sábado, 24 de novembro de 2012

25 de novembro: pelo fim da violência contra a mulher!

Dia 25 de novembro é o Dia Latino-americano de Luta contra a Violência à Mulher
 


Detalhe do ato de 8 de março em São Paulo
Uma aldeia indígena. Um espaço invadido. Uma índia Guarani-Kaoiwá é estuprada por oito jagunços. Eles seguem impunes. A denúncia foi feita durante a reunião da CSP-Conlutas, realizada entre 26 a 28. As inúmeras mortes de indígenas no Mato Grosso do Sul e a ameaça de despejo de suas próprias terras pelo governo federal chocam. Quando combinados com a violência contra a mulher deixa a todos perplexos.

No Brasil, a escalada de violência contra as mulheres cresce a cada dia. A última pesquisa mais importante sobre a violência foi publicada em 2010, cujo estudo feito a partir dos dados do SUS durante 10 anos, revelou uma terrível realidade: a cada duas horas uma mulher é assassinada em nosso país, por motivos fúteis ou torpes. E a cada dois minutos, estima-se que cinco mulheres são vítimas de algum tipo de agressão.

A violência que assusta as mulheres tem muitas faces e agentes. É utilizada como arma auxiliar para impor a dominação de interesses, como ocorreu no início do ano, na expulsão das famílias do Pinheirinho, quando uma mulher denunciou ser estuprada por policiais. Como ocorreu no Haiti, em que as haitianas denunciaram ter sido estuprada por soldados do exército brasileiro, que se dizem em “missão de paz” naquele país. E, finalmente, como ocorreu com a indígena Guarani-Kaiowá, do exemplo acima.


Violência doméstica

A covardia da violência doméstica também revela uma forma de dominação do capitalismo, expressa através da falsa ideologia da superioridade do homem sobre a mulher no âmbito particular. No país onde é famoso o ditado, “em briga de mulher ninguém mete a colher”, elas morrem na maioria absoluta dos casos vítimas de seus próprios parceiros. Em geral, eles matam motivados pelo ciúme ou por não aceitarem o fim do relacionamento. Quem não se lembra da cabeleireira Crislaine, morta a tiros em plena luz do dia, em seu salão de beleza em 2010, em Belo Horizonte? Ou da jovem Eloá, assassinada dentro de seu apartamento pelo ex-namorado, em 2011, em Santo André?

Longe dos jornais, mas presente no cotidiano está mais uma face da violência contra a mulher. Não é criminalizada e raramente vira notícia, não está expressa em casos bárbaros, mas pela violência de sua naturalização, diminui, deteriora e humilha as mulheres. É a ideologia machista, que justifica manutenção de salários desiguais para um mesmo trabalho, que torna engraçada a violência psicológica contra as mulheres propagadas por meio de piada, que as faz naturalmente responsável pelos cuidados dos filhos, que o capitalismo dela se apropria para dividir a classe trabalhadora, oprimir e superexplorar as mulheres.


Violência do Estado

A maior violência de todas é aquela que ajuda a gerar as demais, que a violência estatal, que se revela na ausência de políticas públicas para que as mulheres possam avançar na sua luta contra a opressão. Medidas simples que as ajudariam a se livrar dos afazeres domésticos, como a existência de vagas em creches públicas para todas as crianças, restaurantes e lavanderias gratuitas. A criação de empregos, para que pudessem trabalhar e não serem dependentes economicamente de seus parceiros, além de um sistema efetivo de atendimento às vítimas de agressões físicas e psicológicas.

Hoje, a grande alternativa apresentada pelo governo Dilma para as mulheres no combate à violência é a Lei Maria da Penha, uma lei que foi fruto de uma luta dos movimentos feministas, mas que ainda sequer foi aplicada na íntegra e é bastante limitada. Especialmente, porque não obriga o Estado a ter equipamentos públicos de assistência às vítimas de violência. Prevê que a mulher tem direito a abrigamento, mas não obriga a construção de abrigos, por exemplo. Uma lei que poderia ser uma ferramenta importante, mas que perde sua efetividade porque não é aplicada. Conclusão: ainda é muito insuficiente e assim será se não houver recursos para tanto.

Uma resposta à violência contra a mulher tem de combinar uma luta para garantir mecanismos de proteção às vítimas, mas principalmente condições para que as mulheres possam se libertar de sua condição de oprimida. O capitalismo teria condições de dar essas respostas, mas não o faz porque utiliza a opressão para justamente manter a exploração. Cabe à classe trabalhadora travar uma luta que seja capaz de derrubar esse sistema, pois só assim as mulheres poderão ser livres e dar os passos para se livrar da violência.

