sábado, 16 de junho de 2012

Polícia reprime manifestação na Unifesp-Guarulhos e prende 25 estudantes

PM aproveita ação da ultra e reprime brutalmente protesto; estudantes estão sendo levados a presídios


Reprodução
Momento em que um PM agarra estudante
A Polícia Militar reprimiu de forma violenta e deteve 25 estudantes na Unifesp em Guarulhos na noite desse dia 14 de junho. Os alunos detidos foram encaminhados à Polícia Federal na Lapa, zona oeste de São Paulo e, nesse dia 15, 23 deles estavam sendo encaminhados a um Centro de Detenção Provisória, indiciados por crimes como formação de quadrilha e danos ao patrimônio público.

Os estudantes da Unifesp estão em greve desde o dia 23 de março contra as precárias condições da universidade e por direitos estudantis. A reitoria, por outro lado, além de se negar a negociar, trata o movimento como caso de polícia.


Ação da ultra e resposta brutal da polícia

O episódio ocorreu após uma assembleia intercampi que envolveu estudantes de outras unidades, como Guarulhos, Diadema e São José dos Campos. Terminada a assembleia no final da tarde, os estudantes resolveram realizar uma manifestação contra a violenta desocupação da Diretoria Acadêmica da universidade, realizada pela PM no último dia 6, quando 43 estudantes foram detidos.

Alguns grupos de ultraesquerda, porém, tentaram transformar o protesto em uma nova tentativa de ocupação da diretoria. O diretor do campus, Marcos Cezar, chamou a polícia, que já chegou de forma truculenta ao local. A PM, como mostra claramente um vídeo gravado por um estudante, reagiu com brutal violência. As imagens mostram com nitidez quando, em determinado momento, um policial simplesmente "sequestra" uma estudante e a leva do local, sendo seguido pelos alunos. A ação desatou uma repressão brutal, com tiros de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Vários estudantes ficaram feridos.



"Foi mais uma ação desastrada da ultra e uma repressão brutal da polícia, toda uma situação causada, na verdade, pela intransigência da reitoria, que se nega a negociar depois de 85 dias de greve", afirma o estudante da Unifesp, Pedro Camargo, da Executiva Estadual da ANEL.


Condições precárias

Os estudantes da Unifesp estão em greve e mobilizados contra a precária e insuficiente estrutura da universidade, que sequer tem condições de abrigar todos os alunos, obrigados a utilizarem salas de aula de escolas públicas da região. A pauta de reivindicações dos estudantes é de 2007 e exige, entre outros pontos, ampliação da biblioteca, laboratórios, moradia estudantil e creche. A reitoria, no entanto, não negocia e sequer aceita participar de audiências públicas para discutir os problemas.

Atualização dia 15, às 22h: Na noite dessa sexta-feira o juiz da 1ª Vara Federal ordenou a libertação dos estudantes detidos. Eles, porém, continuarão respondendo pelos crimes em que foram indiciados


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Na Cúpula dos Povos, a oportunidade de uma alternativa

Entre os dias 15 a 23 de junho, o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, vai ser o palco da Cúpula dos Povos. Contando com a presença de movimentos sociais de todo o Brasil e do mundo, o evento correrá em paralelo à Rio+20 e será a oportunidade de levantar uma alternativa à degradação ambiental imposta pelo capitalismo.

Enquanto os Chefes de Estado farão seus acenos e declarações de boas intenções, milhares de ativistas terão a oportunidade de oferecer uma real alternativa pela preservação ambiental. Com uma diversificada programação, a Cúpula dos Povos vai abrigar debates, mesas-redondas, oficinas, palestras e plenárias, abarcando uma infinidade de aspectos da luta pela preservação da natureza. Assim, o PSTU marcará presença no evento, levantando seu programa socialista para o meio ambiente e denunciando a farsa que será a Rio+20.


As lutas estarão presentes

No sentido de ligar a luta pela causa ambiental à luta mais geral da classe trabalhadora, a CSP-Conlutas está organizando uma mesa com o título “Direito à moradia x grandes obras: a reforma urbana pendente e os novos Pinheirinhos”. A atividade terá a presença de organizações como o Movimento Popular de Favelas e a ASSIBAMA (Associação dos Servidores do IBAMA). Também a luta feminista terá destaque, com a atividade promovida pelo Movimento Mulheres em Luta (MML) sob o título “Mulheres trabalhadoras contra o machismo e a exploração”.

Já no dia 20, duas importantes manifestações ganharão as ruas do Rio. Pela manhã, a comunidade da Vila Autódromo, ameaçada pela especulação imobiliária na região nobre da Barra da Tijuca, marchará pelo direito à moradia. A tarde é a vez do centro do Rio receber a marcha oficial da Cúpula dos Povos, que vai representar a voz dos descontentes com a hipocrisia dos governos de todo o mundo frente à crise ambiental.

