quinta-feira, 7 de junho de 2012

Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí contrariam direção do sindicato e continuam em greve

Direção do sindicato, ligado à CUT, não consegue segurar a greve e agora joga para que ela seja declarada abusiva pela Justiça


Mobilização dos metalúrgicos no último dia 31
Uma verdadeira rebelião de base. É a melhor definição para a forte greve que os metalúrgicos de Niterói e Itaborai deflagraram no último dia 30 de maio, passando por cima da direção do próprio sindicato. Há mais de uma semana os trabalhadores fazem massivas mobilizações e passeatas, chamando a atenção da população pelas ruas do centro de Niterói.

A direção da entidade, ligada à CUT, foi contra a greve, defendendo que os metalúrgicos continuassem negociando trabalhando, mas a revolta provocada pela intransigência da patronal falou mais alto. No dia 31, os metalúrgicos realizaram uma passeata que chegou a reunir algo como cinco mil trabalhadores no centro de Niterói. A passeata foi até a sede do sindicato, que estava fechado.

"O sindicato não mobilizou a categoria e pouco fez nesse período de negociação, o que gerou a revolta dos trabalhadores, que cansaram de tanta enrolação", explica Paulo Martins, o Paulinho, dirigente da oposição à atual direção do sindicato. Com a traição da direção do Sindicato dos Metalúrgicos, a Chapa 3, que concorre às eleições da entidade (atualmente sob júdice), está dirigindo na prática as mobilizações. Até mesmo carro de som teve que ser emprestado de outros sindicatos.

No dia 31, uma assembleia na porta do sindicato com cerca de três mil trabalhadores elegeram um Comando de Greve, que os operários reivindicam que participem das negociações com a patronal, já que não confiam na direção da entidade.


Negociações

Nesse dia 5 de junho houve audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, a fim de decidir o dissídio da categoria. Pela manhã, os trabalhadores realizaram uma assembleia de 500 pessoas e, logo após, um protesto nas Barcas, seguindo em passeata até o prédio do TRT. Após pressão, conseguiram garantir a participação de representantes do Comando de Greve na reunião com o tribunal.

Na reunião de conciliação, o sindicato manteve sua postura e afirmou "não ter nenhuma responsabilidade" pela greve, mesmo ela tendo sido aprovada por uma assembleia massiva da categoria. A direção do sindicato se nega a reconhecer a decisão dos operários em assembleia e afirma que a greve é “coisa do PSTU e do PSOL”. A patronal, apoiando-se no discurso do sindicato, pediu a abusividade da greve, mas a Justiça determinou a continuidade das negociações. Uma nova reunião deverá ocorrer na próxima segunda-feira, dia 11.

Na manhã desta quarta-feira, dia 6, os trabalhadores realizaram nova assembleia que reuniu cerca de 1200 metalúrgicos, que reafirmou a continuidade da greve.


Intransigência

A categoria é formada por 14 mil metalúrgicos, a maioria trabalhadores de estaleiros. A principal reivindicação dos operários é reajuste de 16%, aumento no Vale-refeição de R$ 140 para R$ 350, mais segurança, plano de saúde e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), porém, limita-se a oferecer apenas 7,5% de reajuste.


Retirado do Site do PSTU

Operários de Fortaleza fecham acordo sobre os dias parados e retornam ao trabalho

O impasse no acordo sobre o desconto dos dias parados da greve dos operários da construção civil de Fortaleza (CE) foi resolvido. O Sindicato Patronal encontrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores na noite de terça-feira (5) com uma nova proposta.

Pelo acordo, assinado nesta quarta-feira (6), os empresários se comprometeram a pagar o salário deste mês – até o dia 12 – e descontar os dias parados em cinco parcelas durante o ano. Os descontos não incidem sobre participação nos lucros, 13º salário e férias.

Para o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Nestor Bezerra, essa foi uma importante conquista dos trabalhadores. “É uma vitória dos operários, foram 28 dias de greve com uma grande ofensiva por parte da empresa e da imprensa e ainda assim conseguimos fechar um acordo que não prejudicasse os trabalhadores. O reajuste, no geral de 8%, foi um dos melhores do país”, destacou Bezerra.