Que neste 25 de novembro, dia latino-americano de luta contra a violência à mulher, possamos fazer atos, palestras, atividades que impulsionem a defesa das mulheres trabalhadoras contra qualquer forma de violência, porque somente a classe trabalhadora pode libertar homens e mulheres unidos na luta contra a opressão e a exploração podem libertar a classe da violência capitalista.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Lições que vem de fora


Manifestação do sindicalismo alternativo em Madri
A situação internacional se polariza com grande intensidade. A crise econômica mundial, que vai se alastrando, mostra que já existe uma recessão oficialmente na Zona do Euro, após dois trimestres consecutivos (segundo e terceiro desse ano) de queda na produção. Nos EUA, houve queda na produção industrial em um trimestre (terceiro) pela primeira vez desde 2009, expressando uma forte desaceleração no centro principal do imperialismo. Os chamados BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) já vinham se desacelerando.

Mas o elemento determinante da situação mundial é a polarização da luta de classes. A greve geral na Espanha e Portugal, seguida também na Itália (4 horas), Grécia (3 horas) e acompanhada de manifestações em 23 países, realizada no dia 14 de novembro (chamadas na Europa por 14N), mostram a capacidade de resposta dos trabalhadores aos ataques brutais dos governos capitalistas. Por outro lado, a agressão de Israel à Gaza é a resposta militar do imperialismo aos avanços da revolução no Oriente Médio, mas pode acabar reacendendo ainda mais os conflitos. A resistência heróica do povo palestino é um símbolo mundial de luta contra a agressão nazi-fascista israelense.

A greve geral em vários países europeus é uma referência para a luta dos trabalhadores em todo o mundo. As multinacionais jogam trabalhadores de um país contra outro, sempre ameaçando transferir suas plantas industriais para outros países caso não se concorde com seus ataques. Responder de forma unificada internacionalmente é um marco para a resistência dos trabalhadores, pois ainda não tinha ocorrido nada semelhante desde o início da crise. Deu-se um passo adiante na luta contra os planos de austeridade impulsionados pelos governos europeus e a “Troika” (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e o FMI).

Não se pode ter ilusões em relação às burocracias sindicais que estão à frente das centrais europeias. Uma parte da motivação para essas lutas é a existência de governos de direita à frente dos principais países europeus, que jogaram essas burocracias ligadas à social-democracia na oposição, sem espaço de diálogo. É por isso que mesmo uma mobilização da dimensão que vimos no 14N não tem a continuidade necessária com um plano de lutas em direção a uma greve geral por tempo indeterminado nos principais países europeus. Mas essas lutas vão se combinando com o fortalecimento de direções combativas, como se expressa na manifestação alternativa de mais de 60 mil pessoas em Madrid.


Mas...e o Brasil?

A maioria dos ativistas que está à frente dos sindicatos, entidades do movimento estudantil e popular apoia esse governo. Mas está na hora de refletir sobre os rumos da situação internacional e do governo do PT.

O Brasil é uma parte de toda essa realidade mundial com características muito particulares: tem uma economia com fortes investimentos imperialistas e um razoável mercado interno e, por outro lado, tem um governo do PT, encarado pelos trabalhadores como um aliado. Essas duas características ajudam a manter a estabilidade capitalista em um mundo cada vez mais instável. Até quando vai isso?

A economia brasileira tem uma parcela importante voltada para a exportação de minério e produtos agropecuários, que sente fortemente os efeitos da crise europeia e a desaceleração chinesa. Mas ainda se apoia em um mercado interno de importância para as multinacionais, o que mantém a economia, ainda que se desacelerando. A indústria apresenta uma queda na produção do conjunto de 2012, mas vive certa recuperação nesses últimos meses, puxada pelas montadoras de automóveis. Mais dia menos dia, é provável que a crise internacional termine afetando mais duramente o país.

Para prevenir isso, o governo Dilma tem feito de tudo a seu alcance para defender os lucros das grandes empresas: redução de IPI, ampliação dos empréstimos, redução das taxas de juros. Tudo para manter o crescimento econômico a serviço das multinacionais e dos bancos. E agora, pode lançar o maior ataque aos trabalhadores já feito por um governo em muitos anos com o estabelecimento do Acordo Coletivo Especial (ACE). Nem FHC conseguiu isso.

