sábado, 5 de janeiro de 2013

Chuvas no Rio: Mais uma vez, população é vítima do descaso dos governos


Destruição em Xerém
Mal chega o ano de 2013 e as tragédias naturais já tomaram conta do estado do Rio. Desta vez, são as cidades de Angra dos Reis, Belford Roxo, Duque de Caxias, Petrópolis e Teresópolis que sofrem com o descaso dos governos.

Neste período, a população do Rio sofre com as chuvas de verão. De poucos anos para cá houve, deslizamentos em diversos morros da Cidade Maravilhosa, no morro do Bumba em Niterói, além da tragédia na Região Serrana, todos com o mesmo saldo: pessoas mortas, desaparecidas, desalojadas, muitas vezes perdendo tudo que tinham. Apesar da recorrência, nada é feito pelos governos municipais, estadual e federal.

Todos devem se lembrar do drama vivido pelos moradores da Região Serrana afetados pelas chuvas que fizeram desabar morros inteiros durante aquela sinistra madrugada de 12 de janeiro de 2011, matando milhares de pessoas. Quando estouraram os fatos, os políticos de plantão logo vieram à luz das câmeras e holofotes da mídia para culpar a natureza, esquecendo-se de que foram e são responsáveis pelo caos provocado pelas chuvas. Realmente, a chuva não pode ser evitada, é um fato. Mas isso não pode servir de desculpa para a apatia de governos omissos e corruptos.

Sabe-se que existem tecnologias e medidas, desde as mais simples às mais complexas, para prevenção de desastres naturais que já deveriam estar em pleno funcionamento em todas as cidades do país e não estão. Infelizmente, quem paga o preço é o trabalhador, que não pode morar num terreno que ofereça segurança e é empurrado para os piores lugares para se viver nas cidades: encostas e despenhadeiros sem o mínimo de condições de serem habitados.

Os recursos provenientes do governo federal são escassos, e são, muitas vezes, desviados, como ficou evidente em Nova Friburgo. Em 2011, o governo da presidente Dilma orçou os insuficientes R$ 442,5 milhões para o Programa de Prevenção e Preparação para Desastres, quando, na verdade, se precisaria de muito mais num país de dimensões continentais que todo ano é atacado pelas chuvas, secas, geadas, queimadas e erosões de todo tipo. Para piorar a situação, o governo federal executou apenas 40% do referido valor, sendo que ao estado do Rio de Janeiro se destinou apenas 0,6%.

Não podemos mais deixar que aconteça novamente o que aconteceu na Região Serrana, onde dois anos depois das enchentes nenhuma casa foi entregue aos desabrigados. Nós, do PSTU, somos solidários à população das áreas atingidas e convocamos os trabalhadores a organizarem-se para garantir seus direitos.


Baixada: trabalhadores são as vítimas

Dessa vez, Duque de Caxias foi o município que mais sofreu com essas primeiras chuvas do ano. Os rios Saracuruna, Inhomirim e Capivari transbordaram devido ao excesso de chuvas. Em Xerém casas foram destruídas, ruas sumiram, há pessoas desaparecidas e mortas.

As autoridades afirmam que a tragédia em Duque de Caxias foi fruto de uma cabeça d’água, ou seja, acúmulo de água que aumenta o nível dos rios e desce em forma de enxurrada arrastando tudo que vê pela frente, incontrolável. Entretanto, se esquecem de mencionar também são responsáveis pelas consequências desse fenômeno.

É sabido que o lixo não é recolhido de forma correta há meses em Duque de Caxias, ficando entulhado pelas ruas. Esse lixo dificultou o escoamento da água e, junto com a lama, invadiu ruas, destruiu casas e matou pessoas. Por isso, ao contrário do que querem fazer crer as autoridades, nada disso é fruto dos desvarios da natureza ou destino divino. O ex-prefeito Zito está com as mãos sujas desse sangue, pois até o dia 31 de dezembro de 2012 era o responsável pelo acúmulo de lixo pela cidade que, além de ajudar a causar a tragédia, ainda piorou os seus efeitos, trazendo sérios riscos de doença para a população.

O governo do Estado, de Sérgio Cabral, chega ao seu sexto ano batendo todos os recordes quando o assunto é descaso com os riscos das chuvas de verão. A tragédia de Xerém se junta a tantas outras com o mesmo desfecho: morrem centenas de pessoas, famílias perdem tudo e não se faz nada.

Os políticos responsáveis pela aplicação das verbas na prevenção de acidentes naturais, coletas de lixo e saneamento básico que não o fizeram devem ser responsabilizados pela tragédia e presos.


