é um dos carros chefes do PAC. Para se ter uma ideia, só o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão responsável pelas estradas federais, conta com orçamento de mais de R$ 10 bilhões, e controla obras cujo valor total supera os R$ 40 bilhões.


Mensalão do PR

Embora sempre envolto em denúncias, o ministério acaudilhado pelo PR se viu no meio do olho do furacão após a edição da revista Veja publicada no último dia 2 trazer em detalhes os esquemas de superfaturamento de obras e cobrança de propinas a empreiteiras e empresas de consultoria de engenharia. Segundo a revista, as propinas sobre os contratos milionários firmados pelo ministério chegavam de 4% a 5%, tudo centralizado pelo líder da sigla, o deputado Valdemar da Costa Neto, também enrolado com as denúncias do mensalão.

Além de realizar licitações direcionadas às empreiteiras que pagavam a propina, o ministério superfutaruva as obras depois de iniciadas, através de “termos aditivos”. Esse mecanismo permitia aumentar indefinidamente o valor original das obras. Segundo o semanário, a corrupção era tamanha que os recursos desviados começaram a inviabilizar as próprias obras. Em determinado momento, Dilma teria convocado uma reunião com os dirigentes do ministério para reclamar que eles estavam “descontrolados”. Só o orçamento de obras ferroviárias passou de R$ 12 bilhões em março de 2010 para R$ 16,4 bilhões um ano depois.

Após a revelação das denúncias, quatro dirigentes da cúpula do ministério foram afastados, incluindo o diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot. Em contrapartida, o Planalto declarou total confiança no ministro Alfredo Nascimento. Mais ainda, incumbiu o então ministro de dirigir uma investigação em relação às denúncias de corrupção. Nesse dia 6, porém, o jornal O Globo trouxe mais denúncias que afetavam diretamente Nascimento. Levantamento do jornal carioca mostra a evolução patrimonial do filho de Nascimento, de 86.500% em apenas cinco anos. O filho de Alfredo Nascimento, Gustavo Pereira, é dono de empresas com negócios com o governo.


Dilma sabia

Boa parte da imprensa vem elogiando a atitude de Dilma, tratando Nascimento como uma espécie de herança maldita do governo Lula. Um esquema tão grande e duradouro, no entanto, não poderia ter funcionado sem o conhecimento do Planalto e da própria Dilma.

A reunião relatada por Veja que detalha a reclamação de Dilma com os sucessivos superfaturamentos do ministério, a ponto de inviabilizar o PAC, revela que, ao menos, a presidente tinha conhecimento do que se passava por ali. E não só não demitiu o ministro como reafirmou, após a divulgação das denúncias, sua confiança nele.

Ainda durante o governo Lula, Dilma Roussef como ministra-chefe da Casa Civil e coordenadora do PAC, tinha obrigatoriamente contato direto com Alfredo Nascimento e o seu ministério. Resta saber agora o quanto o Planalto e o PT estiveram implicados nesse esquema. Sabe-se, por exemplo, que o atual senador Blairo Maggi (PR-MT), um dos maiores produtores de soja do país e quadro da legenda, contribuiu com R$ 1 milhão para a campanha de Dilma.

Nesse dia 7, a seção Painel da Folha de S. Paulo revela que Luiz Antõnio Pagot procurou senadores do PR para contar que parte da campanha presidencial da então candidata petista foi paga com os tais aditivos do ministério.


Vídeo da Istoé mostra como ex-ministro usava cargo para aliciar deputados


Roubalheira vai aumentar

Agora, o ex-ministro Alfredo Nascimento retoma o seu posto como senador e líder do PR, ao mesmo tempo em que o partido continua no controle da pasta. Dilma já anunciou sua vontade de que o atual secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, que assumiu como ministro interino, permaneça no controle do ministério. Mas deve ser o PR quem vai dar a palavra final.

O Partido da República é o mesmo PL da época do mensalão no governo Lula, turbinado pelo nanico Prona e por um outro grupo aqui e ali, que vieram engrossar a legenda, como o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. A função do partido, porém, parece continuar a mesma: um duto destinado a desviar recursos públicos. É nas mãos desse partido que Dilma entrega o orçamento bilionário do ministério e das obras do PAC.