Esses acordos significariam uma reforma trabalhista que poderiam atacar direitos básicos dos trabalhadores como férias, décimo terceiro salário etc. Essa é uma resposta do governo, prevendo que a crise econômica deve afetar o país e já repassando seus custos para os trabalhadores. A CSP-Conlutas e outras entidades marcaram um ato no dia 28 de novembro, em Brasília, contra o ACE. No dia 26, está marcado um debate inédito entre a direção da CUT e da CSP-Conlutas no Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Muitos ativistas têm expectativas no governo petista, mas têm críticas a muitas de suas medidas. É hora de repensar sua postura. Como o governo Dilma responde a essa situação internacional? Mantendo relações diplomáticas com Israel, que está promovendo um genocídio em Gaza. Não se viu nenhuma atitude de Dilma ou de Lula em apoio às grandes lutas dos operários europeus, a começar pela greve geral de 14N. Mas quer trazer para o Brasil os ataques que os governos europeus estão realizando.

Lula, na crise passada de 2009, conseguiu escapar com sua popularidade intacta, porque ocorreu uma recuperação rápida da economia. Mas isso pode não ocorrer agora. Pode ser que fique cada vez mais claro de que o PT, na verdade, governa para as grandes empresas.

É preciso aprender com os trabalhadores europeus e preparar também uma grande mobilização contra o ACE. Apoiemos as greves do proletariado europeu e a resistência heróica do povo palestino. E vamos exigir de Dilma que não implemente o ACE e rompa com Israel.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mais uma vítima da homofobia: Lucas Cardoso Fortuna, presente!

Arquivo pessoal
Lucas, encontrado morto dia 18 de novembro
É com muita tristeza e indignação que o PSTU soube da morte do militante do Movimento Gay Lucas Cardoso Fortuna, morto na manhã do dia 18 de novembro. Seu corpo foi encontrado na praia de Santo Agostinho, em Pernambuco, trajando apenas cueca, portando celular e carteira, e com sinais de espancamento. Todos os indícios apontam para mais um crime de motivação homofóbica.

Lucas foi ativista do movimento estudantil, com participação importante na Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, e atualmente era presidente do PT de Santo Antônio dos Goiás, sua cidade natal. Mas a marca de sua trajetória foi, sem dúvida, a defesa da causa LGBT, pela qual organizou diversas paradas gay em Goiânia e ajudou a fundar o Grupo Colcha de Retalhos, na Universidade Federal de Goiás.

Esse crime cruel traz mais uma vez à tona o debate sobre a homofobia no Brasil. Vivemos no país campeão em assassinatos de homossexuais. Em 2011, foram 266 mortes, contra 260 em 2010. Nos últimos seis anos houve um aumento de 118% na ocorrência desse tipo de crime. A epidemia do ódio continua crescendo, enquanto Lucas se soma agora a milhares de pessoas que são todos os dias vítimas de algum tipo de violência motivada por preconceito à diversidade sexual.

Infelizmente, o debate sobre aquele que poderia ser um instrumento para intimidar crimes assim, o PLC 122, tem avançado pouco por aqui. A criminalização da homofobia seria um passo importante para frear o preconceito que alimenta crimes bárbaros como esse. Mas predomina, ainda hoje, o conservadorismo e a pressão de setores religiosos reacionários. Enquanto o governo cede a essas pressões, jovens como Lucas continuam tendo suas vidas interrompidas por quem pratica o ódio impunemente.

Mas a morte de Lucas não pode ser em vão. Ela nos dará mais forças para exigir a aprovação do PLC 122 e para lutar, todos os dias, por uma sociedade socialista onde todos e todas possam exercer livremente sua orientação sexual, sem qualquer tipo de opressão. Seja nas praias de Pernambuco, nas avenidas de São Paulo, ou em qualquer lugar no país, esses crimes serão lembrados e farão nossa luta ainda mais forte!

  • Militante LGBT de Goiânia é morto em Pernambuco. Não esqueceremos!


  • Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 20 de novembro de 2012

    Comissão da CSP-Conlutas vai a Belo Monte defender a libertação de operários presos em conflito trabalhista

    Uma comissão de representantes da CSP-Conlutas vai a Altamira visitar e defender a libertação dos operários presos no conflito trabalhista ocorrido no canteiro das obras da Usina de Belo Monte. A comissão chega a Altamira nessa terça-feira, 20, com uma formação de pelo menos dois sindicalistas, uma advogada e o vereador eleito pelo PSTU em Belém, Cléber Rabelo.

    Segundo o membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, o motivo da visita é “colocar a central na defesa da libertação dos operários presos, apoiar a luta e as reivindicações dos trabalhadores e denunciar a criminalização dos movimentos sociais que se intensifica também nas obras do PAC”.

    Em plena data-base e sem informações sobre o andamento das negociações, os trabalhadores iniciaram uma revolta que começou na sexta-feira, 9 de novembro, e teve como consequência quatro galpões de materiais elétricos destruídos. Segundo os operários dos canteiros de obras de Altamira, a imprensa tentou abafar o ocorrido e apenas em uma rádio local, pela madrugada, o episódio foi divulgado.

