quarta-feira, 20 de abril de 2011

Dirigentes do PSTU são recebidos pelo Planalto e exigem fim da criminalização de militantes

Ministro negou orientação do Governo Federal na detenção dos manifestantes no ato contra Obama


Na tarde desse dia 19 de abril uma comissão de dirigentes do PSTU foi recebida pelo secretário adjunto da Secretaria Geral da Presidência, Swedenberger do Nascimento Barbosa, e pelo próprio ministro Gilberto Carvalho. Na pauta da audiência, a prisão dos 13 ativistas durante uma manifestação contra a vinda de Obama ao Brasil, em 18 de março.

Os 13 manifestantes, sendo nove do PSTU e incluindo uma senhora de 69 anos, foram detidos por 72 horas e agora responderão pelos crimes de lesão corporal, dano ao patrimônio e tentativa de incêndio, correndo o risco de serem enquadrados na famigerada Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar.

Representaram o PSTU o dirigente nacional do partido, José Maria de Almeida, o Zé Maria, o dirigente do Rio, Cyro Garcia e o advogado José Eduardo Braunschweiger, o Zeca, que, além de fazer parte da direção regional, foi um dos presos políticos. O deputado federal pelo PSOL, Chico Alencar, também acompanhou a reunião. A comissão denunciou a situação dos detidos, assim como a disposição da Justiça e do governo do Rio em seguir na criminalização dos ativistas.

Gilberto Carvalho negou que houvesse uma orientação do governo federal para a prisão dos ativistas. O ministro se comprometeu a analisar medidas em relação ao caso e encaminhar novas audiências, desta vez com o ministro da Justiça e a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, para analisar encaminhamentos a partir de Brasília.

Além da questão dos presos do Rio, Zé Maria também denunciou a situação do dirigente do MTL em Minas, João Batista, condenado a cinco anos de prisão. O ministro e seu secretário se comprometeram a analisar a situação dele também.

“A reunião foi positiva, mas o mais importante é continuar a pressão, divulgar o abaixo-assinado contra a criminalização dos movimentos sociais e manter a campanha até o arquivamento definitivo do processo”, afirmou Cyro Garcia.


Retirado do Site do PSTU

Dilma quer trazer o modelo de exploração chinesa ao Brasil

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, visitou a China por cinco dias, em sua primeira viagem ao exterior para além da América Latina. Um dos dias foi utilizado para participação na reunião de cúpula dos BRIC’s, em Sanya, uma ilha situada no litoral sul chinês. Como ressaltou a imprensa mundial, foi uma “viagem de negócios” onde os aspectos políticos ficaram em segundo plano. Não foi outro o motivo de ter levado, em sua delegação, 250 empresários em busca de novos negócios.

Os resultados, no entanto, foram modestos em ambos os aspectos. De concreto, a permissão para exportação de carne de porco pelo Brasil, sem especificação do volume, e a autorização para a fabricação e venda de aviões da Embraer, que já tem uma fábrica montada na China, com a compra d e35 aeronaves E190 por empresas de aviação chinesas.

A busca da “arca do tesouro” chinesa - sua enorme reserva cambial - para investimentos no Brasil resultou numa comemorada promessa de instalação de uma nova fábrica da Foxconn no interior de São Paulo e em contratos entre a Sinopec, estatal de petróleo chinesa, e a Petrobras e da estatal de energia com a Eletrobras. Além disso, anúncios de investimentos por algumas empresas, mas basicamente para acompanhar o crescimento da economia brasileira.


A política das aparências

Os comunicados dos dois presidentes, Dilma pelo Brasil e Hu Jintao pela China, tradicionais neste tipo de encontro, nunca revelam os acordos reais realizados. Estes ficam em segredo, como os oito acordos de cooperação, entre eles um sobre Defesa, cujos teores não foram divulgados.