Assim como no escândalo envolvendo Palocci, se depender do governo ninguém será punido e tudo continuará na mesma. Mais ainda, enquanto Alfredo Nascimento entregava sua carta de demissão no final desse dia 6, o Senado aprovava o famigerado “Regime Diferenciado de Contratações” para as obras da Copa e das Olímpiadas. A medida que vai agora para a sanção de Dilma, desobriga a divulgação de orçamentos para a contratação de grandes obras de infraestrutura.

Não é difícil prever o que vai acontecer. A medida é a institucionalização do “liberou geral” para as obras. Contrariando o jargão do deputado recém-eleito pelo PR, Tiririca, pior do que está fica sim.


Retirado do Site do PSTU

Lagarde: um símbolo do Capital, não do Feminismo!

A nova dirigente do FMI, Christine Lagarde
Em 5 de julho, Christine Lagarde, até então Ministra das Finanças da França, assumiu a Diretoria Geral do Fundo Monetário Internacional. Apesar de chegar à chefia do FMI no exato momento em que o órgão enfrenta uma de suas maiores crises, grande parte das manchetes que noticiou a eleição deu destaque para outra questão: Lagarde se tornou a primeira mulher a comandar o órgão, em seus quase 70 anos de história.

Não que faltassem outros assuntos relevantes no que se refere à troca no comando do famigerado fundo. Primeiro, é notório que o FMI está tendo, no mínimo, dificuldades em administrar a crise européia, como as ruas de Atenas e praças de Madrid têm escancarado há tempos.

Segundo, a seriedade e a credibilidade do FMI, já bastante questionáveis, foram profundamente abaladas pela vexatória saída do antecessor de Lagarde, o também francês Dominique Strauss-Kahn, que foi obrigado a trocar seu gabinete no FMI pela prisão domiciliar, depois de pelo menos duas acusações de assédio sexual e estupro (veja abaixo).


No Fundo, nada de novo

Por ser uma mulher, Christine Lagarde está sendo apresentada como uma “novidade”, um “símbolo de renovação” ou de uma “nova postura” do FMI. Mas, a verdade é que, naquilo que realmente importa para a gente que a elegeu, Lagarde é uma velha conhecida e, há muito, uma das arquitetas dos planos de exploração que estão sendo aplicadas na Europa.

Um olhar mais atento para a realidade também no mostra a relevância que os porta-vozes da classe dominante mundial têm dado ao gênero da nova dirigente do malfadado órgão. Embora não seja exatamente uma novidade na atual fase do capitalismo, na qual o apelo à parceria com indivíduos que tenham origem, ou representem, setores que fujam do perfil dominante tem sido descaradamente utilizada para lidar com crises ou mascarar a manutenção dos velhos esquemas de poder.

Não faltam exemplos. Basta lembrar a chegada de um negro à presidência dos Estados Unidos (que, ainda, colocou uma mulher como seu braço direito, na Secretaria de Estado) ou os vários países que, hoje, são comandados por mulheres, como o Brasil (Dilma Roussef), a Alemanha (Ângela Merkel) e a Argentina (Cristina Kirchner). Todos eles, ilusoriamente, apresentados e “vendidos” como exemplos de uma “nova postura” da classe dominante.

No caso de Lagarde, a imagem que, talvez, tenha melhor representado esta ilusão de que seu gênero será um fator significativo, ou uma mudança de postura, nos rumos do FMI, foi uma charge publicada na “Folha de S. Paulo” do dia 30 de junho, pouco depois da eleição de Lagarde, na qual a letra final da sigla, há muito odiada, foi substituída por um (sexista e fútil) símbolo da “feminilidade”: um batom.

Mas, a verdade, é que, assim como nos demais casos, o fato de Lagarde ser uma mulher está longe de representar a chegada de um representante de setores historicamente oprimidos ao poder.

Lagarde, Obama, Dilma ou Merkel são apenas “máscaras” para os mandatários de sempre. Gente para quem raça ou gênero só importam na medida em que possam ser utilizadas como forma de ganhar a simpatia das mesmas pessoas que eles querem explorar. Gente que, passando por cima da opressão que, eventualmente, possam ter vivenciado, se tornaram aliados e comparsas daqueles, há séculos têm estado no centro do poder: um punhado de endinheirados, invariavelmente, homens, brancos e heterossexuais.

