sábado, 5 de maio de 2012

Cachoeira de denúncias ameaça governo e aliados

Suborno, fraudes em licitação, financiamento ilegal de campanhas. Na origem, a mesma história: uma empreiteira ou um bicheiro paga a campanha nas eleições, e depois apresenta a fatura


O mar de lama envolvendo o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e grandes políticos está prestes a virar um tsunami. Em um primeiro momento, vieram à tona o envolvimento do bicheiro com conhecidas figuras da oposição de direita, através de pagamentos de propinas, tráfico de influência, etc. O caso mais notório foram as gravações envolvendo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Várias gravações da Polícia Federal mostram Cachoeira falando em pagamento de propina a Demóstenes.

As denúncias também jorraram sobre o PSDB de Goiás. Gravações mostram o bicheiro mandando entregar propina “embrulhada em jornal” ao deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Em outra gravação, Cachoeira e um ex-auxiliar do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, discutem a partilha da verba publicitária do Detran. Na gravação, o bicheiro fala: “Quem lutou e pôs o Marconi lá fomos nós”. Trechos de outras gravações falam em entrega de dinheiro para “o palácio”.

gráfico mostra evolução do faturamento da Delta

Cachoeira lembra uma regra fundamental da democracia dos ricos. São as grandes empresas que financiaram a campanha dos grandes partidos, muitas vezes com o dinheiro da corrupção. Depois das eleições, cobram a fatura, impondo o que querem e abocanhando lucrativos contratos com o Estado. Eis a fonte dos atuais escândalos de corrupção que assistimos. Esse é jogo de cartas marcadas dos ricos e poderosos. A maior prova deste toma-lá-dá-cá é uma das gravações das conversas de Fernando Cavendish, então presidente da Delta Construtora, onde explica como sua empresa é convidada para as obras: “se eu botar 30 milhões na mão de político, eu sou convidado pra coisa pra c.”.


Respingando no PT e seus aliados

Nas últimas semanas, porém, pouco a pouco os escândalos se aproximaram do governo do PT e de seus aliados. Gravações da PF mostram a ligação entre Cachoeira e executivos da construtora Delta. O bicheiro utilizaria seus contatos para que a construtora pudesse abocanhar licitações e contratos fraudulentos em troca de financiamento das campanhas eleitorais. No entanto, o envolvimento da construtora pode revelar muitos outros casos de corrupção.

A Delta é a sexta maior empreiteira do Brasil e tem contratos importantes com obras do PAC, da Copa e das Olimpíadas. A Delta tem uma presença maciça no Rio de Janeiro. Segundo o jornal O Globo, possui mais de R$ 1 bilhão em contratos com o município e a mesma quantia em contratos somados com o estado do Rio desde 2007.

A empreiteira fazia parte do consórcio Transcarioca BRT, responsável pelo corredor Transcarioca, que vai ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador. Também estava presente no consórcio responsável pela obra do Maracanã, orçada em R$ 859 milhões, além da obras do Comperj, em Itaboraí, cujos operários estão em greve.

Fernando Cavendish, que deixou a presidência da Delta em função dos escândalos, é velho amigo do governador Sérgio Cabral (PMDB). A viagem de Cabral para um resort no sul da Bahia, em junho de 2011, para a comemoração do aniversário de Cavendish, revelou a intimidade entre os dois. Na ocasião, a queda de um helicóptero matou sete pessoas do grupo de amigos e Cabral tentou abafar a divulgação de sua presença.

Outras imagens, divulgadas pelo deputado Garotinho (PR-RJ), mostram Cabral e seu secretariado em jantares em Paris, acompanhados de Cavendish. Resta perguntar: a cachoeira de lama vai chegar em Cabral e em Eduardo Paes, aliados do governo federal?


Financiamentos de campanha

A construtora Delta também é uma das maiores financiadoras de campanhas políticas no país. Sua trajetória começou em 2002, quando doou cerca de R$ 40 mil em campanhas eleitorais do extinto PL, partido do ex-vice presidente José Alencar. Naquele ano a Delta gastou pouco mais de R$ 60 mil em campanhas eleitorais. No entanto, oito depois a empreiteira gastaria mais de R$ 2,3 milhões “doados” aos grandes partidos. Só para o PT, em 2010, a empreiteira repassou R$ 1,15 milhão.

Obviamente que os contratos com o Estado também explodiram e a Delta se tornou a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com levantamento do jornal Folha de S. Paulo, entre 2003 e 2011, os recursos federais recebidos pela empresa cresceram mais de 2.000%.

Outros R$ 1,15 milhões foram doados ao PMDB, segundo a prestação de contas oficiais. Mas a Polícia Federal investiga se a construtora não chegou a repassar muito mais, por meio de empresas fantasmas e laranjas.


Governo tenta controlar CPI

As denúncias forçaram o Congresso a criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas. No entanto, esta é uma CPI para dar em nada, montada para manter as aparências e evitar que as denúncias fujam do controle. Por isso, na composição da CPI, ao menos 75% dos titulares são aliados do governo.

Tanto o governo quanto a oposição de direita não tem interesse em que a CPI aponte culpados. A situação é tão absurda que a comissão terá, entre seus membros, figuras do folclore da corrupção, como o senador Fernando Collor (PTB-AL), o que teria provocado risos do próprio Cachoeira.

