sábado, 10 de dezembro de 2011

Seminário vai discutir formação de uma Frente de Esquerda nas eleições em Natal

PSTU defende unidade com PSOL, PCB e diversos movimentos sociais, em uma frente socialista e independente dos empresários


Neste sábado, dia 10, será realizado um seminário político para discutir a formação de uma Frente de Esquerda nas eleições de 2012 em Natal. O encontro está marcado para as 13 horas, no IFRN da Av. Rio Branco, no Centro, e vai reunir PSTU, PSOL e PCB, além de diversos movimentos sociais, para debater um projeto socialista e independente das oligarquias para a capital potiguar.

A proposta do PSTU é formar uma Frente de Esquerda com um programa anticapitalista para governar Natal, com medidas que enfrentem os interesses dos poderosos, fazendo com que a Prefeitura deixe de estar a serviço dos grandes empresários e passe a servir aos trabalhadores e à população pobre da cidade. “Para isso, defendemos uma frente sem financiamento de empresas e bancos ou aliança com partidos de direita, que só governam para os ricos e poderosos. Para ser uma alternativa socialista e de esquerda, a frente precisa ter compromisso apenas com os trabalhadores de Natal.”, disse a professora Amanda Gurgel, pré-candidata a vereadora pelo partido.

O PSTU também vai propor o nome do professor Dário Barbosa, pré-candidato a prefeito, para encabeçar a Frente de Esquerda. “Ninguém aguenta mais a prefeita Micarla e esses vereadores submissos. Os representantes dos partidos das oligarquias que sempre governaram Natal e o Estado já estão apresentando suas pré-candidaturas e se organizando por aí. São os Alves, Maia, Faria ou os apoiados por eles. Nunca resolveram a situação caótica de nossa cidade e de seus serviços públicos. Candidatam-se na tentativa de iludir os trabalhadores e a população mais pobre. A esquerda precisa apresentar uma resposta à altura. Natal não pode continuar como está.”, declarou Dário.


Retirado do Site do PSTU

Código Florestal: Senado aprova ataque contra o meio ambiente

A aprovação do Novo Código Florestal pelo Senado, na noite do ultimo dia 7, foi o maior ataque dos últimos anos ao meio ambiente brasileiro. Sua aprovação contou com a ajuda do governo, apesar das tentativas da presidente Dilma em não vincular sua imagem a bancada ruralista. O relatório do senador Jorge Viana (PT-AC), parlamentar destacado por Dima para negociar com a bancada ruralista, empolgou a bancada da moto-serra. Dias antes da votação, a senadoras Kátia Abreu, líder da bancada ruralista, já comemorava. Um jornalista do jornal O Globo flagrou a senadora conversando empolgada com seus colegas ruralistas. "Conseguimos tudo o que a gente queria. Dilmão concordou com tudo", teria declarado a senadora, segundo o jornal.

A empolgação não era por menos. O projeto de Viana continha a essência dos ataques aprovados na Câmara dos Deputados, como a permissão a novos desmatamentos e a anistia a quem desmatou ilegalmente. Depois da votação no Senado, o projeto retorna à câmara e vai para a mesa da presidente Dilma.


Votação e maracutaia

Os parlamentares estão se lixando para o meio ambiente brasileiro. A grande maioria que votou a favor das mudanças está interessada mesmo em arrumar um “dinheirinho” junto às empresas desmatadoras em suas próximas campanhas eleitorais. Uma vez eleitos, atuam como verdadeiros lacaios destas empresas.

Um bom exemplo disso foi expresso por uma reportagem do jornal Folha de São Paulo (07/12) A reportagem mostra que os grandes financiadores eleitorais do agronegócio serão beneficiados pela anistia, prevista nas mudanças do novo Código. Segundo o jornal, pelo menos 50 parlamentares que participaram das discussões do projeto e da votação, receberam em suas campanhas eleitorais pelo menos R$ 15 milhões das grandes empresas do agronegócio. É voto comprado a favor do desmatamento!