Outra luta de peso que marcará presença é a forte greve nacional das universidades federais. Os comandos de greve aprovaram incorporar a marcha do dia 20 como atividade do calendário de greve de professores, funcionários e estudantes.


Calendário

15 de junho – Abertura

16 de junho – Mesa “O direito a moradia x grandes obras: a reforma urbana pendente e os novos pinheirinhos”. Local: tenda 14/Eliane Grammont. Horário: 11h30’
Mesa “Mulheres trabalhadoras contra o machismo e a exploração”. Local: tenda 12/Egidio Bruneto. Horário: 16h30’

20 de junho – Marcha em defesa da Vila Autódromo, na Barra, pela manhã.
Marcha oficial da Cúpula dos Povos. Local: da Candelária à Cinelândia. Horário: 15h

23 de junho - Encerramento


Retirado do Site do PSTU

RIO + 20 e a farsa do "desenvolvimento sustentável"

Vinte anos depois da Eco-92, o Brasil é palco de mais uma conferência ambiental, a Rio + 20, que vai ocorrer entre os dias 13 a 22 de junho.


Rio+20, muito longe dos verdadeiros problemas ambientais
Diante da enorme destruição ecológica das últimas décadas, a possibilidade das mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos naturais, a pauta da conferência vai discutir meios que possam conciliar o desenvolvimento econômico capitalista com a preservação ambiental. Mas será que possível algum tipo de “desenvolvimento sustentável” ou “economia verde” sob o capitalismo?


Afinal, quem é o culpado?

Nos últimos anos, o discurso da “sustentabilidade” ganhou força e foi até mesmo apropriado pelos grandes capitalistas. É comum ver propagandas da TV de empresas automotivas, mineradoras e até mesmo petroleiras venderem uma suposta imagem de “sustentabilidade ecológica”. Um caso recente foi o fim da obrigatoriedade dos supermercados de São Paulo em oferecer sacolinhas plásticas, o que representou numa diminuição dos gastos dos empresários do setor (a tal “economia verde”). Por outro lado, a coleta de lixo reciclado na cidade representa apenas 1% da coleta total de resíduos.

Também é comum ver supostos “especialistas” defenderem “mudanças nos hábitos de consumo”, a “adoção de pequenos gestos”, entre outras receitas milagrosas que buscam responsabilizar o individuo pela devastação do “nosso planeta”. Há aqueles que chegam a defender um controle maior da expansão populacional, pois o crescimento demográfico entraria em conflito com os recursos naturais que são finitos.

Embora tenham origens bem diferentes, todas essas opiniões têm um ponto em comum: deixam de fazer propositalmente a crítica devida à lógica mercantil do sistema capitalista. Assim, transformam as vítimas dos impactos ambientais em vilões, em culpados, inocentando os verdadeiros responsáveis.


Capitalismo é responsável pela devastação

O surgimento da sociedade capitalista provocou uma separação entre o ser humano e a natureza, que começou a ser vista como uma mera mercadoria, objeto de dominação, pela ciência e pela técnica. Nas formações sociais pré-capitalistas, não havia essa cisão. Em grande parte da Idade Média, por exemplo, a natureza era vista como “provedora” dos recursos fundamentais para a sobrevivência dos indivíduos. O homem era visto como parte da natureza e não acima ou separado dela.

Com o capitalismo tudo mudou. O ritmo da produção impõe uma apropriação crescente dos recursos naturais, necessários á sobrevivência humana, muito maior que o tempo que a natureza precisa para se recompor. No capitalismo não se produz para satisfazer as necessidades humanas, mas para obter lucro. Assim, a necessidade de acumulação crescente de capital e lucro, produz cada vez mais mercadorias. Isso provoca consumo crescente e apropriação acelerada da natureza. Os ritmos naturais se desenvolvem em séculos, uma dinâmica incompatível com produção mercantil, o que impões uma forte e intensa exploração dos recursos naturais levando à ruptura de sua dinâmica.

Olhando para as consequências da Revolução Industrial, Karl Marx já alertava para essa situação, no seu livro "O Capital". Acusava a produção capitalista de “perturbar a interação metabólica homem e terra”, ou seja, as trocas energéticas e de materiais entre os humanos com o seu meio ambiente natural - condição necessária para a existência da civilização. Segundo Marx, “ao destruir as circunstâncias entorno desse metabolismo ela [a produção capitalista] impede a sua restauração sistemática como uma lei reguladora da produção social, e numa forma adequada ao pleno desenvolvimento da raça humana”. Isso nos remete outra conclusão: a crise ambiental desencadeada pelo capital é muito mais uma questão de sobrevivência humana e muito menos de sobrevivência do planeta.