Esses trabalhadores conquistaram reajuste geral de 8%, cesta básica de R$ 50,00, piso do servente de R$ 639,00, a manutenção das demais clausulas previstas na CCT 2011 entre outros.

O coordenador agradece o apoio da CSP-Conlutas que, segundo ele, foi determinante para o desfecho vitorioso dessa greve. “Agradecemos o apoio que recebemos da CSP-Conlutas e dos seus sindicatos filiados. Agradecemos também a população recebeu com solidariedade a nossa greve e nos aplaudia nas ruas durante as manifestações e, por ultimo, os trabalhadores pela disposição de luta”, finalizou.

Para o membro da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, que esteve em Fortaleza dando apoio para a categoria, os trabalhadores reafirmaram a força da unidade para conquistar direitos. “A CSP-Conlutas parabeniza esses operários que mostraram sua garra e não esmoreceram diante dos ataques da patronal, lutaram até o fim por seus direitos e arrancaram a vitória”.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Marcha a Brasília reúne 15 mil e reafirma greve geral do funcionalismo dia 11 de junho

Manifestação reúne servidores, professores em greve das universidades federais e estudantes


Agência Brasil
Dia de mobilização em Brasília
A manifestação convocada pelas entidades do funcionalismo público federal demonstrou toda a indignação da categoria com a intransigência do governo Dilma com as reivindicações dos trabalhadores. Reunindo algo como 15 mil pessoas, a marcha contou com o funcionalismo em peso, os professores das universidades federais que protagonizam uma forte greve desde o dia 17 de maio, além de estudantes, que já fazem greve estudantil em 30 universidades.

Demonstrando a enorme disposição de luta dos servidores, a marcha partiu da Catedral, fez a volta na Praça dos Três Poderes e, no retorno, se concentrou em frente ao Bloco K da Esplanada dos Ministérios, onde está o gabinete da Ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Os manifestantes realizaram um protesto em frente ao prédio e exigiram ser recebidos pelo Ministério. Na ausência da ministra, foram recebidos pelo secretário Valter Correia, que aceitou se reunir com representantes de 13 entidades do funcionalismo, incluindo as centrais CSP-Conlutas, CUT e CTB.

Os servidores reivindicam reajuste de 22,08% (referente à inflação e variação do PIB desde 2010), assim como uma política salarial permanente, que inclua reposição inflacionária, valorizaçao do salário-base e incorporação das gratificações. Também reivindicam o direito à negociação coletiva no setor público, com definição de data-base em maio e o cumprimento de vários acordos firmados com o governo, mas não cumpridos.


Intransigência

“Relatamos ao secretário a intransigência com que o governo vem tratando nosso movimento, isso se expressa no fato de que, após oito reuniões com o Secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, nenhum avanço tenha ocorrido”, afirma Paulo Barela, da Executiva da CSP-Conlutas, presente na reunião. Os servidores pediram outro interlocutor com a categoria, haja visto a falta de vontade política do atual representante do governo de resolver o impasse, assim como a abertura efetiva de negociação.

O representante do ministério, porém, reafirmou a atual política do governo. Além de afirmar que Sérgio Mendonça continuaria à frente das negociações, disse ainda que o governo não receberia mais os servidores caso insistissem no atual indicativo de greve para o dia 11. “Achamos que isso é um retrocesso, pois hoje não estamos em greve e o governo já não apresenta nenhuma proposta, somos recebidos mas não há nenhum avanço”, afirma Barela.



O governo afirma que apresentará uma proposta apenas no dia 31 de julho, às vésperas do prazo para a votação da Lei Orçamentária Anual, em agosto. “O governo quer apresentar uma proposta em cima do prazo para impedir uma mobilização maior”, analisa o representante da CSP-Conlutas. Valter Correia se comprometeu a procurar Sérgio Mendonça e a ministra para discutir o “mérito” da questão, retornando com uma resposta na semana que vem. “Dissemos a ele que discutir o mérito significa apresentar números, propostas concretas”, disse Barela.