E se isto é verdade em relação a um negro do partido democrata ou uma ex-guerrilheira eleita sob uma sigla operária, no caso de Lagarde há muito menos espaço para dúvidas. Afinal, estamos falando de alguém que tem uma longa e sólida folha-corrida de serviços prestados ao Capital.


Uma mulher aliada e parceira dos poderosos

Em 2007, Lagarde chegou ao Ministério da Economia, Finanças, Indústria e Emprego francês (sob o governo do presidente Nicolas Sarkozy e do primeiro-ministro François Fillon), já se arvorando de seu gênero, ao tornar-se a primeira mulher a exercer tal cargo em um país do G-08 (os “grandões” da economia mundial).

Antes disto, ela já tinha sido Ministra da Agricultura e Pescas (2007) e Ministra do Comércio Exterior (2005-2007). Sempre como membro da “União por um Movimento Popular”, o partido de direita presidido por Nicolas Sarkozy, um dos principais articuladores de sua indicação para o FMI.

Além disso, Christine Lagarde há muito transita pelos corredores do capital internacional, principalmente como advogada empresarial. Por anos, por exemplo, viveu nos Estados Unidos, trabalhando em um dos maiores escritórios de advocacia do mundo, onde foi uma eficiente defensora dos interesses patronais.

Todos estes serviços já tinham sido reconhecidos pelos poderosos a quem Lagarde pôs seus conhecimentos ao dispor. Em 2009, duas “bíblias” do Capital, a revista “Forbes” e o “The Washington Street Journal”, a colocaram no 17.º lugar da lista das mulheres mais poderosas do mundo e na 5.ª posição entre as executivas européias mais bem sucedidas.

Foram com estas credenciais que, no dia 28 de junho, Lagarde – com o apoio entusiasmado da União Européia, da China, da Rússia e dos EUA – foi eleita, por consenso, pelos 24 membros do conselho executivo FMI (que representam os 187 países que participam do Fundo).

O “consenso” demonstrado na eleição (fundamental para transmitir uma imagem de solidez, num momento de crise) foi obtido atropelando ambições alimentadas pelos países emergentes (o Brasil, inclusive) que sonhavam em quebrar a hegemonia que os países europeus mantém sobre o controle do FMI desde 1944 (assim como, no mesmo período, o Banco Mundial só foi dirigido por norte-americanos).

A abrupta e vergonhosa saída de Strauss-Kahn havia aguçado a ilusória esperança dos gerentes do imperialismo no Terceiro Mundo em emplacarem no cargo o diretor do Banco Central mexicano, Agustin Carstens. Um plano que não resistiu aos fortíssimos gritos de protesto que ecoaram em Atenas e, certamente, pesaram na escolha de Lagarde. Afinal, ela tem sido uma das principais defensoras dos planos de austeridade na União Européia.


Uma nova “dama de ferro”?

Desde que seu nome começou a ser cogitado para o cargo – na época em que o nome de Strauss-Kahn era dado como certo na sucessão presidencial francesa – a própria Lagarde também tem se esmerado em lembrar sua condição enquanto mulher, utilizando-se de forma vergonhosa de um discurso “pseudo-feminista” para defender seus interesses.

Por exemplo, em uma entrevista ao jornal britânico “The Independent”, em 7 de fevereiro, a então ministra das Finanças fez questão de se apresentar como uma alternativa ao poder exatamente por ser mulher.

Em meio a bobagens – como dizer que gostaria de ter mais tempo para apreciar as “belas flores” de sua terra natal e para cozinhar e fazer compotas para sua família – Lagarde, de acordo com o jornal, declarou que “a presença de mulheres nos altos-níveis de comando é essencial”, já que “homens, deixados sozinhos, sempre fazem bagunça” .

Se isto não bastasse, foi sobre esta impressionante ótica que, na mesma entrevista, Lagarde “analisou” a crise que ainda sacode a Europa: “o colapso financeiro de 2008, pelo menos em parte, foi provocado pela forma agressiva, ambiciosa e cheia de testosterona que vigora em salas recheadas de alta-tecnologia e dominadas por homens”.

É inegável que os privilégios concedidos pela sociedade aos homens, brancos e heterossexuais os aproximam de tal forma das instâncias de poder que, consequentemente, acirram suas tendências à disputa. Contudo, isto não só tem pouquíssimo a ver com a crise econômica mundial, como Lagarde está a anos-luz de distância de significar “algo diferente” em relação a esta história.