História se repete em Teresópolis e Petrópolis

Mais uma vez a tragédia bate à porta de Teresópolis e Petrópolis. Essas cidades atravessam novamente um período difícil com chuvas fortes, que provocam deslizamentos de terras, mortes e destruição. Fica evidente o descaso dos governos que seguem no poder na cidade.

Arlei Rosa (PMDB), atual prefeito de Teresópolis, era vereador na época da tragédia em janeiro de 2011, quando o então prefeito Jorge Mário (PT), cassado por corrupção, permanecia no executivo. O que esperar de um governo que participou e foi conivente daquele caos? Até hoje não existe uma casa sequer construída para os afetados que perderam suas residências naquele ano. E já estamos em 2013! Exatamente dois anos vão se completar, e nada...

As notícias que chegam de Petrópolis e Nova Friburgo também mostram que nada é feito para prevenção de desastres naturais. Além das chuvas de dois anos atrás na região serrana que provocou um dos maiores desastres naturais do Brasil, em 6 de abril de 2012, mais chuvas provocaram mortes e destruição em Teresópolis. Diversos pontos foram atingidos, mas é como se nada tivesse acontecido. Um dos bairros mais afetados, Santa Cecília, onde inclusive uma senhora perdeu sua vida, nada foi feito, além de asfalto na época de campanha, a instalação de sirenes e uma placa que faz alerta sobre riscos das chuvas de verão.

Agora as chuvas estão voltando. Se dependermos da vontade dos governos municipal, estadual e federal, a tragédia se repetirá.


Diante do estado de urgência o PSTU propõe

– Executar um plano de obras públicas para prevenir novos deslizamentos, limpeza e canalização de rios e córregos e obras de escoamentos das chuvas.

– Reconstruir imediatamente hospitais, escolas, creches, pontes.

– Construir de moradias populares com investimento maciço em saneamento básico em quantidade suficiente para combater o déficit habitacional e a especulação imobiliária, garantindo moradias dignas, seguras e gratuitas para os trabalhadores.

– Promover uma ampla campanha de vacinação em massa para evitar a proliferação de doenças como cólera, febre amarela, leptospirose etc.

– Abrir os hotéis das regiões em que haja desabrigados para acolhê-los enquanto não tiverem uma moradia segura.

– Repudiar a criminalização da pobreza. Os moradores das áreas de risco não são os responsáveis pelos deslizamentos e nem moram em despenhadeiros porque gostam. Com um salário mínimo de R$ 678, é impossível morar em local digno e seguro.


Retirado do Site do PSTU

Nota do PSTU sobre enchentes em Duque de Caxias


Destruição em Xerém
No estado do Rio de Janeiro, o ano de 2013 começa com as tragédias naturais, fenômeno que se repete, ultimamente, todo início de ano. As cidades de Angra dos Reis, Belford Roxo, Duque de Caxias e a Região Serrana sofrem com o descaso dos governos.

Todo início de ano é a mesma situação. Já houve deslizamentos nos morros da cidade maravilhosa, do Bumba em Niterói, na Região Serrana, todos com o mesmo saldo: pessoas mortas, desaparecidas, desalojadas, perdendo, muitas vezes, tudo que tinham.

Este ano, os rios Saracuruna, Inhomirim e Capivari transbordaram devido ao excesso de chuvas. Em Xerém, casas foram destruídas, ruas sumiram, há pessoas desaparecidas e mortas.

As autoridades afirmam que a tragédia em Duque de Caxias foi fruto de uma cabeça d’água, ou seja, acúmulo de água que aumenta o nível dos rios e desce em forma de enxurrada arrastando tudo que vê pela frente, incontrolável. Entretanto, esquecem de mencionar que as condições diretas e indiretas atuam sobre as consequências desse fenômeno.

É sabido que o lixo não é recolhido de forma correta há meses em Duque de Caxias, ficando entulhado pelas ruas. Esse lixo dificultou o escoamento da água e, junto com a lama formada, invadiu ruas, destruiu casas e matou pessoas.

Como escreveu Dirley Santos, militante do PSTU no Rio de Janeiro, num texto sobre o histórico das chuvas no estado na época da destruição da região serrana, ao contrário do que querem fazer crer as autoridades, nada disso é fruto dos desvarios da natureza ou destino divino.

A tese de que as enchentes são inevitáveis não resiste a um rápido levantamento histórico. Há registros de enchentes no Rio de Janeiro desde a fundação da cidade quando grandes inundações já assolaram, e essa situação seguiu ano após ano até os dias de hoje.