Servidores reafirmam greve

Os servidores, porém, mostraram que não esperarão sentados. Pela tarde realizaram uma plenária unificada organizada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais, que reuniu mais de mil pessoas. Após uma avaliação do movimento nos diferentes setores, os servidores reafirmaram o indicativo de greve geral do funcionalismo federal a partir do dia 11 de junho. Aprovaram também uma grande manifestação durante a Cúpula dos Povos, que ocorre paralelamente ao Rio +20, no próximo dia 20, além da formação de um comando nacional de greve e mobilização.




Estudantes fazem manifestação no MEC

Esse dia 5 também foi marcado pelo protesto dos estudantes no Ministério da Educação, em apoio à greve dos docentes das universidades federais. Enquanto a greve atinge já 51 instituições federais em todo o país, os estudantes aprovaram greve estudantil em 30. Os alunos se concentraram em frente ao MEC e foram reprimidos pela polícia, com spray de pimenta e cassetetes quando tentaram ocupar o prédio.

“Estávamos em mais de dois mil estudantes lá, fizemos um jogral para discutir o protesto e, mostrando muita indignação pela atual situação das universidades federais, aprovamos ocupar o ministério”, afirma Clara Saraiva, da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre). No momento em que entravam no ministério para exigir serem recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante, foram fortemente reprimidos.

O presidente da UNE, Daniel Iliescu, afirmou à imprensa que a “depredação” partia de uma “minoria, sem que houvesse nenhuma deliberação do movimento”. A entidade não levou estudantes para a marcha, apenas alguns diretores.

Já o ministro da Educação chegou a receber uma comissão dos docentes em greve, mas também não avançou nas negociações.


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Retirado do Site do PSTU

Mais de 15 mil manifestantes participam da marcha dos servidores públicos em Brasília

Agência Brasil
Marcha do funcionalismo público em Brasília
Numa demonstração de força e unidade, mais de 15 mil pessoas, entre servidores públicos dos mais diversos seguimentos da categoria, estudantes e representações do movimento sindical e popular, se fizeram presentes na marcha, realizada em Brasília. O objetivo do ato foi de pressionar o governo para o avanço nas negociações da campanha salarial do funcionalismo público.

A passeata saiu da Catedral e contornou a Praça dos três poderes até o Ministério do Planejamento. Neste momento, os servidores estão concentrados em frente ao MPOG (Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão) e 13 entidades estão reunidas com o secretário executivo, Walter Correia, para tratar da pauta de reivindicações dos servidores.

Às 15h, será realizada uma grande plenária nacional de base, organizada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais, quando os presentes irão votar a greve da categoria, prevista para ter início a partir do dia 11 de junho.


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Retirado do Site do PSTU

Crise na indústria abre pretexto para retomada de reforma trabalhista

Projeto de flexibilização da CLT parte do próprio Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT


Agência Brasil
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre
Num momento em que a economia brasileira se desacelera e a indústria pisa no freio, principalmente a indústria automobilística, começa a ressurgir a pressão para uma reforma trabalhista que ‘diminua custos’ e aumente a competitividade. A novidade agora é que a proposta de reforma não vem das empresas ou da Fiesp, mas da região que foi o epicentro das greves do final da década de 1970 e que transformaram Lula em um grande dirigente de massas: o ABC paulista.

No final de 2011, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, entregou ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a proposta de um anteprojeto de Lei que, na prática, flexibiliza a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Ele estabelece que acordos firmados diretamente entre sindicatos e empresas possam se sobrepor às atuais leis trabalhistas, ou seja, a velha fórmula do ‘negociado que prevalece sobre o legislado’.

Com os sinais mais evidentes de desaceleração econômica e o conjunto de benefícios, isenções e subsídios do governo à indústria automobilística, o projeto foi retomado e, ao que tudo indica, preparado para já ser encaminhado ao Congresso. No dia 21 de maio o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), realizou uma reunião em Brasília para discutir o anteprojeto. Maia convidou líderes da base do governo e dirigentes do DEM e PSDB, além dos próprios sindicalistas da CUT, a fim de encaminhar a proposta e já construir um consenso para a sua aprovação.


