sábado, 3 de março de 2012

Barragem de Belo Monte desaloja 400 em Altamira

Ao menos 400 pessoas já foram deslocadas de suas casas por conta da repentina cheia causada pelo barramento provisório da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Publicado em 29 de fevereiro de 2012


Desde o final de janeiro, 400 pessoas já foram deslocadas de suas casas por conta da repentina cheia causada pelo barramento provisório de um canal do Rio Xingu, na área de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O alagamento tem atingido inúmeras moradias dos chamados baixões, os bairros mais pobres da periferia da cidade, ocupados por casas de palafita, às margens do rio e canais d’água.

Boa parte dos moradores foram deslocados pela prefeitura para o Parque de Exposições Agropecuárias de Altamira (Expoalta). Uma parcela menor foi para o Ginásio Poliesportivo da cidade.



As famílias foram pegas de surpresa pela enchente. “Estamos acostumados a sair no final de março, começo de abril, quando já choveu bastante e o rio enche muito”, comenta o pescador Manuel, do bairro Invasão dos Padres, que teve sua casa destruída pela cheia e está vivendo precariamente no Parque.


Precariedade

“Eu nunca vinha pra cá. Sempre que enchia, eu alugava uma coisa pra minha família, aí a gente ficava lá uns dois meses. Mas com essa barragem o aluguel subiu demais e a gente veio pra cá”, conta Ronaldo, morador do bairro Boa Esperança. “Aqui é muito ruim”.

As instalações improvisadas pela prefeitura são precárias – no Parque, apenas dois banheiros atendem às cerca de 80 famílias lá instaladas. As caixas d’água chegaram a ficar uma semana sem água. Quedas de energia são constantes. As residências foram construídas dentro de estábulos, stands de exibição de animais e tratores, e barraquinhas de comida.

“A gente acha que eles enchem as caixas com água do [igarapé] Ambé. Muitas crianças aqui, e alguns adultos, estão com diarreia por causa da água ruim”, conta Azenir, moradora do bairro Açaizal, atingida pela cheia.

Ela também explica as dificuldades que a nova moradia implicou no modo de vida de sua família. “Minha filha provavelmente vai perder o ano na escola, porque não tem transporte pra levar ela daqui pro colégio”, lamenta.

“Eu e meu marido também estamos andando uns 4, 5 quilômetros a mais pra ir pro trabalho. Antes eu chegava em 10 minutinhos, contados no relógio”, explica Azenir. Também relata que este caminho é bastante perigoso. O parque de Exposições fica às margens da estrada que vai para os canteiros de obras da hidrelétrica, por onde passam dezenas de ônibus que levam os cerca de 5 mil trabalhadores de Belo Monte. “Um ônibus do CCBM [Consórcio Construtor Belo Monte] vinha ‘disputando carreira’ com o outro, aí veio pro nosso rumo. Pra não cair pra debaixo do carro, eu tive que jogar a bicicleta pra fora da pista. A gente se arrebentou todinho. Perdi meu celular e as coisas que estavam na cesta da bicicleta”, conta a moradora.


Barramento

Especialistas concordam com a opinião dos moradores de que a cheia antecipada é decorrente do barramento provisório (ensecadeira) do canal do Arroz Cru, na Volta Grande do Rio Xingu. A professora e diretora do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) de Altamira, Rita Denize de Oliveira, defende que o barramento está diretamente relacionado à cheia súbita do Xingu e seus braços d’água. “Geralmente, a visão dos engenheiros é de que, se você fazendo uma intervenção localmente, ela não vai refletir sobre a bacia hidrográfica. Essa ideia é equivocada. Essas intervenções locais tomam uma amplitude, em termos de bacia hidrográfica, muito grande, sobretudo porque na area da Volta Grande você tem uma morfologia bastante diferenciada”, explica.

“Um barramento significa uma interrupção no fluxo natural das águas do rio. Interrompendo esse, reduz-se a capacidade do rio de liberar a quantidade de água que ele recebe”, pontua. No inverno amazônico, onde a quantidade de chuvas no mês de fevereiro é bastante elevada, a situação é mais problemática. “As perdas de água do rio, que aconteceriam naturalmente se não houvesse barramento, não acontecerão porque há essa intervenção nos canais do Xingu. A profundidade do rio foi reduzida, e assim, também se diminui a capacidade dele de receber água e de escoar, de liberar essa água. Com a redução da capacidade destes canais, você muda essa dinâmica, voce gera um excesso de água que vai atuar diretamente sobre essa população que não era afetada neste período, e agora já está sendo.”