O governo Cabral chega ao seu sexto ano batendo todos os recordes quando o assunto é descaso com os riscos das chuvas de verão. A tragédia de Xerém se junta a tantas outras com o mesmo desfecho. Morrem centenas de pessoas, famílias perdem tudo e não se faz nada. As verbas para prevenção, quando liberadas, somem em esquemas de corrupção. O ex-prefeito de duque de Caxias, Zito, está com as mãos sujas desse sangue, pois até o dia 31 de dezembro de 2012 era o responsável pelo acúmulo de lixo pela cidade que piorou os efeitos da tragédia.

Nós, do PSTU, somos solidários com a população das áreas atingidas e convocamos os trabalhadores a se organizarem para garantir seus direitos. Xerém não pode ser uma nova região serrana, onde mais de um ano depois das enchentes nenhuma casa foi entregue aos desabrigados.

Exigimos que os governos federal, estadual e municipal indenizem financeiramente e construam casas para as pessoas que foram atingidas pelas chuvas. Os políticos responsáveis pela aplicação das verbas na prevenção de acidentes naturais, coletas de lixo e saneamento básico que não o fizerem devem ser responsabilizados pela tragédia e presos.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Há um ano da desocupação, moradores do Pinheirinho ainda buscam justiça


Pinheirinho recebeu solidariedade internacional
A violenta desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), completará um ano no próximo dia 22 de janeiro. Para que não caia no esquecimento a ação bárbara do governo do Estado de São Paulo e da Polícia Militar, um ato será realizado no Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a partir das 19h.

Um ano depois, os moradores ainda lutam por justiça. “Temos o dever de nunca olvidarmos, para que não venha acontecer novamente e, principalmente, exigir moradia para as famílias desalojadas e punição aos responsáveis, disse Antônio Donizete Ferreira, advogado e liderança da ocupação.

A principal característica do bairro era a sua forma de organização. Os moradores deliberavam, em assembleias, sobre questões de interesse específico da comunidade e sobre a atuação política na cidade, no estado e mesmo no país, como nas diversas marchas a Brasília da qual participaram. O PSTU atuava – e atua ainda hoje – na coordenação do Pinheirinho.

A organização e a politização do Pinheirinho provocaram a fúria do Estado e da polícia. No dia em que ocorreu a desocupação, os moradores ainda comemoravam uma trégua acordada na Justiça. Infelizmente, o governo federal, que podia ter efetuado a compra do terreno, nada fez. Ativistas, organizações políticas e sociais, personalidades e pessoas comuns se mobilizaram em solidariedade ao Pinheirinho no mundo inteiro.


A desocupação

Na madrugada de 22 de janeiro de 2012, os nove mil moradores do Pinheirinho foram surpreendidos com a invasão da Polícia Militar para a desocupação do terreno. Mais de dois mil soldados, cavalaria, helicópteros, bombas de gás, balas de borracha e de fogo foram utilizadas contra trabalhadores que moravam no local há quase oito anos. A ação chocou pessoas no mundo inteiro por sua desumanidade.

As cenas eram de guerra. Famílias inteiras ficaram sem suas casas e foram levadas a abrigos semelhantes a campos de concentração. Foram registradas denúncias de estupro por policiais da ROTA no bairro vizinho, Campo dos Alemães. A violência também teve como consequência duas mortes, uma por atropelamento de um trabalhador e outra de um idoso causada diretamente por espancamento.

Foto:

O terreno ocupado em 2004 pertencia, supostamente, à massa falida da indústria Selecta, pertencente ao megaespeculador Naji Nahas. Além de dever os impostos da área aos cofres públicos, Nahas é um bandido de fama internacional, condenado por diversos crimes financeiros. Mesmo assim, nada foi feito para regularizar o bairro e entregar a terra aos moradores do Pinheirinho.

Durante os oito anos em que lá estiveram, estas famílias construíram um verdadeiro bairro, com igrejas, pequenos comércios e prestadoras de serviços. A comunidade também era conhecida por participar da vida política da cidade, como nos protestos contra aumento de salário dos vereadores e contra o aumento das tarifas de ônibus, por exemplo. No Pinheirinho, a maioria dos trabalhadores era formada por empregadas domésticas, metalúrgicos, garçons entre outros.


SERVIÇO:

Dia 22/1/2013
Às 19h
Local: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Rua Mauricio Diamante, 65 – Centro – São José dos Campos)


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Não mais estupros em Nova Deli

Nota de grupo indiano sobre a onda de protestos na Índia contra a violência à mulher



Manifestação contra estupro brutal de estudante em ônibus
No dia 16 de dezembro, uma jovem de 23 anos foi estuprada em Nova Deli- Índia. De acordo com vários sites da Internet, a vítima e seu amigo foram a Nova Deli assistir a um filme quando os estupradores entraram no ônibus em que eles se encontravam, na região de Munirka em Nova Deli, com a intenção de viajar para Dwarka no sudoeste da cidade. O ônibus foi conduzido pelo trecho sul de Nova Deli por mais de uma hora e havia "cruzado" com três vans de patrulha da polícia, enquanto ela era estuprada por quase uma hora. Os dois, ela e seu amigo, foram agredidos com barras de ferro e jogados na rua com o ônibus em movimento.