Uma reforma trabalhista disfarçada

O anteprojeto sistematizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cria a figura do “Acordo Coletivo de Trabalho com Propósito Específico”, ou simplesmente Acordo Coletivo Especial (ACE), como vem sendo chamado. A defesa do sindicato da CUT ao projeto retoma velhos termos e eufemismos repetidos pelo então governo FHC e empresários na década de 1990, em pleno processo de reestruturação produtiva: a modernização e democratização das relações trabalhistas.

O argumento do sindicato é praticamente o mesmo dos mais ferrenhos neoliberais: a CLT, de 1943, já estaria defasada diante da realidade atual. Segundo a cartilha elaborada pelo sindicato, “a lei tolhe a autonomia dos trabalhadores e empresários, impondo uma tutela do Estado, que, como toda tutela, se converte em uma barreira para o estabelecimento de um equilíbrio mais consistente” . A inspiração declarada do projeto é a Comissão Setorial da indústria automobilística. A política das câmaras setoriais foi imposta pelas grandes montadoras e o governo, em conjunto com a direção da CUT, na década de 1990 e visava justamente atacar direitos trabalhistas. Deixou como herança o “banco de horas” e o “banco de dias”, na prática a flexibilização da jornada.


O que diz o projeto da CUT

O anteprojeto estabelece a organização sindical nos locais de trabalho, o “Comitê Sindical de Empresa”, que seria um grande avanço, não fosse essa medida apenas um instrumento para impor acordos que retirem direitos já contemplados na CLT. De acordo com o sindicato, a medida permitiria acordos específicos entre determinada empresa e seus empregados. Condições específicas que “em decorrência de especificidades da empresa e da vontade dos trabalhadores, justificam adequações nas relações individuais e coletivas de trabalho e na aplicação da legislação trabalhista”.

Não é difícil imaginar, num contexto de desaceleração e queda na produção, o que seriam essas tais “condições específicas”. O projeto abre brecha para que as empresas, alegando uma situação de crise, por exemplo, imponha a elevação da jornada de trabalho, ou a redução de salários. Para o sindicato, a medida acabaria com a “insegurança jurídica” para tais acordos. Ou seja, a empresa poderia cortar direitos e não precisaria se preocupar mais com a Justiça do Trabalho. Rápido e sem maior burocracia. Não é por menos que as grandes montadoras, como a Volkswagen, apoiem entusiasticamente o anteprojeto do sindicato do ABC.


Não à reforma trabalhista

A retomada da discussão desse projeto já visa preparar o país para uma conjuntura de crise. Pretende seguir o exemplo da Europa e impor aos trabalhadores brasileiros uma nova rodada de reformas. Agora, porém, através do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da CUT e do governo Dilma.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 5 de junho de 2012

PSTU divulga nota em apoio à greve das professoras da educação infantil de Taboão da Serra (SP)

Partido se solidariza com as trabalhadoras da educação e exige do governo do PSB/PT a imediata abertura de negociação. Leia abaixo


Trabalhadoras exigem atendimento das reivindicações
Negociação já! Pelo atendimento de todas as reivindicações das grevistas!

As Professoras Assistentes de Desenvolvimento Infantil (ADI’s) da rede municipal de Taboão da Serra (SP) iniciaram uma greve no dia 28 de maio. Elas reivindicam 60% de reajuste para o funcionalismo (salário e cartão alimentação); o reenquadramento das professoras ADI’s no estatuto do magistério; vale transporte; plano de saúde, além do não desconto dos dias parados da greve.

Estas profissionais trabalham nas escolas municipais infantis (berçário, maternal e Jardim) e nas salas de aula do Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano, mas não são reconhecidas como professoras pela administração do PSB-PT do município. Este direito ao reenquadramento como professoras já foi conquistado em outros municípios do estado, como Osasco, Guarulhos, Paulínia e São Bernardo do Campo. Até agora, o prefeito Evilásio Farias (PSB) recusou-se a receber a Comissão de Negociação das grevistas.