A professora alerta que é possível que, com os barramentos, ocorram acidentes mais trágicos no decurso das obras. “Não se pode descartar a possibilidade de um acidente muito mais grave. Em fevereiro, já estamos enfrentando estas cheias. Se o volume de água tem aumentado, obviamente que a capacidade do rio e destes barramentos podem ser excedidas. As barragens podem se romper e teremos problemas sérios, como nas enchentes que ocorreram alguns anos atrás em Altamira, que geraram consequências gravíssimas”, conclui.

As famílias desalojadas moram nos igarapés – pequenos braços de rio comuns na região amazônica – Ambé, Panelas e Altamira, e também nas margens urbanas do Rio Xingu. Os principais bairros afetados foram o Boa Esperança, Baixão do Tufi, Açaizal, Invasão dos Padres e Jardim Idependente II.


Retirado do Site do PSTU

Chapa da CSP-Conlutas derrota ofensiva patronal e da prefeitura e vence eleições

Kit
Integrantes da Chapa durante apuração
Uma explosão de alegria marcou o final das eleições para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) na manhã desse dia 2 de março. Mesmo após uma noite não dormida, os ativistas e apoiadores da Chapa 1, da CSP-Conlutas, deram um show de animação. “A chapa 1/ É do peão/ Aqui não entra governo nem patrão”, foi uma das palavras de ordem entoadas.

A apuração dos votos, que estava marcada para iniciar à meia-noite, só começou por volta das 6h da manhã. A chapa 2, ligada à CTB, prevendo a derrota, tentou colocar todo tipo de empecilho para impedir a contagem dos votos. E não erraram. No final da apuração, a chapa 1 obteve 5.974 votos, ou 59%, contra os 4.117, ou 40%, da chapa 2. Foram no total 10.355 votos válidos, um quórum histórico para as eleições do sindicato.

“Os metalúrgicos estão de parabéns, eles deram mostra que querem um sindicato de luta, que organize a base dos trabalhadores, a partir de agora não existe mais chapa 1 ou chapa 2, mas sim os metalúrgicos unidos, contra os ataques dos patrões”, afirmou Macapá, o novo presidente eleito do sindicato.


Ataques e solidariedade ativa

A campanha dessas eleições foi marcada por uma forte ofensiva das empresas, articulada com a prefeitura local e a imprensa, contra a atual direção do sindicato. Principalmente na General Motors, uma das principais bases da categoria. A empresa realizou uma verdadeira campanha terrorista, junto às recentes demissões a ‘conta-gotas’, a fim de minar o apoio da chapa 1. Chegou-se a ameaçar o fechamento de setores inteiros da planta caso a atual direção permanecesse à frente do sindicato. Na empresa, a chapa 2 chegou a angariar 60% dos votos.

Tal estratégia, porém, não surtiu efeito e, no total, os metalúrgicos disseram ‘não’ à campanha terrorista. Em todas as outras empresas a chapa 1 obteve larga vantagem. Mas não foi fácil. Para enfrentar a campanha patronal, ativistas e apoiadores de várias partes do país foram prestar sua solidariedade ativa durante a campanha eleitoral, o que serviu para reverter a ofensiva dos patrões. Foram centenas de estudantes, ativistas, trabalhadores e inclusive metalúrgicos que apoiaram sua categoria.

É o caso de Antônio Carlos, o ‘Boi’, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Itaúnas e da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais. Embora o cansaço transparecesse em seu rosto, Boi parecia feliz com o resultado. “Essa campanha foi muito importante, a gente sabe da necessidade de se ter uma sindicato de luta em defesa dos trabalhadores. Lá em Minas vemos o que acontece na Fiat de Betim, que a CTB dirige, e tem banco de horas, um piso muito baixo... por isso estamos aqui”, afirmou.