No total, as empresas foram autuadas num total de R$ 1,6 milhão por irregularidades como destruir vegetação nativa, áreas de preservação permanente, e consumir carvão de mata nativa. As indústrias de celulose ficaram entre as maiores financiadoras do grupo. A Fibria, que tem multas de R$ 946 mil pendentes no Ibama, deu R$ 4,7 milhões às campanhas. Ela tem ainda 50% das ações da Veracel Celulose, multada pela Justiça em R$ 20 milhões e em R$ 390 mil pelo Ibama.

Entre os parlamentares que receberam dinheiro dessas empresas e que votaram a favor da proposta ruralista estão os senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Wellington Dias (PT-PI), Delcídio Amaral (PT-MS).

Mas o governo também tem interesse na aprovação. O novo código flexibiliza a legislação ambiental para fortalecimento do agronegócio e, assim, avançar na conversão do país em uma semicolônia, produtora e exportadora de matérias-prima. A introdução da agenda neoliberal no planta forjou uma nova divisão internacional do trabalho. O Brasil, em função na enorme disponibilidade de terras agricultáveis, se converteu em um grande produtor/exportador de matérias primas. Soma-se a isso ao avanço do capital estrangeiro no país.

A expansão da fronteira agrícola é estimulada por uma série de medidas desenvolvidas a partir do Estado brasileiro. Entre elas, flexibilização no Código Florestal, Construção de redes viárias para ligar a produção aos portos; investimentos na produção de energia para ampliar a produção de matérias primas (Belo Monte é bom exemplo); diminuição das Unidas de Conservação e terras indígenas. Entre 2008 e 2009, só a Amazônia perdeu pelo menos 49 mil quilômetros quadrados (km2) de áreas protegidas por causa da extinção e redução de unidades de conservação (UCs), segundo o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado hoje (23).

É preciso exigir o veto de Dilma ao projeto. Se for sancionado, o novo código vai resultar em novas tragédias, como o aumento de desmoronamento de encostas em épocas de chuvas, assoreamento de rios, destruição da biodiversidade e no aumento da violência no campo.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A mutilação do PLC 122, que criminalizaria a homofobia

Porque nos opomos ao projeto final, que será apresentado no Senado


A senadora Marta Suplicy (PT-SP) marcou para esta quinta-feira, dia 8, a votação no Senado do PLC 122, projeto de lei que originalmente iria criminalizar a homofobia. O texto que será apresentado é resultado de um acordo feito pela senadora e a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), com os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal, e Demóstenes Torres (DEM-GO), líder do DEM no senado.

O objetivo desse “acordão” era tornar o projeto mais “palatável” para os evangélicos e reacionários. E para que isso fosse possível, o PLC 122/06 foi mutilado: Marta retirou pontos importantes do texto original, como a proteção à demonstração pública de afeto e a criminalização do discurso homofóbico. Além disso, o texto original equiparava os crimes de homofobia aos crimes de racismo, enquanto o novo texto torna a homofobia um crime inferior ao racismo.

Em outras palavras, com o projeto que Marta e a ABGLT estão apresentado, seguirá sendo permitido que LGBTs sejam impedidos de demonstrar seu afeto em locais públicos e estabelecimentos abertos ao público. Além disso, as igrejas continuarão pregando o ódio contra nós, as ofensas e humilhações que sofremos em todos os lugares não serão criminalizadas, as emissoras de TV continuarão livres para nos ridicularizar, nos humilhar e incitar a homofobia em programas como “Zorra Total”, “Casseta & Planeta”, “A Praça é Nossa”, “Pânico na TV”, dentre tantos outros.

Embora traga aparentes avanços (criminalização do preconceito no mercado de trabalho, nas relações de consumo e no serviço público, e da indução da prática de violência), o texto não deixa claro o que são as práticas homofóbicas, fazendo com que a lei seja letra morta até mesmo nesses (poucos) espaços delimitados pelo texto.

