sábado, 16 de fevereiro de 2013

PSTU responde ao artigo mentiroso de Maristela Pinheiro

Maristela Pinheiro, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), escreveu um artigo mentiroso em que acusa a ativista síria, Sara al Suri, e o PSTU de colaborarem com o imperialismo. O texto se baseia em fontes duvidosas e suposições levianas. O artigo foi publicado no blog Somos Todos Palestinos. O PSTU desmente as acusações e condena o método de calúnias. Leia, abaixo, a nossa resposta a Maristela.
 

Ao
Partido Comunista Brasileiro (PCB)
At. Maristela R. Santos Pinheiro

Ref: artigo sobre a revolução síria


Cara Maristela (com cópia à direção nacional do PCB)

Fomos surpreendidos pelo mentiroso artigo escrito pela companheira Maristela chamado “Suposta ‘militante’ síria elogiada em sítio das forças armadas dos EUA!? o que pode significar isso?”, veiculado no sítio carioca de solidariedade ao povo palestino, Somostodospalestinos, artigo que calunia a companheira Sara al Suri, o PSTU e a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI) chamando-os de agentes do imperialismo.

Este método, utilizado amplamente por Stalin contra toda opinião dissidente, nunca serviu à luta pelo socialismo. Ao contrário, teve sempre o objetivo de impedir o debate saudável entre diferentes posições. Para não discutir a fundo uma posição diversa à sua, Stalin e seus asseclas lançavam calúnias contra todos que se contrapusessem a sua política, seja de agente do imperialismo, do nazismo ou ainda do patronato.

Complementar ao método de calúnias, Stalin também utilizava a eliminação física de seus opositores. A maioria dos dirigentes do Comitê Central do partido bolchevique à época da revolução russa de 1917 foi assassinada por Stalin ao longo dos anos em que esteve à frente do partido comunista soviético. Ato sempre precedido de uma campanha de calúnias sobre cada um deles como no caso de Zinoviev, Bukarin e todos os demais dirigentes do Comitê Central bolchevique, até chegar ao assassinato de Trotsky no México. Stalin sabia muito bem da integridade revolucionária daqueles camaradas e os caluniava para poder destruí-los, para poder calar a oposição. Após a morte de Stalin, esses métodos foram denunciados por seu próprio sucessor no Partido Comunista da União Soviética, Nikita Khruschev.

Por que fazemos essa comparação? Por que, assim como a direção stalinista na época, você, companheira Maristela, conhece muito bem a nossa corrente política e sabe que não temos qualquer relação política ou material com o imperialismo e seus agentes. Sabe que estivemos e estaremos na linha de frente no apoio à libertação dos povos que lutam contra a dominação imperialista e, em especial, conhece nossa militância a favor da Palestina e de todos os povos do Oriente Médio e Norte da África.

No entanto, Maristela, você preferiu fazer uma calúnia contra nós a fazer o debate político sobre a revolução síria. Sabemos que é difícil defender um ditador assassino como é Bashar el Assad, cujo principal papel na região é colaborar com Israel sem tomar qualquer medida para retomar os territórios sírios ocupados por Israel: as colinas de Golã. Sabemos que é difícil defender um regime político que invadiu o Líbano em 1976 a pedido de Henry Kissinger, para impedir que as milícias cristãs de extrema direita fossem derrotadas na guerra civil; que enviou cinco mil soldados sírios para apoiar as tropas imperialistas de George Bush na guerra do golfo contra Sadam Hussein em 1991. Para nossa indignação, em especial daqueles que conviveram com a companheira em várias lutas, Maristela preferiu seguir o método stalinista da mentira e da calúnia em sua pior face.

A CSP-Conlutas promoveu várias atividades públicas com a companheira Sara al Suri, militante da luta contra a ditadura Assad, nas principais capitais do país. O PSTU, através de seus militantes, apoiou a campanha e divulgou as atividades com uma série de vídeos e artigos em seu sítio. A campanha toda durou quatro meses. Os vídeos estiveram em forma constante nos sites do PSTU e da LIT, onde estava a versão em inglês. Tempo em que certamente não só Maristela, mas outros integrantes do PCB acompanharam o debate através do país. Numa dessas atividades, em Porto Alegre, Maristela esteve presente, mas preferiu não se pronunciar, preferiu se omitir. Para nossa surpresa, ao final desses meses todos é lançado este artigo para dar fundamento a sua posição de defesa do ditador Assad e questionar a política do PSTU e da LIT QI, lançando a GRAVE ACUSAÇÃO à Sara de ser uma “agente do imperialismo” no blog citado. Qual seria a prova dessas acusações? A suposta colaboração da companheira Sara com um site ligado aos militares norte-americanos.

Esclarecemos que o vídeo em questão foi produzido pela equipe de comunicação do PSTU e que o entrevistador era o companheiro Aldo Sauda, ativista pró-revoluções árabes e integrante do PSTU. Após sua produção, ele foi veiculado em inglês no sítio da LIT(QI) e em português no próprio sítio do PSTU. Ele não foi produzido nem disponibilizado para nenhum sítio das forças armadas estadunidenses ou qualquer outra mídia pró-imperialista. O que ocorreu de fato? Esse site norte-americano publicou um dos vídeos produzidos pela equipe de comunicação do PSTU sem dar a procedência e foi advertido pelo partido sobre esse roubo. Quanto à montagem com uma foto da companheira Sara, tirada no Recife, em meio à campanha que a CSP-Conlutas promove em solidariedade à revolução síria, sua confecção nunca foi autorizada e desconhecemos quem a fez. Maristela, no entanto, utilizou-a como se fosse a expressão da verdade sem o menor questionamento de tal montagem. Ao contrário, se vale disto para tentar dar sustentação às suas calúnias.