Nas últimas décadas, essa exploração se ampliou, especialmente após a crise econômica dos anos 1970. Para retomar suas taxas de lucros, os capitalistas lançaram mão da globalização e da liberalização dos mercados. Assim, o saque dos recursos naturais por parte das multinacionais tomou uma dimensão planetária, como produto da crise do sistema. Mas, por outro lado, a luta contra a espoliação e destruição ecológica também ganhou uma dimensão global, abrangendo desde as reivindicações dos povos indígenas do Equador que combatem a indústria petroleira na Amazônia, até luta dos camponeses da China que resistem à contaminação de rios e do solo causa por indústrias.


Um debate necessário

Não é possível separar a luta ambiental do combate a todos os problemas estruturais produzidos pela sociedade capitalista. Ao mesmo tempo que aumenta como nunca a produtividade, o capitalismo também faz crecer a miséria e a exploração. Atualmente, quase um bilhão de seres humanos passam fome. Nos países perifericos, 80% das doenças decorrem da falta de qualidade da água. Segundo os dados da ONU, um bilhão de habitantes moram em favelas. Enquanto isso, no campo, a paisagem é transformada pelos complexos do agronegócio, controladas pelas grandes empresas.

A defesa do meio ambiente deve ser parte da luta dos trabalhadores por melhores condições de emprego, salário e vida. É uma luta anticapitalista e antiimperialista e, em essência, pela construção de uma sociedade socialista. Uma sociedade baseada em novas relações de produção que possam estabelecer um relacionamento equilibrado e realmente sustentável do ser humano com a natureza, “condição inalienável para a existência e reprodução da cadeia de gerações humanas”, como assinalava Marx.

Mas isso não significa deixar de lado a luta presente. A luta pelas políticas públicas, por legislações ambientais mais efetivas, pela proteção de espécies em extinção, deve ser acompanhada pela vontade de mudança da estrutura de dominação burguesa.


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Na Cúpula dos Povos, a oportunidade de uma alternativa


Retirado do Site do PSTU

Espanha: É preciso resgatar os trabalhadores e o povo e não a banca!

Primeiro-ministro Mariano Rajoy
Durante muitos meses, cada notícia sobre a crise da banca espanhola foi motivo de angústia para a população trabalhadora, que se perguntava: quantos cortes, quanto desemprego, quanta pobreza serão ainda necessários para salvar banqueiros que nos roubaram durante anos em completa impunidade?

Agora a angústia é, se possível, maior porque a montanha de dinheiro público comprometida para “nacionalizar” as perdas do Bankia e de outras entidades em quebra é enorme, entre 60 e 80 bilhões de euros, segundo os cálculos divulgados. Essa montanha de perdas privadas, causadas por diretores mafiosos, é a que o primeiro-ministro Mariano Rajoy (com o consentimento do PSOE) vai converter agora em dívida pública, para que seja paga pelo povo trabalhador, como vem acontecendo até agora.


Sob intervenção da Troika

Mas o problema agravou-se porque, em plena fuga de capitais, com o sistema de crédito paralisado, com a taxa de risco [diferença entre os juros cobrados para financiar a dívida alemã e os cobrados para financiar a dívida de cada um dos países da UE] nas nuvens e a Bolsa em colapso, o Estado não tem já capacidade de endividar-se para conseguir esta nova massa de dinheiro e continuar a pagar a avultada dívida pública atual aos banqueiros. De forma que o governo se encontra condenado a recorrer aos fundos de resgate europeus. Só espera que se concretize o valor da operação para fazê-lo. Mas isso tem um preço: a intervenção do país pela troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

É um verdadeiro escândalo, porque vamos estar sob intervenção por uma dívida que o governo vai contrair sem outro fim que assegurar que os bancos alemães e franceses e o BCE possam cobrar as enormes dívidas que os bancos espanhóis em quebra têm com eles e que, de outro modo, não cobrariam. Estamos, na realidade, ante um resgate dos bancos alemães e franceses credores, aos quais deverão pagar a classe trabalhadora e as classes médias.


Uma intervenção suave?

Rajoy comprometeu-se publicamente em entregar a Angela Merkel e à UE o controle de toda a política econômica espanhola e a supervisão do sistema bancário, a obedecer ao pé da letra todas as ordens que venham de Berlim e Bruxelas. Em troca, suplicou que o governo não esteja formalmente sob intervenção e que a troika resgate diretamente os bancos.

Este foi o grande conflito de Rajoy com Merkel, partidária de uma intervenção direta, “à grega” ou “à portuguesa”. A razão é que, para os grandes banqueiros espanhóis e para o seu representante político, Rajoy, é muito diferente que a intervenção se faça de uma forma ou de outra.