Os jovens foram internados no hospital, onde a jovem estuprada permaneceu em condição extremamente crítica. "Ela apresentava um quadro severo de insuficiência orgânica após graves ferimentos em todo corpo e cérebro", informou o porta-voz do hospital, e não conseguiu superar seus ferimentos, morrendo em 29 de dezembro de 2012. Seis homens, entre eles, o motorista do ônibus, foram presos e dois policiais foram suspensos após o ataque em 16 de dezembro.

“Cidade envergonhada”, estampou o jornal The Times da Índia, declarando que o incidente de domingo é uma "nova baixa para uma cidade já conhecida como a capital do estupro na Índia", onde 582 casos de estupro foram relatados em 2012 até agora.


Publicamos abaixo a Declaração do Grupo New Wave sobre este assunto:

Este fato teria passado por um incidente corriqueiro tendo, como de costume, a estereotipada e apática resposta do povo, mas isso não era para ser assim! Após serem abusadas repetidamente, as mulheres, e em particular a juventude, levantam-se. Uma cidade inteira entrou em erupção e revolta contra a sistemática apatia e negligência que recebe de seus governantes. Agora, a onda que emergiu em Nova Deli está se tornando nacional; mulheres e jovens em todos os lugares que defendem o fim da violência levantaram suas vozes em protesto.

Nunca antes se viu uma revolta popular em relação à opressão sexual. Nós, do grupo New Wave, apoiamos e nos solidarizamos com os protestos em Nova Deli e manifestamos nossa solidariedade à vítima do estupro, que luta pela sobrevivência. Apresentamos nosso conjunto de reivindicações e propostas:


1:Julgamento rápido em acusação de estupro

Diz o ditado: Justiça atrasada é justiça negada. Casos como este se arrastam por meses, senão anos, sem que qualquer justiça seja cumprida em favor da vítima. Mesmo assim, esta por vezes, vem apenas devido à forte pressão social. A propósito, o caso do massacre em Khairlanji nos dá um exemplo de como funcionam as estruturas e os procedimentos do sistema judiciário na Índia. Não podemos e não iremos tolerar uma abordagem tão lenta, onde vidas inteiras foram arruinadas. A gota d'água derramou, exigimos um julgamento rápido dos acusados neste caso.


2:Expulsemos os políticos criminosos

Mesmo frente às exigências de enforcamento para os estupradores diante do Parlamento e nas ruas da capital, a maior parte de nossos partidos políticos, esses lacaios da burguesia, lançam tais cretinos como candidatos e líderes que têm afirmado (quase com orgulho!), que foram acusados de crimes sexuais. A Associação de Reformas Democráticas lista 369 desses políticos, alguns dos quais são membros do Conselho Legislativo e membros do Parlamento, que foram acusados de crimes que vão de estupro ao abuso sexual.

Que esperança de alívio vindo das instituições "democráticas" se pode ter, quando estas são monopolizadas pelos pares de partidos que enchem esses candidatos de orgulho? Ao contrário, as mulheres continuam a ser explorados e brutalizados sob seu comando. Só a força organizada do povo, dos trabalhadores, dos camponeses, dos estudantes, pode trazer justiça, pressionando quem está no poder. Agora é o momento de usar toda nossa força para limpar o sistema político de tais elementos e fazer com que estes lúmpens sejam expulsos!

Devemos mostrar que ninguém pode simplesmente, pela força de suas altas posições, escapar da fúria do povo e da mão forte da justiça. Nós, o povo, devemos ter consciência do nosso poder, e derrubar o altivo e arrogante. Nós já fizemos isso antes e podemos fazer novamente!


3:Treinamento de autodefesa obrigatório para mulheres

Em nossa sociedade dominada pelos homens foi estabelecido como norma que as mulheres sejam servis, obedientes e "femininas". A ideia de proteger as mulheres da violência dos homens joga o ônus apenas sobre as mulheres, fazendo com que elas permaneçam como glorificadas empregadas domésticas, restritas à cozinha ou trabalhando como enfermeiras para nossos bebês. Nunca ocorreu à mente de nossos antiquados pares que mulheres, se ensinadas a se defender, teriam metade dos seus problemas relativos à violência doméstica resolvidos. Ah! Mas aqui encontramos as suas verdadeiras intenções!