Suborno, fraudes em licitação, financiamento ilegal de campanhas. A lista de crimes a serem investigados é interminável. Na origem, a mesma história: uma empreiteira ou um bicheiro pagam a campanha nas eleições e depois apresentam a fatura. Agora, governo e a oposição querem controlar as investigações e impedir que o tsunami de denúncias venha à tona.

O Congresso Nacional não tem moral para investigar e julgar as denúncias de corrupção. A imensa maioria dos deputados e senadores tem o rabo preso com a corrupção. Como a história recente do país já mostrou, só a mobilização permanente da juventude e dos trabalhadores pode combater a impunidade. Só nas ruas é possível conquistar a prisão de Demóstenes e de corruptos e corruptores, além do confisco de seus bens.


Retirado do Site do PSTU

A farsa da “pacificação” chega às escolas públicas do estado do Rio

Governo do Rio vai colocar policiais dentro das escolas públicas


É inadmissível a política do governador Sérgio Cabral (PMDB) e de seu Secretário de Educação, Wilson Risolia, de ocupar as escolas do estado com homens armados e treinados para matar. Nesse dia 2 de maio, foi assinado um convênio com a Secretaria de Segurança, que garantirá a presença de 450 policiais em 90 unidades escolares.

O economista e administrador de empresas, Wilson Risolia, além de enquadrar a Educação como um negócio, com metas a serem atingidas e estatísticas para serem exibidas e manipuladas, agora deseja submeter a comunidade docente e discente a um regime disciplinador e militarizado.

Conhecemos bem o autoritarismo do ditador do Rio. Na greve da educação de 2009, a Polícia Militar atacou com uma violência selvagem professores e funcionários que lutavam nas ruas por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Em 2011 prendeu 439 bombeiros, capturados pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE), apenas por se organizarem no Quartel Central em busca de dignidade. Enquanto isso, Cabral segue livre em sua empreitada de corrupção com a empresa Delta.

Nas comunidades carentes, a PM sob a bandeira da pacificação, agride, humilha e saqueia casas de moradores honestos que ganham a vida com o suor de seu trabalho. O estupro de uma mulher por três policiais do Batalhão de Choque na favela da Rocinha é apenas uma amostra da “pacificação”. Até mesmo as manifestações culturais e os espaços de convivência das comunidades estão sendo proibidos e fechados.

Cabral e Risolia pretendem expandir essa política de controle e higienização social para dentro das escolas, com a justificativa de auxiliar os educadores e coibir o tráfico de drogas. Um primeiro questionamento: drogas, brigas entre alunos e destrato com os profissionais da educação não são “privilégios” da escola pública. O ensino privado está repleto de pequenos traficantes de classe média que compram e vendem drogas de altíssima sofisticação dentro das instituições de ensino na Zona Sul do Rio de Janeiro. Seguindo a lógica do governador, a PM também deveria pacificar as escolas privadas e os cursinhos preparatórios que cobram mensalidades exorbitantes.

Segundo questionamento: desde quando a Secretaria de Segurança entende alguma coisa de Educação? A escola pública não precisa de balas de borracha, gás de pimenta e o temido taser (arma não letal que já matou centenas através do disparo de dardos elétricos de 50 mil volts). Como se não bastasse, o projeto será financiado pela Secretaria de Educação, que gastará R$ 2 milhões por mês. Ou seja, ao invés de reajustar o salário dos profissionais da educação ou melhorar a qualidade da merenda, o governo vai investir no aparato repressivo do Estado. Segundo as informações do próprio governo, os estudantes poderão até mesmo ser revistados pelos policiais! É inegável que o policiamento criminalizará também as ações sindicais da categoria.

Os profissionais da educação sabem muito bem o que a ensino público necessita. O orçamento destinado à Educação é totalmente insuficiente para atender o patamar minimamente aceitável para manter uma escola em funcionamento. Em 2011, 400 mil pessoas participaram do Plebiscito Nacional e exigiram de Dilma o investimento de 10% do PIB para educação.

Ao invés do fechamento de escolas, compactação de turmas e projetos meritocráticos que chantageiam os professores, a Educação precisa de mais concursos públicos, melhores salários e condições de trabalho que não comprometam a saúde mental dos professores e funcionários. No lugar de PM’s, precisamos de mais professores, pedagogos, psicólogos, merendeiras, agentes auxiliares de creche e inspetores.

A escola é (ou deveria ser) um espaço da livre produção de conhecimento e de socialização. Ali se formam aqueles que vão carregar o país nas costas, que vão construir prédios, aviões e automóveis. Que serão os futuros professores, engenheiros, médicos e arquitetos. Bancários, administradores, comerciantes ou garis. Até mesmo os policiais passaram pelos bancos escolares. Educação não rima com lucro, tampouco com repressão. Educação e liberdade são indissociáveis.