Reiteramos, como é público e notório para todos os que assistiram suas palestras que Sara, assim como o PSTU e a LIT-QI, se opõe a qualquer intervenção imperialista pois entende que qualquer intervenção imperialista tem como objetivo impedir um triunfo revolucionário contra o regime sírio. Um triunfo revolucionário contra o ditador Bashar el Assad provocará novos levantes e revoluções em toda a região, abalando a dominação imperialista, além de alimentar a luta do povo palestino contra o Estado racista de Israel.

Sabemos que os companheiros e companheiras do PCB defendem o regime sírio e se opõem à revolução democrática em curso. Julgamos que é muito importante que todos os ativistas dos movimentos sociais conheçam todas as posições em debate e consideramos legítimo que cada grupo, partido ou militante defenda sua posição. No entanto, acreditamos e defendemos sempre que o debate não pode ser feito utilizando-se de calúnias desta natureza.

Para dar um exemplo, citamos a posição do PCB sobre o Estado de Israel. O PCB e o governo da antiga União Soviética sempre apoiaram a existência do Estado de Israel. É de conhecimento público que Stalin proveu o armamento que foi utilizado pelas milícias sionistas para efetuar massacres de aldeias palestinas, como Deir Yasin, e promover a expulsão de cerca de 800 mil palestinos durante a chamada Nakba em 1947 e 1948, que levou à formação do Estado de Israel. Temos uma polêmica com o PCB sobre sua posição para a Palestina, pois apoiam a existência do Estado de Israel através da defesa de “dois estados” no território histórico da Palestina, posição que se mantém até os dias de hoje. Esta posição coincide, por exemplo, com as posições dos governos imperialistas dos Estados Unidos e Europa. Apesar disso nunca fizemos nem faremos uma campanha chamando o PCB ou algum de seus militantes de “agentes do imperialismo” pela defesa destas posições. Polemizamos com as suas posições tais como são sem necessidade de fazer calúnias ou inventar mentiras.

Acreditamos que é necessário eliminar esse método de utilizar acusações morais e calúnias para destruir o adversário e desviar o debate político entre ativistas e suas organizações.

Exigimos a retirada imediata da calúnia que acusa Sara. O PSTU e a LIT-QI de “agentes do imperialismo” e desafiamos os companheiros e companheiras do PCB a promovermos um debate honesto sobre a revolução síria, aberto a todos os ativistas interessados.

Entendemos que esta é a melhor forma daqueles que lutam por uma perspectiva socialista tratarem suas divergências

Saudações socialistas,

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Renúncia do Papa expõe crise no Vaticano


Renúncia: mudar algo para tudo permaneça como está?
Na última segunda-feira, 11, o papa Bento XVI anunciou que vai renunciar ao pontificado no próximo dia 28 de fevereiro. Seria muito simplista acreditar nas suas justificativas: Joseph Ratzinger, ou Bento XVI, alega estar velho e cansado para continuar à frente da Igreja. Parece mais, na verdade, uma retirada tática, ou melhor, uma forma de lidar com a crise pela qual o catolicismo está passando e de tentar evitar um possível aprofundamento causado pela abertura de uma disputa de poder descontrolada após a morte do papa.

Joseph Ratzinger foi escolhido para sucessor de Karol Wojtyla, o João Paulo II. Ele já trabalhava há 24 anos ao lado de João Paulo II, como responsável pela Congregação Doutrina da Fé, o novo nome da Santa Inquisição. Bento XVI, em sua juventude, foi membro da juventude hitlerista. Ele ficou conhecido por seu ultraconservadorismo. Ratzinger, entre outras barbaridades, combateu os homossexuais, o sexo sem fins reprodutivos, os movimentos feministas, os métodos contraceptivos, o divórcio.


Igreja em crise

Pode parecer forçado fazer algumas analogias históricas, mas não se pode desconsiderar que a última renúncia, de Gregório XII, aconteceu em 1415 em meio a uma das maiores crises da Igreja, durante a chamada Grande Cisma, quando existiam, na prática, três papas. Por trás de tudo isto, estava o colapso final do feudalismo e, principalmente, do teocentrismo com todos os seus significados. Ser obrigado a renunciar agora parece uma tentativa de se localizar diante de uma crise de proporções distintas, mas profundas. Em suma, talvez o papa não tivesse mais condições físicas de se colocar à frente do Vaticano para lidar com coisas bem concretas: os escândalos de pedofilia, as denúncias de corrupção etc.