    A explosão da greve começou quando o sindicato (SINTEPAV-PA) visitou no sábado, 10 de novembro, o canteiro de “Belo Monte” e “Canais” defendendo como “justa” a proposta do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte), que oferecia um reajuste de 11% para a primeira faixa salarial, 6% para segunda e 4% para as últimas. Um clima de insatisfação tomou conta dos operários e quando o sindicato chegou ao “Pimental”, os operários já sabiam da proposta e revoltaram-se frente à postura da entidade.

    A proposta apresentada pelo CCBM, defendida pelo sindicato, também não atendia a reivindicação referente à “baixada” (folga para visitar as famílias). Os operários querem uma folga a cada 90 dias de trabalho e não de seis meses como foi oferecido.

    Segundo notícias divulgadas na imprensa, tão logo o SINTEPAV-PA chegou ao “Sitio Pimental” defendendo a proposta, os operários se revoltaram e uma sequência de atos violentos foram desencadeados durante o conflito. Cinco operários foram presos.

    Conforme publicou a Agência Brasil, a Superintendência da Polícia Civil de Altamira trabalha com a hipótese de que os cinco operários presos são ligados à “CSP-Conlutas” – mas não há provas de que a Central premeditou a ação. O membro da CSP-Conlutas Atnágoras afirma que os operários não tem ligação com a entidade sindical, mas diante da prisão a Central lutará pela libertação desses trabalhadores.

    “Não podemos aceitar que todas as vezes que os operários se mobilizam por melhores condições de trabalho e de salários, ao final, só sobre para a gente a criminalização do movimento. É prisão, é demissão, é tropa da Polícia Militar, da Força Nacional de Segurança. Chega! Essa é uma questão trabalhista. Estamos ao lado da luta desses operários, por isso vamos à Altamira, não vamos nos esconder”, afirma o dirigente da CSP-Conlutas.

    A Central vai exigir do governo Dilma Rousseff que intervenha e assuma sua responsabilidade diante desse caos que se impõe na vida de quem trabalha nessas grandes obras.

    O vereador eleito em Belém, Cléber Rabelo, operário da construção civil, disse que os cinco trabalhadores foram presos pela Polícia Militar a mando dos empreiteiros. “Também há denúncias, ainda não confirmadas oficialmente, de que tem ocorrido mortes em função das péssimas condições de segurança no trabalho desde o início das obras”, disse.

    Rabelo diz que os trabalhadores de Belo Monte não são vândalos e estão lutando por direitos. “Esses operários são seres humanos corajosos que, mesmo com a traição e a falta de democracia de sua entidade sindical, são capazes de se organizar para lutar e paralisar um monstro que está acabando com suas vidas, mesmo contra a vontade de sua representação sindical”, conclui.

    Todo apoio à luta dos operários de Belo Monte;

    Não à criminalização dos movimentos sociais;

    Liberdade aos operários presos.



    Retirado do Site do PSTU

    O impacto do ACE sobre as mulheres trabalhadoras

    Com o Acordo Coletivo Especial, o emprego e os direitos específicos das mulheres estarão ainda mais vulneráveis
     

    O ACE pode piorar o que já está ruim

    As negociações entre patrões e trabalhadores partem sempre de um conflito entre setores que têm interesses opostos. Os patrões buscam sempre aumentar a produção e o lucro, enquanto os trabalhadores buscam melhores condições de trabalho e salário. Estes interesses são opostos e inconciliáveis na medida em que é impossível para a classe trabalhadora viver melhor, ter melhores salários e condições de trabalho sem que isso atinja o lucro dos patrões. E cabe aos sindicatos, entidades da classe trabalhadora, buscar sempre intervir nesse conflito em favor dos trabalhadores. Contudo não é isso que tem acontecido no Brasil, onde tem prevalecido o sindicalismo de conciliação de classes e predomina o discurso de que é possível conciliar interesses entre patrões e empregados. Na prática, essa conciliação significa beneficiar os patrões e o Estado.

    Exemplo disso é o Acordo Coletivo Especial (ACE), proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que ”deseja estimular que o País adote a negociação coletiva como instrumento mais moderno para a solução dos conflitos pertinentes às relações de trabalho”, como afirma Sérgio Nobre na introdução da cartilha elaborada pelo sindicato para propagandear o projeto.Ele afirma que é necessário uma convivência democrática entre trabalhadores e empresários, algo que nos parece irônico numa sociedade onde predomina a democracia dos ricos. Que democracia pode existir numa fábrica ou empresa? Os trabalhadores têm os mesmos direitos e deveres que os patrões?Não é o que percebemos no dia a dia dos locais de trabalho.