A diferença não são os programas de ajuste, que em ambos os casos são idênticos. O problema reside em que uma intervenção “à grega” significaria que o governo espanhol deixaria de existir como tal para ser substituído por um governo da troika, onde os ministros espanhóis seriam meros garotos de recado. E então – e aqui está o “X” da questão – o governo da troika seria o governo dos bancos alemães e franceses e não, como no caso de Rajoy (e antes o ex-primeiro-ministro Zapatero, do PSOE), o governo dos bancos Santander e do BBVA, que, no caso de ser a troika a governar, ficariam sem proteção e às custas dos bancos alemães e franceses, com um destino incerto. O mesmo destino que o do capitalismo espanhol (e as suas multinacionais) na UE e no mundo.

As últimas notícias da imprensa dizem que Merkel e a UE “concordaram” com um “resgate suave” no qual o governo sofreria uma intervenção da UE, mas através do FROB (o fundo espanhol de resgate bancário). Isso significa passar a política econômica a Merkel e a Bruxelas e deixar em suas mãos a liquidação dos bancos resgatados. Em troca, o governo salvaria, relativamente, as aparências e manteria uma certa margem de manobra para continuar a defender o papel da grande banca espanhola como sócia menor e cúmplice dos bancos alemães e franceses. Como parte do pacote, os planos de ajuste serão drasticamente endurecidos.


Estão nos colocando numa espiral à grega de empobrecimento e ruína

A propaganda do governo está concentrada numa mensagem: “agora estamos mal e ainda vamos sofrer mais, mas é preciso ter fé porque não demoraremos a ver, com a ajuda da Europa, a luz no fim do túnel”. Esta mensagem, que busca justificar a nova onde de ajustes que irão acompanhar a intervenção da troika, é uma fiel reprodução do que disseram os governos grego e português quando sofreram intervenção. Mas aqui, como lá, mentem. O que vemos na Grécia e em Portugal não é nenhuma luz, mas miséria e sofrimento sem fim e sem esperança.

A intervenção “suave” de que fala a imprensa significa, na realidade, um salto substancial, pilotado desta vez de Berlim e Bruxelas, na ofensiva para desmantelar o que resta do exíguo Estado de bem-estar (incluindo desta vez ataques às pensões e ao subsídio de desemprego); vender o que resta de patrimônio público; afogar o povo com novos aumentos de impostos; cortar emprego público e arrasar os direitos trabalhistas que ainda restam (na Companhia Espanhola de Laminação - Celsa, em Barcelona, a patronal quer despedir 200 trabalhadores entre os 1200 atuais, aumentar em 12 dias a jornada de trabalho e reduzir 20% dos salários).

Como mostram Grécia e Portugal, cada plano de ajuste não é mais que o prelúdio de outro ainda mais agressivo, pela simples razão de que quanto mais se espolia o país e este mais retrocede e se empobrece, mais a dívida cresce e se forma uma espiral que não tem fim. O primeiro “resgate” europeu da Grécia foi em maio de 2010, e agora, dois anos depois, sabemos que a “ajuda” da troika foi parar nos bancos credores e que o povo não viu nem um euro. Sabemos que o nível de vida retrocedeu entre 30 e 40%, a miséria atingiu amplos setores da população, vive-se uma situação de emergência sanitária, os suicídios dispararam e a esperança de vida começa a diminuir. É nesta espiral grega que querem nos meter.


É preciso um grande Encontro Nacional para organizar a resposta ao resgate e à intervenção

Estamos num momento crucial que nos obriga imperiosamente a unir todas as forças para enfrentar o resgate e a intervenção da Troika. O resgate é uma enorme fraude, um roubo puro e duro ao povo trabalhador.

É urgente juntar todos os que querem lutar contra o resgate num grande Encontro Nacional que defina um plano de mobilização para enfrentá-lo. Um Encontro onde estejam as assembleias do 15M, o sindicalismo alternativo, as organizações de professores e de pessoal da saúde em luta, as organizações e coordenações estudantis, as empresas em luta, a plataforma contra os despejos, etc.

É preciso um plano:
- Que diga Não ao resgate e à intervenção;
- Que em lugar de socializar as suas perdas, exija a expropriação de toda a banca, integralmente, sem indenizar nenhum grande acionista nem grande investidor, exigindo responsabilidades e a devolução do dinheiro dos responsáveis pelas quebras, que devem responder com seu patrimônio e com a prisão;
- Que exija a imediata suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros e uma Auditoria pública que revele o caráter ilegítimo e fraudulento da dívida. O dinheiro existe, só é preciso investi-lo nas necessidades sociais básicas, e não ao enriquecimento dos banqueiros;
- Que se comprometa a lutar por um plano de resgate, mas dos trabalhadores e dos setores populares, que revogue os cortes e reestruturações e ataque de frente o desemprego.