A greve das Professoras ADI’s está falando por todos nós, trabalhadores e trabalhadoras de Taboão. Estas mulheres grevistas e suas lideranças estão dando um exemplo de luta, organização e coragem. Abandonadas pelos seus sindicatos pelegos (SindTaboão/CUT e Siproem/Força Sindical), organizaram-se na Comissão Independente de Professoras ADI’s e foram para a luta.

A greve acontece na mesma semana em que explodiu a aliança do PSB-PT, do prefeito Evilásio e do vereador Wagner Eckstein (PT), fazendo voar livres nomeados e puxa-sacos para todos os lados. Mais um capítulo da crise que se abateu sobre o governo municipal com os escândalos da “Máfia do IPTU” (Grande$ empresa$ & Prefeitura & Câmara Municipal), até hoje impunes. O governo do Dr. Evilásio está afundando que nem o Titanic, e os ratos estão pulando fora do barco.

A heroica greve das ADI’s está desmontando a falsa propaganda da “cidade educadora”, cujo governo paga um salário miserável de R$ 835,00 e trata com desprezo as profissionais responsáveis pela fase mais importante da educação de nossos filhos: a infância.

O vereador Wagner (PT), na última seção da Câmara, na presença das ADI’s, tentou se desculpar por esta situação deplorável. Reconheceu o fato do seu governo nestes quase 8 anos ter mantido o arrocho de salários e de direitos da maioria dos trabalhadores e trabalhadoras da prefeitura. Esta “herança maldita” foi deixada pelo prefeito anterior, Fernando Fernandes (PSDB): salários de R$ 730,00/R$ 850,00, sem vale transporte, sem convênio médico, sem vale refeição, etc.

Faltou ele dizer que o seu governo inaugurou o regime de semi-escravidão das (os) PAP’s (Programa de Apoio Profissional), que usa verbas do governo federal para pagar a miséria de R$360,00 a chefes de família (na maioria mulheres e negras), para fazer merenda, limpar escolas, lavar banheiros e fazer obras de infraestrutura da cidade, como o piso da Praça Nicola Vivilechio!! E que a cada dois anos são descartadas (os) para a contratação de uma nova leva de semi-escravos.

E o que o vereador/candidato propõe para resolver estes problemas? Que os trabalhadores votem nele... agora para prefeito. Mais uma vez o canto de sereia dos políticos que nas eleições fazem discursos e promessas, mas quando estão no governo massacram o povo pobre trabalhador.

Mas a greve das ADI’s tem o grande mérito de falar a todos os trabalhadores: vocês não devem esperar nada de “mão beijada” dos políticos oportunistas, mas organizar a sua luta independente dos patrões e do governo. Só a luta pode melhorar a vida para melhor!

Com sua greve, as ADI’s mantém o nosso município no mapa mundial das lutas contra a exploração e a opressão capitalista, somando-se a milhões de trabalhadores de norte a sul do Brasil e de leste a oeste do planeta. Seguindo o exemplo dos nossos valorosos camaradas do MTST, que seguem também na sua luta pela moradia e pelos direitos do povo que constrói as riquezas da nação.

O PSTU tem enorme orgulho de estar ao lado destas lutadoras e do conjunto do funcionalismo municipal, não apenas nesta greve, mas também em todos os momentos de sua organização nos últimos anos. Não somos daqueles que vem fazer discursos “revolucionários” na frente dos trabalhadores e depois os chamam a votar nos candidatos da direita racista do PSDB, chefiados pelo governador Alckmin, o carrasco que massacrou os moradores do bairro Pinheirinho de São José dos Campos.

Nas eleições de outubro, o PSTU estará mais uma vez junto com os trabalhadores, apresentando uma plataforma política de defesa dos direitos do povo trabalhador e construindo uma aliança com todos os setores que vem encabeçando as lutas em nossa cidade. Vamos apresentar candidaturas de homens e mulheres que estão na liderança destas lutas e para isso estamos construindo, junto com os companheiros do PSOL, uma Frente de Esquerda Socialista.