    A proposta do ACE diz que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é uma faca de dois gumes, que acerta quando fixa patamares básicos para regular uma relação que sempre foi muito desigual entre capital e trabalho, posicionando-se em favor do pólo mais fraco, mas tolhe a autonomia dos trabalhadores e empresários. E trata como iguais trabalhadores e empresários sem alertar para o fato de que autonomia para empresários que não parta de um patamar mínimo significa invariavelmente prejuízos para os trabalhadores. Esses acordos terão validade tri-anual e a parte que quebrá-lo terá de pagar multa.


    Princípios do Acordo

    “Permitir que o sindicato profissional e as empresas estipulem condições específicas de trabalho aplicáveis ao âmbito da empresa.” Isso significa que a negociação de uma empresa pode estabelecer condições de trabalho e salário independentes da legislação vigente. Algo que pode significar a perda direitos mínimos, como férias, décimo terceiro e FGTS, entre outros.


    O Exemplo das câmaras setoriais

    A proposta parte de um balanço de que as Câmaras Setoriais implementadas na indústria automotiva no início da década de 90 foi positivo para os trabalhadores.Não mencionam, no entanto, que foi exatamente nesse período e com esse método de negociação que predominou o lema “perder os anéis para não perder os dedos” e trouxe como consequência perdas significativas aos trabalhadores, como a institucionalização do banco de horas e das terceirizações com contratos precários ou mesmo sem contratos.


    Por que as mulheres trabalhadoras serão as mais prejudicadas?

    Sérgio Nobre utiliza em sua argumentação sobre a necessidade de novas negociações para um novo mercado de trabalho, destacando o fato de que algumas leis trabalhistas hoje são inaplicáveis. O exemplo que ele utiliza é o da lei que garante à mulher uma hora de descanso para amamentação.

    Pois, se hoje, essa lei já é descumprida em muitos locais de trabalho, com o ACE, ela deixará de ter qualquer validade. Não só o direito à tempo para amamentação, mas também todas as outras garantias específicas à mulher, como por exemplo a licença maternidade, hoje de quatro meses garantidos pela CLT e de seis meses para vários setores do funcionalismo público.


    A situação social das mulheres hoje

    Se ao falarmos de patrões e trabalhadores partimos já de uma desigualdade, tendo em vista que vivemos em um Estado Burguês e que os empresários têm em suas mãos o poder do dinheiro, quando falamos de trabalhadoras a desigualdade é duplicada, já que às mulheres é imposta uma combinação de machismo e exploração que se traduz na situação social e trabalhista em que se encontram as mulheres hoje.

    As mulheres são 53% dos desempregados, 70% da população em situação de miséria e ganham em média 30% menos que os homens.

    A licença maternidade de quatro meses garantida pela CLT não se aplica a 60% das trabalhadoras empregadas que se encontram em situação de informalidade ou em pequenas e médias empresas, e muitas vezes é descumprida com demissão na volta ao trabalho.E a licença amamentação nem sempre existe para além do papel.

    A mão de obra feminina ainda é tratada como mão de obra de reserva e menos qualificada.


    O ACE pode piorar o que já está ruim

    Por haver mais desigualdade sobre as mulheres e por serem tratadas como mão de obra “de segunda”, o emprego e os direitos específicos das mulheres estão mais vulneráveis. E com uma legislação que se submeta à negociação, essa vulnerabilidade aumenta. Inevitavelmente, serão esses os primeiros direitos a serem negociados em favor dos empresários, como exemplifica o próprio presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC.

    Nossa luta em defesa do que já está previsto na CLT, e que por sinal é pouco, se faz ainda mais necessária, assim como o fortalecimento da nossa campanha pela imediata aplicação da licença maternidade de seis meses, por creches nos locais de trabalho e estudo e por salário igual para trabalho igual. Barrar o ACE é parte essencial dessa luta!


    Retirado do Site do PSTU

    Porto Alegre: campanha do PSOL é financiada pela burguesia mais uma vez

    Em meio à crise nacional aberta no PSOL a partir das políticas de alianças desastrosas efetuadas no Amapá (DEM, PTB e PSDB) e em Belém (apoio de Dilma, Lula, PDT), novamente o Diretório Municipal do PSOL de Porto Alegre, hegemonizado pela corrente Movimento Esquerda Socialista (MES), é o pivô de mais um capítulo do giro à direita do partido.

    A prestação de contas dos candidatos divulgada na última semana pelo TRE-RS seguiu a mesma tendência da entregue ao final da campanha 2008. Para quem não lembra, há quatro anos o MES abriu uma crise interna no PSOL ao ser a primeira corrente que defendeu coligações para além do espectro da Frente de Esquerda (PSTU-PCB) se aliando ao PV e aceitando receber dinheiro da burguesia. Naquele ano, as campanhas de Luciana Genro, Pedro Ruas e Fernanda Melchionna foram financiadas com dinheiro da siderúrgica Gerdau, das metalúrgicas Taurus e Marcopolo, além do Zaffari, num valor aproximado de R$ 160 mil.