As semelhanças não param por aí. Assim como em São José dos Campos, Antônio vê essa mesma ofensiva envolvendo patrões e governo em Itaúna. “Lá acontece o mesmo que aqui, a prefeitura já chegou a colocar matéria paga no jornal para dizer que as empresas não se instalam lá por conta do sindicato”, denuncia, reforçando a importância da solidariedade de classe.
Ao final da manhã desse dia 2, embora exaustos, os metalúrgicos estavam felizes por mais essa vitória, e certos que muitos desafios ainda virão. “O desafio agora é reforçar nossa organização de base, para que possamos lutar por nossos direitos”, finaliza o novo presidente da entidade.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 1 de março de 2012

BA: Manifestação exige anistia aos policiais que fizeram greve

Ato exigiu libertação dos presos e fim das punições aos grevistas
Nesta terça 28/02, as ruas de do centro da capital baiana foram tomadas pela Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (ASPRA) e pelos sindicatos e organizações que se mantém firmes na luta em defesa da heroica greve protagonizada pelos PM’s baianos.

A passeata de ontem partiu do Campo Grande e se dirigiu até a sede do comando da polícia militar que fica no bairro dos Aflitos no centro da capital. Cerca de 100 manifestantes estiveram presentes com suas faixas e palavras de ordem exigindo a libertação imediata dos presos políticos do governo Wagner e o encerramento dos processos que foram abertos contra os grevistas.

O PSTU esteve presente e reafirmou o seu apoio incondicional aos trabalhadores da polícia baiana, denunciando também o governo Wagner e sua prática de criminalização dos movimentos sociais.

A greve da Polícia Militar, em fevereiro, evidenciou de maneira dramática a crise da segurança pública que atravessa a Bahia e todo Brasil. No rastro da mobilização baiana vimos articulações em diversos estados e o estourar da greve da polícia carioca.

Na Bahia, a postura do governo Wagner durante o processo foi bem ao estilo carlista. Como se não bastasse toda a intransigência, a recusa ao diálogo e a política de difamação e criminalização do movimento, agora, com a greve encerrada, o governador do PT orquestra mais um duro golpe aos lutadores. Após o término da greve já foram expedidos dezenas de mandatos de prisão e abertos 180 processos contra os envolvidos na greve. O governo do ex-sindicalista pretende exonerar da corporação os PM’s, homens e mulheres trabalhadoras, que não fizeram nada mais do que reivindicar condições dignas de trabalho.

Em outros momentos, os alvos do governador do PT foram categorias como os professores e os agentes de saúde, hoje são os PM’s. Por isso é necessário a mais ampla unidade dos movimentos sindical, estudantil, e popular, contra essa perseguição para que possamos impor uma derrotar a mais essa nefasta ação do governo.


Retirado do Site do PSTU

Privatização da Previdência dos servidores públicos é aprovada na Câmara dos Deputados

Agência Câmara
Deputados aprovam privatização da previdência dos servidores
O PT e o PSDB se uniram para aprovar no Plenário da Câmara dos Deputados, na noite da noite da terça-feira (28), o PL 1992/07 de Fundo de Previdência dos Servidores Públicos (Funpresp). O PL foi aprovado com 318 votos a favor, 134 contrários e 2 abstenções, totalizando 454 parlamentares.

O projeto permite a criação de três fundações de previdência complementar do servidor público federal para executar os planos de benefícios: uma para o Legislativo e o Tribunal de Contas da União (TCU), uma para o Executivo e outra para o Judiciário. O texto cria a possibilidade das contribuições dos servidores serem aplicadas no mercado financeiro.

“Em síntese é um projeto que privatiza a previdência dos servidores públicos federais. Criado apenas para fazer investimento do mercado financeiro e acabar com a aposentadoria integral do funcionário publico, nenhum servidor vai poder ganhar acima do teto”, ressaltou o membro da CSP-Conlutas Paulo Barela, acrescentando que o governo continua com a política privatista do governo Fernando Henrique Cardoso.

De acordo com o projeto aprovado, os servidores que ingressarem no serviço público a partir de agora terão garantida a aposentadoria integral até o limite do teto do INSS, hoje em cerca de R$ 3.600. Para ter uma aposentadoria acima deste valor, os servidores terão de contribuir ao fundo de previdência complementar.

Esse fundo vai funcionar no sistema de CD (Contribuição Definida) no qual o servidor sabe o quanto vai pagar ao longo do tempo, mas não tem garantia de quanto vai receber na aposentadoria e por quanto tempo.


Votação

Algumas dezenas de servidores protestaram até o final da votação, vaiando deputados governistas em diversos momentos. Muitos foram impedidos de entrar no local.

A proposta, que prevê um custo inicial de R$ 100 milhões, foi aprovada mesmo sem previsão orçamentária – o que fere o regimento da Câmara e a Lei de Responsabilidade Fiscal. O fato foi denunciado em diversos pronunciamentos de deputados que discordavam da proposta. No ano passado, a falta de previsão no Orçamento foi usada como argumento por deputados da base do governo para não aprovar os projetos, que diziam apoiar, que revisam os planos de cargos dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União.