Retirado do Site do PSTU

Uma vez mais sobre as calúnias da CST/Unidos Pra Lutar

A CST/Unidos Pra Lutar*, no Brasil, e a UIT (Unidade Internacional dos Trabalhadores) em nível internacional, tem feito uma intensa campanha de calúnias, no melhor estilo estalinista, contra a CSP-Conlutas, o PSTU e a LIT. Afirmam que há uma aliança entre estas organizações dos trabalhadores (por apoiarem a Chapa 2, que concorre às eleições do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e região) e uma multinacional para perseguir e demitir dirigentes sindicais. Lamentamos a perda de tempo com coisas desta natureza, mas queremos fazer algumas considerações sobre a situação.

Essa acusação é uma grave calúnia. A Chapa 2, que é apoiada pela CSP-Conlutas, surgiu a partir de uma divisão da atual diretoria do sindicato, que é ligada à CST/Unidos Pra Lutar. Dos 22 membros da Chapa 2, 15 são da atual diretoria (composta de 37 membros), sendo que 4 eram da executiva do sindicato. Nenhum dos integrantes desta chapa é militante do PSTU. A realidade é que parte importante desses dirigentes era formada por simpatizantes da CST (5 membros, sendo 1 ex-militante e 2 filiados ao PSOL).

A acusação de que a Chapa 2 é da patronal é, portanto, uma calúnia que visa esconder a divisão na CST/Unidos Pra Lutar, corrente na qual estes companheiros militavam até dois meses atrás. Se eles são da patronal, o que faziam na CST/Unidos até 2 meses atrás? O que fazem no PSOL, partido ao qual alguns deles ainda hoje são filiados?

Na verdade não é a primeira vez que esta corrente política se utiliza do recurso às calúnias de natureza moral para fazer disputas políticas. Alguns anos atrás o mesmo ocorreu na eleição do Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Algumas semanas atrás ajudaram a liderar a invasão da sede do PSTU em Niterói, Rio de Janeiro, para ameaçar fisicamente alguns companheiros do partido visando obrigá-los a mudar de posição frente a uma divergência, também em meio a outra eleição sindical.

Agora esta escalada ganha uma dimensão ainda maior. O desespero desta corrente, em particular quando se sente ameaçada no controle do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos, ocorre em primeiro lugar porque, em sua prática aparelhista, o controle deste sindicato é muito importante para sua sobrevivência. Em segundo lugar porque esta corrente elegeu como principal inimigo político a combater no Brasil o PSTU e a CSP-Conlutas, e não os patrões, o governo e as organizações sindicais governistas.

Na medida em que a CSP-Conlutas realiza um congresso vitorioso e vai se firmando como o pólo de aglutinação pela esquerda para todos que querem lutar em nosso país, cresce também o desespero da CST/Unidos Pra Lutar.

É o vale-tudo para ganhar e manter postos nos aparatos sindicais que caracteriza a metodologia de atuação deste tipo de organização. É o que as leva a utilizar esta metodologia da calúnia em substituição aos argumentos na luta política no interior do movimento operário. Abaixo, seguem informações úteis para entender o que se passa em químicos de São José dos Campos.


O que, de fato, ocorre em Químicos de São José dos Campos:

  • 1 A crise gerada na diretoria do sindicato dos químicos, que terminou na ruptura de um setor da diretoria com a condução da CST/Unidos, ganhou corpo a partir do aprofundamento do curso burocrático e aparelhista que tomou conta do sindicato desde que o mesmo se desfiliou da CSP-Conlutas e passou a integrar o projeto sindical da CST/Unidos.

  • 2 Com uma postura aparatista, a CST buscou aumentar seu controle sobre os cargos chaves da diretoria, reduzindo cada vez mais o peso dos independentes, dos simpatizantes e inclusive de militantes seus que, de uma ou outra forma, passaram a questionar a postura cada vez mais burocrática e aparelhista com que estavam dirigindo o sindicato.

  • 3 Uma das máximas expressões disso foi o fato de terem trocado o tesoureiro do sindicato através de um golpe. Com isso, além do controle das finanças, passaram a ter uma maioria de 5 a 3 na executiva. Antes, a executiva era dividida 4 a 4, entre a CST e independentes/simpatizantes (que eram todos militantes de sua corrente sindical, a Unidos Pra Lutar).

  • 4 Frente a esse quadro, com a aproximação das eleições um setor da diretoria se viu diante da necessidade de lançar uma chapa alternativa. E procuraram a CSP-Conlutas pedindo apoio.

  • 5 Após discussão, decidiu-se que a CSP-Conlutas procuraria a direção da CST/Unidos para propor - em nome da unidade necessária para enfrentar os ataques da Johnson que havia conseguido reduzir na Justiça o número de diretores colocando em risco a estabilidade da maioria da diretoria - que se fizesse uma convenção de base ou mesmo uma prévia nas fábricas para que se formasse democraticamente uma chapa unitária.

  • 6 Isso foi feito, mas a CST/Unidos não somente não deu resposta nenhuma, como, além disso, convocou uma assembléia regada a churrasco para mudar o estatuto, antecipar as eleições e, aproveitou para votar que não haveria chapa unitária. Dois dias depois inscreveram a Chapa 1, deixando 15 companheiros da diretoria de fora. Frente a isso foi lançada a Chapa 2.