    PSOL e Zaffari, uma relação para além das eleições

    Desta vez, o principal apoiador da sua campanha foi a rede Zaffari, que contribuiu com R$ 100 mil para os candidatos do PSOL. O grupo representa a quinta maior rede de supermercados do Brasil e a primeira do estado, tendo recentemente expandido seus negócios para São Paulo. Além disso, a rede é proprietária de sete shoppings centers e no início de 2012 iniciou um negócio milionário com o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, para ingressar no ramo hoteleiro. Somente em 2011, o faturamento do grupo chegou a R$ 2,9 bilhões, à custa de muita exploração dos jovens que trabalham nos seus estabelecimentos de domingo a domingo, submetidos a um regime de trabalho instável, com alta rotatividade e com relações trabalhistas precarizadas.

    O Zaffari também é conhecido por utilizar o slogan “economizar é comprar bem” e parece ter levado a sério essa máxima durante os processos eleitorais. Em 2006, gastou mais de R$ 1 milhão, com doações para partidos de diversos matizes. Em 2008, repetiu a cifra da eleição anterior. Já em 2010, foram quase R$ 2 milhões, distribuídos em diversos locais do estado. Nesse ano, a rede fez doações para nada mais nada menos que 17 dos 36 candidatos eleitos para a Câmara de Vereadores. Isso inclui um leque muito amplo: do PMDB ao PDT, do PSDB ao PP, do PT ao PC do B e por aí vai. Infelizmente, o MES resolveu incluir o PSOL na partilha.

    O mais triste é que não nos espanta a relação entre o MES/PSOL e a Rede Zaffari. O partido já havia aceitado contribuições em 2008 e 2010, além de manter relação estreita com o grupo na parceira do Emancipa, onde eles são os maiores financiadores do pré-vestibular organizado pela ex-deputada Luciana Genro. Esse projeto, apesar de ter um verniz popular, é em essência uma parceria pública privada (PPP), política que é diariamente combatida pelos ativistas de esquerda, principalmente os servidores da educação em nosso estado, que sofrem com as parcerias de Tarso com a Fundação Bradesco e Unibanco. Além disso, esta lógica caminha na contramão do movimento estudantil, que em 2012 lutou de forma independente por cotas e um programa que vise à universalização do acesso ao vestibular, além de combater a entrada do capital privado nas IFES.


    Novamente o MES/PSOL abandona a independência de classe

    O PSOL em Porto Alegre conseguiu manter seus dois vereadores, mas ao financiar as suas candidaturas com o auxílio dos nossos inimigos de classe manchou a campanha de Pedro Ruas e Fernanda Melchionna. Na atual luta política interna, o MES está combatendo as alianças em Macapá e Belém, se localizando no campo da esquerda do PSOL para se postular como alternativa frente à crise do partido. Mas, o histórico dessa corrente nos faz afirmar: o que mudou foram apenas os atores centrais do processo de direitização. Uma corrente que defende o financiamento pela burguesia da sua campanha seria capaz de dirigir uma luta política em defesa de um PSOL de esquerda? Nossa opinião é que não.

    Ambos defendem a flexibilização da política de alianças, financiamento da burguesia e durante as eleições apresentaram um programa reformista para as cidades. Apesar de ter adotado um verniz aparentemente mais radical para sua candidatura em 2012, aqueles que esperavam uma autocrítica do MES com relação a sua linha em 2008 (aliança com o PV) e em 2010 (quando chamou voto no PT para o senado), se deram muito mal. Em entrevista ao Portal Sul 21 (23/08/2012), Robaina disse o seguinte: “Já fizemos uma aliança muito boa com o Partido Verde (PV) também. Fazer aliança significa um esforço para ver as razões de se aliar. Esforço no sentido de buscar com quem se se aliar para governar” . Ou seja, o MES continua achando que o PV de Zequinha Sarney é um aliado em potencial para governar Porto Alegre e quiçá o Brasil.

    A conclusão que podemos extrair dessa declaração é que não há discordância estratégica com as posturas de Clécio, Randolphe e Edmilson e que estes são aliados do MES na transformação do PSOL em um partido eleitoral, de estilo social-democrata clássico. Para além de sua retórica socialista, o MES defende que o partido se ordene por um programa amplo, que consiga dialogar ao mesmo tempo com trabalhadores e patrões. Dessa forma, busca aproveitar o espaço aberto pela direitização extrema do PT e PC do B em favor de um partido eleitoral, localizado à esquerda de ambos, que mantém algumas bandeiras sociais abandonadas por esses partidos, para atrair à juventude e setores da classe trabalhadora que rompem com essa velha esquerda.