Não podemos esperar nada da UE

Primeiro, venderam-nos a ideia de que a UE era a via de acesso ao progresso e à modernidade. Depois, já na UE e com o euro e em plena bolha imobiliária, disseram-nos que nos converteríamos numa potência mundial. Agora, dizem-nos que a UE é a solução da crise e que necessitamos “mais Europa”. Neste apego desesperado à UE estão o PP e o PSOE, acompanhados pela burocracia sindical de Comisiones Obreras-UGT e também pela direção de Esquerda Unida (IU), que suaviza a sua capitulação dizendo que é preciso uma Europa “mais social”.

Porém, “mais Europa” é a “união fiscal e política” de Merkel, que Rajoy e o seu ministro da Economia, Luis de Guindos, e o secretário-geral do PSOE, Alfredo Rubalcaba, acatam com entusiasmo. Mas a Merkel não se pode acusar de não ser clara. O seu plano significa que acabou a soberania dos Estados. Quer dizer que a política trabalhista, o gasto público, os impostos, as pensões e as privatizações serão decididas por Bruxelas ou, o que dá no mesmo, pelo imperialismo alemão, em colaboração com o francês. E quer dizer também, como já declararam vários ministros alemães, que o destino que apontam para a “periferia castigada pela crise” são “zonas especiais de produção”, onde as empresas pagariam menos impostos, os salários não seriam regulados por convenções e as leis ambientais seriam dribladas, como acontece nas fábricas (chamadas “maquilas) da fronteira do México com os Estados Unidos!


É preciso sair do euro e romper com a UE o quanto antes!

Assustam-nos com a saída do euro e dizem que é preciso estar dispostos a qualquer sacrifício contanto que permaneçamos na moeda única, porque fora desta união monetária nos aguarda o inferno. Estes argumentos podiam ser utilizados há dois ou três anos, quando as pessoas não sabiam o que queria dizer na prática. Mas, agora, sabemos o que aconteceu e o que está acontecendo na Irlanda, Portugal, Grécia e entre nós. E o que vemos é que o inferno é permanecer no euro, sob o comando dos banqueiros e multinacionais que mandam na UE. A Grécia é o exemplo mais brutal: é um país que em apenas dois anos sofreu uma devastação tamanha que só é comparável à de uma guerra.

Não podemos pagar o preço de um retrocesso histórico de 50 anos, o desmantelamento de todas as conquistas sociais e trabalhistas, e o desemprego maciço e a precariedade generalizada e sem esperança, somente porque os grandes banqueiros espanhóis querem participar, mesmo que lhes sejam destinados os restos, do festim do euro. Estamos perante uma evidência: sair do euro e romper com a UE é uma necessidade vital se não queremos acabar como a Grécia.

Mas temos que ser conscientes, ao mesmo tempo, que a saída do euro, por si só, não é a solução e que, se saímos, vão tentar nos arrebentar. Por isso, esta saída deve ser acompanhada de uma mudança radical das regras do jogo capitalista e de passos firmes em direção a uma nova sociedade socialista. Não há outra solução. A saída do euro deve vir acompanhada de medidas como a expropriação da banca e a unificação do sistema de crédito para reorganizar a economia ao serviço da imensa maioria; da nacionalização sob controle dos trabalhadores das empresas e setores estratégicos; da colocação em marcha de grandes planos públicos para criar emprego e dividir o trabalho entre todos; do estabelecimento do controle estrito dos movimentos de capitais e do monopólio do comércio exterior; e, acima de tudo, unir forças com os trabalhadores e os povos da Europa, da periferia e dos países centrais, porque só assim poderemos vencer esta luta comum por uma Europa socialista unida.

  • Não ao resgate europeu e à intervenção da UE!

  • Suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros!

  • Expropriação dos bancos!


  • Retirado do Site do PSTU

    A ousadia de querer mudar o mundo

    Sabemos que não é por eleições que vai se mudar o país. Mas sabemos também como é importante utilizar a tribuna eleitoral para defender essas mudanças


    O PSTU vai apresentar candidatos conhecidos por suas lutas
    A injustiça social que nos cerca é brutal. A burguesia e a alta classe média andam de helicóptero enquanto os trabalhadores gastam de 3 a 4 horas para ir e vir do trabalho em ônibus superlotados. Os ricos são atendidos em hospitais excelentes, os pobres morrem nas filas dos hospitais públicos sem atendimento. Os filhos da burguesia estudam em colégios caríssimos e muito bons, as crianças pobres não têm creches.

    Todos sabem dessas injustiças. Elas não podem ser negadas. Mas podem ser disfarçadas. Podem ser atribuídas a que os pobres são culpados porque não “se esforçaram o suficiente”, ou porque são “preguiçosos”. Ou ainda, pode-se escapar da discussão com a desculpa de que “sempre foi assim”.

    Os governos do PT fazem isso. Dizem que “afinal” as coisas estão melhorando, porque eram piores com os governos da direita. E é verdade que a direita (PSDB, DEM) sempre dirigiu o país a serviço dos interesses das grandes empresas.