Até mesmo, porque, ao aliar-se permanentemente aos poderosos, Lagarde assimilou e reproduz o que há de pior do comportamento e ideologia do “macho-dominante”: o autoritarismo e os “punhos de ferro” utilizados para fazer o que for necessário para garantir a manutenção dos lucros e os privilégios da elite.

Exatamente por isso, soa ainda mais hipócrita que, na mesma entrevista, a diretora geral do FMI ainda tenha afirmado que, baseada em sua própria experiência, “mulheres tendem a ser mais inclusivas, a agregarem mais e se preocuparem mais em cuidar das coisas”.

Na biografia recente de Lagarde não faltam exemplos do quanto isto não tem nada a ver com suas posições e práticas. Em 2005, quando era Ministra do Comércio, a nova diretora do FMI fez coro com seu colega Sarkozy (então Ministro do Interior), acusando os jovens franceses que estavam se rebelando na periferia de vandalismo e crimes diversos.

Para se ter uma idéia do quanto Lagarde é sintonizada com o capital, em um perfil feito pela sessão francesa da agência internacional de notícias Associated Press (AP) foi destacado que “no sempre cauteloso capitalismo francês, Lagarde é conhecida como ávida defensora do ‘livre-mercado’, ao ponto de que, quando era ministra do Comércio, chegou a excursionar pelas escolar para ensinar as crianças a não temerem os efeitos da globalização”.

Posturas que, como lembra a materia, lhes garantiram os apelidos de “a Ministra dos Ricos” ou “l'Américain” (“a norte-americana”, alcunha geralmente associada ao próprio Sarkozy, devido sua submissão às ordens de Washington).

Evidentemente, como todos e todas envolvidos nos grandes esquemas do Capital, também não faltam falcatruas na biografia de Lagarde. A mais conhecida delas tem a ver com sua atuação, como Ministra das Finanças, na defesa de Bernard Tapie, um empresário (amigo íntimo de Sarkozy) que se embolsou cerca de US$ 500 milhões em maracutaias envolvendo a Adidas e o governo francês.

Já no que se refere à crise européia a receita de Lagarde é exatamente a mesma de seus antecessores e parceiros: “austeridade total”, o que, no dicionário do Neoliberalismo, significa cortes de verbas e direitos.

Algo que Lagarde fez questão de deixar claríssimo em sua posse. Ao ser questionada pelo canal francês TF1, minutos depois de sua nomeação, sobre a “questão grega”, ela não titubeou: "Se há uma mensagem que eu deva enviar hoje sobre a Grécia é que a oposição tem que apoiar o partido do governo, num espírito de unidade nacional” , na aplicação do plano de cortes de gastos e aumento de impostos, que, para ela, são pré-requisitos para novos acordos com o FMI.

Por estas e outras, também não faltou, na cobertura da mídia, quem fizesse comparações entre Lagarde e a famigerada Margareth Thatcher que ficou conhecida como a “dama de ferro”. Thatcher foi primeira-ministra britânica, entre 1979 e 1990, e transformou a Inglaterra em um lamentável “campo de testes” para os planos neoliberais, promovendo um ataque violento e generalizado contra as organizações sindicais e populares, para impor um plano que resultou em desemprego, corte de verbas e direitos.

É evidente que as esperanças daqueles que elegeram Lagarde é que ela cumpra exatamente este mesmo papel. Contudo, para além dos desejos dos poderosos, existe o clamor das ruas de Atenas, de Madrid e de tantos outros cantos da Europa e do mundo.

Vozes que estão longe de serem caladas e que, com certeza, terão que se enfrentar com Lagarde para garantir seus direitos e barrar os ataques que, agora, virão com a chancela de uma mulher.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 5 de julho de 2011

Porque Amanda Gurgel não aceitou o prêmio da PNBE

Companheir@s,

Ontem a Profa. Amanda Gurgel foi escolhida pelo PNBE (Pensamento Nacional de Bases Empresariais) como a “Educadora de Valor 2011”. Amanda recusou o prêmio e explica porque na carta abaixo.