  • A demissão dos diretores foi responsabilidade da diretoria do sindicato, dirigida pela CST

  • 1 Aproveitando-se de uma decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), a Johnson entrou na Justiça pedindo a redução dos diretores com estabilidade, passando dos 41 definidos no estatuto para 14.

  • 2 A empresa ganhou a ação porque o sindicato pagou fora de prazo o depósito recursal. A Justiça, então, solicitou da diretoria do sindicato que fornecesse a lista dos 14 nomes que continuariam a gozar da estabilidade.

  • 3Diante da decisão da diretoria de não entregar a lista, a Justiça cobrou uma multa de R$ 40 mil, mais R$ 10 mil reais por mês. Junto com isso, a própria Justiça escolheu os 14 nomes de acordo aos primeiros 14 nomes presentes na ata de posse da atual diretoria, registrada por ordem alfabética.

  • 4 Para suspender a execução da multa, que já ultrapassava os R$ 100 mil reais, a diretoria decidiu penhorar os carros do sindicato. Junto com isso, ao alegar incoerência na cobrança da multa, o sindicato cometeu um novo erro que foi argumentar a existência da lista dos 14 nomes já apresentada pela Juíza. Com isso, terminou abrindo mão da estabilidade para o resto da diretoria. Com isso, deixou sem estabilidade o Cabral, principal dirigente da CST/Unidos.

  • 5 Frente a isso, a Johnson demitiu 5 diretores que haviam ficado fora da lista, sendo 4 da chapa 1 e um outro da chapa 2, inclusive o Cabral. Ou seja, a demissão deveu-se a erros do sindicato, que, para não reconhecer sua responsabilidade tenta empurrá-la para outros, com mentiras e calúnias.

  • 6 O sindicato desenvolveu uma campanha pela reintegração dos demitidos, campanha essa que teve todo o apoio da CSP-Conlutas. Mas junto com isso a diretoria do sindicato (Chapa1), sem discutir com a diretoria ou numa assembléia da categoria, resolveu incluir os 5 diretores demitidos na lista dos 14. Na prática isso implicou numa troca, porque obrigava a juíza a excluir outros 5. A juíza aceitou a troca e decidiu pela reintegração dos demitidos.

  • 7 Neste momento do processo, 2 diretores do sindicato entraram com uma ação na Justiça questionando o pedido de troca dos 5 diretores alegando justamente o caráter antidemocrático da decisão (pois esta troca não havia sido discutida em nenhuma instância do sindicato).

  • 8 Contudo, após discussão coletiva na Chapa 2, embora reconhecendo o caráter anti-democrático da decisão do sindicato, a deliberação foi a de não entrar na disputa das vagas e lutar pela estabilidade de todos, incluindo os demitidos. Decidiu-se também que os 2 companheiros renunciassem à ação. Frente a esta decisão da Chapa 2, os companheiros retiraram a ação que haviam impetrado, antes mesmo que ela fosse analisada pela Justiça. Ou seja, o erro cometido pelos companheiros não levou a nenhuma conseqüência concreta no processo.

  • 9 A Johnson entrou com recurso no Tribunal de Campinas (segunda instância da Justiça do Trabalho) contra decisão da juíza de reintegrar os 5 diretores. E acabou conseguindo derrubar a decisão da juíza, e os companheiros voltaram a ser demitidos.


  • Isso exposto, fica claro que a campanha que a Chapa 1 vem fazendo contra a Chapa 2 acusando-a de “caguetagem” pró-patronal etc, são mentiras e calúnias. Mentiras e calúnias que estão a serviço de esconder os erros da própria CST/Unidos que, na direção do sindicato, teve uma postura inconseqüente e irresponsável, que acabou levando à demissão dos 5 companheiros pela Johnson. Isto atesta, mais uma vez, o curso degenerativo dessa corrente.

    O PSTU/LIT é um partido amplamente conhecido na vanguarda lutadora em todo o nosso país. A CSP-Conlutas é reconhecidamente a alternativa de luta que vem se firmando no país no processo de reorganização aberto com a traição das organizações sindicais governistas. Nenhum ativista sério, no Brasil daria crédito às calúnias disseminadas por esta corrente. Mas nem por isso devemos deixar de repudiar veementemente a utilização desta metodologia estalinista para a disputa política no interior do movimento operário.

    As calúnias não constroem nada, apenas destroem. Servem apenas para disseminar desconfiança entre os trabalhadores, para tentar levá-los a desacreditar de suas organizações e – em última instancia – de suas próprias forças. Não há melhor desserviço que possa ser prestado à classe trabalhadora e não há melhor serviço que possa ser prestado aos inimigos da nossa classe. É esse o papel que cumpre esta metodologia disseminada pelo estalinismo em meio à nossa classe

    Por isso terminamos esta nota conclamando a todas as organizações da classe trabalhadora, a que repudiemos com toda a nossa energia esta prática nefasta – a utilização de calúnias como instrumento de luta política no interior do movimento operário.


    * A “CST”, corrente que integra o PSOL, é a organização política ligada à UIT no Brasil. A “Unidos Pra Lutar” é a corrente sindical ligada à CST


    Retirado do Site do PSTU

    quinta-feira, 3 de maio de 2012

    CSP-Conlutas reúne 2500 no 1º de maio independente e internacionalista em São Paulo

    Diego Cruz
    Ato internacionalista percorreu as ruas de São Paulo
    Depois de realizar um vitorioso congresso, entre os dias 28 a 30 de abril, a CSP-Conlutas promoveu um Ato Nacional neste 1º de maio em São Paulo.