Maluf afaga Dilma

Até o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) – que dispensa comentários – parabenizou a presidenta Dilma e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, que “tiveram a coragem de enviar essa proposta para Câmara [por] justiça social”. O que comprova a politica de ataque aos servidores para favorecer banqueiros, empresários e a especulação imobiliária.

A votação foi articulada pelo governo com base em um acordo com a chamada minoria, composta pelo PSDB, DEM e PPS, que aceitaram não obstruir a sessão e votar o mérito da proposta. O acordo entre estes partidos, que encaminharam de modo diferente a votação, prevê que três destaques, a serem escolhidos pela oposição, serão votados nominalmente na quarta-feira (29). O PSDB se declarou a favor do projeto, o DEM indicou o voto contra e o PPS liberou a bancada.

O caráter privado do fundo que está sendo criado foi um dos aspectos mais criticados da proposta por parlamentares de diversos partidos. Isso chama-se privatização da Previdência pública, vergonhosa! Privatização assumida pelo Partido dos Trabalhadores, discursou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). As administrações do PT caminham para privatização de tudo, inclusive da educação, disse o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Pouco depois, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) declarou que houve um encontro de interesses que uniu o PT, o PSDB e o PP, representado pelo Maluf, ao criticar a aprovação do projeto em entrevista à TV Câmara. Essa privatização é falaciosa, é jogar para banca internacional os recursos públicos.

Servidores pressionam governo contra a provação PL 1992/07- Os servidores começaram a manhã no Aeroporto Juscelino Kubistchek, distribuindo panfletos aos congressistas e demais passageiros que desembarcavam em Brasília. Aos governistas, lembravam que a defesa da previdência pública, integral e paritária é uma bandeira histórica dos partidos identificados com os direitos dos trabalhadores.

De lá, seguiram para a Câmara dos Deputados onde passaram o dia acompanhando a movimentação da casa e conversando com vários parlamentares. À noite, acompanharam indignados o desenrolar da sessão extraordinária que aprovou o PL 1992/07.

Ao final da votação, os representantes de entidades de servidores públicos vaiaram o resultado e entoaram um velho samba eternizado por Beth Carvalho, que tem como refrão a expressão: “você pagou, com traição, a quem sempre lhe deu amor”.

Agora os servidores prepararam a batalha dentro do Senado para impedir sua aprovação prevista para semana que vem, após apresentação das emendas que estão sendo apreciadas nesta quarta-feira (29).

Barela disse a luta continua e que os servidores públicos estão indignados e dá mais força para a organização da jornada de luta, nesse mês de março integrada com a participação na mobilização com setores da educação. “O ápice de nossa luta será com a realização de nossa grande marcha no dia 28 que promete sacudir Brasília. Vamos combater esse ato criminoso do governo com os servidores em beneficio dos banqueiros e empresários”, destacou.

Calendário de Atividades – Nos dias 3 e 4 de março como o Seminário e Plenária Nacional da CNESF (Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais). Esses eventos vão debater os fundos de pensão e a privatização da previdência dos servidores; o direito de greve e negociação coletiva e avançar na organização da Campanha Salarial-2012.

Nesse mês as atividades dos servidores se intensificam. A categoria se prepara para uma Jornada de Lutas, que ocorre de 12 a 16 de março em conjunto com as ações de outros movimentos.

Essa atividade será combina com a greve nacional da educação básica, que se realizará de 14 a 16 de março.

Em 28 de março, será a vez da Marcha Nacional unificada que ocorre em Brasília em unidade com as ações da COBAP, estudantes e movimento popular e sindical.

Além disso, no dia 29, a categoria irá apoiar e participar das atividades da COBAP (Dia do Aposentado e Pensionista) nos estados.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

RJ: Polícia intima internautas que divulgaram ato contra aumento das barcas

Caso mostra escalada autoritária e truculenta da polícia, que passa a monitorar redes sociais para intimidar manifestantes


As filas quilométricas são frequentes
A truculência e a repressão contra as mobilizações e qualquer tipo de movimento social no Rio parecem não conhecer limites. Desta vez, o simples ato de postar uma convocatória na Internet divulgando um ato público virou alvo da ação policial. Vários internautas que protestavam contra o aumento no preço das passagens das barcas Rio/Niterói estão sendo intimados pela polícia a ‘prestar esclarecimentos’.

