quinta-feira, 13 de maio de 2010

A 'coerência' de Dunga

Quem não ficou com medo do fantasma de 1994 após o anúncio da lista de convocados para a Copa? O primeiro ponto de ligação com aquela Copa foi a clara demonstração de que Dunga, assim como Carlos Aberto Parreira, é testa curta, avesso a ousadias. O técnico ignorou solenemente os apelos da torcida brasileira por Ganso e Neymar.

Durante toda a entrevista coletiva concedida para justificar a escalação, o técnico tentou explicar a “coerência” da não-convocação dos meninos de ouro da Vila Belmiro. Disse que eram muito novos e que “não houve tempo para testes”. Contudo, não seria mais “coerente” convocar os dois maiores craques em atuação no país, e levar para Copa a fabulosa (e rara) sintonia do ataque do Santos?

Pode-se sintetizar o futebol como uma combinação da genialidade do boleiro, seu domínio dos fundamentos, com a mais perfeita sintonia dentro da equipe. Isso é precioso, mas só funciona quando treinadores têm a sensibilidade necessária e bom senso de oportunidade, o que é exatamente a antítese da teimosia.

Por outro lado, a escalação de Kleberson (reserva do Flamengo) e Grafite (que atuou em apenas um jogo da seleção e não mostrou muita coisa) contradizem toda a coerência lógica de Dunga. Ao contrário do que diz o treinador, não foram convocados apenas aqueles que “ralaram”.

Como disse um jornalista na entrevista coletiva criticando a falta de ousadia do técnico, Pelé não seria convocado em 1958 se Dunga estivesse no lugar de Vicente Feola.

O segundo elo com a seleção de Parreira de 1994 é a ameaça de a seleção não ter um meio de campo digno. Naquela época, a falta de rendimento de Raí deixou a seleção acéfala, sem um meia-armador. Ficamos com o futebol burocrático de Zinho, Mauro Silva, Dunga e Mazinho...(que, diga-se de passagem, são superiores à maioria dos meias convocados por Dunga).

Dessa vez, o perigo de Kaká se machucar ou não render o futebol esperado pode levar a uma situação semelhante. “Mas ganhamos mesmo assim”, diz Dunga. Infelizmente a situação hoje é pior do que em 94. Dessa vez, não temos a genialidade dos pés de Romário e Bebeto, na época veteranos que carregaram literalmente aquela seleção nas costas.

Quem está à altura da posição de Kaká, caso seja necessário substituí-lo? Julio Batista, reserva do Roma? Ou a opção será um improviso de laterais com volantes, descartando definitivamente um meia-armador de verdade? Talvez Dunga e Jorginho queiram mostrar ao país que seria possível vencer aquela Copa apenas com a mediocridade de seu meio de campo.

Dunga está certo em cobrar raça e compromisso dos jogadores da seleção. Mas só isso não afasta o fiasco de 2006. Esperamos que a seleção apresente na Copa um futebol livre das limitações de uma estratégia burocrática, mecânica, defensiva, tão a gosto das escolas europeias.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 12 de maio de 2010

PSTU escolhe candidatos ao Governo e Senado no Rio Grande do Norte

João Paulo da Silva
Simone Dutra e Dário Barbosa
Reunido em plenária neste sábado, 8 de maio, o PSTU do Rio Grande do Norte escolheu os candidatos que representarão o partido nas eleições de outubro. Para o governo do Estado, foi aprovado o nome da enfermeira e dirigente sindical Simone Dutra como pré-candidata.

Simone trabalha no hospital Santa Catarina e possui uma longa história no movimento sindical do Estado, tendo sido diretora do Sindsaúde. Militante do partido há 15 anos, já foi candidata à senadora e sempre se mostrou uma mulher dedicada às tarefas do partido e do movimento sindical, como no caso da fundação da Conlutas no RN.

Para o Senado, o partido escolheu como pré-candidato o professor Dário Barbosa, que já foi candidato a outros cargos, como prefeito e governador, e também tem uma história marcada pela militância política. Ele foi um dos fundadores do PSTU. Além disso, o partido já apresentou nacionalmente José Maria de Almeida, o Zé Maria, como pré-candidato à presidência da República.

“O PSTU quer construir uma alternativa de esquerda e socialista para os trabalhadores do Brasil e do RN. Por isso está apresentando lutadores de nossa classe, com uma larga história em defesa dos trabalhadores e da população pobre. São companheiros que não se venderam ao longo dos anos de luta”, afirma Dário Barbosa.

“Defendemos a construção de um governo de esquerda, revolucionário e socialista, que mude a política econômica do país e garanta emprego, salário e vida digna para todos os trabalhadores. Acreditamos que só com muita luta nas ruas, no campo, nos locais de trabalho e de estudo poderemos mudar nossas vidas. Entretanto, nestas eleições, não iremos abandonar a classe trabalhadora nas mãos de políticos e partidos corruptos defensores dos empresários”, defende Simone Dutra.

Quanto à Frente de Esquerda com o PSOL, o PSTU afirma que ela não será possível por causa dos rumos que tomou o partido de Heloisa Helena. Dividido e em crise, o PSOL está apresentando a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio contra a maioria do seu próprio partido, pois as principais figuras públicas, como Heloisa Helena e a deputada federal Luciana Genro, não apóiam sua candidatura porque defendem que o PSOL apóie Marina Silva.

O PSTU também lançará candidatos a deputados estaduais e federais. Os nomes serão definidos em uma nova reunião no próximo dia 24. O partido também pretende apresentar oficialmente seus candidatos ainda este mês, no dia 28, quando José Maria de Almeida estará em Natal.


Retirado do Site do PSTU