Bloco de carnaval contou com a
participação da vereadora Amanda Gurgel e reuniu trabalhadores para
protestar contra as injustiças e o descaso dos governos.
“Eu falo, eu falo! A saúde tá
precária e o povo abandonado. E a Rosalba, governadora, não dá
assistência pra classe trabalhadora”, dizia uma das músicas cantadas pelos foliões indignados do bloco Cuscuz Alegado,
que desfilou em 2013 pelo segundo ano no carnaval de Natal. As paródias
das marchinhas, com mensagens de protesto contra o caos na saúde e na
educação, se transformaram numa marca registrada da brincadeira. No
sábado e na segunda, o bloco desfilou pelas ruas de Ponta Negra e da
Redinha, denunciando as injustiças e o descaso dos governos com os
serviços públicos. Tudo com muita irreverência, alegria e criatividade.
Politizando a avenida e carnavalizando as lutas, o Cuscuz Alegado arrastou muitos foliões durante os dois dias de desfiles. Animado pelo batuque do grupo musical “Resistência da Lata”, o bloco levou para a avenida protestos contra a falta de transporte coletivo, o atraso no pagamento dos terceirizados e o recente aumento nos salários dos vereadores e do prefeito de Natal. “Esse é o nosso segundo ano no bloco e essa é uma parceria de extrema importância pra gente. Como temos uma proposta de arte e educação, o Cuscuz Alegado só nos ajuda a conciliar essa mistura.”, comentou o professor Marcos Vinícius, coordenador da banda “Resistência da Lata”.
“Olha o salário do mané”
No primeiro dia de desfile, em Ponta Negra, os foliões do Cuscuz Alegado foram surpreendidos com a presença do prefeito Carlos Eduardo (PDT), que apareceu no local para conferir outros blocos. Trabalhadores, estudantes e militantes do PSTU aproveitaram para mandar um recado ao chefe do executivo municipal, que sancionou um aumento no próprio salário. “Olha o salário do mané! O que ele quer? O que ele quer? Será que ele vai à Europa? Será que só come filé? Ele vem de uma oligarquia. O trabalhador pra ele é ralé! Olha o salário dele! Corta o salário dele! Olha o salário dele! Corta o salário dele!”, cantavam indignados, diante de um prefeito constrangido.
Durante o desfile, o PSTU também coletou assinaturas dos foliões para um abaixo-assinado contra o aumento dos salários dos vereadores e do prefeito. Sancionada este ano, a medida tem gerado muita indignação na população, principalmente entre os trabalhadores terceirizados que estão com o pagamento atrasado. “O ponto alto do bloco foi poder cantar a nossa marchinha na cara do prefeito Carlos Eduardo”, desabafou a professora universitária Érica Galvão, uma das organizadoras do bloco.
Ela destacou ainda o crescimento do Cuscuz Alegado, que começou com um pequeno grupo de educadores e foi atraindo trabalhadores de outras categorias, justamente por resgatar a irreverência do carnaval e seu perfil popular. “Os trabalhadores atenderam ao chamado. Vieram para as oficinas, para a confecção das alegorias, das marchinhas. A gente viu que o pessoal aprendeu a cantar todas as músicas, realmente protestando, botando a boca no trombone, falando do descaso na saúde, na educação”, contou Érica.
A marca do Cuscuz
Uma das fundadoras do bloco Cuscuz Alegado, a professora e vereadora do PSTU, Amanda Gurgel, participou ativamente dos dois dias de desfiles. Para ela, foi muito gratificante poder reunir protesto político e carnaval com o objetivo de conscientizar a população. “Tivemos muitas marchinhas que são verdadeiras palavras de ordem. Teve marchinha sobre o caos na saúde, responsabilizando a governadora pelo abandono do nosso maior hospital. Marchinhas contra o racismo, a homofobia, o machismo. Muitos temas atuais, como o aumento na gasolina. Foi bastante criativo”, destacou Amanda.
Para a vereadora socialista, além de um momento de diversão, o carnaval também pode ser um importante espaço de politização dos trabalhadores. “Queremos deixar a marca do Cuscuz Alegado, que é um bloco da educação e dos trabalhadores, mas também queremos deixar a marca do PSTU, do nosso mandato e, principalmente, a marca do que nós pensamos em relação a esses temas que são importantes demais para a população”, afirmou a professora.