Mas o comunicado chinês frustrou a expectativa do governo brasileiro de ganhar mais um aliado em sua pretensão de tornar-se um membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Pequim limitou-se a apoiar "a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas". Somada à declaração parecida de Obama no Brasil, esta é a segunda derrota da diplomacia brasileira.

A China faz parte do Conselho de Segurança, mas seu ingresso se deu quando ainda era um Estado Operário e era preciso levar a política de “coexistência pacífica” entre o imperialismo e a burocracia soviética – de divisão do mundo em esferas de influência – para a própria ONU. Atualmente parece não haver lugar para novos “emergentes” entre as potências nucleares mundiais.

Os comunicados tampouco citaram as violações dos direitos humanos realizadas pelos dois países: centenas de presos políticos na China e condições subumanas nas prisões brasileiras. Mas foi ressaltado o fato dos dois países terem retirado da linha de pobreza milhões de pessoas, esquecendo-se, vergonhosamente, do salário mínimo vigente nos dois países – R$ 540,00 no Brasil e cerca de R$ 200,00 na China. Ou das condições de trabalho nas grandes obras do PAC no Brasil e nas minas de carvão chinesas, onde morrem centenas de trabalhadores todos os anos por falta de segurança no trabalho.

Para os capitalistas e seus representantes, isso pouco importa, ou melhor, importa muito, pois é dessa superexploração que retiram seus lucros e transformam seus países em eternos “emergentes”, sem nunca saírem da condição de semicolônias do imperialismo. É por isso que tais fatos nunca são mencionados em seus comunicados conjuntos.


Mais empregos ou mais exploração?

A maior sensação da viagem foi o anúncio da Foxconn de investir US$ 12 bilhões em cinco anos para construir uma "cidade inteligente" com 100 mil "habitantes" onde seriam fabricadas telas de cristal líquido e outros componentes de computadores. Trata-se do modelo adotado na cidade de Shenzhen, onde vivem mais de 150 mil trabalhadores em regime praticamente fechado, recebendo o salário mínimo regional, com jornadas de trabalho que podem chegar a 16 horas diárias e recentes denúncias de envenenamento por n-hexano, substância manipulada pelos operários para a limpeza de... telas de cristal líquido.

Foi aí que 10 operários cometeram suicídio no início de 2010, motivando Terry Gou, dono do Grupo Foxconn, a anunciar o fechamento da fábrica e sua transferência para o interior do país, onde o salário mínimo é ainda menor.

Foi o mesmo Terry Gou que afirmou, segundo os sites do Wall Street Journal e do Finantial Times, que “os salários no Brasil são altos” e que os operários brasileiros “param de trabalhar assim que ouvem futebol” e que, mais do que “levar uma fábrica à perfeição, é ainda melhor em extrair incentivos de governos”.

Esta afirmação vem bem ao gosto do governo brasileiro, que gosta de incentivar os “empreendedores”, como são chamados os capitalistas na China, com vultosos empréstimos do BNDES, a baixíssimos juros, e incentivos fiscais de todos os tipos. Mas o mais apropriado é dizer que a verdadeira especialidade de Terry Gou é superexplorar os trabalhadores, de qualquer nacionalidade.

Mas não é sua exclusividade. Numa pesquisa da China Labour Watch, uma organização de direitos humanos, em 46 fábricas onde trabalham 92 mil trabalhadores, concluiu-se que em 88% das fábricas não havia representação sindical efetiva; em 87% delas as horas extras diárias excediam 3 horas ou não havia garantia de descanso semanal – as horas extras excediam 100 horas mensais e em algumas fábricas, 200 horas; e 83 % não pagavam salários conforme a legislação, em relação ao salário mínimo e às horas extras.

Estes são os patrões que o governo Dilma está procurando para investir no Brasil. Esta é a aposta dos capitalistas brasileiros para um rebaixamento geral dos salários e direitos trabalhistas no Brasil.