    A concentração ocorreu no vão livre do Masp, às 10h. Depois de um breve ato político, os manifestantes marcharam pela Avenida Paulista e desceram a rua da Consolação até a igreja, onde finalizaram o evento.

    A passeata reuniu aproximadamente 2.500 pessoas, segundo os organizadores. A imprensa chegou a relatar 4 mil. Na sua maioria delegações nacionais que participaram do congresso da central. Entre eles, trabalhadores da hidrelétrica de Belo Monte, da Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), ambos em greve; metalúrgicos de São José do Campos, trabalhadores rurais de Brasiléia e Xapuri (AC), bancários do Rio Grande do Norte, professores e representações quilombolas de diversos Estados, metroviários de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, servidores públicos federais, estaduais e municipais, operários de Suape (PE), rodoviários e operários da construção civil de Fortaleza (CE), operários da construção de Belém, movimentos populares de São Paulo, moradores do Pinheirinho, movimentos LGBT, de mulheres e da luta negra, entre muitos outros movimentos e categorias.

    José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, lembrou em sua fala da crise sem precedentes que o mundo vive. Mas também lembrou que “as lutas e revoluções no Norte da África e a resistências dos trabalhadores europeus contra os ataques dos governos também não tem precedentes”, .

    Lembrou ainda que no Brasil, embora os efeitos da crise ainda não sejam evidentes, a situação social é de extrema desigualdade. “Temos que ver além da propaganda. É justiça social o que aconteceu no Pinheirinho? É justiça social as condições de trabalho dos operários das obras do PAC e Belo Monte? O que vemos é a maior degradação das condições de vida enquanto aumentam os lucros das grandes empresas e dos bancos”, denunciou.

    A professora Amanda Gurgel, do PSTU, também lembrou a criminalização dos movimentos sociais e os episódios em que a justiça tomou decisões contra o povo pobre. Lembrando da corrupção do judiciário em seu estado, o Rio Grande do Norte, a professora desabafou: “Muitos bandidos que se escondem debaixo de suas togas e nos tribunais não tem mora pra julgar ilegais as greves dos trabalhadores” .


    Um 1º de maio internacionalista

    Sem dúvida, um dos maiores destaques ficou para a presença de várias delegações estrangeiras no protesto. Estiveram presentes delegações do Egito, França, Chile, Costa Rica, Inglaterra, Haiti, Paraguai, Espanha, África do Sul, Senegal, Argentina, Benin, Peru, México, Uruguai, Canadá e Alemanha.

    O representante do Union Solidaires, Christian Mahjeux, da França, destacou a importância da unidade internacional dos trabalhadores. “É preciso mobilizar com unidade internacionalmente a classe trabalhadora. É dessa unidade que precisamos”, disse.

    Junto com a CSP-Conlutas, o Solidaires é umas das organizações que está chamando a Reunião Internacional, que será realizada nos dias 2 e 3 de maio em São Paulo. A reunião pretende criar oportunidade para que diversos lutadores do mundo todo possam trocar suas experiências.

    Por fim, o ato foi encerrado pela fala de Fatma Ramadan, do Egito, que saudou os trabalhadores do Brasil e ressaltou o perfil classista e internacionalista da central. A egípcia é presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores de Giza, e membro do comitê de direção da Federação dos sindicatos independentes do Egito. “No Egito também sofremos com as demissões em massa e as terceirizações que retiram direitos. O capitalismo quer que paguemos a conta da crise. A revolução no Egito deve se espalhar pelo mundo para combater esses ataques", disse.


    Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 1 de maio de 2012

    Congresso da CSP-Conlutas avança em alternativa independente de luta e organização

    Congresso reuniu cerca de 2.200 participantes de 26 estados e do DF e marca a aproximação de importantes entidades nacionais à central, que vai se consolidando como alternativa contra o sindicalismo governista


    Dirigente da CSP-Conlutas, Zé Maria
    O tempo podia estar chuvoso e frio do lado fora, prenúncio do inverno, mas no interior do auditório da Estância Árvore da Vida, em Sumaré (SP), o clima era de muita alegria. O I Congresso da CSP-Conlutas foi encerrado com a certeza de que um importante passo foi dado na consolidação de uma alternativa de luta para o movimento sindical, social e popular no país.

    O congresso reuniu quase 2.300 pessoas, sendo 1.809 delegados eleitos em assembleias de base, representando 114 sindicatos , 2 associações de classe, 118 oposições sindicais e minorias de diretorias sindicais, 1 movimento de luta pela terra (MTL), e, representando um grande salto em relação ao congresso de fundação, 11 movimentos populares urbanos. Além disso, houve a presença de 4 movimentos de luta contra as opressões e 1 entidade nacional dos estudantes, a ANEL.

    “Tivemos representantes de quase todos os estados da Federação, com a exceção de Rondônia, fica aí o compromisso para o próximo congresso”, afirmou Sebastião Carlos, o Cacau, da Secretaria Nacional Executiva da CSP-Conlutas.