Contudo, independentemente da linha dura de Bento XVI, a Igreja tem perdido espaço não só institucional, com o crescimento dos evangélicos e pentecostais, mas também em termos ideológicos. Por mais contraditório que seja com o aumento da opressão no mundo, os movimentos têm arrancado algumas conquistas que acabam resgatando o caráter secular e laico na legislação sobre o aborto, a união civil LGBT etc. Neste sentido, a figura de Bento XVI está grudada demais às suas declarações ultraconservadoras sobre o assunto. Seu afastamento não significa uma mudança de postura, mas pode ser uma maneira de envernizar a cara retrógrada da Igreja e diminuir a podridão que vem cada vez mais à tona.

De qualquer forma, mais do que tirar o time de campo, Bento XVI conseguiu garantir que continuará comandando a transição nos bastidores. Independentemente de qualquer possível adaptação às novas necessidades ou de qualquer que seja a nacionalidade do novo pontífice, as linhas gerais do Vaticano continuarão as mesmas.


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A renúncia do Papa tem um significado político

Bento XVI: um inquisidor à frente da Igreja Católica


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Energia elétrica, petróleo, e uma política energética que só beneficia os ricos

O que está por trás do corte nas contas de energia elétrica e no recente anúncio do aumento da gasolina e do diesel



Plataforma da Petrobrás no Rio de Janeiro
No início deste ano tivemos exemplos concretos da política energética da presidente Dilma. De um lado, a redução das tarifas de energia elétrica; de outro, o aumento da gasolina e do diesel. Ambos com um só interesse: beneficiar os grandes empresários e capitalistas.

O primeiro aparentemente beneficiaria a população, no entanto, quem lucrou mesmo foram os donos de grandes empresas. Percebe-se isso claramente quando observamos que os cortes nas contas de energia elétrica foram entre 16 a 18% para as residências, e de até 32% para as indústrias. Além disso, foram obtidos, em parte, pelo corte de impostos estaduais e federais que deveriam ser utilizados para o conjunto da população. Entre eles a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que serve para subsidiar as tarifas de energia dos consumidores de baixa renda e universalizar o atendimento por meio do Programa Luz Para Todos, cujo orçamento foi reduzido em 75%.

Os consumidores de alta tensão, principalmente os energo-intensivos, tais como a indústria de aço, alumínio ou o cimento, serão os grandes beneficiados. A Confederação Nacional das Indústrias prevê que a medida pode ajudar a reduzir em 4% o custo direto de produção industrial. Ganharam também as concessionárias de energia com as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que vão vencer entre 2015 e 2017 e que serão prorrogadas.

Enfim, medidas para beneficiar os grandes empresários em época de crise que se anuncia.


Mais lucros para os grandes acionistas petroleiros

Logo a seguir veio o anúncio do reajuste do preço do combustível, variando de 6,6% na gasolina a 5,4% no óleo diesel. Isso enquanto a empresa negocia o rebaixamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos petroleiros da Petrobrás em cerca de 60%. Ambos são diretamente fruto da pressão dos grandes investidores, que compraram suas ações na Bolsa de Nova York, sobre a diretoria da Petrobrás e o governo brasileiro.

Eles andam incomodados com a queda do valor de mercado da Petrobrás, que despencou em dois anos, caindo de R$ 413,3 bilhões (200 bilhões de dólares) em 2011 para R$ 224,8 bilhões (80 bilhões de dólares). Apenas em 2013, a empresa já perdeu R$ 30,1 bilhões, incorporado o prejuízo registrado no segundo trimestre de 2012, de R$ 1,3 bilhão.

Mas vale a pena destacar que os alegados prejuízos da Petrobrás são responsabilidade dos gestores e de seus acionistas que, para garantir seus lucros e a corrupção de altos funcionários do Estado, realizaram “negócios” escusos que causaram tais perdas. Negócios como a compra e venda da Refinaria de Pasadena, nos EUA; a elevação em até quatro vezes do custo estimado para a construção da RENEST (Refinaria Abreu Lima) e do COMPERJ; a venda de áreas do Pré-sal por migalhas ao bilionário Eike Batista; as inúmeras dívidas trabalhistas de ações judiciais motivadas pela terceirização desenfreada que mata e mutila trabalhadores; a falta de manutenção das plataformas, que levou à redução da produção e o não anúncio dos 41 poços secos, omitidos nos balaços anteriores e alocados todos no terceiro trimestre de 2012.

Por outro lado, encobertam as descobertas do Pré-sal, os recordes de produção e a garantia do abastecimento nacional, que rendem trilhões de dividendos aos acionistas. Os mesmos acionistas que receberam, em média, repasses no valor de 30% do valor de seu investimento ao ano, nos últimos dez anos.

Agora, tentam apresentar o prejuízo como fruto da desvalorização cambial e a defasagem entre o preço internacional do combustível e o que é praticado no Brasil. O que tem de fato causado um prejuízo de quase R$ 2 bilhões por mês, fruto da importação mensal de mais de 2 milhões de litros de gasolina, para abastecer a frota de automóveis que cresce à razão de 3,5 milhões de carros por ano.

Mas sejam países que são “autossuficientes” em petróleo, como a Venezuela; aqueles que não são, como a Argentina; e até mesmo os que não tem petróleo como o Paraguai, o preço da gasolina e do álcool é menor que o nosso. Até mesmo nos Estados Unidos a gasolina é mais barata que no Brasil. Lá a gasolina custa 3,63 dólar por galão. Calculando-se o dólar a R$ 2,00 e lembrando que um galão é igual a 3,785 litros, então o litro de gasolina está R$ 0,95 (1,45 dólar), bem abaixo dos R$ 2,90 no Brasil. Enfim, com reajuste o preço da gasolina no Brasil está 51% maior que nos EUA.