    Os trabalhadores em sua maioria acreditam que não são as grandes multinacionais e bancos que dirigem o país, porque o PT chegou ao governo, e compôs um governo dos trabalhadores. Infelizmente não é assim, as grandes empresas nunca lucraram tanto como com o PT. E isso é o motivo pelo qual as injustiças sociais seguem tão presentes na realidade brasileira. Lula e Dilma se apoiaram no crescimento econômico dos últimos anos para dar a impressão aos trabalhadores que o crescimento se devia a seus governos.

    Em todos esses anos de governos petistas foi imposto um grande engano aos trabalhadores e jovens. Acreditaram que era possível ir mudando a vida aos poucos através dos governos petistas. O crescimento econômico alimentou essa ilusão. As injustiças sociais continuaram existindo. Mas quem sabe elas ao podiam ir diminuindo, diminuindo até desaparecerem. Afinal Lula estava no governo. Afinal Dilma era a continuadora de Lula.


    Mas...os tempos estão mudando

    A crise econômica internacional ainda não chegou ao país como uma recessão. Mas já afeta a economia através de uma desaceleração forçada. E é possível que uma nova recessão atinja o país, em um ritmo que nenhum economista sério pode precisar. Com isso as injustiças, sempre presentes, ficam mais visíveis e revoltantes.

    A corrupção atinge abertamente o DEM do senador Demóstenes, o PSDB do governador Marconi Perillo. Mas também envolve o governador Agnello Queiroz do PT. Toda a cúpula do PT está diretamente envolvida no escândalo de corrupção com o mensalão.

    O programa habitacional do PSDB pode ser simbolizado no Pinheirinho: desalojar nove mil pessoas com repressão violenta para entregar as terras a um só “dono”, o milionário Naji Nahas.

    O mais importante programa para educação do PT , o Reuni, é o móvel da maior greve das universidades dos últimos anos, que está parando os professores e os estudantes em todo o país.

    Nas eleições de São Paulo, Serra do PSDB do Pinheirinho enfrenta Haddad, ex-ministro da educação do PT. Isso vai se repetir em todo o país, em maior ou menor forma: dois blocos majoritários engalfinhados na luta pelo poder, mas com um programa muito semelhante. Vão tentar convencer mais uma vez a todos que basta votar neles para os problemas desapareçam. E as injustiças vão ficar cada vez maiores.


    É hora de mudança

    Os trabalhadores e jovens no Brasil começam a ir para a luta. Grandes greves da construção pesada (Jirau, Belo Monte, Comperj, estádios da copa) e civil ( Fortaleza) abalaram as obras no país. Greves do transporte como a do metrô, que parou São Paulo. A juventude universitária nas ruas protagoniza a maior greve estudantil dos últimos anos. O funcionalismo público se articula para uma greve unificada nacional, com os professores na vanguarda.

    No segundo semestre existem as campanhas salariais dos setores mais pesados dos trabalhadores como os metalúrgicos, petroleiros, bancários, etc, que podem gerar novas greves de importância.

    Na Europa, a crise mostra a dureza dos ataques do capital cortando salários, aposentadorias, empregos. E recoloca em discussão o socialismo. É hora de trazer esta postura para o Brasil. O PSTU vai lançar candidaturas socialistas em todo o país.

    O PSTU vai apresentar candidatos que são conhecidos em suas cidades por serem dirigentes sindicais, estudantis e populares. E vai utilizar seu tempo de TV para apoiar as greves que estiverem acontecendo. Vamos mostrar como é possível enfrentar gravíssimos problemas sociais como educação, saúde e transporte desde que enfrentemos o domínio das grandes empresas. Vamos defender o programa socialista, aplicado aos problemas concretos da vida das pessoas. Sabemos que não é por eleições que vai se mudar o país. Mas sabemos também como é importante utilizar a tribuna eleitoral para defender essas mudanças.

    O PSTU vai ousar. Vai defender que é preciso mudar o mundo. E conta com seu apoio para esse desafio.


    Retirado do Site do PSTU

    quarta-feira, 13 de junho de 2012

    "O governo é o verdadeiro responsável pela evasão escolar no RN", diz Amanda Gurgel

    Professora Amanda Gurgel criticou em seu blog as declarações da Secretária Estadual de Educação, Betânia Ramalho, que culpou a greve dos professores em 2011 pelo alto índice de evasão escolar no Rio Grande do Norte


    A professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel
    Nesta segunda-feira, dia 11, a professora Amanda Gurgel publicou em seu blog pessoal um artigo no qual critica as declarações da Secretária Estadual de Educação, Betânia Ramalho, que culpou a greve dos professores do ano passado pelo alto índice de evasão escolar no Rio Grande do Norte. As declarações da secretária foram publicadas em matéria do jornal O Poti/Diário de Natal, no último domingo, dia 10. "Ora, se a escola não é tão atrativa, agradável, interessante nem motivadora, tudo que se mexe é prejudicial, imagine uma paralisação de quase três meses?”, disse Betânia Ramalho, responsabilizando a greve dos educadores pelos dados do Censo Escolar do IBGE, que apontam um abandono escolar de 19% no RN.