Tomamos conhecimento que três companheiros do PSOL (Chico Alencar, Ivan Valente e Luciana Genro) também foram escolhidos para o prêmio “Político de Valor 2011”. Esperamos que @s companheir@s também assumam a mesma posição e reforcem a defesa do classismo.

Um forte abraço socialista,

Juary Chagas




Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,

Professora Amanda Gurgel


Retirado do Blog da Profª Amanda Gurgel

De Trancoso a Atenas: o didatismo marxista do capitalismo atual

Muito tempo se passou desde que Marx e Engels, no velho Manifesto do Partido Comunista, afirmaram ser o Estado moderno um “comitê de negócios da classe dominante”. Pouco mais de vinte anos depois, o mesmo Marx, em sua brochura sobre a Comuna de Paris, assinalaria, sem rodeios, que os processos eleitorais sob o capitalismo não passavam de momentos nos quais os oprimidos eram autorizados “a decidir qual, entre os membros da classe dominante, será o que, no parlamento, os representará e esmagará”. Em outra oportunidade, o velho Engels, em um ousado trabalho de sistematização sociológica, definiu o aparelho de Estado como uma “organização da classe exploradora” voltada para a manutenção, pela força, “da classe explorada nas condições de opressão exigidas pelo modo de produção existente”. Muito tempo também se passou, embora um pouco menos, desde que Lênin, numa linguagem direcionada para a agitação política, caracterizou o regime democrático-liberal como uma “democracia mutilada, miserável, falsificada, uma democracia só para os ricos, para uma minoria”. Seguindo essa trilha interpretativa, autores como Trotsky e Gramsci procuraram analisar as diferentes formas assumidas por essa dominação de classe exercida pelo Estado, as quais se expressariam em diferentes regimes políticos que, em dosagens diferentes, fariam sempre uso de elementos de consenso e coerção. Em todos os casos, o Estado moderno seria, essencialmente, um Estado de classe. Mas tudo isso já faz muito tempo.

De lá pra cá, não foram poucos os que, dentro e fora do campo marxista (e muitos migraram do primeiro para o segundo), envidaram esforços para refutar estas assertivas “dinossaurescas”; rios de tinta, nascidos de muita ginástica retórica, foram desperdiçados para apontar a perspectiva “ideológica” (no sentido vulgar do termo) e extremamente “reducionista” que as vertebravam. “Cidadania”, “republicanismo”, “esfera pública”, “ética” e até mesmo “hegemonia” foram categorias mobilizadas, mais ou menos honestamente, mais ou menos cinicamente, para demonstrar o quão aqueles vetustos pensadores nada acadêmicos estavam equivocados; alguns, mais conciliadores, mas não menos ardilosos, alegaram que talvez tais idéias tivessem tido lá algum lastro nas condições sociais em que foram formuladas, mas que, posteriormente, a realidade havia se tornado “muito mais complexa” – alguns têm uma verdadeira obsessão em dizer isso – do que naqueles tempos de antanho. Nas últimas décadas, as vertentes pós-modernas recusaram-se a sequer debater cientificamente com a tradição marxista, limitando-se a, com sua peculiar arrogância cool, tratar tanto a ciência quanto o marxismo como “discursos” utópicos, pueris e até mesmo românticos. Já os finórios jornalistas políticos, por sua vez, fizeram o que foram ensinados e melhor sabem fazer: ignoraram simplesmente a existência de qualquer pensamento crítico. Advindos dos departamentos acadêmicos e das salas da Presidência, das ONG’s e dos Institutos Milleniuns, das redações de TV e das Casas do saber, todos esses apologistas do “Estado democrático de direito” parecem ter conformado, no Brasil, uma espécie de grande partido da ordem. Defensor do atual estado de coisas, esse partido, flexível e democrático, tem lugar garantido também para os que defenderam ditaduras no passado (recente) e até para os que negam que qualquer coisa exista objetivamente. Todas as suas alas são, como dizem os populares, farinha do mesmo saco. Nos últimos anos, é inegável que esse partido tem se mostrado forte.

