sábado, 19 de novembro de 2011

Ato em homenagem a Convergência Socialista emociona

Ativistas e ex-presos políticos se reúnem em São Paulo para rememorar repressão e exigir reparação


Fotos Kit
Bernardo Cerdeira, ex-preso politico da Convergência, coordena o ato
A emoção tomou conta do ato público em homenagem aos militantes da Convergência Socialista que foram perseguidos e presos pela ditadura militar. O ato, que lotou o Auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa de São Paulo na noite desse 17 de novembro, também reivindica reparação e Justiça aos militantes perseguidos da extinta organização. A atividade, que contou com mais de 250 pessoas, teve o apoio do deputado estadual Carlos Gianazzi do PSOL de São Paulo.

Bernardo Cerdeira, ex-editor do jornal Convergência Socialista e ex-preso político, explicou a motivação do ato. “Esse ato se insere nas comemorações dos 10 anos da Comissão de Anistia e é também uma homenagem aos militantes mortos, presos, demitidos, perseguidos pela ditadura,”, lembrando que a antiga organização fez parte da história da luta contra o regime de exceção.

Bernardo lembrou da ocupação do campus da USP pela PM, como prova da manutenção dos aparatos de repressão da ditadura militar e disse: “defender que a Verdade venha à tona, que se possa reconstituir a memória das vítimas desta perseguição, que haja Justiça e punição aos torturadores e assassinos, não é um exercício de nostalgia. É uma iniciativa para que isso nunca mais volte a acontecer em nossa história para que não haja torturas nem criminalização dos movimentos sociais”, sendo bastante aplaudido.

Também dirigiu uma critica contundente ao governo do PT que até hoje se recusa a abrir todos os arquivos secretos da ditadura. “Só pode haver uma verdade se os documentos forem abertos sem segredo de Estado” .

A Comissão da Verdade foi alvo de quase todos os oradores. A maior parte da criticas são dirigidas ao caráter totalmente limitado que não prever a possibilidade de punir os torturadores. “Uma verdadeira Comissão da Verdade indicia processa e pune os torturadores da ditadura” , avalia Bernardo Cerdeira.


Reparação

Mas o momento de maior emoção no ato foi quando os presos políticos da CS foram chamados para frente da mesa. Lá estavam os ex-presos políticos da antiga Liga Operária e da Convergência Socialista que sofreram torturas e perseguições sob o regime militar

Na história desta repressão destacam-se duas operações movidas pelos órgãos de segurança. A primeira, em maio de 1977 contra a Liga Operária, que resultou em prisões e torturas dos militantes políticos. A segunda foi em agosto de 1978, quando a repressão coloca em prática a “Operação Lótus” e prende a direção da CS, além de três militantes estrangeiros, entre eles Nahuel Moreno. Toda história é contada em um documentário sobre as perseguições dos militantes da CS. O documentário foi exibido durante o ato e emocionou muitos ativistas.

Mais de 150 militantes da CS foram presos e enquadrados pela Lei de Segurança Nacional. Calcula-se que pelo menos 100 ativistas foram demitidos em razão de seus empregos devido a perseguição política. Hoje, uma Comissão de ex-presos e perseguidos políticos destas antigas organizações, que reúne 75 pessoas, reivindicam justiça e reparações junto ao Estado brasileiro.

Em sua fala, Agmar Oliveira, vice-presidente da Comissão Nacional de Anistia, explicou que os trabalhos desenvolvidos pela comissão nestes 10 anos correm o risco de paralisia. Por isso alertou: “É necessário uma pressão maior sobre a Comissão da Anistia e sobre o Ministério da Justiça para que sejam julgados os 6 mil processos que ainda precisam ser julgados” . O advogado ainda completou: “Não é demérito nenhum ser anistiado. O Estado brasileiro tem uma dívida com aqueles que litaram e foram torturados ou assassinados”, disse.


Ex-presos políticos da Convergência Socialista


Emoção

Márcia Basseto Paes, presa em 1977 por distribuir panfletos do 1° de maio, emocionou o plenário ao relatar sua experiência no cárcere ao lado de Zé Maria de Almeida e Celso Bambrila. Incomunicáveis, os presos corriam risco de morte nas mãos da polícia, que até então não reconhecia as prisões. Foi quando um grupo de operários foi a uma assembleia de estudantes na USP para denunciar as prisões. O fato levou o movimento estudantil às ruas, produzindo a maior mobilização contra a ditadura desde 1968. “Os companheiros tiveram muita coragem para ir à USP pedir liberdades democráticas e a nossa libertação. E isso não era fácil naquela época. Eu tenho certeza que se não fosse isso a gente não estaria mais aqui”, disse. Ela arrancou aplausos do plenário quando denunciou o papel do ex-senador Romeu Tuma, como um dos chefes da repressão durante a ditadura. “Tuma foi um torturador sim!”, disse sob aplausos.