    Fortalecimento

    Além da incorporação de novas entidades sindicais e movimentos populares no último período, o congresso marcou a aproximação de importantes setores à central. É o caso das Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) , uma das entidades que participaram do congresso como convidada. ‘O objetivo é que, a partir do Congresso, passemos a participar, enquanto Federação e diversos sindicatos, dos fóruns da entidade para continuar trabalhando pela unidade’, afirmou o diretor da Fenasps José Campos ao Portal do PSTU.

    Além da Fenasps, outras importantes entidades nacionais como a Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras) e a Assibge-SN (Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística) também estão se aproximando da central, assim como entidades de metroviários e ferroviários de diferentes partes do país.

    O congresso reafirmou a importância dessa entidade que, desde o início da criação da então Conlutas, vem se consolidando como alternativa independente ao governo, num momento em que todas as outras centrais sindicais, como a CUT, avançam em sua adaptação ao Estado.




    Polêmicas

    Como qualquer congresso que reúne enorme gama de orientações e correntes políticas, o I Congresso da CSP-Conlutas também teve as suas polêmicas. A principal delas referentes ao nome da entidade. Algumas teses defenderam a mudança do nome de CSP-Conlutas para apenas 'CSP', a fim de atrair os setores que romperam no Conclat (Congresso da Classe Trabalhadora) em 2010, alegando a questão do nome para isso. O principal defensor dessa tese foi o Andes-SN.

    "Precisamos dar uma sinalização clara que esse instrumento que construímos de fato expresse esse processo de reorganização, que é muito maior que nós", defendeu Marina Barbosa, dirigente do Andes-SN. "Esse nome que construímos já não nos pertence, esse nome já é patrimônio da classe trabalhadora, é dos lutadores do Haiti, dos operários da construção civil, dos estudantes", respondeu Érico Correa, dirigente do Sindicato dos Servidores da Caixa Estadual do Rio Grande do Sul (Sindicaixa) e da corrente Construção Socialista, defendendo a manutenção do nome.



    José Maria de Almeida, o Zé Maria, da Executiva Nacional, ressaltou a importância do Andes-SN para a construção da entidade, além de outras entidades como os operários da construção civil de Fortaleza, metalúrgicos de São José dos Campos (SP). Mas defendeu a manutenção do nome da entidade. "Quando a base da frente popular, descontente com sua direção, olha para o lado e procura quem está lutando, se depara com a marca da CSP-Conlutas", afirmou, argumentando que seria um erro abrir mão disso.

    Ao final dessa discussão, cerca de 80% do plenário aprovou a manutenção do nome CSP-Conlutas, dando continuidade à experiência de organização iniciado em 2003 e à tradição da democracia operária, com as polêmicas sendo exaustivamente discutidas e depois votadas e definidas pela base.


    Plano de Lutas

    Ao final do congresso, os delegados aprovaram um plano de lutas para o próximo período, que inclui o apoio e fortalecimento das greves, como a do funcionalismo público e as da construção civil, além da luta pela unificação das campanhas salariais do segundo semestre. O plano de ação ainda prepara um dia de manifestação durante a ‘Rio+20’ (que ocorrerá de 13 a 20 de junho) , além da mobilização contra as remoções da população pobre para as obras da Copa do Mundo.


    Retirado do Site do PSTU

    Ato dos 30 anos da LIT reúne cerca de 1200 no Congresso da CSP-Conlutas

    Eduardo Almeida, dirigente do partido brasileiro
    Um grande ato internacionalista em meio a um congresso que reúne alguns dos setores mais combativos da classe trabalhadora e dos movimentos sociais do país. O ato de comemoração dos 30 anos da Liga Internacional dos Trabalhadores não poderia ter ocasião mais propícia. Realizado na noite desse 28 de abril no auditório principal da Estância Árvore da Vida, em Sumaré, o ato empolgou o público, algo como 1200 pessoas que assistiram por duas horas e meia antigos e novos militantes dessa corrente fundada pelo dirigente Nahuel Moreno em 1982 e que está presente hoje em 23 países.

    A mesa foi composta pelos dirigentes do PSTU brasileiro Dirceu Travesso, Vanessa Portugal e Ana Luiza. Estiveram presentes compondo simbolicamente a mesa representantes das seções da LIT e partidos simpatizantes da Argentina, Costa Rica, Chile, Peru, Uruguai, Paraguai, EUA, Inglaterra, Bélgica, Itália, Espanha, além do Haiti.


    Sem a LIT, não teria PSTU

    O dirigente do PSTU brasileiro Eduardo Almeida colocou em perspectiva os desafios e dificuldades colocados aos revolucionários frente ao governo Dilma. "Vejos muitos companheiros impressionados com a popularidade do governo Dilma. Mas na época da ditadura, em 1976, por exemplo, a ditadura parecia invencível. Há dois anos, o povo egípcio não imaginava que derrubaria um governo", afirmou.