Nem o candidato da direita que massacrou o Pinheirinho, nem o candidato da falsa esquerda que massacra os servidores públicos do Taboão! Por uma Frente de Esquerda Socialista (PSTU-PSOL)

Com as ADI’s até a vitória!


ABAIXO-ASSINADO

Clique aqui e assine o abaixo-assinado em solidariedade à greve


Retirado do Site do PSTU

“É necessário que a luta estudantil seja parte integrante da luta do povo trabalhador”

Juventude do PSTU entrevista Juan Parodi, estudante da Universidade de Sevilha e membro da Corriente Roja, sobre a greve geral da educação na Espanha.


Juan Parodi, estudante universitário em Sevilha
No Brasil, estamos vivendo a Greve Nacional da Educação. Os professores já paralisaram quase 50 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), entre universidades e institutos. Em mais de 30 IFES já existe greve estudantil e os funcionários técnico-administrativos tem indicativo de greve para o dia 11 de junho. Os professores e funcionários lutam não só por melhores salários e um novo plano de carreira, mas também contra as péssimas condições de trabalho impostas pelo Reuni.

Este é um projeto que representa um ataque à educação pública brasileira, que coloca para as nossas universidades a tarefa de fábricas de diploma sem qualidade. Bem ao estilo do que é recomendado pelos organismos do imperialismo para a educação dos países periféricos. O que ocorre é que sem o aumento suficiente de verbas públicas para investimento em estrutura física e contratação de professores, esse processo provocou uma situação, na maioria das IFES, de salas de aula lotadas, falta de professores, cursos sem prédios e uma infinidade de problemas que desqualificam enormemente o ensino no país.

A presidenta Dilma quer que a sociedade brasileira escolha entre uma universidade elitista ou precarizada, tentando vender a desqualificação do ensino superior público do país na forma de expansão de vagas. Por isso, o governo federal continua investimento menos de 5% do PIB em educação e repassando dinheiro público para o ensino privado através da isenção fiscal, enquanto gasta 49% do orçamento federal com o pagamento da dívida pública aos banqueiros. Além disso, Dilma já cortou quase 2 bilhões da educação só neste ano. É contra esse descaso que os estudantes brasileiros se mobilizam ao lado dos professores e funcionários. Depois de cinco anos da aplicação do ReUni, o balanço é greve!

Infelizmente, o descaso com a educação não é uma realidade apenas do Brasil. Na Europa, a maioria dos governos está atacando, através dos famosos planos de austeridade, os direitos sociais da classe trabalhadora e da juventude, a fim de despejar nas costas do povo as consequências da crise econômica mundial. Os serviços públicos estão na mira das burguesias europeias e a educação é o principal alvo, especialmente na Espanha. O governo espanhol de Rajoy cortou 3 bilhões da educação pública no início deste ano. No Estado espanhol, esse ataque também teve a resposta dos estudantes, dos professores e funcionários, com uma grande greve geral da educação, que unificou o movimento desde a educação infantil até o ensino superior.

Com o objetivo de compartilhar a experiência dos lutadores espanhóis com os estudantes em greve do Brasil, a Juventude do PSTU entrevistou Juan Parodi, estudante de Ciências Naturais da Universidade de Sevilha e membro de Corriente Roja, sobre a greve geral da educação na Espanha.


Juventude do PSTU Conte-nos como está a greve geral da educação no Estado Espanhol? Quais são as reivindicações dessa greve e quais setores estão em luta?

Juan Parodi Greve geral teve apenas no último dia 22 de maio. Foram convocados da educação infantil à universidade, todos os trabalhadores da educação praticamente e a totalidade dos sindicatos. A partir desta convocatória, o movimento estudantil se aliou e aumentou ainda mais a mobilização. Em Sevilha, por exemplo, os estudantes aprovaram de forma massiva (com 95% a favor) continuar a greve.

Todo este processo acontece como contestação aos cortes na educação aprovados pelo governo Rajoy. Esses recortes se expressam na demissão de professores, no aumento das taxas, na diminuição das bolsas. Quantificando os cortes, chegam a 62% nas universidades e 21% nos outros níveis da educação. Estas porcentagens dão dimensão à gravidade do ataque. Temos universidades que estão ameaçadas de desaparecimento, o ministro disse que 90% delas deveriam fechar.