Finalizando o ato e com a voz embargada, Zé Maria de Almeida criticou o governo por “blindar” os torturados da ditadura com a Comissão da Verdade. “Nós temos uma dívida com aqueles que não estão mais entre nós. Devemos isso para aqueles que morreram na luta. A presidente Dilma foi torturada, mas seu governo impede a punição e o esclarecimento dos crimes da ditadura”, criticou.


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    Sindicalistas da CSP-Conlutas viajam para República Dominicana e o Haiti

    Eles participam de encontro sindical caribenho e de atividades de solidariedade ao povo haitiano


    No dia 18 os companheiros Gilberto Gomes, o Giba, dirigente da Federação Sindical Democrática de Minas Gerais e Antonio Barros, o Macapá, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos viajam para a República Dominicana e para o Haiti.

    Entre os dias 18 a 22 participarão em Santo Domingo, República Dominicana, do VIII Encontro Latino Americano e Caribenho de Sindicalistas. E nos dias 23 a 27 estarão visitando o Haiti onde participarão de atividades em solidariedade ao povo haitiano em sua luta contra a presença das tropas de ocupação da Minustah.

    Estarão levando o apoio à luta contra a ocupação e suas conseqüências. O recrudescimento da violência e repressão, com prisões arbitrárias em manifestações, desrespeito ao direito de organização sindical, junto com uma política de privilegiar o ressurgimento organizado dos Tonton Macoutes, banda paramilitar assassina utilizada pelas ditaduras de Papa Doc e Baby Doc.

    É a forma de buscar a “estabilidade” do Haiti utilizada pela Minustah com a cumplicidade da imensa maioria dos governos Latino americanos. Repressão direta para manter os baixos salários, nenhuma ajuda humanitária de fato, violações, estupros, prisões e agora a tentativa de “criar” um exército ou policia nacional no Haiti se apoiando no que de pior tem no país: os Tonton Macoute.

    Abaixo enviamos uma moção que queremos colher assinaturas, para que os companheiros possam entregar tanto para o Comando da Minustah quanto para o Governo Martely.

    Pedimos que todos assinem e repassem para suas listas mais essa iniciativa de solidariedade.

    Enviar para dirceutravesso1@gmail.com e batay@batayouvriye.org


    Abaixo Assinado Haiti

    Nós, abaixo assinados, exigimos a imediata retirada das tropas de ocupação da ONU no Haiti. Desde o inicio os governos dos países que se somaram a missão da ONU tem dado apoio a uma vergonhosa política colonialista, racista e de dominação econômica e militar do povo haitiano para garantir os interesses das grandes empresas internacionais e do imperialismo.

    Temos assistido, nos últimos 7 anos, ataques às liberdades democráticas, prisões e repressão dos haitianos, além de violações de mulheres e crianças.

    Agora, com o governo Martelly veio o ressurgimento dos instrumentos locais para repressão, intimidação e dominação do povo haitiano, como as bandas paramilitares, como faziam os Tonton macoutes. Também se pensa retornar com o exército macoute de antes. Em outras palavras: está ressurgindo a ditadura dos macoutes , agora fortalecida com o retorno de Baby Doc. Tudo isto só pode acontecer pela presença das tropas de ocupação e sua política, por traz do discurso de ajuda humanitária, de impedir o livre direito de organização e autodeterminação do povo haitiano.

    São exemplos disso os casos recentes como a demissão de dirigentes sindicais do recém fundado Sindicato SOTA, as prisões de ativistas em manifestações, novos casos de estupros e assassinatos, sempre com a participação direta ou no mínimo conivência das tropas de ocupação.


    Por isso, exigimos:

  • Readmissão dos dirigentes do sindicato SOTA e seu reconhecimento real pela patronal. Pela livre organização sindical no Haiti;

  • Fim da repressão ao povo haitiano e dos trabalhadores em particular;

  • Abaixo a ditadura neo-duvalierista de Martelly;

  • Fim da ocupação militar do Haiti. Abaixo a Minustah!


  • Retirado do Site do PSTU

    PSTU lança pré-candidatura da professora Amanda Gurgel a vereadora em Natal

    Raíza Rocha
    Amanda Gurgel será alternativa dos trabalhadores à Câmara de Natal em 2012
    Nesta terça-feira 15, numa plenária que reuniu a militância na sede do partido, o PSTU do Rio Grande do Norte definiu a professora Amanda Gurgel como pré-candidata à vereadora em Natal nas eleições de 2012. Após um amplo e democrático debate, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado avaliou que a jovem educadora, que calou deputados estaduais ao denunciar o caos do ensino público, é a melhor alternativa política para defender uma educação pública, gratuita e de qualidade na Câmara Municipal. “Queremos oferecer para os trabalhadores e a população pobre de Natal uma verdadeira alternativa socialista e revolucionária para a educação de nossa cidade, capaz de enfrentar o descaso que há décadas aflige nossas escolas em função dos ataques desses partidos tradicionais”, disse a professora Amanda.