Sabemos que as leis não acabam com a opressão. O maior exemplo disso é que, após mais de 20 anos após a aprovação da lei que criminaliza o racismo (Lei Caó), pouquíssimas pessoas foram condenadas, e os milhões de negros e negras do país seguem sofrendo cotidianamente com o racismo. No entanto, a Lei Caó trouxe um avanço concreto exatamente no que Marta, Crivella e Demóstenes estão retirando do projeto de criminalização da homofobia: a proibição do discurso racista, que minimizou o discurso de ódio contra negros e negras nas igrejas, na televisão e nas ruas.

E sabemos também que a lei não basta, que é preciso muita luta para que leis como essa surtam efeito, como nos mostra historicamente a luta do movimento feminista e do movimento negro.


Sejamos realistas: Por uma lei que de fato nos proteja!

Marta diz que esse é o projeto “possível” de ser aprovado. E é exatamente por ser o projeto “possível” é que ele não nos serve: esse não é um projeto que nos defende, mas que defende os homofóbicos, os fundamentalistas e os reacionários, pois é um projeto que foi alterado por aqueles que nos odeiam e que não querem que nós existamos. Tanto é que diversos setores do movimento LGBT se opõem ao projeto alterado por Marta, até mesmo setores dentro do PT.

Defendemos uma lei que criminalize de fato a homofobia, que seja amplamente debatida junto à comunidade e aos ativistas LGBT. Queremos uma lei que de fato puna os homofóbicos, ´ e nos dê o direito de demonstrar nosso afeto em qualquer lugar, e, principalmente, que não seja alterado pelas mãos daqueles que todos os dias incitam o ódio e a violência contra todos nós.

Queremos que o projeto aprovado seja aquele reivindicado há anos pelos ativistas e por organizações que combatem cotidianamente à homofobia, independente dos governos e patrões. Se isso é impossível, é nas ruas que poderemos tornar possível, e não no gabinete da Marta Suplicy.


Retirado do Site do PSTU

O crescimento parou. E agora?

Dados do IBGE mostram estagnação da economia no terceiro trimestre e lançam dúvidas sobre crescimento em 2012


No último dia 6, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados mostrando que a economia brasileira parou no terceiro trimestre de 2011. A atividade econômica ficou estagnada entre julho e setembro, depois de crescer 0,7% no trimestre anterior. A estagnação foi resultado da queda no setor industrial (que registrou queda de -09%), serviços (-0,3%) e no consumo das famílias (- 0,1%). Foi a primeira vez, desde a crise mundial de 2008, que o consumo das famílias sofre uma contração.

O resultado do PIB só não foi negativo em razão do crescimento das exportações de bens e serviços (alta de 1,8%). As exportações de commodities (produtos primários) continuam garantindo o superávit comercial do país, US$ 26 bilhões em 11 meses (de janeiro a novembro).

Chama a atenção à retração dos investimentos industriais no país. A formação bruta de capital fixo, um indicador de que sobre os investimentos na produção, caiu 0,2% no terceiro trimestre. A taxa de investimento, segundo o IBGE, caiu em 20% do PIB neste período, uma queda de 0,5% em relação ao ano passado.

O instituto também apontou uma queda na produção industrial sete dos 14 locais pesquisados. Em São Paulo houve uma redução de 2,6%. E no Rio de Janeiro de 0,9%. É importante destacar o continuo crescimento dos estoques na indústria. Em outubro, os estoques voltaram a crescer na indústria, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar da crise mundial, o Brasil ainda gozava de um crescimento da economia. As grandes multinacionais apostavam no Brasil como plataforma de exportações de matérias primas para todo o mundo e de automóveis e eletrodomésticos para a América Latina.

Esse plano de investimentos é apoiado na superxploração da mão de obra barata dos trabalhadores, que conta com a ajuda de um governo completamente alinhado com as multinacionais. Crescimento econômico e super exploração dos trabalhadores caminham junto no Brasil. Os lucros obtidos aqui são importantes para compensar parcialmente a crise nos países imperialistas.

No entanto, a desaceleração da economia, que deve seguir em 2012, não deixa claro quando e se virá ou não ocorrer uma nova recessão no país como fruto da crise internacional. Mas a desaceleração já é um reflexo das consequências da crise mundial no Brasil. Dilma está preocupada e, por isso, repete preventivamente as medidas aplicadas por Lula para enfrentar a crise de 2008, mesmo antes de a economia brasileira viver uma recessão.