    A questão é que ao apresentar um programa de conciliação de classes aos setores que vão à esquerda da Frente Popular, o PSOL trilha o mesmo caminho que levou o PT a se tornar um partido de sustentação da ordem burguesa. Durante as eleições, a candidatura de Robaina teve como eixo central a defesa da “ética na política” e a exigência do corte de 70% dos Cargos de Confiança na Prefeitura. Ou seja, apresentam o partido enquanto alternativa de gerência para o sistema, fortalecendo a ilusão de que é possível construir uma nova política, “ficha limpa”, por dentro do capitalismo. Além disso, continuaram com posturas alheias às bandeiras históricas do movimento social, como a defesa do aumento do efetivo da Brigada Militar nas ruas da cidade. Vão ao mesmo caminho de Marcelo Freixo, que declarou que levaria em conta a possibilidade de cortar o ponto dos trabalhadores durante uma greve em seu governo.


    O que significa uma campanha de esquerda classista e anti-capitalista?

    Em nossa opinião, são dois os pilares para uma campanha com o perfil anti-capitalista e classista que ajuda a transformar a consciência dos trabalhadores. O primeiro é a defesa de um programa para as cidades que expresse, dialogando com os trabalhadores, um conjunto de medidas que parta dos problemas reais da população e faça uma ponte com a defesa de uma alternativa socialista e dos trabalhadores para a cidade. Isso significa que um programa socialista deve se traduzir em uma agenda de lutas para o movimento social de conjunto, utilizando o espaço aberto pelas eleições como um ponto de apoio a ação direta.

    O segundo é a construção de uma campanha apoiada e financiada pelos trabalhadores. Temos um grande desafio que é enfrentar o PT, seus aliados reformistas e a burguesia, e para fazer avançar a consciência dos trabalhadores, é fundamental recuperar a perspectiva classista. Ou seja, precisamos provar que é sem dinheiro da burguesia e sem alianças com partidos burgueses e reformistas que fortaleceremos uma proposta de ruptura com o sistema capitalista. Isso é fazer valer o que Marx dizia no século XIX com a frase “a libertação dos trabalhadores, será obra dos próprios trabalhadores”. Infelizmente, não foi essa a política do PSOL, de norte a sul do Brasil.


    Aprender com a adaptação do PT é não repetir o mesmo caminho

    O combate à política de colaboração de classes do PT não pode acontecer com a repetição dos caminhos que este partido percorreu no passado, sob pena da desilusão de uma nova geração de ativistas. A lógica de eleger a qualquer custo, receber dinheiro da burguesia, ampliar as coligações e abandonar um programa classista e socialista varreu o PT, a partir das primeiras vitórias eleitorais no final da década de 80 e principalmente na década de 90, culminando na ascensão de Lula a presidência do Brasil em 2002. O resultado todos conhecemos: o PT cresceu como aparato eleitoral e em confiança da burguesia e abandonou por completo a luta em defesa da classe trabalhadora que foi a sua marca no seu surgimento.

    O PSOL muito rapidamente começou a percorrer esse caminho. Essa adaptação programática está sendo levada a cabo pela maioria das correntes internas dessa organização como a APS, MES, MTL e os parlamentares do Rio. No último dia 8 de novembro em reunião da executiva do PSOL foi referendada pela maioria da direção à tática de coligações amplas votada no III Congresso do partido (2011) e as campanhas de Belém e Macapá como máximas expressões do acerto dessa política.

    A crise do capitalismo a nível mundial e as revoluções no mundo árabe mostram cada vez mais a necessidade da construção de uma direção classista, socialista e internacionalista para enfrentar a crise do capitalismo, a burguesia internacional e as velhas direções reformistas dentro do movimento operário. No Brasil não é diferente. Um grande desafio é construir uma alternativa socialista e de esquerda diante da falência do PT. O PSOL está na contra mão disso.

    A frente política PSTU/CS tem um programa para construir uma verdadeira alternativa de esquerda. Não aceitamos dinheiro da burguesia nas campanhas eleitorais, defendemos um programa classista e socialista e um perfil político de oposição de esquerda aos governos. Nossa intervenção cotidiana acontece nas lutas dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre por melhores condições de vida. Essa é a nossa trincheira e o socialismo a nossa bandeira.


    Retirado do Site do PSTU

    Fortalecer o dia 20 de Novembro na periferia

    Por um 20 de novembro classista e da periferia, de luta e independente dos governos e patrões!