Esta também é a vontade da burocracia sindical instalada na CUT, a julgar pelas declarações de Sérgio Nobre, presidente do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. O sindicalista afirmou ao jornal Valor Econômico que “se ficarmos presos à CLT, travaremos uma série de avanços que são fundamentais para os trabalhadores e para as empresas” , e defende que o negociado entre patrões e trabalhadores prevaleça sobre o legislado pela CLT. Como avanço, para as empresas, significa aumento dos lucros, uma medida deste tipo abriria as portas a todos os tipos de violações trabalhistas. Bem ao gosto dos capitalistas chineses. Ao que parece, com a ajuda da CUT, Terry Gou não terá mais motivos para dizer que os salários no Brasil são altos.


Retirado do Site do PSTU

No país do futebol, atletas femininas são apresentadas como objetos sexuais

O Santos Futebol Clube comemora centenário com calendário de atletas seminuas reduzindo o belíssimo futebol das jogadoras a uma mera mercadoria de R$ 20


Vinte e seis jogadoras do time de futebol feminino do Santos posaram de biquíni em poses sensuais. As fotos serão usadas para um calendário comemorativo do centenário do clube. O departamento de marketing do Santos considera o material, que leva o título de “Sereias da Vila”, uma forma de “homenagear a equipe de futebol feminino do peixe e, assim, mostram que são craques dentro e fora do campo”.

Ou seja, no país que respira futebol e que tem a maior jogadora de todos os tempos, Marta Vieira da Silva, escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas, o Santos, clube que a contratou por duas vezes, resolve colocar em evidência seu time feminino expondo-as como objetos sexuais. Perguntamos: por que não colocá-las com seus uniformes de atletas? Não seria o mais lógico?

Não. Segundo o gerente de marketing do Santos, Armênio Neto: “Já queríamos fazer um calendário de abril a abril para comemorar o centenário do clube [em 2012]. Lembramos daqueles calendários com fotos super bonitas, com mulheres, e pensamos: ‘vamos turbinar as meninas e mostrar esse outro lado delas’”.

Ou seja, mostrá-las como atletas não é suficiente. É preciso mostrar o seu “lado feminino” e que, apesar de serem jogadoras de futebol, não são masculinizadas.
Assim, o Santos pode faturar também, com um calendário que será vendido a R$ 20.

Claro que não é ideia só do Santos usar o copo feminino como uma forma de colocar a mulher no mundo machista do futebol. É só abrir a página do Lance na internet e veremos mulheres em poses sensuais. Ou então no programa de esportes da Rede Globo. Existem competições para escolher a musa do Paulistão, do Brasileirão etc. Tiago Leifert, apresentador do Globo Esporte, faz questão que as mulheres representantes de suas torcidas “deem uma voltinha” pra mostrar todo seu potencial.

E aí nos indignamos quando ficamos sabendo que, por exemplo, no Irã, só agora as mulheres podem ir ao estádio assistir a uma partida de futebol. Já aqui, temos a “liberdade” de participar, mas claro, temos que aguentar a torcida, majoritariamente masculina, se expressar com ofensas machistas e homofóbicas, aos jogadores adversários, ao juiz, à mãe do juiz. E pobre da bandeirinha se for mulher.


Quem é a principal jogadora de futebol da atualidade, segundo consta na Wikpedia:

Marta Vieira da Silva, mais conhecida como Marta (Dois Riachos, 19 de fevereiro de 1986), é uma futebolista brasileira que atua como atacante. Atualmente, joga pelo Western New York Flash.