A greve foi um êxito. Especialmente nas universidades, onde o movimento estudantil se fortaleceu com a sua participação. Os sindicatos contabilizaram a adesão de em media 80%, chegando a 95% nas universidades. As mobilizações foram muito grandes. Na minha cidade, Sevilha, com 700.000 habitantes, 60.000 pessoas saíram as ruas. A partir desse dia, os estudantes das universidades sevilhanas entraram em greve. Foi ocupada a reitoria da Universidad Hispalense, foi realizada uma assembleia geral com 2000 pessoas para definir um plano de lutas. Durante esse tempo, foram realizados protestos de maneira continua: aulas foram dadas na rua, com a participação de 120 professores, foi realizado outro ato com 8000 estudantes, foram realizadas intervenções artísticas nas principais estátuas da cidade para chamar atenção publica sobre a nossa luta, também fechamos uma rodovia em Sevilha. Outros lugares da Espanha também seguiram o nosso exemplo, com ocupações em outras cidades.

Agora, a greve terminou em uma das universidades e está na última semana em outra. Temos que fazer um balanço com o conjunto dos estudantes sobre o significado da greve. Os reitores se posicionaram contra o ministro da educação como forma de protesto pelos cortes. O governo da Andaluzia apontou para os sindicatos, estivemos na primeira pagina dos jornais durante dias. Acho que é possível, frente à situação de mobilização social que se dá na Espanha e à debilidade do governo, derrubar os cortes e também Mariano Rajoy. O movimento estudantil está consciente da força que temos, nas manifestações cantávamos “Mariano, não chega ao verão!”.


Quais são as formas de organização que os estudantes, os professores e os trabalhadores da educação utilizaram em sua luta?

O movimento estudantil e de professores é bastante diverso. Na universidade, elegemos uma delegação central. Os delegados centrais foram os que convocaram a greve continua e se posicionaram através da luta. Também tiveram sindicatos ou associações estudantis que participaram destas delegações e que atuaram diretamente nos passos da universidade. Os professores se organizam nos sindicatos, estes são de várias tendências, os mais combativos nos acompanharam na greve. Os que defendem o pacto com o governo se mobilizaram apenas no dia 22, na greve geral. Também existem plataformas que agrupam professores em defesa da educação publica sem se importar com a afiliação sindical. Por fim, todos esses setores se sentaram em uma mesa comum em defesa da educação pública na qual se decidiram medidas unitárias de luta. Nesta coordenação puderam participar todos os setores que defendem a educação publica.

No caso específico da nossa greve, o centro se converteu na assembleia geral da ocupação da reitoria. Ali, se traçam as principais linhas de luta e se tomam as principais decisões. Cada pessoa participa dessa assembleia em pé de igualdade, os diversos setores e tendências sindicais ou políticas se expressam e defendem sua postura na assembleia. Essas reuniões se mantiveram com uma grande participação, apesar dos esforços de uma greve de tanta duração, sempre tivemos entre 1000 e 2000 pessoas.


Como os ataques que o governo Rajoy está desferindo contra a educação se ligam aos planos de austeridade aplicados por muitos governos europeus?

Os ataques dos quais estamos falando são simplesmente os reflexos no sistema educativo dos planos de austeridades mais gerais. Estes planos afetam todos os serviços públicos, não só a educação. Por exemplo, o último plano anunciado pelo governo recortava 3 bilhões de euros na educação e 7 bilhões na saúde pública.

Esses planos de austeridade tentam cortar todos os gastos públicos com um duplo objetivo. Por um lado, focar todo o gasto público em pagar a dívida que o Estado tem com os bancos. O problema é o que esta dívida criou quando o Estado resgatou com o dinheiro público os bancos que estavam falindo. Hoje, 3% do PIB se destinam apenas ao pagamento dos juros dessa dívida. O segundo objetivo é privatizar a educação e convertê-la em um negócio para os capitalistas. Ajustam-se perfeitamente aos planos que expliquei anteriormente, de aproximação mais geral de todos os serviços públicos, de privatizações e subidas de preços, aplicados pelo governo, a UE e o FMI.