    Edu citou ainda as dificuldades da década de 90 para o conjunto da esquerda, em especial a socialista. "Naquela época, pensar em revolução era algo muito incomum", disse, salientando porém que "hoje, as revoluções no Norte da África e as mobilizações na Europa mostram que a situação é distinta, tudo o que era sólido agora se desmancha no ar" . O dirigente brasileiro arrancou aplausos ao conclamar que "somos hoje uma minoria, mas o futuro nos pertence".

    Edu pontuou ainda uma diferença fundamental que a LIT cultivou nesses anos: a moral proletária em oposição à moral do vale-tudo que atingiu a quase totalidade das organizações revolucionárias. "Nós temos uma moral, que é aquela baseada na solidariedade dos piquetes, na fraternidade dos lutadores". Ressaltando a importância da organização internacional, Almeida destacou que “sem a LIT não existira o PSTU”.


    Opressão e internacionalismo

    O combate às opressões e o seu lugar na luta do socialismo foi lembrado na fala de Vera Lúcia, mulher, negra e operária, dirigente do PSTU em Aracaju (SE). “Tenho orgulho do PSTU estar na linha de frente na luta contra a opressão às mulheres, negras e negro, aos homossexuais”, disse.

    Vera desmistificou ainda o papel do governo Dillma nessa questão: “Dilma, que é uma mulher que foi perseguida, presa, torturada, não governa para as mulheres trabalhadoras”. A dirigente atacou governos como o de Cuba que, longe de serem socialistas, são ditaduras que oprimem setores como os homossexuais. “Na sociedade que queremos, as mulheres, negras, brancas, homossexuais, heterossexuais, terão as mesmas condições de viverem intensamente suas diferenças.”

    O dirigente ítalo-senegalês, Moustapha Wagne, do Partido da Alternativa Comunista, da Itália, fez uma fala emocionante, professando sua fé na luta e no futuro socialista da humanidade. “É a luta que vai ganhar, o futuro vai vencer, não só no Brasil, mas na Europa, na Áfria, na Ásia, em todo o mundo”, disse, arrancando aplausos.

    Já Didier Dominique, dirigente do Batay Ouvriye, relatou sua impressão com o internacionalismo militante da LIT. “Não me esqueço quando a delegação da CSP-Conlutas esteve no Haiti pela primeira vez, o companheiro Toninho, diante do povo, disse que se fosse necessário queimar uma bandeira brasileira na luta contra a ocupação militar, a Conlutas não hesitaria em fazer isso”. Didier relatou que isso de fato aconteceu em um protesto contra a ocupação, quando uma bandeira dos EUA e do Brasil foram incendiadas. “Quando Toninho disse aquilo, eu soube que a LIT estava conosco”.




    Otimismo

    A fala de Valério Arcary fez os presentes irem dos risos às lágrimas em poucos minutos. “Sempre me perguntam: ‘por que vocês são tão otimistas? O que vocês tomam no café da manhã?’”. Valério relatou que o conjunto da esquerda vive hoje uma fase “triste, melancólica..”. “Esse otimismo vem de nossa visão de mundo, pois sabemos que as bases que sustentam o capitalismo são minúsculas. Têm razão aqueles que se levantaram nos EUA e que dizem: ‘eles são apenas 1%, não podem conosco’”.

    Para Arcary, esse otimismo revolucionário, “preocupado” segundo qualificou, vem também da fé na força da classe trabalhadora. “Nós confiamos na classe operária, mesmo quando eles não confiam neles mesmos”, disse. “Não esquecemos a greve dos petroleiros de 1995, quando em poucas semanas de greve a burguesia estava de joelhos, e eram apenas 50 mil; quando a classe operária cruza os braços, nada funciona!”


    Criado e provado na luta

    A finalização do ato ficou por conta do dirigente histórico da corrente morenista, Eduardo Barragán, um dos fundadores da LIT. Barragán colocou como marco fundamental para a criação da organização os eventos da revolução sandinista, dois anos antes da fundação da entidade. Moreno, então dirigente da Fração Bolchevique, ao observar que a mobilização da classe na Nicarágua passava pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), chamou a mais ampla unidade de ação contra a então ditadura Somoza, organizando a brigada internacionalista Simón Bolivar, para lutar ao lado dos sandinistas.

    “Em nossas sedes, milhares de voluntários apareceram”, relembrou. “E nesse momento todas as organizações guerrilheiras, o estalinismo, estavam contra a revolução na Nicarágua”, disse. O compromisso internacionalista da corrente que originou a LIT foi provada com sangue: cinco mortos e inúmeros feridos. Mas Barragán também pontuou que se a origem da LIT era gestada por esssa política, também o foi pela ação dos inimigos.

    A insistência da brigada em, após a queda de Somoza, organizar os trabalhadores em sindicatos independentes , fez o governo sandinista prender os seus integrantes, que ainda foram torturados e expulsos da Nicarágua. Isso causou nova definição no alinhamento das correntes trotsquistas. As correntes que eram contra a revolução, agora estavam incondicionalmente ao lado do governo nicaraguense, e apoiando a prisão e expulsão da brigada. “Houve um profundo problema moral quando os partidos trotsquistas se colocaram ao lado do governo burguês, Moreno então concluiu sua experiência com essas correntes e dois anos depois fundava a LIT”.

    Quatro anos após sua fundação, a LIT se tornava uma das maiores correntes trotsquistas do mundo, e o partido argentino, o MAS, a maior organização trotsquista.