A burguesia nunca permite que trabalhadores se armem, pois, se aqueles que produzem toda riqueza obtiverem os meios para controlá-la, então o poder estaria perdido! Paralelamente a isto, as mulheres dão tudo aos seus senhores do sexo masculino para ter apenas migalhas – se tanto - por seu esforço. As mulheres ficam com uma parcela desproporcional da propriedade, uma parcela desproporcionalmente maior de carga de trabalho, e uma parcela desproporcionalmente menor de salários! Se tal discriminação não fosse suficiente, ainda recebem uma parcela maior de violência e repressão!

Em um ambiente onde as mulheres são sistematicamente submetidas às piores atrocidades, que vão desde à tortura mental até estupro e morte pelo dote[1], deve-se ensinar às mulheres todos os meios pelos quais elas possam defender sua vida e seu corpo. Exigimos que o treinamento compulsório de autodefesa seja ensinado às mulheres a partir de 16 anos.


4:Reconhecimento do estupro conjugal

Ninguém deve achar que o casamento seja um porto seguro para a realização dos mais hediondos crimes contra as mulheres. Nossas leis, que são em muitos casos meras relíquias de um passado colonial, devem ser radicalmente reformuladas para atender aos desafios práticos colocados por nossa sociedade. Estupro conjugal deve ser entendido como uma forma de ofensa sexual e reconhecido em toda extensão de sua brutalidade. É uma das grandes ironias que, enquanto estilos de vida sexual alternativa, que não causam dano a ninguém, são punidos pela seção 377[2], nada seja previsto para o estupro conjugal que escapa convenientemente pela porta dos fundos.

Não haverá justiça a menos que este erro seja corrigido. Milhares, talvez milhões, são vítimas de violência doméstica, chegando ao ponto de estupro ou pior. No entanto, elas não têm descanso, porque nossas leis arcaicas não lhes dão resposta!


5:Suspensão imediata dos policiais que agrediram mulheres

Ninguém, nem mesmo a polícia pode ser absolvida por mau desempenho ao lidar com as mulheres. Que direito dado por deus têm eles de tratar os cidadãos da maneira que querem?! Ao lidar com os manifestantes em Nova Deli, alguns policiais desceram a níveis tão baixos de comportamento lúmpen que começaram a provocar manifestantes do sexo feminino. Como se não bastasse, alguns policiais foram vistos batendo com cassetetes em mulheres desarmadas. A lei prevê um código de conduta, quando se trata de lidar com as mulheres em qualquer operação, mas ele não foi honrado no policiamento dos protestos em Nova Deli!

Não são apenas os policiais de campo que devem ser responsabilizados por seu comportamento, mas também o comissário de polícia de Nova Deli que deve responder pelas inúmeras pessoas gravemente feridas durante o bombardeio com canhões de água e ataques com cassetetes. A polícia é vista como uma instituição para defender o povo, mas ao que parece a instituição está dominada pela elite endinheirada que monopoliza toda a segurança em benefício próprio! É besteira completa quando o comissário humildemente fala sobre escassez de mão de obra. Onde estava essa falta de mão de obra quando se tratava de esmagar os manifestantes ou assegurar a segurança para a elite?! Exigimos a imediata suspensão de todos os oficiais que ilegalmente usaram força excessiva contra manifestantes pacíficos, assim como do comissário de polícia de Nova Deli pelas ações das forças sob seu comando!

*New Wave é um grupo da Índia que mantém relações políticas fraternais com a LIT

[1] É frequente a tortura e o assassinato de mulheres pelo marido para ficar com seu dote.
[2] A seção 377 diz que: Quem quer que tenha voluntariamente realizado intercurso carnal contra a ordem natural, com outro homem, mulher ou animal, será punido com prisão de 10 anos a perpétua, além do pagamento de multa.


Retirado do Site do PSTU

Vereadora mais votada entre as capitais, Amanda Gurgel toma posse em Natal

Logo na primeira sessão da Câmara, Amanda disputa a presidência da Casa defendendo a redução do salário dos vereadores


Amanda Gurgel na sessão de posse da Câmara de Natal
O dia 1º de janeiro de 2013 já entrou para a história da classe trabalhadora brasileira. No momento em que um novo ano se inicia, milhares de trabalhadores, jovens e mulheres de Natal renovaram seus sonhos e esperanças na luta por uma vida digna. E foi esse o sentimento que marcou a posse da professora Amanda Gurgel como a vereadora mais votada entre as capitais, em solenidade realizada na Câmara Municipal de Natal. Do lado de fora, muitas pessoas realizaram um ato em apoio à vereadora do PSTU, demonstrando que ela não estará sozinha nos próximos quatros anos.