A taxa de juros, que aumentou no início de seu governo, de 10,75 para 12%, passou a ser reduzida, chegando a 11%. Repete a postura de Lula que baixou de 13,5%, em 2008, para 8,75%, em 2009. Em todos esses casos, não se mudou o essencial da política econômica. E os juros seguem sendo os maiores de todo o mundo.
Está também aplicando a redução de impostos para as empresas, para tentar segurar o consumo em queda, como a redução do IPI para a linha branca, uma reedição da política de Lula.


Projetos na gaveta

Mas o governo Dilma não anunciou nenhuma iniciativa real em defesa dos trabalhadores. Ao contrário, tramitam no Congresso Nacional projetos que representam graves ataques aos direitos dos trabalhadores. Um exemplo é a PL 549/2009 que propõe o congelamento dos salários dos servidores públicos. Também há a Projeto de Lei 1992/2007 que visa privatizar a Previdência desses servidores, e ou outro projeto (Projeto de Lei 1749/2011) cujo objetivo é avançar na privatização dos Hospitais Universitários.

Não podemos nos esquecer da possibilidade do governo aplicar uma nova reforma da Previdência no caso do país sofre com os efeitos da crise mundial.
O projeto, que está na mesa da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda desde 2010, prevê uma nova regra draconiana que estabelece que a soma do tempo de contribuição e da idade do assegurado deve atingir 105 para que ele se possa se aposentar (e 95 para as mulheres). Na prática essa regra estabeleceria a idade mínima para as novas aposentadorias.

Há também a lei 1.992, de 2007, que está no Congresso Nacional. O projeto cria a Fundação de Previdência Completar do Servidor Público Federal, e representaria um ataque às aposentadorias do setor.

Por outro lado, também existe uma discussão apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo (SP) que tem enorme gravidade. O sindicatos defende que empresas e sindicatos possam fazer acordos “especiais”, sem ficar presos à legislação. Ou seja, no o que foi o berço do sindicalismo combativo no passado está se discutindo uma proposta que poderia significar uma reforma trabalhista, contendo um ataque que nenhum governo de direita conseguiu até os dias de hoje. Com isso se deixaria de lado as conquistas dos trabalhadores asseguradas por lei, para negociações conduzidas pelos pelegos.

Caso a estagnação se aprofunde e aponte até mesmo para a recessão, o governo não terá dúvidas em lançar mão dessas contra –reformas, que seriam o maior ataque aos trabalhadores, semelhante às contra-reformas levadas a cabo neste momento pelos governos da Europa. É bom estar preparado.


Retirado do Site do PSTU

2011: um ano impossível de esquecer

Manifestantes comemoram na Praça Tahrir, após a queda de Mubarak
Esse é o momento em que as pessoas refletem sobre o ano que está acabando, mas, também, sobre o que está vindo. Alegrias e tristezas, esperanças e frustrações. Momentos muito diferentes, em geral cheios de significado, bons ou ruins. A tradição natalina projeta uma alegria artificial e muitas vezes inexistente. Mas o décimo terceiro salário e as férias (para os quem têm) tornam o fim de ano mais agradável para muitos.

É hora também de pensar coletivamente o futuro. Queremos nos dirigir aos ativistas que estiveram junto conosco nas lutas durante 2011. Essa edição do Opinião Socialista é dedicada a vocês, para fazermos, juntos, uma reflexão sobre o que ocorreu de mais importante nesse ano... E, também, as projeções para 2012.

Seguramente, você acompanhou as revoluções no Norte da África e do Oriente Médio. Deve ter se emocionado junto conosco ao ver as vitórias das massas, que derrubaram ditaduras no Egito e Tunísia. E, agora, torce pelas novas lutas contra o governo militar egípcio.