Entretanto, paradoxalmente, também nesses últimos anos, os acontecimentos, no Brasil e no mundo, parecem cada vez mais evidenciar a contradição existente entre a verdadeira natureza desse atual estado de coisas e o que dizem seus partidários incondicionais. Assim, um tanto quanto ironicamente, a dinâmica política do presente parece resgatar as teses de Marx, Engels, Lênin e outros revolucionários de outrora acerca da essência do Estado e da democracia na sociedade burguesa. Talvez não seja arriscado dizer que alguns eventos dos últimos dias conferem a elas ainda mais justeza do que possuíam quando foram escritas. Brincando livremente com a antiga dialética alemã, pode-se dizer que os fatos parecem estar correndo ao encontro das idéias, procurando confirmá-las mais uma vez.

Provincianamente, comecemos por um episódio que teve lugar aqui pelas bandas turísticas do litoral nordestino, onde o acaso, puxando o véu ideológico, foi quem permitiu ao “Estado democrático de direito” mostrar-se tal como efetivamente é. Um desastre aéreo lançou luz sobre as íntimas relações cultivadas entre o governador do Rio de Janeiro (eleito e reeleito, aliás, por fortes alas do grande partido da ordem), mega-empresários, empreiteiros, donos de resorts, de aviões, de helicópteros, doleiros e outros estratos da lúmpem-burguesia fluminense. A imprensa, impingida pelas circunstâncias e pela pressão de um corajoso deputado estadual, divulgou o fato. Aparentemente, tratar-se-ia de um escândalo, como gostam os jornais.

Ocorreu, entretanto, que a imprensa não poderia alardear como escândalo aquilo que é a natureza mesma do poder político sob o regime do Capital, aquilo que todo mundo sabe, mas que não se diz, e que, se dito, não implica, necessariamente, em nenhuma acusação, pois não pode haver nada de anormal em se portar normalmente, não poder haver crime no fato de um governador e um empresário agirem como devem agir um governador e um empresário. A declaração de um dos milionários envolvido indiretamente no caso (tratado como pop star tanto pelas revistas de salão feminino, quanto pelos famosos colunistas de notícias de três linhas) foi bastante esclarecedora quanto a isso; corretamente (do ponto de vista do sistema, claro), o “acusado” alegou que, como qualquer cidadão, é livre para “escolher suas amizades” e para “escolher a quem empresta seus aviões”. O governador, por sua vez (também corretamente do ponto de vista do sistema), não se viu na obrigação de dar explicações sobre onde e com quem passa seus feriados prolongados. Como bons “professores marxistas”, o empresário e o governador davam uma verdadeira aula sobre os fundamentos do Estado na sociedade atual. A imprensa, talvez percebendo que, movida por vis interesses mercadológicos, também estava contribuindo para o didatismo classista, flexionou sua abordagem, e passou a destacar o fato de que não havia licitação em muitos dos contratos firmados entre o governo estadual e a empreiteira de propriedade de um dos convivas do governador. O detalhe da questão tentou ser transformado em seu cerne. Mas já era tarde. A falta de licitação não era senão um mero adereço jurídico de uma roupagem ideológica que escondia o eterno romance do poder com o Capital. Com ou sem ele, o rei, ou melhor, o governador, estava nu. A aula tinha sido dada, e quem assistiu não teve dificuldade em apreender seu conteúdo. Tudo foi facilitado porque o próprio “professor-governador” – que, aliás, parece pretender matar de fome todos os professores do “seu” Estado – fazia uso de recursos didáticos e seguia um bem preparado cronograma de aulas: poucos dias antes de ir para suas libações nas areias privatizadas de Trancoso, se encarregou de ordenar que o cruento BOPE – retratado, de forma laudatória, por um conhecido cineasta que, paradoxalmente (ou melhor, esquizofrenicamente), apoiou a campanha à reeleição do corajoso deputado que denunciou o governador (?!) – esmagasse uma mobilização dos bombeiros que reivindicava um salário mensal de 2000 reais (provavelmente um valor próximo ao das diárias no referido resort). Cerca de três meses antes, a polícia estadual havia levado à prisão, e a justiça lá mantido por três dias, 13 ativistas (sendo 10 militantes do PSTU, um nacionalista, um menor do PSOL e uma sexagenária tricolor) que protestavam contra a visita de Obama no país. A um só tempo, o Estado, em sua forma democrático-liberal, se mostrava como um “comitê de negócios da classe dominante” e como uma “organização de repressão” dirigida contra os descontentes – como sugeriram, há muito tempo, os “ultrapassados” teóricos do pré-diluviano materialismo histórico.