Eleita com 32.819 votos, a maior votação da história da cidade, Amanda Gurgel tomou posse já mostrando a que veio e como será um mandato socialista. Em seu discurso, no qual se apresentou como candidata à Presidência da Câmara, a professora denunciou os responsáveis pela crise social em que está jogada a cidade e criticou o aumento nos salários dos vereadores. “O povo não entende como pode, em meio a essa crise, os vereadores terem um aumento absurdo em seus salários. Senhores vereadores, receber 17, 18 mil reais é um desrespeito com quem ganha um salário mínimo. Reafirmo aqui o meu compromisso de votar contra e fazer de tudo para barrar esse aumento”, disse.

Amanda Gurgel disputou a presidência da Câmara contra outras duas chapas, encabeçadas pelos vereadores Hugo Manso (PT) e Albert Dickson (PP). Costurando um acordão entre 21 vereadores, Dickson venceu a eleição. Mas ao contrário do novo presidente da Câmara, a professora Amanda apresentou, junto com os dois parlamentares do PSOL, uma candidatura com base em um programa de combate aos privilégios e a corrupção dos vereadores. “É necessário neste momento ouvir o recado das urnas, que não quer uma Câmara submissa, que não quer uma câmara que funcione em base a conchavos e ao clientelismo, com privilégios. O povo está cansado, o povo quer mudança”, discursou.


Um mandato de oposição de esquerda aos governos

No discurso de posse, Amanda Gurgel não poupou os responsáveis pelo caos que vive Natal, a exemplo da ex-prefeita Micarla de Sousa (PV), afastada do cargo por corrupção. “As montanhas de lixo pelas ruas são só o retrato mais grotesco de um governo que saqueou as riquezas do município. O lixo é só a parte mais aparente. A vida de quem vive nos bairros mais distantes de Natal e que depende dos serviços públicos é um drama permanente. Todos os serviços mais básicos, que deveriam ser direitos fundamentais da população, estão sendo negados todos os dias”, denunciou Amanda.

O descaso da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) com a saúde pública estadual e as privatizações dos hospitais universitários do governo Dilma também foram lembrados pela vereadora mais votada de Natal. “O caos da saúde está no rosto da mãe que passou a noite abanando seu filho recém-nascido em uma maternidade às escuras. E é agravada pelo governo Rosalba, que mantém a fila de espera para a UTI do Walfredo Gurgel como um monumento ao descaso pela vida. E, infelizmente, também pelo governo Dilma, que mantém os projetos de privatização dos serviços públicos, e vai entregar os hospitais universitários, como o Onofre Lopes, para uma empresa”, criticou.

Durante o discurso, Amanda ainda afirmou que a “Era Micarla” faliu e endividou a cidade. A vereadora empossada comparou o caos em Natal com a crise econômica na Europa e também fez questionamentos ao novo prefeito eleito, Carlos Eduardo Alves (PDT). “Em países como a Grécia, Portugal e Espanha, os governantes estão jogando a crise nas costas dos trabalhadores, atacando direitos e desmontando os serviços públicos. A “saída” que encontram é essa. Essa será a saída de Carlos Eduardo para a crise aqui em Natal? Pedir paciência para o funcionalismo? Jogar a conta da crise para quem mais sofre com ela? ”, questionou.

Já no final do discurso, a professora Amanda Gurgel alertou os vereadores sobre o recado vindo das ruas e das urnas e disse que os trabalhadores estão dando suas respostas ao caos imposto pelos governos. “Lá na Europa, os trabalhadores estão dando o seu recado, indo para as ruas, mostrando a sua indignação. Aqui, em Natal, o povo também deu o seu recado nas ruas e nas urnas. Estamos vivendo dias históricos”, destacou a vereadora.

E concluiu afirmando que as verdadeiras mudanças na sociedade não vem dos parlamentos, mas das mobilizações dos trabalhadores. “O meu partido, o PSTU, acredita que não é dentro dos gabinetes que as verdadeiras mudanças acontecerão em Natal, no Rio Grande do Norte e em nosso país. As verdadeiras mudanças virão das mobilizações populares, virão do povo organizado, virão dos mais explorados e dos mais oprimidos”.


Um mandato com a força dos trabalhadores

Logo após a cerimônia de posse, militantes do PSTU, trabalhadores, ativistas sociais e apoiadores participaram de uma festa em comemoração ao início do mandato da professora Amanda Gurgel. Na festa realizada em frente à Casa do Cordel, um tradicional ponto de cultura potiguar, estiveram presentes pessoas que participaram da eleição de Amanda desde o começo da campanha e que permanecem ajudando, como é o caso do professor do IFRN, Mateus Nascimento. “A presença de Amanda Gurgel na Câmara é a presença das necessidades do povo. O povo apostou em Amanda e nós estamos com ela. Não só no dia da posse, mas também durante todo o mandato construindo a luta”, afirmou.