Você também acompanhou o debate em relação a Kadafi. Viu como nosso jornal esteve na linha de frente da defesa do levante contra sua ditadura e pôde comprovar que, desde o início, nos colocamos contra a intervenção imperialista na Líbia. Na realidade, os governos imperialistas não têm a mínima preocupação com a democracia. Por isso, apoiaram Kadafi enquanto ele mantinha uma ditadura estável e assegurava o controle das multinacionais sobre o petróleo líbio. Passaram para a oposição quando as massas se rebelaram diretamente contra ele, para tentar manter seu controle sobre o petróleo. Vergonhosamente, grande parte da esquerda apoiou Kadafi e foi derrotada junto com ele. Outra parte também se equivocou gravemente ao apoiar a intervenção imperialista. Mantivemos nossa independência política, apoiando a revolução do povo líbio contra Kadafi e lutando contra o imperialismo.

A situação na Europa deve tê-lo alertado da dimensão histórica que a crise econômica está tomando. Uma situação que, hoje, se traduz em mobilizações radicalizadas e crises políticas. O capitalismo se aproveitou da queda das ditaduras stalinistas no Leste Europeu para comemorar a “morte do socialismo”. Agora, a crise recoloca a discussão da necessidade do socialismo em pauta.

Você deve ter, também, acompanhado a evolução do governo Chávez, na Venezuela, que apóia Lula e Dilma, no Brasil, e apoiou Kadafi na Líbia. Esse governo prendeu e entregou para o governo, de direita, da Colômbia o dirigente das FARC, Julián Conrado, gerando repúdio por parte de todos aqueles que mantém algum grau de independência política. Nós, desde o início, não nos iludimos com o “socialismo do século 21” de Chávez, que é apenas o velho nacionalismo burguês reciclado.

Como não podia deixar de ser, você também viu a evolução do governo Dilma. Grande parte dos trabalhadores segue apoiando o governo. Mas os ativistas que estiveram à frente das lutas metalúrgicas, da construção civil, de professores, dos Correios, dos bancários e do funcionalismo público, podem tirar suas próprias conclusões.
De que lado estava o governo? Ao lado das greves, contra os patrões? Ou em defesa dos patrões, usando até a repressão para derrotar os trabalhadores?

Os ativistas das lutas estudantis puderam comprovar de que lado estava a UNE, governista e chapa branca, sempre contra as mobilizações, ao lado do governo.
Os que estiveram à frente das lutas dos trabalhadores, da juventude e setores oprimidos fizeram a experiência prática de terem a CSP-Conlutas e a ANEL como instrumentos necessários para a mobilização e unificação das lutas.

O ano de 2011 dificilmente poderá ser esquecido. É o momento em que a crise econômica internacional se juntou a grandes mobilizações de massas em muitas partes do mundo. Em que a revolução e o socialismo começam a voltar ao primeiro plano das discussões.

Agora, é hora de pensar em 2012 e no futuro. Existe um partido que esteve do seu lado nas lutas. Que pode ter uma política revolucionária porque é independente de Dilma, de Chávez, da Kadafi. E que expressa o programa da revolução socialista, cada vez mais necessário e presente. Esse partido é o PSTU.

Venha se juntar a nós para ajudar a construir o novo. A social-democracia dos partidos parlamentares e eleitorais não tem nada de novo. O PT que o diga. O stalinismo do PCdoB tampouco aponta para o futuro. Não por acaso, está junto ao PT em tudo, até na corrupção.

Venha se juntar ao nosso partido para lutar pelo novo, pelo socialismo, pela revolução.


Retirado do Site PSTU

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sócrates: Perdemos um sonhador, mas os sonhos não morrem

Doutor Sócrates
Em 1983, quando nasci derradeiramente, estava traçado que não iria ver, a não ser pela ajuda dos teipes, a seleção que mais empolgou os brasileiros depois da geração que ganhou o tri. A equipe que disputou o mundial de 82 era uma verdadeira constelação. Meu pai sempre dizia que a falha na conquista do título foi um mero detalhe, para uma seleção que encantava ao jogar com craques como Júnior, Falcão, Zico e Sócrates.