    A plenária que definiu a pré-candidatura de Amanda Gurgel a vereadora também apontou o nome do veterano professor Dário Barbosa como pré-candidato do partido a Prefeitura de Natal. Com dois nomes de peso na educação indicados para a disputa eleitoral do ano que vem, o PSTU tem como objetivo apresentar um programa socialista de governo para a cidade e abrir um grande debate sobre a situação do ensino público. “Vamos mostrar para os trabalhadores que eles não precisam votar naqueles que já governaram a capital do nosso estado e deixaram um rastro de destruição em todas as áreas. Vamos disputar politicamente cada voto de cada trabalhador porque queremos ganhá-los para o projeto do nosso partido. Natal precisa estar nas mãos dos trabalhadores natalenses”, destacou Dário.


    Frente de Esquerda

    A plenária do PSTU também deliberou que o partido irá procurar o PSOL e o PCB para retomar os debates sobre uma Frente de Esquerda nas eleições municipais de 2012. O objetivo é unificar os partidos que reivindicam o campo político da esquerda para apresentar um projeto socialista unitário para Natal, evitando uma fragmentação que só favoreceria as candidaturas das elites locais.


    NA IMPRENSA

  • Tribuna do Norte: Professora que virou fenômeno na Internet será candidata a vereadora em Natal

  • Entrevista no Diário de Natal


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    quinta-feira, 17 de novembro de 2011

    Ocupação da Rocinha pela polícia não vai resolver o problema da segurança

    Operação faz parte da política de militarização das favelas e criminalização da pobreza


    Helicóptero sobrevoa favela no Rio
    Com cerca de 3 mil homens, com o Bope (Batalhão de Operações Especiais) à frente e a participação de veículos blindados da Marinha, a Secretaria de Segurança do Rio colocou em marcha, na madrugada de 12 para 13 de novembro, a cinematográfica operação “Choque da Paz”, que consistiu na tomada da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, na Zona Sul da cidade.

    A invasão, chamada de ‘pacificação’, contou ainda com um verdadeiro batalhão de jornalistas como retaguarda. Imagens veiculadas exaustivamente pelos telejornais reproduziam cenas que poderiam muito bem ter saído do Iraque, não fosse o cenário de barracos apinhados e ruelas estreitas da paisagem carioca.

    Em uma cena montada para as grandes redes de TV, policiais hasteavam a bandeira do Brasil e a do Rio na favela, como símbolo da chegada do “Estado de Direito” à região. Consta que os policiais tiveram que esperar o final da corrida de Fórmula 1 para que a rede Globo pudesse transmitir ao vivo o “evento”. ‘A Rocinha é nossa’, estampou o jornal O Globo no dia seguinte à ocupação.


    Militarização e criminalização da pobreza

    A ocupação da Rocinha foi alardeada pelo conjunto da imprensa como um marco na gestão do Secretário de Segurança José Mariano Beltrame, e do governo de Sérgio Cabral. Fecha-se um cinturão de favelas ocupadas ao redor de áreas nobres da cidade e abre-se caminho para a 19ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), já anunciada com 1.500 homens. A meta do governo Cabral é a criação de 40 UPP’s ao todo na cidade, com vistas à Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas de 2016, criando uma espécie de “zona verde” para seus amigos empresários desfrutarem das belezas do Rio.

    O governo e a imprensa divulgam a ocupação militar na maior favela do país como uma ‘libertação’ dos cerca de 100 mil moradores da região. Com a tomada do controle do tráfico, agora os serviços públicos básicos poderiam chegar ao local. O prefeito Eduardo Paes já anunciou o aumento de 100 garis. “O grande desafio no primeiro momento é o lixo”, declarou à imprensa.

    Paes e Cabral ignoram o histórico de abusos e violência que marcaram outras ocupações, como a do Complexo do Alemão em 2010, na qual os policiais deixaram um rastro de agressões e roubos. O furto aos domicílios foram tão freqüentes que começaram a ser chamados de ‘garimpo’ pelos próprios policiais, que se referiam às comunidades como ‘Serra Pelada’. As inúmeras denúncias realizadas pelos moradores, inclusive de um trabalhador que teve o seu Fundo de Garantia roubado, foram ignoradas.

    Para não ocorrer novamente os mesmos escândalos, o governo Cabral adotou uma estratégia inusitada: os policiais foram proibidos de usar mochilas durante as operações na Rocinha. Isso mesmo, a solução para evitar que o “garimpo” se repetisse na Rocinha foi impedir... as mochilas.