Essa greve geral da educação pode ser vista como parte do movimento "Indignados" da juventude europeia?

Sim e não. Sim, porque a atual onda de lutas no Estado Espanhol se iniciou com o movimento dos “indignados”, e isso se refletiu na nossa greve. Refletiu-se nos métodos de organização e luta dos estudantes e nas aproximações politicas em geral, que em parte se inspiraram no movimento dos indignados. E não, porque a greve se dá em um âmbito puramente estudantil, com base nas organizações estudantis, com uma greve fora das praças e com o objetivo concreto de barrar os ataques do governo. Nesse sentido, não há relação direta. Dentro disso, há setores que são mais influenciados pelo movimento dos indignados que outros. Entre os estudantes, a influência é maior que entre os professores, que têm organizações e métodos mais assentados.

Eu diria que mais que no movimento indignado concretamente, a greve é influenciada pela situação de ascenso generalizado de lutas que se dá. E dentro deste ascenso, há o movimento dos indignados. Também tiveram greves gerais. Agora há ocupações de terra pelos sem-terra e de imóveis pelos sem-teto. Os mineiros fecham estradas e enfrentam a repressão, as trabalhadoras da saúde permanecem diariamente nas portas dos hospitais. Não há dia que não tenham várias lutas acontecendo. Isso se combina com o descrédito dos políticos oficiais e das instituições do Estado. O exemplo mais claro é o do rei da Espanha que foi apanhado por casualidade quando caçava elefantes na África, gastando milhões e agora na greve estudantil se pede a instauração da República.


Desde o Brasil, estamos acompanhando a situação política na Europa, que é marcada, por um lado, por duros ataques à educação e aos direitos sociais da classe trabalhadora e da juventude e, por outro, por uma grande resistência de todo o povo europeu, com greves gerais, marchas e ocupações de praça. Podemos ver essa realidade no Estado Espanhol, em Portugal e, principalmente, na Grécia. Por parte da juventude europeia, há um grande sentimento de insatisfação e uma enorme esperança de mudança dessa situação. Em sua opinião, qual é a saída para essa realidade? Ou seja, a luta dos indignados europeus precisa assumir qual projeto de transformação?

Começando pela educação, a única saída satisfatória para nós começa por deixa de pagar a dívida aos bancos e manter os serviços públicos, como uma educação pública de qualidade. Isso também permitiria contratar muitos funcionários públicos e combater o desemprego. Essa medida hoje dificilmente seria assumida pelo governo. O capitalismo espanhol está à beira da quebra e assumir medidas como essa seria um golpe mortal para eles. Isso significa duas coisas: a primeira é que as medidas propostas devem ser anticapitalistas, e a segunda é que é necessário que a luta estudantil seja parte integrante da luta do povo trabalhador, para poder questionar o mesmo governo.

Essas medidas que unificam estudantes e trabalhadores se resumem em um plano de resgate do povo trabalhador frente ao plano burguês de resgate dos banqueiros. Além do que disse, este plano deveria incluir a nacionalização dos bancos, com planos, como por exemplo, da adaptação ecológica dos sistemas de transporte, agricultura e produção de energia, abertura dos imóveis fechados pelas construtoras, bancos e imobiliárias, a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários para acabar com o desemprego. Além disso, é necessário acabar com a repressão aos que lutam e derrubar a falsa democracia na qual um rei nomeado pelo ditador Franco é chefe do exército.

Esse conjunto de medidas, para mim, se chama socialismo. Um sistema econômico controlado pela classe trabalhadora e pelo povo, de maneira realmente democrática e direta para cobrir as necessidades sociais. É necessário defender esse projeto, já que enquanto os capitalistas se mantiverem no controle só vão se preocupar em nos explorar mais. Não há possibilidade de terceiras vias. Como dizia Rosa Luxemburgo, o nosso dilema é socialismo ou barbárie!


Retirado do Site do PSTU