Cyro Garcia, da direção nacional do PSTU, que veio a Natal para acompanhar a posse de Amanda Gurgel, também participou da comemoração e comentou o início de um mandato socialista que terá a força dos trabalhadores. Cyro afirmou que o mandato de Amanda fortalece nacionalmente a luta dos trabalhadores pelo socialismo e mostra que é possível eleger sem rebaixar o programa político. “Estamos comemorando uma grande vitória da classe trabalhadora não só de Natal, mas do Brasil inteiro. O fato de ela ter sido eleita em Natal como a mais votada das capitais mostra uma vitória nacional. Mostra que os trabalhadores não precisam rebaixar seu programa político para serem eleitos. O PSTU elegeu Amanda com um programa revolucionário. Essa vitória fortalece a luta dos trabalhadores para pavimentar a estrada que nos levará uma sociedade socialista”, declarou.


LEIA MAIS


Leia o discurso de Amanda Gurgel durante a posse na Câmara e as eleições para a Presidência da Câmara


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Cleber Rabelo, operário da construção eleito vereador pelo PSTU, toma posse em Belém

" Nosso mandato será uma trincheira de denúncia e resistência contra os ataques à classe trabalhadora”, discursa o vereador socialista



Cleber a caminho da cerimônia de posse
No primeiro dia de 2013, quando os trabalhadores traçam novos planos e renovam suas esperanças para o próximo período, foi realizada a cerimônia de posse do prefeito e dos vereadores eleitos em Belém. Nem a chuva da tarde impediu a militância do PSTU de sair pelas ruas da cidade para tomar posse junto com Cleber Rabelo. A cerimônia tradicional foi quebrada pelas palavras de ordem dos militantes do partido que afirmavam que, a partir de hoje, a câmara de vereadores de Belém não será a mesma.


”E em Belém, eu quero ver trabalhadores no poder!”

Durante a cerimônia, Cleber agradeceu os votos e a confiança dos 4.691 trabalhadores e jovens que, pela primeira vez, apostaram em um operário da construção civil e militante do PSTU como seu representante no Legislativo, e reafirmou seu compromisso com as lutas imediatas e históricas que todos os dias são travadas pelos trabalhadores contra a barbárie dessa sociedade capitalista. “Belém está prestes a comemorar 400 anos, mas infelizmente os trabalhadores tem mais motivos para lamentar do que festejar. Mais da metade da população não tem acesso a saneamento básico, os bairros periféricos estão abandonados e os serviços públicos completamente sucateados. Todos os dias as manchetes dos jornais nos mostram assassinatos de jovens, mortes em filas de hospitais por falta de atendimento, faltam creches e educação de qualidade porque a cidade é governada para os ricos e essa dura realidade tem que mudar!” , afirmou.

Cleber também homenageou a família e os companheiros do agricultor Mamede Gomes, membro do MST da ocupação Mártires de Abril em Mosqueiro, covardemente assassinado em seu lote agroecológico no dia 23 de dezembro: “As motivações do crime ainda não estão esclarecidas, mas gostaria de dizer aos companheiros do MST que estamos juntos na luta por justiça e pela reforma agrária e urbana!” . Rabelo também dedicou este momento aos cinco operários presos na greve de Belo Monte, em Altamira (PA). Para ele, é um absurdo que mensaleiros continuem soltos enquanto esses trabalhadores que ousaram lutar por salários dignos sejam condenados a passar o Natal longe das famílias.



Para Gizelle Freitas, militante do Movimento Mulheres em Luta, o mandato de Cleber Rabelo vai ser um ponto de apoio para as lutas e revindicações das mulheres da classe trabalhadora: “Um dos principais pontos que esse mandato tem que encampar é pelas creches públicas na cidade. O déficit em Belém é muito grande, enquanto isso os filhos e filhas da classe trabalhadora não tem uma estrutura do estado pra que as mães e os pais possam sair pra trabalhar e deixá-los em segurança com uma equipe que possa dar conta não só da educação, mas de outros elementos que cercam a questão da creche.” . Gizelle também afirma que além das creches, o mandato de Cleber estar a serviço da luta contra o machismo: “O Pará está entre os sete primeiros estados do país no índice de violência à mulher e isso é preocupante demais. Então, é muito importante que um vereador possa também encampar essa luta com a gente, pelo fim da violência à mulher, pelo fim da opressão, pelo fim do machismo” .