Além do preço nas passagens, que vai passar de R$ 2,80 para R$ 4,50 a partir de 1º de março, os usuários protestam contra os freqüentes acidentes, atrasos e superlotação que atrapalham o cotidiano de milhares de trabalhadores. Uma manifestação e um abaixo-assinado contra o aumento começaram a ser articulados espontâneamente pela Internet. O protesto está sendo organizado para o dia 1º de março, às 7h, na Estação Araribóia, centro de Niterói.

Surpreendentemente, a polícia começou a intimar internautas que postaram mensagens convocando o ato público. O 76º DP informou que está monitorando as redes sociais e os internautas, investigando possíveis ‘incitações’ ao crime nas postagens. Os policiais intimaram o autor de um vídeo postado no YouTube com imagens de um ato contra os serviços precários prestados pelas Barcas S/A, e relembrando a revolta da população em 1959 contra o serviço. “Quem postou esse vídeo pode ser enquadrado no Art. 286 do Código Penal de incitação ao crime” chegou a afirmar à imprensa o delegado Alexandre Leite.

Vários internautas que postaram o vídeo em suas contas pessoais do Facebook foram convocados a se apresentarem à polícia. “Hoje recebemos uma intimação da polícia civil (76DP de Niterói) por incitar ao crime por termos feito um vídeo chamando para o pulaço das barcas. Estamos sendo criminalizados previamente para enfraquecer nossa mobilização” , escreveu Arthur Moura, um dos autores do vídeo.

O caso mostra a escalada repressiva contra os movimentos sociais que se vive hoje no Rio. Agora, além de reprimir diretamente os protestos públicos, a polícia passa a monitorar os ativistas nas Redes Sociais, como meio de coerção e intimidação. Tudo em defesa dos lucros das empresas, no caso, a concessionária Barcas S/A.


Assista o vídeo que, para a polícia, ‘incita’ o crime




Privatização

O aumento de 60% das passagens que vigora a partir de março ignora os constantes atrasos e acidentes que afligem cotidianamente a população que utiliza os serviços das barcas. As barcas ligam o Rio a Niterói e a Ilha de Paquetá. Administrada pela concessionária privada Barcas S/A desde 1988, o serviço está cada vez mais precário. A Barcas S/A é controlada por um conjunto de empresas, entre elas a que comanda a empresa rodoviária 1001.

O vídeo monitorado pela polícia relembra a chamada ‘Revolta das Barcas’, de 1959. Na ocasião, indignados pelo aumento da passagem, cerca de trinta mil pessoas depredaram não só a estação, mas todas as lojas e escritórios da família Carreteiro, então responsável pela administração do serviço. Até mesmo a casa dos proprietários foi alvo da fúria da população. No final do dia, o povo desfilou com as roupas da família pelas ruas do Rio.

A revolta forçou o então presidente Juscelino Kubitschek a estatizar a frota e o serviço. No final dos anos 90, porém, a onda de privatizações chegou à Baía de Guanabara e a então Cia de Navegação do Rio de Janeiro (Conerj) passou ao controle do Consórcio Barcas S/A. O serviço piorou a partir de então. As filas, por sua vez, só aumentam, enquanto o número de barcas se mostra insuficiente para atender a demanda.


Retirado do Site do PSTU

Servidores se mobilizam contra a privatização do plano de seguridade social

Funcionalismo exige retirada do PL-1992/07 que trata da Previdência Complementar


Nesta terça-feira (28) mais uma vez as entidades do funcionalismo federal vão sacudir Brasília. As mobilizações começarão logo pela manhã, às 6h, no qual os servidores irão pressionar os parlamentares contra a aprovação do PL-1992/07 (Projeto de Lei) que trata da Previdência Complementar. Após esse ato, os servidores vão ao Congresso Nacional para ocupar os corredores e galerias da Câmara dos Deputados. Um documento será entregue aos parlamentares expondo as razões pelas quais devem rejeitar o PL.

Esse projeto, se aprovado, irá privatizar o plano de seguridade social do servidor público e criar os fundos de pensão. Esses fundos visam injetar recursos públicos e dos trabalhadores no mercado financeiro, para favorecer empresários do setor bancário e os grandes especuladores, que sempre ganham com as privatizações.