    Leva na mala

    Na versão oficial, alardeada pela imprensa e o governo, a polícia e as Forças Armadas empreendem uma guerra contra o tráfico pelo controle das áreas das favelas. A realidade, por outro lado, não é tão maniqueísta. Recentemente, a prisão do homem apontado como o chefe do tráfico na Rocinha, o Nem, mostrou a relação entre o crime e a corporação. O traficante estava escondido no porta-malas de um carro escoltado por policiais, que até agora não conseguiram explicar o que faziam por lá.

    O próprio Nem declarou em entrevista aquilo que todo mundo já sabe: metade de seu rendimento ia para subornar policiais. Suborno que necessitaria de centenas de mochilas para carregar. Como se impedir isso? Proibindo também o tráfego de veículos nas favelas?




    Milícias

    Quando não existe uma relação de cooperação pura e simples entre tráfico e polícia, existe uma relação de competição pelo controle da área e de serviços clandestinos como TV a cabo pirata e venda de gás. É aí que entram as milícias, associações de policiais que tomam determinada área para explorar seus moradores. A atuação das milícias nas áreas ocupadas do Rio é mais um elemento que mostra que a presença policial nas favelas não significa maior segurança ou qualquer tipo de vantagem à população.

    Os traficantes podem não controlar hoje as áreas das três favelas ocupadas. Mas o consumo de drogas, principalmente das áreas nobres da Zona Sul do Rio, não vai acabar. Quem vai fornecer isso? Ninguém garante, por exemplo, que a própria polícia, através das atuais ou de novas milícias, não fique tentada a gerenciar um mercado tão lucrativo.

    A tese de que os policiais envolvidos nas operações são novos e, assim, ainda não ‘contaminados’ pela corrupção que corrói a corporação tampouco é factível. A própria estrutura da polícia é viciada, com o alto escalão comprometido e articulado com a Justiça e políticos de expressão. Influência que torna as milícias, inclusive, ainda mais perigosa que o tráfico, com alto poder de pressão e retaliação. O assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto último em Niterói, inclusive com o envolvimento de um comandante, mostrou a força desses bandidos fardados, que também ameaçam a vida do deputado Marcelo Freixo (PSOL).

    Longe de ser uma medida contra o crime e em favor das populações pobres, a política de ocupação militar das comunidades do Rio faz parte de uma estratégia de militarização das favelas e de criminalização da pobreza, com o único objetivo de controlar aquelas áreas para garantir a tranqüilidade para a Copa e os Jogos Olímpicos. A população carente continuará no fogo cruzado entre traficantes e a polícia, enquanto lhes são negados serviços básicos como saúde, educação, saneamento e a mais básica infra-estrutura urbana.

    E o governo Cabral, por sua vez, poderá prosseguir em sua política fascista de remoções e expulsão dos pobres das áreas visadas para os jogos.


    Descriminalização das drogas e fim da polícia

    O combate às drogas é apenas um pretexto para ocupar e reprimir as comunidades negras e pobres. Enquanto a polícia prende e exibe à imprensa os peixes pequenos, os grandes beneficiados pelo tráfico de drogas e armas estão bem longe das favelas. Políticos, juízes, a alta hierarquia da polícia gozam de absoluta imunidade enquanto a população se vê à mercê da violência dos bandidos e dos desmandos e abusos policiais.

    Enquanto a produção e consumo de drogas forem proibidos, vai continuar havendo tráfico, violência e um pretexto para se atacar a população marginalizada. A única forma de se golpear o tráfico é através da descriminalização das drogas e seu controle através do Estado. Só assim se poderá tirar o monopólio que existe hoje, informalmente, dos grandes traficantes.

    Da mesma forma, enquanto houver essa polícia que existe hoje, vai continuar existindo violência contra a população pobre e negra. A função desta polícia é a manutenção do status quo, da ordem atual, o que passa pela defesa dos interesses de quem está no poder. Por isso o PSTU defende a extinção da polícia e a criação de uma força de segurança popular, democrática, controlada pela população e que realmente defenda seus interesses e a sua segurança.


    Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 15 de novembro de 2011

    Fortalecer o dia 20 de Novembro nas ruas

    Participe da Marcha da Periferia contra a violência e a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.


    A comemoração do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos negro e dos trabalhadores e dos movimentos populares contra o racismo. O dia homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada em 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. E desde 1997, Zumbi faz parte do Livro dos heróis brasileiros.

    A negação de uma reivindicação histórica do movimento negro como reparação, dentre elas tornar Zumbi um símbolo da luta de resistência negra de Palmares, onde também tiveram outros revolucionários homens e mulheres quilombolas, só nos incentiva a continuar na luta pelo Feriado Nacional do 20 de Novembro, tão aguardada pelo povo negro.

    Apesar de hoje as instituições parlamentares, escolares, entre outras, lembrarem, comemorarem e até festejar a memória do líder Zumbi dos Palmares, nem sempre foi assim. A data foi resultado de muita luta e organização do movimento negro, desde as décadas de 70. Só em 2005, quando foi realizada a marcha dos 300 anos da morte de Zumbi, o antigo líder negro começou a receber algum destaque e o 20 de Novembro comemorado passou a ser comemorado.