    Marcha da Periferia denunciou a criminalização dos movmentos sociais, em 2011 em São Luís (MA)
    O dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra surgiu no final da década de 1970, em um contexto de conscientização progressiva do movimento negro, que começou a questionar a história oficial que afirmava o dia 13 de maio de 1888, conhecido como o dia em que a Princesa Isabel libertou os escravos.

    A liberdade do negro, porém, foi uma conquista dessa população através das diversas formas de luta, como insurreições, guerrilhas, suicídios e criação de quilombos. O movimento negro passou a celebrar o dia 20 de novembro como Dia da Consciência, em alusão ao dia em que, Zumbi dos Palmares, líder da principal experiência de resistência coletiva contra a escravidão, foi destruído, em 1695.

    Infelizmente o velho movimento negro hoje aliado aos mais variados governos vem descaracterizando a concepção classista e de luta direta que a data deveria representar. A data é lembrada, na maioria das vezes, de forma despolitizada e superficial.


    Cotas e quilombolas

    As cotas raciais para as universidades públicas foram uma importante conquista, mesmo que parcial, do movimento negro e seus aliados (e não uma “dádiva” do governo, como a história tem sido vendida) que há décadas, literalmente, luta por uma política de cotas. Porém, não temos dúvidas de que esta mudança ainda está muito distante do modelo tanto social quanto racial de universidade que precisamos. Por isso lutamos para que as cotas sejam implementadas e avancem para todas as universidades do país, serviços públicos, órgão de comunicação etc.

    Outro ataque diz respeito ao direito de regulamentação da titulação de terras, que sofre uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) impetrada pelo DEM, no Supremo Tribunal Federal (STF).

    São 3.554 comunidades quilombolas identificadas pelo governo federal de acordo com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR-2006), pouco mais de 100 possuem o título, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). As comunidades quilombolas e indígenas estão vulneráveis, há constantes conflitos com o setor agrário. O Maranhão é apresentado como líder do ranking de conflitos de terra no país, com 224 registros, ou seja, 23% dos assassinatos. É também “campeão nacional” de ameaçados de morte no campo, com 116 pessoas ameaçadas e sete assassinatos. Em São Luís e nos municípios de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar várias lideranças estão ameaçadas de morte e despejos forçados.

    Na Bahia, vimos recentemente à ofensiva da Marinha Brasileira em relação ao Quilombo Rio dos Macacos, que foram encurralados dentro de suas próprias sob a ameaça de serem expulsos de suas próprias terras. Este processo se assemelha a situação dos quilombolas da Ilha da Marambaia no Rio de Janeiro.

    Em Minas Gerais, com a mobilização e a luta dos quilombolas do Brejo dos Criolos, em setembro de 2011, sob muita pressão, conseguiram que a presidente Dilma assinasse um decreto de demarcação da área em favor dos quilombolas. O que por si só não bastou, pois a inércia do governo em retirar os fazendeiros ocupantes destas terras levou na comunidade a sofrer com a violência e os ataques de seus jagunços, no dia 17 de setembro. Segundo a CPT-MG, no confronto ouve uma pessoa baleada, cinco quilombolas presos e nove estão com mandados de prisão.

    Há ainda conflitos nas terras indígenas com a construção de Belo Monte, além das sistemáticas agressões aos Guarani-Kaiowás.

    Há também exemplos do derrame de dinheiro público em favor dos megas eventos, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Assim, os governos têm intensificado a remoção de milhares de famílias que residiam em áreas próximas onde eventos serão realizados, a maioria composta por trabalhadores negros e pobres.

    A essa lista se incorporam “outras medidas” que afetam diretamente a população pobre e negra deste país: violência, encarceramento, internações compulsórias de “dependentes químicos”, extermínio da juventude negra e ocupações militares dos bairros pobres. E para reverter esse quadro é necessário compreendermos esse processo de exclusão capitalista e atuarmos de forma coletiva. Partindo dessa compreensão nasce a proposta de realização da Marcha da Periferia Contra os Despejos Forçados e a Faxina Étnica.


    Todos à Marcha da Periferia

    O Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, da CSP – Conlutas, celebra o 20 de novembro em vários estados do país, discutindo o conteúdo de luta direta e a relevância histórica da experiência de Palmares, uma experiência contestadora da ordem escravista que dá sentido a nossa luta contra a nova ordem capitalista que conservou as antigas estruturas racistas.

    A Marcha da Periferia é um grande ato durante a Semana da Consciência Negra, realizado no Maranhão há seis anos, pelo Movimento Hip Hop Quilombo Urbano do Maranhão e, mais recentemente, pelo Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe. No ano passado, a Marcha da Periferia iniciou-se também no estado de São Paulo, e esse ano será realizada pela primeira vez em 10 estados do Brasil.


    Retirado do Site do PSTU