Num salto geográfico – mas não analítico – chegamos a Atenas. Em meio à crise econômica, o governo do país requisitou mais empréstimos à banca internacional para conseguir pagar as dívidas que com ela arcara. Como condição pra receber o montante, o governo tinha que aprovar um pacote eufemisticamente chamado pela imprensa – sempre ela – de “austeridade fiscal”: demitir milhares e milhares de trabalhadores do serviço público, cortar direitos sociais e aumentar impostos, entre outras medidas que até mesmo o mais despótico dos generais da Birmânia sabe que não são lá muito “humanitárias”. Só elas, porém, poderiam salvaguardar os interesses materiais do partido da ordem de lá, composto por uma associação entre a banca internacional e a timorata burguesia grega. O antagonismo existente entre a vontade popular, isto é, entre a vontade da enorme maioria da nação, e os da ínfima minoria capitalista do país (associada à banca internacional) ficou “nítido como um girassol” de Fernando Pessoa, e se expressou fisicamente na oposição entre a Praça e o Parlamento, entre os trabalhadores que ocupavam a primeira e a polícia que violentamente defendia o segundo. O governo neoliberal “de esquerda”, talvez constrangido, talvez não, levou o pacote à votação. O Parlamento, fazendo jus à sua natureza (e não a subvertendo, como querem alguns), o aprovou. Do lado de fora, nas ruas, os trabalhadores fizeram greve geral, protestaram, queimaram pneus e tudo mais o que podiam fazer naquelas condições. O ódio era justo. A polícia fez o que era a sua função: reprimiu, prendeu, bateu e tudo mais o que podia fazer naquelas condições.

Retomando as idéias de Marx sobre a existência de uma separação relativa entre as esferas “econômica” e “política” na sociedade capitalista – decorrência do fato de que nela a apropriação de excedentes não se baseia, fundamentalmente, em expedientes “extra-econômicos” –, a arguta historiadora Ellen Wood, estudiosa da Grécia antiga, chamou a atenção para o que seria a essência e, ao mesmo tempo, a particularidade da democracia dos tempos modernos. Resultante política de um uma forma social baseada no trabalho livre assalariado, na qual os proprietários dos meios de produção não se diferenciam juridicamente dos não-proprietários, ou seja, dos que trabalham – o que não existia nem no mundo antigo nem no medieval –, a democracia moderna (diferentemente de sua antecessora ateniense) é formalmente acessível a todos os estratos sociais; somente nela, a “cidadania política” foi finalmente estendida (não sem muita luta dos movimentos operário, negro e feminista) a todos os segmentos da população (trabalhadores braçais, mulheres, negros, pobres e despossuídos em geral). Sob o capitalismo, assinalou Wood, a democracia política se manifestaria, então, na sua forma historicamente mais inclusiva, embora, ela, em função da separação relativa entre a “economia” e a “política”, já não decidisse efetivamente sobre os reais fundamentos da vida social dos cidadãos que dela “participam” (diferentemente da antiga democracia ateniense). Justamente por isso, ela podia ser uma democracia formalmente bastante ampliada, como jamais se vira antes. Corroborando a tese de Wood, e arriscando-nos a rapidamente lapidá-la, podemos dizer que, se é verdade que a “esfera política” já não delibera sobre as bases da exploração de classe – isto é, os parlamentos não votam a favor ou contra a “mais-valia”, ela simplesmente (economicamente) existe –, é também fato que a intensidade dessa exploração pôde, em alguns regimes democrático-liberais, ser debatida e até mesmo ocasionalmente freada graças à presença de algumas poucas representações políticas dos trabalhadores nas instâncias políticas formais. Ainda que de forma moderada, às vezes distorcida, os trabalhadores gozavam de alguma representatividade em certas democracias liberais, as quais não deixavam de ser, evidentemente, “democracias de uma minoria”.

A novidade apresentada pelas últimas décadas, sobretudo nos últimos anos, é que, em quase a totalidade das chamadas “democracias representativas”, já não há representação política alguma de amplas camadas da população e, por conseguinte, já não há sequer a chance de, pelos caminhos institucionais, impor limites aos desejos nada secretos do Capital. O caso da Grécia é exemplar. Ao aprovar o pacote exigido por uma minoria, mesmo sabendo que a ingente maioria do país era peremptoriamente contrária a ele, o Parlamento grego mostrou que se constitui, na verdade, em uma instituição totalmente indiferente à vontade popular. Parafraseando Marx, pode-se dizer que se essa instituição fora alguma vez um “corpo de parlamentares livremente eleitos pelo povo”, ela se transformou, indubitavelmente, em um “parlamento usurpador de uma classe” (os capitalistas), e “reconheceu, mais uma vez, que cortara, ela mesma, os músculos que ligavam a cabeça parlamentar ao corpo da nação”.