    Somos a segunda nação fora da África com um maior contingente de negros e negras. O racismo fica claro quando vemos que é a população negra que está na base da pirâmide social do Brasil. Há uma pesquisa da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) que prevê que em 2020 mais de 216 mil jovens negros e brancos serão mortos pela violência. No entanto, de cada 5 jovens assassinados um é branco e 4 são negros.

    A comunidade negra que faz parte da classe trabalhadora está cansada de ser enganada pelos governos. Nossas lutas foram adiadas por meio da cooptação da maioria das organizações negras pelo governo Dilma. Mas existe em curso um processo de reorganização do Movimento Negro que está resgatando novos e velhos ativistas. Nosso objetivo é criar um Movimento Negro de luta e independente de governos e da burguesia, no qual a população negra será protagonista de sua própria história. Lutamos para o que 20 de Novembro seja um Feriado Nacional, em homenagem a Zumbi. Mas não queremos que seja uma data qualquer a ser comemorada apenas com festas. Queremos que seja, sobretudo, uma data de luta.

    E para que ela seja vitoriosa será preciso fortalecer as organizações independentes e de luta do povo negro. O primeiro passo é construir um 20 de Novembro nas ruas, onde se expresse toda nossa resistência (herança de Zumbi de Palmares) para que possamos denunciar a dor causada por todos os ataques aos direitos da população negra trabalhadora, as falsas políticas dos governos e a violência e criminalização da pobreza e dos movimentos, além de fazer exigências aos governos de plantão


    A luta pela igualdade racial!

    A presidente Dilma deve participar do encerramento do Ano Internacional dos Afro-descendentes que acontecerá em Salvador, entre os dias 16 e 19 de novembro. Durante o evento, organizado pelo ONU, Salvador será escolhida capital afro-descendente ibero-americana por ser a cidade com a maior população de origem negra fora da África.

    A Declaração e o Programa de Ação de Durban foram resultados da 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, realizada em 2001, em Durban, África do Sul. Os documentos contribuem para o enfrentamento do racismo que ainda viola os direitos humanos de milhões de mulheres, crianças, jovens e homens afro-descendentes no mundo inteiro. O tratamento nessa questão era, portanto, eliminar a discriminação racial contra os afro-descendentes no país. Mas o que vimos foi à tentativa de alguns setores de pintar um quadro muito mais “róseo” da situação da desigualdade. Algo flagrante nos índices de desenvolvimento humano de negros e brancos no Brasil e em outros países.

    A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, ressaltou que esse é o momento de avaliar os documentos produzidos em Durban. Porém, todos eles não tiveram impactos sociais e raciais na comunidade negra. Pelo contrário. Nossas conquistas foram atacadas pelo governo, como foi o caso das cotas raciais nas universidades públicas e as terras de quilombos.

    Além disso, Dilma foi à África para renovar acordos comerciais com empreiteiras e realizar negócios da Vale que aprofundam a superexploração do continente através de acordos que permitem a exploração de petróleo e a expansão do agronegócio.

    Passados 20 anos do Congresso de Durban a vida dos afro-descendentes em todo o mundo piorou. No Brasil não é diferente, apesar de Dilma e de sua ministra tentarem enganar os chefes de Estado dizendo que aqui é um paraíso racial.

    A população negra precisa fortalecer organizações classistas e socialistas, como a CSP-Conlutas e o Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe no Brasil. Só assim, poderemos travar um combate contra o racismo, independente de governos e patrões e na defesa da construção de uma sociedade realmente socialista com democracia operária.

    Venha conosco participar da Marcha da Periferia Contra a Violência e a Criminalização da Pobreza. Nesse grande ato realizado durante a Semana do dia 20 de Novembro (Semana da Consciência Negra) estarão juntos moradores da periferia, operários, estudantes, professores, movimentos negros e quilombolas, grupos de Hip-Hop, sem tetos, sem-terras, partidos de esquerdas e todos aqueles que desejam construir um Brasil sem desigualdade social, sem violência, sem discriminação de qualquer espécie, em fim, sem capitalismo.


    Retirado do Site do PSTU

    Contra a divisão do Estado do Piauí!

    Piauí já está dividido, há séculos, entre ricos e pobres! Por um Piauí socialista, governado pela classe trabalhadora!


    Vez ou outra retorna o debate na cúpula política dominante sobre a divisão do Piauí, com a criação do Estado do Gurgueia, que tomaria a parte ao sul do estado. A discussão sobre o Gurgueia foi retomada com mais força neste momento, devido ao plebiscito aprovado no Congresso Nacional para que os eleitores paraenses decidam sobre a divisão ou não do estado do Pará. Mas o que representa, de fato, e a quem atende a proposta de criação do Gurgueia?