A indústria automobilística ganhando de novo

Desde 1999 a Petrobrás não tinha um prejuízo em suas contas. O fato é que até 2009 o Brasil era praticamente autossuficiente em gasolina. Mas em 2000, por exemplo, o Brasil tinha pouco mais de 29 milhões de veículos (carros, motos, ônibus e caminhões), e em 2012 chegou aos 72 milhões.

Isso é fruto dos estímulos dos governos Lula-Dilma à indústria automobilística, combinados com as inexistentes políticas de transporte público, que levaram o brasileiro a comprar automóveis na vã tentativa de fugir dos sistemas de transportes públicos. Mas as consequências são, além do aumento de combustíveis: 260 km de congestionamentos em São Paulo e 160 km de congestionamentos no Rio de Janeiro. Sem falar em poluição e acidentes (mais de 41 mil mortos em acidentes em 2010)

Com isso, em 2012 foi necessário importar mais de 3,5 bilhões de litros de gasolina. Em 2011 o Brasil gastou 1,6 bilhão de dólares em importações deste produto, e em 2012 foram 2,91 bilhões. O Brasil, através da Petrobrás, deverá gastar até R$ 58 bilhões em importações de gasolina até 2020.

E não adianta apontar a substituição da gasolina pelo álcool, pois se teria que dobrar a área plantada em menos de três anos, e, depois, novamente, após outros seis anos. Para isso teriam que ser destruídas lavoura de produtos alimentícios.


Os acionistas não querem pagar a conta

A política do governo Dilma somente beneficia os grandes investidores e as multinacionais. Por exemplo, quando assinou o modelo de partilha para o petróleo que, além de entregar a matéria-prima brasileira às multinacionais, prevê empréstimos a estas empresas através BNDES. Isso para que eles possam arrancar o quanto antes o petróleo de debaixo da terra.

Assim como a megacapitalização fraudulenta da Petrobrás em setembro de 2010, realizada por meio de uma “cessão onerosa” de cinco bilhões de barris de petróleo a um custo de 42.533 bilhões de dólares, com o barril avaliado em US$ 8,51, quando seu valor de mercado, por baixo, é de 100 dólares em média.

Hoje, mesmo com o prejuízo recente, o que não se fala é que a Petrobrás faturou R$ 21,182 bilhões (10,69 bilhões de dólares) em 2012, um lucro maior que a Ecopetrol (Colômbia) e a Lukoil (Rússia). E que, ao longo dos anos, os acionistas vêm recebendo polpudos dividendos. O problema é que os grandes agentes do capital financeiro não querem pagar a conta da diminuição de seus lucros, e querem jogá-la para os trabalhadores.

Ao repassar seus supostos prejuízos, a Petrobrás desencadeia um processo de aumento de preços que se inicia com as passagens de ônibus e do custo do transporte de carga, passando pelo preço dos alimentos e eletrodomésticos. Chegando, finalmente, aos trabalhadores e às contas públicas.


A questão dos royalties

Em setembro do ano passado, Dilma decidiu vetar o artigo 3º do Projeto de Lei aprovado no Congresso, que diminuía a parcela de royalties e da participação especial dos contratos em vigor destinada a estados e municípios produtores de petróleo. Era uma reivindicação dos governadores de estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo. Com o veto presidencial, ficou mantida a atual distribuição dos recursos.

Royalties são tributos pagos ao Governo Federal pelas empresas que exploram petróleo, como uma forma de compensação por possíveis danos ambientais causados pela extração. Participação especial é a reparação pela exploração de grandes campos de extração, como da camada Pré-sal descoberta na costa brasileira recentemente.

Foi um absurdo dividir o país em estados, qualificando uns como produtores e outros como não produtores. O governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) declarou de maneira absurda, preconceituosa e desrespeitosa que o estado não sobrevive sem os royalties.

Quando se produz petróleo a 100 quilômetros da costa, o estado produtor é nenhum outro senão o Estado nacional. A descoberta se deu num esforço nacional. E mesmo a atual Constituição diz que todos os recursos do subsolo pertencem à nação. Qualquer acidente na plataforma em alto-mar terá consequência ou não segundo as correntes marinhas e a distância em relação ao litoral.

Mas o pior é que se o barril de petróleo vale 100 dólares, e se gasta de 10 a 15 dólares para produzi-lo, tirando os 15 dólares dos royalties, ainda sobram 75 para as multinacionais e os grandes acionistas estrangeiros. Se a Petrobrás fosse 100% estatal e garantíssemos o monopólio estatal do petróleo, não teríamos que ficar brigando por migalhas e o povo brasileiro se apropriaria de toda esta riqueza.


Uma proposta dos trabalhadores para a questão energética

Com a crise econômica mundial se aproximando, o plano do governo Dilma é aumentar a exportação de commodities para garantir a balança comercial e a entrada de dólares. Mantendo, assim, o papel do Brasil na divisão mundial do trabalho com a produção e exportação de matéria-prima.