Marta já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas, um recorde entre mulheres e homens. Foi considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Após as grandes exibições recentes e, principalmente, nos Jogos Pan-americanos de 2007, Marta chegou a ser comparada a Pelé, sendo chamada pelo mesmo de o “Pelé de Saias”. A alagoana declarou que se emocionou ao saber que o rei do futebol acompanhou os jogos da seleção feminina. Além disso, entrou na calçada da fama do Maracanã, sendo a primeira e, até agora, a única mulher a deixar a marca dos pés neste local.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fortaleza: Operários da construção civil entram em greve e transformam praça da cidade na Praça Tahir

A mobilização que balança a cidade reflete o crescimento do setor, que já conta com mais de 40 mil trabalhadores, e ao mesmo tempo os baixos salários de uma categoria superexplorada. Este ano o lema da campanha salarial é: contra a ditadura dos patrões, reajuste salarial, melhoria das condições de trabalho e cesta básica


Passeata de operários em Fortaleza
05h30 da manhã. Diretores sindicais, apoiadores, ativistas e a militância do PSTU se concentram no sindicato da construção civil para se dirigir aos canteiros de obras para iniciar a greve.

Em muitas obras as empresas nem deixaram os trabalhadores entrar. Porém em muitas outras os patrões insistiram em manter funcionando. Já às 7h, inúmeros piquetes se formavam e começavam a ganhar as ruas de Fortaleza. Nem a forte chuva espantou a disposição de luta dos trabalhadores. Os piquetes têm como objetivo convencer os trabalhadores nos locais onde as obras não pararam, e em seguida cada piquete se transforma numa passeata.

Todos os piquetes, essas mini-passeatas, tinham como objetivo chegar a Praça Portugal, localizada no coração da Aldeota, bairro nobre da cidade. Antes das 10h vários piquetes se encontraram rumo a Aldeota e formaram uma grande passeata, já com mais de 1000 trabalhadores. Na Praça, mais operários chegaram de canteiros distantes vindos de ônibus e mais chegaram de outros piquetes. Segundo Laércio, diretor do sindicato e militante do PSTU, mais de 3 mil trabalhadores participaram dos piquetes hoje.


“Isso aqui tá parecendo a Praça Tahir”

Ao iniciar a Assembléia em cima de um mini trio, Gonçalves, diretor e militante do PSTU, disse: “Companheiros, todos vocês viram na TV as revoluções no norte da África. No Egito o símbolo foi a Praça Tahir. Foi lá que os trabalhadores e a juventude resistiram à ditadura até ela cair. Isso aqui tá parecendo a Praça Tahir”. As palmas ao término da fala eram a demonstração da conscientização dos trabalhadores. A assembléia votou seguir a greve. Amanhã tem mais!


Retirado do Site do PSTU

Dirigentes do PSTU serão recebidos no Planalto

Audiência com a Secretaria Geral da Presidência será nesta terça, às 15h, em Brasília


Na tarde desta terça-feira, 19, dirigentes do PSTU terão uma audiência com um representante da Secretaria Geral da Presidência. Zé Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, e Cyro Garcia, presidente do PSTU do Rio de Janeiro, se reúnem com a secretaria para tratar dos processos contra os 13 ativistas presos no Rio durante a visita de Barack Obama. José Eduardo Braunschweiger, advogado e um dos presos, também estará no encontro.

O objetivo da reunião é demonstrar o absurdo que foram essas prisões e exigir um posicionamento do governo Dilma sobre o caso. No final de março, quando o presidente norte-americano esteve no Brasil, 13 ativistas foram presos numa ação ilegal e cheia de irregularidades. Eles foram acusados de lançar um coquetel molotov contra o consulado dos EUA. Dez deles são militantes do PSTU.

Os manifestantes foram soltos, mas o governo do Rio de Janeiro, de Sérgio Cabral, está levando adiante os processos. Os acusados estão sendo enquadrados na Lei de Segurança Nacional. “É um absurdo que o governo federal não tome uma posição em favor dos presos, pelo arquivamento dos processos”, diz Zé Maria.

Eles ainda podem ser julgados e, se condenados, presos por um crime que não cometeram. “Seria uma vergonha para o governo Dilma ter pessoas enquadradas na mesma lei que a reprimiu na ditadura militar”, opinou Zé Maria.

Na ocasião, também será entregue um dossiê com todas as informações desde o ato até o andamento dos processos hoje. A audiência será às 15h, no Palácio do Planalto, em Brasília.


Retirado do Site do PSTU