Como não poderia ser diferente, durante os dois dias de desfile, o bloco ainda distribuiu muito cuscuz aos foliões. Tudo doado pelos próprios trabalhadores. Uma deliciosa forma de ironizar a lei que proíbe os professores de se alimentarem da merenda escolar.
Retirado do Site do PSTU
Paulo Almeida | ||
Foliões protestaram e se divertiram no 2° ano do bloco |
Politizando a avenida e carnavalizando as lutas, o Cuscuz Alegado arrastou muitos foliões durante os dois dias de desfiles. Animado pelo batuque do grupo musical “Resistência da Lata”, o bloco levou para a avenida protestos contra a falta de transporte coletivo, o atraso no pagamento dos terceirizados e o recente aumento nos salários dos vereadores e do prefeito de Natal. “Esse é o nosso segundo ano no bloco e essa é uma parceria de extrema importância pra gente. Como temos uma proposta de arte e educação, o Cuscuz Alegado só nos ajuda a conciliar essa mistura.”, comentou o professor Marcos Vinícius, coordenador da banda “Resistência da Lata”.
“Olha o salário do mané”
No primeiro dia de desfile, em Ponta Negra, os foliões do Cuscuz Alegado foram surpreendidos com a presença do prefeito Carlos Eduardo (PDT), que apareceu no local para conferir outros blocos. Trabalhadores, estudantes e militantes do PSTU aproveitaram para mandar um recado ao chefe do executivo municipal, que sancionou um aumento no próprio salário. “Olha o salário do mané! O que ele quer? O que ele quer? Será que ele vai à Europa? Será que só come filé? Ele vem de uma oligarquia. O trabalhador pra ele é ralé! Olha o salário dele! Corta o salário dele! Olha o salário dele! Corta o salário dele!”, cantavam indignados, diante de um prefeito constrangido.
Durante o desfile, o PSTU também coletou assinaturas dos foliões para um abaixo-assinado contra o aumento dos salários dos vereadores e do prefeito. Sancionada este ano, a medida tem gerado muita indignação na população, principalmente entre os trabalhadores terceirizados que estão com o pagamento atrasado. “O ponto alto do bloco foi poder cantar a nossa marchinha na cara do prefeito Carlos Eduardo”, desabafou a professora universitária Érica Galvão, uma das organizadoras do bloco.
Ela destacou ainda o crescimento do Cuscuz Alegado, que começou com um pequeno grupo de educadores e foi atraindo trabalhadores de outras categorias, justamente por resgatar a irreverência do carnaval e seu perfil popular. “Os trabalhadores atenderam ao chamado. Vieram para as oficinas, para a confecção das alegorias, das marchinhas. A gente viu que o pessoal aprendeu a cantar todas as músicas, realmente protestando, botando a boca no trombone, falando do descaso na saúde, na educação”, contou Érica.
A marca do Cuscuz
Uma das fundadoras do bloco Cuscuz Alegado, a professora e vereadora do PSTU, Amanda Gurgel, participou ativamente dos dois dias de desfiles. Para ela, foi muito gratificante poder reunir protesto político e carnaval com o objetivo de conscientizar a população. “Tivemos muitas marchinhas que são verdadeiras palavras de ordem. Teve marchinha sobre o caos na saúde, responsabilizando a governadora pelo abandono do nosso maior hospital. Marchinhas contra o racismo, a homofobia, o machismo. Muitos temas atuais, como o aumento na gasolina. Foi bastante criativo”, destacou Amanda.
Para a vereadora socialista, além de um momento de diversão, o carnaval também pode ser um importante espaço de politização dos trabalhadores. “Queremos deixar a marca do Cuscuz Alegado, que é um bloco da educação e dos trabalhadores, mas também queremos deixar a marca do PSTU, do nosso mandato e, principalmente, a marca do que nós pensamos em relação a esses temas que são importantes demais para a população”, afirmou a professora.
Como não poderia ser diferente, durante os dois dias de desfile, o bloco ainda distribuiu muito cuscuz aos foliões. Tudo doado pelos próprios trabalhadores. Uma deliciosa forma de ironizar a lei que proíbe os professores de se alimentarem da merenda escolar.
Retirado do Site do PSTU
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