    O Estado do Gurgueia é uma proposta antiga defendida por oligarcas do Sul do Piauí. Ávidos pelo domínio direto e centralizado de uma estrutura burocrática (Governo, Assembleia Legislativa, Justiça) para favorecer diretamente a dominação coronelista de mais enriquecimento para algumas famílias, os oligarcas se apóiam no sincero sentimento de revolta popular da região. Sentimento esse alimentado pelo descaso histórico dos governos “do Norte” que não garantiram serviços públicos de boa qualidade, reforma agrária, distribuição de riquezas ao povo pobre e aos trabalhadores do sul do Piauí.

    De início, é importante respeitar e concordar com a opinião e o sentimento dos trabalhadores de todo o Piauí, de norte a sul, pela situação de abandono vivido pela grande maioria dos piauienses. São milhões que não contam com o mínimo de estrutura estatal para a garantia de acesso a bons serviços públicos de saúde, educação, saneamento, eletrificação, abastecimento d’água, estradas, moradia, cultura e políticas de geração de emprego.

    Todos estes problemas, porém, ao contrário do que se tem difundido não são fruto da apenas da “incompetência” de governo A ou B. Na verdade, historicamente, os governos estaduais, desde o Piauí província até agora, têm sido bastante competentes em aplicar uma política de espólio de recursos naturais, endividamento público e desvios de verbas para a corrupção. Por isso, desde a origem, o Piauí foi dividido entre os ricos – que sempre usufruíram do aparato estatal, terras, isenções fiscais, financiamentos de projetos de “desenvolvimento” e corrupção – e a classe trabalhadora, que sempre pagou a conta das constantes crises financeiras do estado, sem ter acesso às riquezas que produz.

    Não é à toa que amargamos os piores índices de desenvolvimento social do país: quase metade da população vivendo na linha da pobreza, caos na saúde e na educação, violência no campo, reforma agrária que não anda, falta de saneamento básico e destruição do meio-ambiente. O quadro de miséria e de pobreza que encontramos no sul do Piauí também é encontrado nas demais regiões do estado. A concentração de renda no Piauí é muito alta. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 73,52% da população piauiense recebe menos de dois salários mínimos.

    O Brasil já é a 7ª maior economia do mundo, no entanto, destinou, em 2010, 2,8% do orçamento para a educação, 3,9% para a saúde, 0,2% para reforma agrária. Já para o pagamento da dívida pública, destinou 46,7% do orçamento priorizando os bancos e grandes empresas. Da mesma forma, no Piauí, grande parte dos recursos públicos deixa de ser aplicada nos setores sociais para enriquecer os banqueiros, através do pagamento da dívida pública.

    O problema do Brasil e do Piauí não se resolve criando mais estados. A divisão de estados não é garantia para melhores condições de vida para os trabalhadores. Se o tamanho do estado fosse sinônimo de elevados índices de desenvolvimento social e de competência administrativa, Alagoas e Sergipe, por exemplo, deveriam ser exemplos em âmbito nacional de atendimento às necessidades dos trabalhadores. E a realidade não é essa.

    O fato é que nenhum governo, até o momento, de fato, governou para os trabalhadores e para os mais pobres no Piauí. Por isso, chega ao cúmulo do cinismo a posição de empresários e políticos ligados a partidos como o PT, PCdoB, PMDB e outros que governaram o Estado, que estão agora à sombra do movimento “Piauí Unido”. Tais empresários e grupos políticos governaram o Piauí e contribuíram para aumentar desigualdades sociais de Norte a Sul, mas agora se apresentam como defensores de um Estado “Feliz por Inteiro”, contra a criação do Gurgueia.

    Enquanto as nossas riquezas estiverem nas mãos de um punhado de capitalistas, não importa o tamanho do estado, a pobreza, a miséria e a violência continuarão imperando. Só com a reforma agrária, a estatização sob controle dos trabalhadores de nossas riquezas e empresas privatizadas e um programa de governo discutido e encaminhado sob controle dos trabalhadores é que teremos a solução para os principais problemas que afligem nossa classe. Só um governo socialista dos trabalhadores poderá garantir emprego, educação, saúde de qualidade e salário digno para todos. Por isso, dizemos não à criação do Gurgueia, ao mesmo tempo em que condenamos o cinismo dos empresários e dos parlamentares que se escondem sob a bandeira do “Piauí Unido” para continuarem dominando e dividindo o Estado entre ricos e pobres.