Por isso Dilma insiste com a presidente da Petrobrás, Graça Foster, para aumentar a produção de petróleo em até 6 milhões de barris ao dia, enquanto 3 milhões seriam mais que suficientes para garantir a nossa autossuficiência.

Consequentemente, há o aumento de terceirizações, ritmo do trabalho acelerado, precarização, aumento da exploração dos trabalhadores da Petrobrás e dos terceirizados e aumento do preço dos combustíveis. Afinal, o governo tem que garantir um investimento de 224 bilhões de dólares até 2013 para a construção de toda infraestrutura.

A política do governo está totalmente equivocada. É um erro arrancar uma riqueza debaixo da terra no meio do oceano para submetê-la ao imperialismo e à lógica do capital financeiro internacional. Sem falar nos riscos humanos e ambientais de uma exploração desenfreada, em condições de trabalho alucinantes e em uma região de grande perigo de acidentes.

Esta política somente irá beneficiar os empreiteiros que farão as grandes obras; as multinacionais e os governos imperialistas que colocarão as mãos neste óleo; os bancos, com a especulação financeira e os políticos corruptos metidos em maracutaias.

Temos que garantir que a exploração do Pré-sal seja feita de maneira controlada e submetida à necessidade de financiar o desenvolvimento do país, retirando o volume de petróleo necessário para financiar um projeto de desenvolvimento econômico e social que tenha como centro o beneficiamento da classe trabalhadora. Seja aplicando-se nas questões públicas e estatais fundamentais, seja garantindo salário digno para todos os petroleiros da Petrobrás e terceirizados. Condições de trabalho seguras, com a diminuição da jornada e geração de emprego.

Enquanto isso, ir desenvolvendo a transição energética para as matrizes menos poluentes, como fontes de energia solar, fotovoltaica e eólica, que podem ser desenvolvidas de maneira excepcional em um país como o Brasil.

Mas isso somente poderá ser feito por uma Petrobras 100% publica e estatal controlada pelos trabalhadores e da população pobre e com sua transformação em uma indústria de energia. Isso vale também para a Vale do Rio Doce, que tem que ser reestatizada para que nos apropriemos do excedente econômico da indústria mineral.


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As maracutaias do petróleo


Retirado do Site do PSTU

Bloco Cuscuz Alegado leva irreverência e indignação para a folia das ruas de Natal

Bloco de carnaval contou com a participação da vereadora Amanda Gurgel e reuniu trabalhadores para protestar contra as injustiças e o descaso dos governos.


Paulo Almeida
Foliões protestaram e se divertiram no 2° ano do bloco
“Eu falo, eu falo! A saúde tá precária e o povo abandonado. E a Rosalba, governadora, não dá assistência pra classe trabalhadora”, dizia uma das músicas cantadas pelos foliões indignados do bloco Cuscuz Alegado, que desfilou em 2013 pelo segundo ano no carnaval de Natal. As paródias das marchinhas, com mensagens de protesto contra o caos na saúde e na educação, se transformaram numa marca registrada da brincadeira. No sábado e na segunda, o bloco desfilou pelas ruas de Ponta Negra e da Redinha, denunciando as injustiças e o descaso dos governos com os serviços públicos. Tudo com muita irreverência, alegria e criatividade.

Politizando a avenida e carnavalizando as lutas, o Cuscuz Alegado arrastou muitos foliões durante os dois dias de desfiles. Animado pelo batuque do grupo musical “Resistência da Lata”, o bloco levou para a avenida protestos contra a falta de transporte coletivo, o atraso no pagamento dos terceirizados e o recente aumento nos salários dos vereadores e do prefeito de Natal. “Esse é o nosso segundo ano no bloco e essa é uma parceria de extrema importância pra gente. Como temos uma proposta de arte e educação, o Cuscuz Alegado só nos ajuda a conciliar essa mistura.”, comentou o professor Marcos Vinícius, coordenador da banda “Resistência da Lata”.


“Olha o salário do mané”

No primeiro dia de desfile, em Ponta Negra, os foliões do Cuscuz Alegado foram surpreendidos com a presença do prefeito Carlos Eduardo (PDT), que apareceu no local para conferir outros blocos. Trabalhadores, estudantes e militantes do PSTU aproveitaram para mandar um recado ao chefe do executivo municipal, que sancionou um aumento no próprio salário. “Olha o salário do mané! O que ele quer? O que ele quer? Será que ele vai à Europa? Será que só come filé? Ele vem de uma oligarquia. O trabalhador pra ele é ralé! Olha o salário dele! Corta o salário dele! Olha o salário dele! Corta o salário dele!”, cantavam indignados, diante de um prefeito constrangido.

Durante o desfile, o PSTU também coletou assinaturas dos foliões para um abaixo-assinado contra o aumento dos salários dos vereadores e do prefeito. Sancionada este ano, a medida tem gerado muita indignação na população, principalmente entre os trabalhadores terceirizados que estão com o pagamento atrasado. “O ponto alto do bloco foi poder cantar a nossa marchinha na cara do prefeito Carlos Eduardo”, desabafou a professora universitária Érica Galvão, uma das organizadoras do bloco.