    Em reposta à secretária de educação, Amanda Gurgel disse que a justificativa do governo do estado é mais revoltante do que até a própria situação do ensino público. "Para mim, é revoltante ver a educação pública nesta situação, e mais revoltante ainda foi ler a explicação da secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, sobre o fato. Na verdade, o governo é o verdadeiro responsável pela evasão escolar no RN. Não admito que governo algum desmoralize a nossa luta em defesa da educação pública, utilizando-a como justificativa para a sua própria incompetência, ingerência e indiferença em relação aos problemas denunciados em nossas greves", diz Amanda em seu artigo.

    A professora, que ficou conhecida em 2011 por denunciar o abandono da educação durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa, também revelou em seu texto quais as razões que realmente levam os estudantes a desistirem da escola. "Há muitas escolas no RN em que os alunos do Ensino Médio tem apenas dois ou três dias de aula por semana. Se fizermos um cálculo rápido, vamos perceber que essas pessoas assistem a, no máximo, 144 dias de aula por ano. Uma vergonha!", denuncia a professora. E completa: "Agora eu pergunto: que estudante pode se sentir estimulado a frequentar uma escola em que não tem professor de Português, de Química ou de Matemática, estando às vésperas do vestibular?".

    Amanda Gurgel encerra o artigo acusando o governo de Rosalba Ciarlini (DEM) de fazer um boicote ao ensino público e de mentir sobre os verdadeiros responsáveis pela evasão escolar. "As pessoas desistem de estudar porque o governo do estado faz um boicote ao ensino público. Depois, cobra que sejamos os redentores e redentoras do país. Com um quadro caótico desses na educação, dizer que a evasão escolar é culpa da greve dos professores é mais do que uma mentira, chega a ser uma provocação", conclui Amanda.

    Acesse o blog da Amanda Gurgel


    Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 12 de junho de 2012

    Dez lições da greve da construção civil de Fortaleza

    Metamorfose
    Operários em greve marcham pelas ruas de Fortaleza
    Terminou a greve dos operários da construção civil de Fortaleza. Há evidentes indícios que estamos diante do balanço da maior greve da história da construção civil da cidade, alcançando em elasticidade a greve de 1995, movimento que se estendeu por 21 dias úteis. Foram quase trinta dias de uma ação grevista que começou a se desenhar nas paralisações de duas horas, tática empregada durante os meses de março e abril de 2012.

    Em princípio, a greve deveria começar em 8 de maio, mas em alguns canteiros, sem esperar pelo sindicato, os operários iniciaram o movimento paredista já no dia sete. Daí até o final as ações grevistas alcançaram os dias 4 e 5 de junho, dependendo do canteiro de obra, até a assinatura da Convenção Coletiva no último dia 6.

    Em primeiro lugar, foi uma greve de resistência. Resistimos ao tempo que castigou corpos e mentes de sindicalistas, trabalhadores de base e apoiadores que concentraram os seus esforços para garantir os piquetes e as manifestações de rua durante aproximadamente quatro semanas. E isso se deu de forma forte, ora debaixo de chuva, ora debaixo de um sol escaldante.

    Em segundo lugar, foi uma luta que ganhou o apoio de sindicatos, oposições e minorias sindicais classistas e combativas, um fator que impediu que os grevistas caíssem no isolamento em meio a uma tempestade de ataques sofridos pelos trabalhadores da construção civil. Estiveram presentes os rodoviários, professores, trabalhadoras da confecção feminina, construção civil de Belém e tantos outros.

    Em terceiro lugar, a ação grevista conseguiu unificar – na maior parte do tempo – a burguesia de Fortaleza, que não se furtou de empregar os maiores veículos de comunicação da cidade para atacar duramente os trabalhadores e as suas ações. Essa ofensiva patronal ganhou amplitude maior depois do incidente ocorrido em frente à sede do complexo de comunicação Verdes Mares (onde funciona o jornal Diário do Nordeste, que, via de regra, cumpre o papel de panfleto do empresariado do ramo da construção), traduzido na quebra de uma vidraça. Esse fato foi vendido a toda população como uma investida contra a liberdade de imprensa, até como uma forma de escamotear que esse mesmo complexo usou da prerrogativa do direito à mentira durante toda campanha salarial da construção civil.

    Em quarto lugar, a greve trouxe à tona o que é a sociedade em que vivemos: rigorosamente dividida em classes sociais contraditórias e antagônicas. De um lado, se colocou uma parte da sociedade, atacando e denunciando os operários; de outro, uma parcela impressionante da população se colocou ao lado dos grevistas, apesar de toda propaganda empresarial.