    Retirado do Site do PSTU

    A “grande mentira”, o alicerce da propaganda nazista

    Hitler, Goebbels e ‘Die große Lüge’


    A mentira é sempre contrarrevolucionária. Na mão de pequenos escroques é uma arma ineficaz, mas nem por isso perde seu caráter político. Muitos já ouviram ou leram a máxima de que uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade. Esta frase, em várias versões é atribuída a Joseph Goebbels (1897-1945), o ministro da Propaganda do regime nazista. A frase é uma confirmação esplêndida da própria tese que ela anuncia. Não há nenhuma fonte confiável que permita confirmar que o braço direito de Adolf Hitler foi o autor desse dito e o mais provável é que a frase e a própria autoria não passem de uma inverdade. Entretanto, não deixa de ser verdade que Gobbels foi um mestre na transformação de mentiras em senso comum e verdade. É irônico, mas o mestre da falsificação foi, assim, vítima de uma.

    A ideia de que uma grande mentira pode convencer as pessoas e parecer uma verdade consistente encontra-se, entretanto, presente no pensamento político nazista. Em seu clássico Mein Kampf, Adolf Hitler dedica todo um capítulo à Kriegspropaganda (propaganda de guerra). Nessa obra, o líder nazista distingue a propaganda da instrução. A instrução pode ter por público intelectuais e letrados e estar voltada para a produção e difusão do conhecimento científico. Mas é diferente com a propaganda. Ela teria outro objetivo e um público diverso. O objetivo era convencer e seu público era “a massa”. Segundo Hitler, a finalidade da propaganda:

    “é a de despertar a atenção da massa e não educar os que já estão educados ou àqueles que estão atrás de educação e conhecimento, seu efeito deve ser cada vez mais dirigido para o sentimento e apenas em um grau muito limitado ao assim chamado intelecto. Toda propaganda deve ser popular e estabelecer o seu nível intelectual de acordo com a capacidade de compreensão da inteligência mais limitada dentre aquelas as quais se dirige. Consequentemente, quanto maior a massa que se quer atingir, mais baixo deverá ser o nível puramente intelectual.” (1943, p. 197)

    A simplificação dos enunciados, a repetição incessante e o apelo direto às emoções do indivíduo-massa constituíam as principais técnicas da propaganda nazista. O fundamento dessa ideia era uma antropologia filosófica que reduzia a “massa” à completa estupidez, a cérebros vazios que podiam ser preenchidos com qualquer ideia adequadamente transmitida. Para reforçar o caráter irracional do povo, Hitler identificava nele um espírito feminino: “O povo, na sua grande maioria, é de índole feminina tão acentuada, que se deixa guiar, no seu modo de pensar e agir, menos pela reflexão do que pelo sentimento” (idem, p. 201). Apelar de modo eficaz a esse sentimento era crucial para convencer de modo rápido e duradouro. Desse modo, a propaganda deveria “se restringir a poucos pontos. E esses deverão ser valorizados como slogans, até que o último indivíduo consiga saber exatamente o que representa esse slogan” (idem, p. 203). A reprodução paciente e constante de algumas ideias capazes de tocar diretamente o coração, antes das mentes, era a chave dessa técnica.

    A propaganda era para o nazismo um meio para um fim, a potência da nação alemã. Qualquer meio capaz de conduzir ao fim desejado encontrava-se previamente justificado e qualquer forma de propaganda em condições de aproximar o objetivo final era recomendada. A mentira podia ser, assim, um dos recursos utilizados para apelar às emoções das massas e quanto maior a mentira, mais capaz de atemorizar, de aterrorizar e de ascender as paixões. A surpreendente conclusão, apresentada no capítulo X de Mein Kamp era que quanto maior a mentira, mais eficaz ela poderia ser:

    “Resulta da própria natureza das coisas que quanto maior a mentira mais fácil será que acreditem nela, pois a massa popular, nos seus mais profundos sentimentos, não sendo má, consciente e deliberadamente, é menos corrompida e, devido à simplicidade do seu caráter, é mais frequentemente vítima de grandes mentiras do que de pequenas.” (HITLER, 1943, p. 252)

    Die große Lüge (a grande mentira) foi o alicerce da propaganda nazista. Na mitologia nazista, o complô secreto judaíco-marxista era o responsável pelo colapso da Alemanha. Considerar a guerra como responsável por esse colapso era uma grande mentira. As causas da ruína da nação deveriam ser encontradas naquelas ideias estranhas ao espírito alemão que haviam sido disseminadas pelo “judeu, acostumado à mentira, e o espírito combativo do seu marxismo” (idem, p. 252). A aliança entre banqueiros judeus e comunistas alemães era tão improvável quanto as profecias de Nostradamus. Mas o aparelho de propaganda nazista se encarregou de difundir a existência dessa esdrúxula comunhão, do mesmo modo como afirmou ser Adolf Hitler a encarnação do Hister mencionado pelo adivinho.(1)

    Para combater o que julgava ser Die große Lüge, o nazismo transformou a mentira sistemática em uma arma de guerra. O ministro da Propaganda de Hitler foi o responsável por essa operação. Em uma dura crítica à propaganda de guerra do governo inglês e de seu ministro Winston Churchil (1874-1965), Goebbels afirmou:

    “A coisa surpreendente é que Mr. Churchill, um genuíno John Bull, aferra-se às suas mentiras, e de fato repete-as até que ele mesmo passa a acreditar. Esse é um velho truque Inglês. Mr. Churchill não precisa de aperfeiçoá-lo, pois é uma das táticas da política britânica, conhecidas no mundo inteiro. Eles fizeram bom uso do truque durante a Guerra Mundial, com a diferença que a opinião mundial acreditava nelas, o que não pode ser dito hoje.” (GOEBBELS, 1941, p. 364. Cf. tb. idem, p. 365).(2)

    A ideia de que a repetição de um fato poderia fazer com se acreditasse nela independentemente de sua consistência ou adequação à realidade estava na base de toda a propaganda nazista. Mas não era qualquer mentira que poderia tornar-se uma ideologia de massas. Para que isso ocorresse era necessário que a mentira fosse conforme àquilo que as pessoas queriam ouvir. O mecanismo que aproximou as massas do discurso nazista foi a identidade construída entre a estrutura de personalidade dos indivíduos massificados e a estrutura de personalidade do Führer.

    Estabelecida essa identidade a propaganda nazista podia retirar de seu discurso todo argumento racional. O Führer era a encarnação do povo alemão. Sua revolta contra as autoridades, simbolizada pela sua prisão, era o simples chamado à luta contra as autoridades e poderes existentes e, ao mesmo tempo, a afirmação de uma autoridade inconteste. A identidade entre o Führer e o “povo” permitia mobilizar os ressentimentos predominantes na pequena-burguesia (cf. REICH, 1972, cap. II). O discurso racional cedia lugar às imagens capazes de apelar diretamente ao inconsciente das massas.

    A forte associação entre a nação e a terra, entre a pátria e a família organizava um discurso político no qual era a própria existência da Alemanha e de seus habitantes o que se encontrava em jogo. A precariedade da existência já havia sido afirmada por uma guerra na qual morreram quase dois milhões de alemães, pela crise econômica e pelas revoluções que marcaram os anos que se sucederam ao conflito mundial. A insegurança era o sentimento predominante na pequena-burguesia. Uma terra ilimitada para a sobrevivência e bem-estar da família alemã era uma ideia capaz de comover uma pequena-burguesia amedrontada e assombrada pelo presente.

    O nazismo foi um chamado à revolta dentro da ordem. Nas três primeiras décadas do século XX a pequena-burguesia alemã lutou desesperadamente contra as forças sociais e políticas que haviam perturbado sua paz: o capital financeiro e o trabalho, personificados nas figuras de dois estrangeiros, o judeu e o bolchevique. Nessa luta revoltou-se contra as autoridades e governos que julgava serem controladas por essas forças. Mas o seu propósito nunca foi suprimir toda autoridade e sim estabelecer uma autoridade suprema capaz de restabelecer a antiga ordem de paz e prosperidade de seus antepassados.

    Os nazistas, revolucionários da ordem, construíram o maior movimento contrarrevolucionário do século XX (3). Para tal apropriaram-se dos nomes do socialismo e dos trabalhadores para batizar sua organização de Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (NSDAP – Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), adotaram formas de organização de massas inspiradas nos modelos do partido comunista e construíram um eficiente aparelho de propaganda. Seu discurso incendiário levou a pequena-burguesia à revolta apenas para reconduzi-la à ordem. A mentira era mais tranquilizadora do que a perigosa verdade. Mas pouco tempo depois o que havia diante do povo alemão era apenas a barbárie.


    Referências bibliográficas

    GOEBBELS, Joseph. Die Zeit ohne Beispiel. Munich: Zentralverlag der NSDAP, 1941, p. 364-369.

    HITLER, Adolf. Mein Kampf: Zwei Bände in einem Band Ungekürzte Ausgabe. München: Zentralverlag der NSDAP, 1943.

    REICH, Wilhelm. Psicología de masas del Fascismo. Madri: Ayuso, 1972.


    1 Hister, entretanto não era uma pessoa e sim a denominação em latim do baixo rio Danúbio.

    2 Essa é, provavelmente, a versão mais próxima da ideia de que uma mentira repetida muitas vezes se transforma em uma verdade. John Bull é um personagem ficcional criado no século XVIII e popularizado em cartoons dos séculos subsequentes que representa a Grã Bretanha. Geralmente é retratado como um homem gordo e de meia idade, vestido um casaco com as cores da bandeira nacional.

    3 A ideia de que a contrarrevolução é, também, uma revolução pode ser encontrada em Marx. Em 1848, diante da derrota do movimento democrático alemão, escreveu: “We have never concealed the fact that we do not proceed from a legal basis, but from a revolutionary basis. Now the government has for its part abandoned the false pretense of a legal basis. It has taken its stand on a revolutionary basis, for the counter-revolutionary basis, too, is revolutionary.” MECW, v. 8)


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