Ela destacou ainda o crescimento do Cuscuz Alegado, que começou com um pequeno grupo de educadores e foi atraindo trabalhadores de outras categorias, justamente por resgatar a irreverência do carnaval e seu perfil popular. “Os trabalhadores atenderam ao chamado. Vieram para as oficinas, para a confecção das alegorias, das marchinhas. A gente viu que o pessoal aprendeu a cantar todas as músicas, realmente protestando, botando a boca no trombone, falando do descaso na saúde, na educação”, contou Érica.




A marca do Cuscuz

Uma das fundadoras do bloco Cuscuz Alegado, a professora e vereadora do PSTU, Amanda Gurgel, participou ativamente dos dois dias de desfiles. Para ela, foi muito gratificante poder reunir protesto político e carnaval com o objetivo de conscientizar a população. “Tivemos muitas marchinhas que são verdadeiras palavras de ordem. Teve marchinha sobre o caos na saúde, responsabilizando a governadora pelo abandono do nosso maior hospital. Marchinhas contra o racismo, a homofobia, o machismo. Muitos temas atuais, como o aumento na gasolina. Foi bastante criativo”, destacou Amanda.

Para a vereadora socialista, além de um momento de diversão, o carnaval também pode ser um importante espaço de politização dos trabalhadores. “Queremos deixar a marca do Cuscuz Alegado, que é um bloco da educação e dos trabalhadores, mas também queremos deixar a marca do PSTU, do nosso mandato e, principalmente, a marca do que nós pensamos em relação a esses temas que são importantes demais para a população”, afirmou a professora.

Como não poderia ser diferente, durante os dois dias de desfile, o bloco ainda distribuiu muito cuscuz aos foliões. Tudo doado pelos próprios trabalhadores. Uma deliciosa forma de ironizar a lei que proíbe os professores de se alimentarem da merenda escolar.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa tem um significado político

A renúncia do Papa é apresentada como uma decisão pessoal, devido à idade. Evidentemente, é preciso buscar as razões de fundo para um gesto inédito nos anais recentes da Igreja e que enfraquece ainda mais a sua credibilidade.

Os pontificados ficam historicamente identificados com alguns dos fatos ou decisões mais importantes que marcaram esses períodos. O Papa Pio XII, contemporâneo do nazismo e aliado de Hitler na sua ascensão ao poder, ficou indelevelmente marcado por essa aliança. Mais no passado, o que resta na memória popular de Papas como Rodrigo Borgia, ou Alexandre VI, senão a reputação cruel e devasso, que nomeou o próprio filho Cesare Borgia, além de muitos outros parentes, como cardeais? De Júlio III, a nomeação como cardeal-sobrinho do amante de 17 anos, Innocenzo.

De Joseph Ratzinger, o Bento XVI, o elemento mais marcante de seu pontificado, antes da renúncia, parecia que iria ser a denúncia pública da pedofilia no clero. Poderá essa renúncia tirar o foco desse problema e sua sucessão lançar uma cortina de fumaça que oculte a série de escândalos?

Trago nestes breves comentários, de alguém que não é um vaticanólogo, apenas algumas evidências disponíveis para qualquer leitor de jornais de que essa renúncia não é um raio em céu claro. Que evidências são essas?

As de que o Vaticano viveu no pontificado de Bento XVI uma crise já antiga de perda de influência social e política, agravada pela perda da credibilidade moral com os escândalos de pedofilia. Mas ao se tratar dessa instituição, não se deve esquecer que ela é, do ponto de vista financeiro, uma das maiores multinacionais do planeta, com investimentos em bancos, corporações, reservas de ouro, etc. (MANHATTAN, 1983 mostrou a dimensão dessa fortuna).

No ano passado, a Igreja Católica viveu outra crise com as revelações de corrupção e negociatas feitas a partir dos documentos vazados pelo mordomo do Papa, no que ficou conhecido como Vatileaks. Dessa vez, a culpa não era do mordomo, que foi preso, processado, condenado e depois perdoado.

O Banco do Vaticano (o “banco mais secreto do mundo” como diz a revista Forbes (JORISH, 2012) é o IOR (Instituto das Obras da Religião), fundado em 1942. Nesse período o Vaticano vinha de uma colaboração com o regime nazista, por parte de Pio XII, mas, ainda antes disso, de uma colaboração mais estreita com Mussolini, que concedeu ao Vaticano em 1929 a assinatura do Tratado de Latrão com o estado italiano.

Esse tratado, também conhecido como Concordata foi o que permitiu o reconhecimento do Vaticano como um Estado dentro de outro Estado, incluindo a gestão das próprias finanças e a manutenção da influência política sobre a Itália que ficava com o catolicismo como religião oficial, o ensino confessional nas escolas públicas e outras vantagens ao clero. Só em 1978, houve uma alteração que tornou a Itália uma República laica e o divórcio foi aprovado.

Rompendo o isolamento em que o Vaticano havia ficado desde a vitória da república italiana em 1870, Mussolini concedeu também vultosas indenizações à Igreja. Parte desse dinheiro foi aplicado em Londres em aquisições imobiliárias que hoje alcançam o valor de cerca de meio bilhão de libras esterlinas, embora o valor real permaneça secreto, apesar das denúncias recentes do jornal Guardian (LEIGH; TANDA; BENHAMOU, 2013).