    Em quinto lugar, essa divisão por baixo gerou uma polarização por cima, quer dizer, na chamada superestrutura, onde estão, por exemplo, os governos, a justiça, o parlamento e os partidos políticos. Luizianne Lins (PT), prefeita de Fortaleza e Cid Gomes (PSB), governador do Ceará, na única vez em que se pronunciaram acerca dos acontecimentos, se disseram “indignados” com os operários. A justiça exigiu a volta ao trabalho e lançou mãos de multas e mais multas para aplastar os grevistas, sem, no entanto, obter os resultados esperados. Já o parlamento se sentiu compungido a mediar uma negociação que forçou a patronal a sentar-se à mesa.

    A página mais espetacular, do ponto de vista da experiência da luta de classe, foi a conduta dos partidos políticos. O PT, que dirige a capital do estado, que se encontra à frente da Câmara de Vereadores e é parte do governo estadual, quando não silenciou, tomou o lado dos que tentavam criminalizar o operariado. E assim se comportaram os partidos da ordem. O que surpreendeu foi uma nota do PSOL, no momento em que a greve era mais atacada, depois do episódio em frente ao jornal Diário do Nordeste. Em sua nota, o PSOL se rendeu à chamada “opinião pública” e não deixou de fazer coro à ofensiva dos que queriam sepultar o heróico embate dos trabalhadores.

    Em sexto lugar, a estratégia patronal de derrotar a campanha salarial da construção civil fez com que a indignação dos operários atingisse o seu ápice, explicando a radicalização que se ampliou e aprofundou ao longo das ações de rua, principalmente quando se postavam diante dos canteiros, expressão material e simbólica da exploração e da opressão que sofrem cotidianamente.



    Em sétimo lugar, essa foi a greve da organização de base. Em sintonia com o espírito da letra das resoluções do Congresso da CSP-Conlutas, os trabalhadores se organizaram em um comando de base, que se reuniu do começo ao fim dessa verdadeira guerra de classe, discutindo e votando os ajustes táticos e garantindo o êxito da mobilização. Várias táticas foram adotadas ao longo da luta e elas passavam sempre pelo crivo do comando que, em geral, reunia entre 40 e 60 ativistas. Sem esse fato novo, dificilmente, os diretores sindicais teriam tido reais condições de sustentar um combate tão difícil. Pela primeira vez, a diretoria se diluiu em uma direção de base e se submeteu às suas decisões.

    Em oitavo lugar, essa foi a campanha salarial das grandes marchas pelas ruas de Fortaleza, Maracanaú, Caucaia e outras cidades da região metropolitana. Os operários da construção civil não se contentavam em parar os canteiros, em ocupar a Praça Portugal e fazer as suas assembleias permanentes. Queriam e ganhavam as ruas com passeatas que chegaram a aglutinar entre 4 e 5 mil trabalhadores.

    Em nono lugar, quebrou-se o acordo nacional dos patrões que queriam que o reajuste do índice de São Paulo (7,43%) servisse de parâmetro para toda e qualquer campanha salarial da categoria e em qualquer parte do país. Além de conseguir o índice de 8%, a categoria conseguiu para os pisos de servente, meio-profissional e profissional (mais de 95% do setor), índices que superam o patamar de 10%, e consequentemente, atingindo o nível de dois dígitos. Com os exemplos de Salvador e Fortaleza, o paradigma patronal começou a fazer água por todos os lados. Além disso, os patrões foram obrigados a negociar os dias parados, questão que eles se negaram a tratar ao longo de todas as conversações.

    Exceto os acordos específicos nos estádios de futebol em obra, a maioria dos outros setores da indústria, e mesmo da construção, em qualquer parte do país, fez acordo que mal repõe o INPC ou obtiveram aumentos reais que, em linhas gerais, não estão muito distantes do que se conquistou em Fortaleza. Efetivamente, foram poucos os que conseguiram índices superiores aos acertados na Região Metropolitana de Fortaleza no ramo da construção civil. Além disso, os quase trinta dias de greve não afetarão as férias dos trabalhadores e nem a PLR. Não custa lembrar que a cesta básica (conquistada no ano passado) passou de 35 para 50 reais.

    Em décimo lugar, os trabalhadores realizaram uma nova experiência com as instituições da democracia dos ricos. A consciência política já não se encontra no mesmo lugar. Isso explica porque os oradores do PSTU puderam expressar a sua posição em relação ao governo Dilma sem que fossem molestados. Inversamente, os operários ouviam atentamente os militantes do PSTU e isso também elucida um dos episódios mais marcantes da greve: quando a quinzena foi cortada, muitos membros da categoria fizeram questão de comprar o jornal Opinião Socialista, ainda que reconhecessem as dificuldades que passavam naquele momento.

    Essa, de feito, foi a greve da superação.


    Retirado do Site do PSTU