Desses gênios do futebol um se destacou dentro e fora do campo. Seu nome, Sócrates Brasileiro. Nas quatro linhas, foi um craque que se utilizou da fraqueza de Aquiles para potencializar uma jogada que desequilibrava os marcadores. A condução da redonda era fácil e suas jogadas eram objetivas.

Mas foi fora do campo, ou melhor, em outra arena, que Sócrates também se destacou. Magrão, como era conhecido, revolucionou o mundo do futebol e do esporte. Num país que ainda vivia uma ditadura, ele ousou junto com seus colegas de trabalho a modificar as regras do jogo dentro do Corínthians. Juntos, os atletas construíram a chamada democracia corintiana, que era uma espécie de regime interno do clube paulista onde os jogadores decidiam entre si os rumos do clube.

Com o desenvolvimento da campanha das diretas, a voz de Sócrates ganhou as praças e ele se tornou um apoiador de peso do movimento. Num comício, Sócrates afirmou que se a emenda Dante de Oliveira fosse aprovada ele não deixaria o país. Sem dúvida, o Doutor, como também era chamado, foi um craque na arena política.

Quando encerrou sua carreira futebolística continuou com o mesmo espírito crítico. Até o dia de hoje, vinha acompanhando suas opiniões nas páginas da Carta Capital semanalmente. Quando saiu do hospital há alguns dias comemorei com um amigo. Na semana passada me alegrou muito o seu artigo. No referido texto, Sócrates mostra a hipocrisia da FIFA ao tratar do tema do racismo no futebol e a falta de discernimento de Pelé ao não ter uma posição firme em relação ao tema. Magrão é enfático ao se referir ao Rei do futebol: “de preto parece ter somente a cor da pele”.

Hoje li seu último artigo no semanário. Com a lucidez de sempre mostrou como a Copa está sendo tratada como “propriedade privada, sem compromisso algum com o povo brasileiro”. Será que algum jogador atual toparia abrir essa discussão? E o que falar de Ronaldo à frente da copa do mundo? Ou dos ídolos atuais que ganham as páginas de jornais como agressores de mulheres? Definitivamente, faltam bons exemplos no futebol atual. Faltam Ídolos, isso mesmo com “i” maiúsculo.

A morte do Doutor Sócrates deixa um vazio em todos aqueles que acreditam nas potencialidades humanas e que por isso sonham com um mundo melhor. Em tempos de um profundo obscurantismo cultural e da inexistência na consciência do povo trabalhador de que os sonhos podem se realizar, perdemos um artista. Os que seguem acreditando, lutando e sonhando saúdam Sócrates com o braço esquerdo estendido e o punho cerrado. Sócrates, Presente!




Retirado do Site do PSTU

Policiais e bombeiros do Maranhão ganham batalha contra a maior oligarquia do Brasil

O dia 2 de dezembro de 2011 fica registrado na história do Maranhão como um dia das maiores conquistas obtidas pelos policiais e bombeiros na luta por direitos. Essa conquista é ainda mais representativa por ser em cima de um governo que representa uma das últimas oligarquias do Brasil, a dos Sarney, contra os coronéis que dirigem a estrutura da polícia do Estado e contra a propaganda perseguidora do meio de comunicação ligado à família Sarney, o sistema Mirante, afiliada da Rede Globo no estado.

Durante todo o movimento grevista em São Luis e Imperatriz, os trabalhadores tiveram o apoio incondicional dos movimentos populares e sindicais – apoio reconhecido pelos policiais – fundamental para trazer a população a apoiar as reivindicações dos grevistas.

No início, o governo não aceitou negociar com grevistas os dez pontos de reivindicação dos trabalhadores: anistia aos grevistas, aprovação de data-base, pagamento de horas-extras, carga horária de 44 horas semanais, promoção automática, fim do Regime Disciplinar do Exército, aumento de 20% dos salários, entre outros. Com a pressão dos trabalhadores e da população, o governo, em oito dias, cedeu. Das dez reivindicações, apenas o percentual no aumento do salário foi concedido pela metade, 10,45%. Ao final, representou uma grandiosa vitória dos trabalhadores.