Os interesses econômicos do Vaticano também estão sendo afetados pela crise global, o que levou inclusive que em 2012 ocorresse o maior déficit fiscal em muitos anos no Vaticano, de cerca de 19 milhões de dólares (VATICAN, 2013). Nessa crise também incide o custo financeiro com os processos por pedofilia.

Os escândalos de pedofilia, além do custo moral, têm um preço econômico com os processos e indenizações, que só nos EUA, chegaram a três bilhões de dólares em mais de três mil processos abertos, com 3.700 clérigos denunciados, 525 presos, a maioria dos quais condenados e cumprindo penas.
Desde os anos de 1950 até hoje cerca de seis mil sacerdotes já foram denunciados nos Estados Unidos por abusos sexuais contra crianças, o que equivale a 5,6% do total do clero estadunidense (SCHAFFER, 2012). Figuras de proa da Igreja, como o líder dos Legionários de Cristo, no México, Marcial Maciel forma denunciados por pedofilia e outros abusos.

Bento XVI protegeu setores diretamente nazistas do clero, como o bispo Richard Williamson, negacionista do Holocausto que havia sido excomungado por João Paulo II, e cuja excomunhão foi revogada por Bento XVI em 2009. Apesar disso e de ter atendido aos interesses de setores ultraconservadores da Opus Dei e do Caminho Neocatecumenal, cerrando fileiras com partidos como o PP na Espanha para impor os planos de austeridade e flertando com a extrema-direita europeia, Bento XVI teria desagradado a esses setores ao tentar reconhecer parte dos escândalos de pedofilia para buscar limpar a reputação da Igreja. Isso levou um colunista de El País a avaliar que a renúncia foi resultado da pressão desses setores ultraintegristas (MORA, 2013).

Seja por causa das acusações de corrupção ou de pedofilia, a renúncia acrescenta uma nota ainda mais decadente a um Papa que dedicou seu pontificado a um apostolado de intolerância e repressão contra homossexuais, mulheres, muçulmanos e movimentos sociais. Num momento de crescimento da extrema direita católica na sua faceta mais fascista, como o caso do terrorista católico norueguês Breivik, o Papado de Ratzinger foi um ponto de apoio para a homofobia, o racismo, o sexismo, a intolerância e a perda de direitos sociais dos trabalhadores.

É provável que se jogue com a carta de Il Gattopardo, de Lampedusa, “mudar para tudo continuar igual”, mas para isso, os recursos da inteligência publicitária da Igreja podem contar com novidades, como o primeiro Papa não europeu da história, o que não deixará de manifestar mais uma vez um dos sintomas maiores da crise global do catolicismo, sua condição essencialmente branca e ocidental. Um Papa negro ou latino-americano não conseguirá alterar esse fato: a Ásia e a África permanecem imunes à religião imperial que o sistema de estados europeu trouxe em sua colonização global.

A participação do Vaticano nos interesses globais do capitalismo também não deve deixar a Igreja imune à onda de revolta anticapitalista que cresce especialmente nas duas margens do Mediterrâneo.

A recente aprovação pela Câmara Baixa do Parlamento francês da união matrimonial homossexual é só mais um sintoma de que os interesses patriarcais, misóginos e machistas do clero também estão perdendo lugar na definição da ordem legal e do quadro dos direitos civis do século XXI.

A última monarquia absolutista europeia, o Vaticano, sofre no gesto de renúncia daquele que foi consagrado como o “vigário de Cristo”, ou seja, o seu substituto, uma derrota simbólica profunda, pois demonstra falta de coragem e obstinação em carregar uma cruz até o final. A convivência de um novo Papa com o ex-Papa também esvazia a mística monárquica individual desse vicariato místico, dividindo em dois o corpo do substituto de Cristo na Terra.


Referências bibliográficas:

JORISCH, Avi. The Vatican Bank: The Most Secret Bank In the World. Forbes, 26 jun. 2012. Disponível em: http://www.forbes.com/sites/realspin/2012/06/26/the-vatican-bank-the-most-secret-bank-in-the-world/

LEIGH, David; TANDA, Jean François; BENHAMOU, Jessica. How the Vatican built a secret property empire using Mussolini’s millions. The Guardian, Monday 21 January 2013. Disponível em: http://www.guardian.co.uk/world/2013/jan/21/vatican-secret-property-empire-mussolini?INTCMP=SRCH

MANHATTAN, Avro. The Vatican Billions. Chino, CA: Chick Publications, 1983.

MORA, Miguel. Los movimientos ultracatólicos ganan la partida. El País, 1º Feb. 2013. Disponível em: http://internacional.elpais.com/internacional/2013/02/11/actualidad/1360588257_314838.html

SCHAFFER, Michael D.. Sex-abuse crisis is a watershed in the Roman Catholic Church’s history in America. Phylly.com, 25 Jun. 2012. Disponível em: http://articles.philly.com/2012-06-25/news/32394491_1_canon-lawyer-catholic-priests-catholic-bishops

VATICAN posts record-high budget deficit: $19M. CBSNews, 5 Jul. 2012. Disponível em: http://www.cbsnews.com/8301-202_162-57466929/vatican-posts-record-high-budget-deficit-$19m/


Retirado do Blog Convergência

domingo, 10 de fevereiro de 2013

No Amapá, 16 operários foram presos em obras do PAC

A prisão foi após mobilização dos operários contra as más condições de trabalho


Há uma promessa de o Amapá tornar-se auto-suficiente em energia hidrelétrica, inclusive com possibilidade de exportar eletricidade para outros Estados por meio do "linhão de Tucuruí". A hidrelétrica de Ferreira Gomes iniciou sua construção com investimentos de R$ 1,32 bilhões, além da promessa de gerar 252 MW/h de potência.O praz de entrega é em dezembro de 2015.