    Barragán porém, relatou a crise da esquerda na década de 1990, que atingiu inclusive as fileiras da Liga. A LIT, porém, na superação dessa crise e batalha pela reconstrução da IV Internacional, nunca abandonou a essência do programa trostquista: a tomada do poder. Isso em um momento em que a grande maioria das correntes que se reivindicam trostsquistas abandonaram qualquer perspectiva da luta pelo poder, muitas vezes passando de armas e bagagens para o campo eleitoral burguês.

    Barrgán pontuou, por fim, a atualidade do programa trotsquista e os desafios colocados à LIT, em um momento em que o mundo ainda assiste os efeitos da maior crise capitalista após 1929, mas também as revoluções árabes e o levante na Europa. “Temos dois grandes desafios: fortalecer nosso trabalho na Europa e nossa implantação no Oriente Médio e Norte da África”.


    Retirado do Site do PSTU

    segunda-feira, 30 de abril de 2012

    Ato pede punição aos crimes da ditadura e reparação aos perseguidos políticos

    Zé Maria no ato por reparação e punição aos crimes da ditadura
    Um dia cansativo não desanimou os participantes do Congresso da CSP-Conlutas para o ato que ocorreu na noite desse 28 de abril no auditório principal da Estância Árvore da Vida. Com o tema ‘Ditadura Militar, anistia política e direito de organização de base”, centenas de participantes assistiram ao ato público que, mais do que uma denúncia ao regime militar, serviu como verdadeiro resgate histórico da luta movimento sindical e popular.

    A mesa do ato, no lugar de uma ou duas personalidades, foi composta simbolicamente por diversos perseguidos políticos da ditadura militar. Mais precisamente militantes que atuavam no movimento sindical e que foram presos e demitidos de forma arbitrária. A maioria ali da então corrente Convergência Socialista, antecessora do PSTU e que movem hoje uma campanha por reparação. “Aqui não se trata tão somente de uma questão de memória, mas também de verdade e Justiça” , afirmou Aderson Bussinger, advogado e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

    Bussinger lembrou que as torturas e a perseguição política não ficaram no passado, mas fazem parte do presente. ”Sabemos que existe tortura nas delegacias, perseguição a ativistas políticos, então essa não é uma questão só de passado, mas se refere também ao presente, e de futuro, para que esse tipo de coisa não se repita” disse.


    O papel da classe operária

    Um dos objetivos do ato foi o de resgatar o protagonismo da classe trabalhadora na luta contra a ditadura. “Na recuperação da memória da luta contra a ditadura, muito se fala da luta armada, da resistência cultural, do movimento estudantil, mas pouco ou quase nada do movimento sindical ou popular”, afirmou o ex-presidente do MOMSP (Movimento de Oposição Sindical dos Metalúrgicos de São Paulo), Sebastião Neto.

    Neto tem papel destacado na investigação histórica e conscientização das novas gerações sobre o período da ditadura e a resistência operária. A classe trabalhadora, uma das protagonistas da queda do regime militar, foi também um dos setores que mais sofreram com a repressão “Dos mais de 9500 pedidos de anistia que tínhamos na Comissão de Anistia, mais de três mil eram de trabalhadores filiados a sindicatos, porque a primeira vítima da ditadura foram os trabalhadores” , atestou ao público Egmar Santos, vice-presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

    Uma história, porém, que poucos conhecem. “É muito importante aprender com a história, mas para isso temos primeiro que conhecer essa história” , destacou Zé Maria, preso e torturado durante a ditadura. Coincidentemente, esse dia 28 marcava exatamente o aniversário de 35 anos da primeira prisão de Zé e a então militante Márcia Basseto.




    Repressão ontem e hoje

    Maria Salay, ex-dirigente metalúrgica em Santo André, também presente no ato, fez um relato emocionante sobre as dificuldades da atuação sindical durante o período. “E o pior, é que a ditadura dentro das fábricas ainda não terminou” , sentenciou.

    Se a repressão dos tempos da ditadura ainda não acabou por completo, seus mandantes também permanecem livres e impunes. “Temos que levar os torturadores aos bancos dos réus, mas principalmente os mandantes, as pessoas a quem serviam tais crimes” , opinou Sebastião Neto. “Eles serviam aos interesses das multinacionais, aos governantes, à burguesia” , denunciou.

    O deputado estadual de São Paulo Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e da Pessoa Humana da Assembleia Legislativa, relatou o apoio das empresas à ditadura. “A GM, por exemplo, forneceu todos os veículos que a repressão precisava”, relatou o deputado, que lembrou a violência recente sofrida pelos moradores do Pinheirinho. "A perseguição sofrida por essa central e pelo PSTU é a mesma que nós sofremos na ditadura militar", opinou.

    “Os financiadores de ontem e de hoje daqueles que matam e perseguem ativistas políticos são os mesmos” , afirmou Zé Maria. “Temos que saldar essa dívida e para nós ela é muito importante”.

    O dirigente da CSP-Conlutas afirmou ainda que “a luta pela punição aos crimes da ditadura não é secundária, mas complementar, na medida em que politiza nossas lutas cotidianas” .


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