Durante a greve, algo mudou na relação dos trabalhadores da polícia militar e dos bombeiros com o movimento organizado, sindical e popular. Muitos militares se viram como parte da classe trabalhadora e sentiram na pele a perseguição do Estado que criminaliza qualquer movimento que busque reivindicar direitos, seja por terra, por respeito ou por indignação contra os desmandos de corrupção.

A repressão da oligarquia Sarney acelerou esta experiência. No dia 29, enquanto estavam ocupados na Assembleia Legislativa, os grevistas divulgaram uma carta, dirigida aos quilombolas e sem-terra do estado, reconhecendo sua parcela na repressão aos conflitos no campo e pedindo desculpas. A carta (leia abaixo) afirma que “somos todos irmãos”.

Parabéns aos trabalhadores da segurança pública do Maranhão – policiais militares e bombeiros – pela vitória. E, em especial, aos policiais e bombeiros que passaram a se reconhecer como parte da classe trabalhadora. Sabemos que o aparato de repressão é formado por forças criadas para preservar a propriedade privada, para garantir a desigualdade social e o controle de uma classe sobre a outra. Como a Polícia Militar.

Assim, o exército e a polícia são herdeiros diretos dos capitães do mato, que mantinham os escravos nas senzalas. É não apenas simbólico, mas significativo que esta luta traga a reflexão dos policiais sobre a repressão aos homens e mulheres quilombolas e a unidade que surge daí. Quantos mais e mais policiais se percebam como classe, mais se recusarão a reprimir nossas lutas, nossas greves, nossas marchas. Mais se questionarão sobre os crimes do campo, a tragédia nas cadeias, a dívida com o povo negro e pobre. Mais se questionarão o que nossos soldados estão fazendo no Haiti.

Mais e mais se sentirão como trabalhadores e trabalhadoras. E perceberão que suas armas, como diz o hino da Internacional, devem ser voltadas para os seus generais.
“Paz entre nós. Guerra aos senhores”.

  • Leia, abaixo, a carta de solidariedade dos militares maranhenses às comunidades quilombolas vítimas do latifúndio e do Estado.


  • Carta aberta à população brasileira

    Hoje, quando a nossa categoria está em greve em todo o Maranhão, está chegando a São Luís grupos de quilombolas e de lavradores sem terra. Eles, que após sucessivos acampamentos, vem novamente à nossa capital, desta vez para tratar com o presidente nacional do INCRA.

    Sabemos que, historicamente, a relação entre a Polícia Militar e as organizações populares em nosso país não é boa. Porém, neste momento importante da história, onde lutamos por dignidade e melhores condições de trabalho, achamos oportuno falar desta outra luta, travada pelos homens e mulheres do campo. Primeiro, temos que lamentar pela violência, oriunda dos conflitos de terra. Infelizmente ela acontece e nós, ao longo do tempo, tivemos nossa parcela de responsabilidade neste problema. Admitimos os nossos excessos e, agora, pedimos desculpas por eles.

    Por outro lado, agora, quando grande parte da sociedade maranhense está sendo solidária conosco, queremos também deixar clara a nossa solidariedade com a luta dos quilombolas, dos índios, dos sem terra! Somos o mesmo povo, vítimas da mesma opressão, da mesma exploração que se alastras pelos quatro cantos do Maranhão!

    É importante, antes de tudo, reconhecer que nós somos todos irmãos!

    Hoje, nós estamos acampados na Assembléia Legislativa, querendo condições de trabalho para sustentar nossas famílias, enquanto eles querendo a terra, também para comer e sustentar os seus filhos. É nosso desejo que – nesta circunstância absolutamente atípica – se possa tentar inaugurar um novo momento entre os servidores públicos militares do Maranhão e as organizações sociais do campo e da cidade.

    Achamos importante dar este exemplo para o Brasil, mostrando o verdadeiro valor do nosso povo, a grandeza da nossa gente e gritando bem alto que hoje, no Maranhão, não se consente mais esperar!

    São Luís, 29 de novembro de 2011

    Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão


    Retirado do Site do PSTU