As obras que mudam o curso do rio Araguari no município de Ferreira Gomes fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) e já foi palco de intensas lutas dos operários. Duas fortes greves já foram protagonizadas nestas obras, assim como foi o caso das resistências operárias em outros lugares do Brasil, quando os operários se levantaram contra os baixíssimos salários e as péssimas condições de trabalho.

No dia 3 de fevereiro, a revolta dos operários de Ferreira Gomes teve seu ápice, já no limite da exploração, após a agressão de trabalhadores por seguranças na hora do jantar. Os operários atearam fogo em pelo menos 12 alojamentos no canteiro da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes. Logo em seguida, o aparato do estado entrou em ação, prendendo cerca de 20 pessoas. A polícia ainda mantém 16 operários detidos. No dia 4 de fevereiro, parte dos trabalhadores foram transferidos para uma penitenciária da capital amapaense.

A necessidade de se conter revoltas como estas e “corrigir” os revoltosos já levaram à prisão de operários em outros canteiros de obras, mas desta vez o cenário de horrores se aprofundam pela ofensiva da imprensa burguesa em criminalizar uma luta legítima.

Como em vários cantos do país, os operário de Ferreira Gomes sentem as dores da perda, sem amparo e nem proteção. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil no Amapá (STICC), filiado à CUT, disputa a representação dos mais de 2 mil trabalhadores com um sindicato ligado à Força sindical. Enquanto isso, a situação de penúria e humilhação permanece nos canteiros de obra de Ferreira Gomes.

Por isso, o PSTU/AP se coloca à frente da batalha pela libertação dos operários de Ferreira Gomes, assim como lança um chamado aos parlamentares da esquerda a se incorporarem nesta luta. Colocar o aparato destes parlamentares a disposição da liberdade dos operários é fundamental neste momento. Exigir a imediata libertação dos presos políticos de Ferreira Gomes é uma tarefa importantíssima para a continuidade da resistência operária no extremo norte do país e servirá como exemplo de luta para os demais processos que virão.


Retirado do Site do PSTU

Denúncias e muita irreverência vão marcar a participação do PSTU-BA no tradicional bloco da Mudança do Garcia

Bloco leva temas políticos ao circuito do carnaval de Salvador


Cartaz de divulgação
O PSTU, mais uma vez, vai participar do tradicional bloco sem cordas “Mudança do Garcia” em Salvador. Formado por moradores do bairro do Garcia, movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, o bloco é conhecido pela irreverência e pelos temas políticos levados ao circuito do carnaval.

A militância do PSTU estará presente na "Mudança", formando uma ala que denunciará os cortes no orçamento de Salvador, realizados pelo prefeito ACM Neto, que só prejudicarão a população mais pobre da cidade; os desvios de verbas nas obras da copa; a falta de investimentos em Saúde e Educação e a péssima qualidade do transporte público na cidade. Vamos aproveitar a oportunidade para prestar todo o nosso apoio e solidariedade à comunidade quilombola Rio dos Macacos que sofre com uma agressão sistemática da marinha e do governo federal. Tudo isso será feito ao som de uma banda de fanfarra e marcado por muita alegria, irreverência e crítica social.


Pipoca Indignada por um carnaval para os trabalhadores

A participação do PSTU no carnaval de Salvador já se tornou uma tradição. Todos os anos, a militância do Partido se junta a amigos e filiados e saem às ruas na segunda-feira de carnaval junto ao bloco da Mudança do Garcia.

O carnaval de Salvador, considerado o maior carnaval do mundo, é um momento de lazer para milhares de trabalhadores mas, infelizmente, há muitos anos vem sendo privatizado, tornando o espaço cada vez mais reduzido para o folião pipoca (foliões que não pagam para sair nos blocos de corda).

Este ano, um importante debate tomou conta da cidade, pautando a democratização do carnaval e a desprivatização dos espaços públicos. Iniciativas como o bloco “Pipoca Indignada” e protestos que aconteceram nos primeiros dias da festa mostram que já existem setores que questionam a politica da prefeitura (DEM) e do governo do estado (PT) em montar uma estrutura milionária para beneficiar os grandes empresários do Carnaval.

O PSTU se soma a esta luta contra a privatizaçao da cidade e, na Mudança do Garcia, vamos resgatar o verdadeiro espirito do carnaval, como uma manisfestaçao da cultura popular, marcada pela irreverência e pela crítica social e política. Estaremos na segunda-feira de carnaval nos divertindo, brincando e pulando, mas sem esquecer a nossa luta por uma sociedade mais justa, igualitária e livre da ganância e da exploração capitalista.


Junte-se a nós! Venha para a ala do PSTU na Mudança do Garcia

Data: Segunda-Feira (11/02)
Horário: 9 horas
Concentração no Fim de Linha do Garcia



Retirado do Site do PSTU