O caráter burguês da democracia moderna possivelmente atingiu seu paroxismo nos dias atuais. Ela já não é só uma democracia para a burguesia, mas é também uma democracia apenas para a burguesia. Dela só podem participar as alas do partido da ordem. Se na democracia antiga, aqueles que trabalhavam, os escravos, estavam dela excluídos (além das mulheres, dos metecos e dos xenos – estrangeiros residentes e não residentes, respectivamente), na democracia moderna, são também os que trabalham, o proletariado contemporâneo (seja ele formal, informal, precarizado, imigrante etc.), que se encontram alijados das instâncias políticas decisórias. Na Grécia, como em Portugal, Espanha e tantas outras partes do mundo, já não há nenhuma ligação entre a vontade da maioria de população e o poder político constituído, e isso talvez na terra de Clístenes adquira um simbolismo maior do que em qualquer outro lugar. Nas próximas eleições gregas, onde se manifestará a vontade dos milhões de insatisfeitos com o governo neoliberal “de esquerda”, mas que, tampouco, querem a volta dos neoliberais de direita? As últimas eleições portuguesas, aliás, foram elucidativas quanto a isso. A democracia burguesa atual, face à inexistência de uma alternativa organizada anti-sistêmica (revolucionária), faz com que, cada vez mais, enormes contingentes populacionais posicionem-se nos pleitos tal como torcedores de um time eliminado o fazem diante de uma disputa de pênaltis entre duas outras equipes que foram à final, e com as quais não simpatizam nem um pouco: só lhe resta torcer – torcer ou votar, tanto faz – contra aquela que mais desprezam, ou contra aquela que mais recentemente lhe impôs derrotas. As representações políticas da burguesia mundial, capitaneadas pelos representantes da burguesia grega, vêm cumprindo, assim, um inestimável papel didático-marxista. Despindo suas democracias de todos os disfarces, livrando-as de quaisquer rebuços, ensinam que a democracia burguesa atual é cada vez mais uma democracia “mutilada, miserável, falsificada, uma democracia só para os ricos, para uma minoria”, como bem disse, certa feita, o velho líder bolchevique. Mas isso já faz muito tempo.


Retirado do Site do PSTU

Professora Amanda Gurgel participa de dia da independência na Bahia

Raíza Rocha
Amanda Gurgel e bloco do PSTU no cortejo
No dia em que se comemora a Independência da Bahia, 2 de julho, a professora Amanda Gurgel esteve na capital baiana e participou do cortejo que aglutina movimentos sociais, partidos políticos e a população nas ruas do centro histórico de Salvador para resgatar as mobilizações do recôncavo baiano que expulsaram as últimas tropas dos colonizadores portugueses do Brasil em 1823.

Amanda Gurgel participou do Bloco da ANEL-BA e, ao lado da juventude baiana, lançou, no Estado, a campanha Nacional contra o novo Plano de Educação (PNE) do Governo Dilma e por 10% do PIB para Educação. Com faixas, palavras de ordem, batucadas, o bloco foi muito bem recebido pela população. Moradores e trabalhadores que assistiam o cortejo parabenizavam a campanha e declaravam o seu apoio à luta em defesa da Educação, saudando a garra de Amanda Gurgel que na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte denunciou a atual situação da Educação no Estado e em todo o país.

Amanda ainda esteve presente no Bloco da Oposição à atual direção da APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia) e no bloco dos professores das Universidades Estaduais Baianas que recentemente estiveram em greve por melhores salários e contra o corte de verbas no Ensino Superior.



O PSTU -BA também esteve presente no cortejo. Com sua militância, levantou a bandeira por uma segunda Independência do Brasil e pelo não pagamento da dívida externa. A luta contra as opressões também foi tema do bloco que animou as ruas da cidade com palavras de ordem.


Retirado do Site do PSTU