“A CSP-Conlutas apoia a luta dos servidores contra mais uma privatização do governo petista de Dilma Rousseff e estará presente em todas as atividades do funcionalismo federal nesta semana” , ressalta o membro da CSP-Conlutas Paulo Barela, que integrará a mobilização.

As atividades se estenderão para quarta-feira (29) com intensas atividades no Congresso Nacional, panfletagens e atos.


Plenária Nacional da CNESF

Eventos importantes também acontecerão nos dias 3 e 4 de março como o Seminário e Plenária Nacional da CNESF (Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais). Esses eventos vão debater os fundos de pensão e a privatização da previdência dos servidores; o direito de greve e negociação coletiva e avançar na organização da Campanha Salarial-2012.


Em março, Jornada Nacional de luta

Nesse mês as atividades dos servidores se intensificam. A categoria se prepara para uma Jornada de Lutas, que ocorre de 12 a 16 de março em conjunto com as ações de outros movimentos.

Essa atividade será combina com a greve nacional da educação básica, que se realizará de 14 a 16 de março.

Em 28 de março, será a vez da Marcha Nacional unificada que ocorre em Brasília em unidade com as ações da COBAP, estudantes e movimento popular e sindical.

Além disso, no dia 29, a categoria irá apoiar e participar das atividades da COBAP (Dia do Aposentado e Pensionista) nos estados.


Retirado do Site do PSTU

Racismo no Futebol: só falta botar peruca de branco em jogador negro

Vira e mexe a imprensa comercial burguesa mostra casos de racismo que acontecem principalmente contra jogadores negros, sobretudo na Europa. Mas, o que pouca gente percebe, é que essa mesma imprensa é uma das maiores disseminadoras do racismo no futebol brasileiro. Em suas transmissões as seleções africanas são sempre taxadas de ingênuas, irresponsáveis e violentas, quando na verdade o jogo mais violento da história das Copas envolveu duas seleções européias: Portugal e Holanda, em 2006 na Alemanha. O jogo terminou com 12 cartões amarelos e quatro vermelhos. Só que agora chegou a vez dos “cabelos negros”.

Durante o campeonato brasileiro de 2011 quando o jogador Bruno Cortêz, na época no Botafogo, hoje no São Paulo, se destacava nacionalmente como um grande lateral, sendo inclusive convocado para a seleção brasileira, o programa Globo Esporte levou ao ar uma longa matéria que fazia mais referência preconceituosa ao cabelo estilo ‘Black Power’ do jogador do que ao seu talento nos campos.

O mesmo ocorreu recentemente com o jogador William Barbio, que tem se destacado no Vasco. O que o Globo Esporte destacava pejorativamente era a sua “cabeleira” e não suas jogadas.

No dia 20 de fevereiro, o mesmo Globo Esporte vinculou uma matéria sobre a vitória de 3 x 1 do Flamengo contra o Resende. O gol que selou a classificação do Flamengo para a semifinal da Taça Guanabara foi marcado pelo jovem atacante Negueba. Novamente a preocupação era mais em mostrar que o jogador havia tirado suas tranças do que falar do seu gol decisivo. Nessa mesma matéria o jogador Deivid, também do flamengo, disse em tom de ironia se referindo a Negueba que “negro do cabelo duro tem que raspar que nem eu faço (...) é melhor do que passar três horas fazendo tranças”.

Para encerrar a baboseira racista o apresentador Alex Escobar enfatizou “concordo com você Deivid”. No jogo contra o Vasco, Negueba resolveu reimplantar suas comentadas tranças, talvez como resposta aos absurdos da dupla Escobar/Deivid.

Ao que tudo indica quem está incomodado com as tranças não é a cabeça dos jogadores que as usam, mas a cabeça racista da imprensa branco burguesa que detesta o estilo africano de ser. Para quem não sabe, é assim que a ideologia do branqueamento se materializa, colocando o fenótipo branco europeu com protótipo a ser seguido por todos.

Exaltar a negritude em meio a isso não é uma boa pedida num país tão racista como o Brasil. Por outro lado, quando jogadores negros como Neymar e Ronaldinho Gaúcho resolvem agredir suas negritudes alisando seus cabelos crespos (não duros), para se aproximar do padrão de beleza estabelecido como superior, os alardes não acontecem nas mesmas proporções. Se onda pega vão começar a defender que os jogadores negros usem perucas.

Publicado no Blog do PSTU Maranhão


Retirado do Site do PSTU