Já Ricardo Wanzeller, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), acredita que a juventude que vem lutando pela garantia do emprego, pelo direito à aposentadoria pode se sentir representada por esse mandato. “Nós sabemos a realidade da juventude negra e homossexual de Belém, que além de ser criminalizada, não tem acesso aos principais serviços básicos da cidade. E é nesse mandato socialista que vamos buscar um ponto de apoio para as lutas da juventude, onde vamos fazer muita luta em defesa da educação, pelo passe livre para estudantes e desempregados, pelo acesso à universidade pública, porque a gente sabe que é só nas ruas, nas lutas que a gente vai arrancar nosso direito à liberdade e com um mandato socialista e revolucionário na câmara, nossa voz será melhor ecoada”, afirma.



“Nosso mandato será uma trincheira de denúncia e resistência contra os ataques à classe trabalhadora, a corrupção, as privatizações, ao imperialismo. Nosso mandato estará voltado aos trabalhadores que vivem com um salário de fome enquanto os ditos representantes do povo desfrutam de altos salários e mordomias pagos pelo suor dos trabalhadores. Contra essa falsa democracia, nosso mandato estará nos bairros, nas greves, nas ocupações, nos canteiros de obras, nas ruas sendo porta-voz das demandas da nossa classe pela construção de um mundo socialista” , concluiu Cleber Rabelo.


Retirado do Site do PSTU

Nota sobre a luta dos trabalhadores pela moradia digna e garantia de suas terras no Maranhão

Em 2012, o grande capital e a oligarquia intensificam operações que oprimem, expulsam e exploram os trabalhadores no campo e na cidade


O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado(PSTU) vem denunciar a situação de opressão e exploração que vivem os trabalhadores do campo e da cidade, quilombolas, indígenas, ribeirinhos e comunidades tradicionais no Estado do Maranhão.

Durante este ano, intensificaram-se os processos de reintegração de posse no campo e na cidade; ataques de milícias e pistoleiros a várias comunidades a mando de latifundiários, políticos e grileiros; decisões judiciais contra os trabalhadores; intensa especulação imobiliária urbana; grandes projetos que se instalam com as benesses do governo de Roseana Sarney e que expulsam várias comunidades de suas moradias.

Vários casos (conforme relato abaixo) de violação dos direitos humanos ocorreram em municípios como Codó, Pirapemas, Senador La Roque, Itapecuru, São Luiz Gonzaga, São Luís, Paço do Lumiar, dentre outros.

Em 2012, em decorrência de violentos conflitos fundiários, oito pessoas foram executadas. Uma das últimas vítimas foi a liderança camponesa de Buriticupu, Raimundo Alves Borges, o “Cabeça”, executado a tiros por pistoleiros. Atualmente, há dezenas de trabalhadores rurais, quilombolas, indígenas e ribeirinhos ameaçados de morte e sem a proteção do Estado.

Diante da inércia e do conluio com esta situação por parte do governo Dilma, que não garante proteção aos trabalhadores e não regulariza suas terras, e de Roseana Sarney, que defende o latifúndio e os grileiros, doa terras para os grandes empresários (como as da comunidade Cajueiro para a Suzano) e os beneficia (como no caso das empreitadas do seu “sócio” Eike Batista), vários momentos de reação aconteceram em 2012. Mobilizações, bloqueios de BR, ocupações do INCRA e demais órgãos foram alguns dos protestos contra as reintegrações de posse decididas pelo poder judiciário e a violência generalizada contra as comunidades. Os protestos exigiram também a regularização das terras diante da lentidão do INCRA, ITERMA, FUNAI e demais órgãos federais e estadual.

Outro caso deplorável foi a queixa-crime que move o fazendeiro Edmilson Pontes contra o advogado da CPT e militante do PSTU, Diogo Cabral, por causa de sua incansável luta em defesa das comunidades ameaçadas no nosso estado, e, neste caso, dos quilombolas do território Aldeias Velha, no Município de Pirapemas.

O PSTU em 2013 permanecerá na luta contra o latifúndio, os grileiros, os coronéis e a oligarquia que continuam a dominar o Maranhão e espalhar o terror, a morte e a perseguição. O PSTU permanecerá ao lado dos trabalhadores e da juventude por uma sociedade justa, socialista, igualitária, sem exclusão e opressão.


Conflitos do campo e da cidade em 2012

Citamos, dentre vários casos, exemplos desta triste situação que vive o povo sofrido do nosso estado :


Em Codó:

Milícias aterrorizam o Quilombo Puraqué, comunidade que reside há pelo menos 140 anos na área. Policiais, sob a orientação de Biné Figueiredo, empresário e ex-prefeito da cidade, ameaçam quilombolas de morte, destroem florestas de babaçu e praticam outras brutalidades, como relata a Comissão Pastoral da Terra(CPT). Apesar da garantia da posse da terra, via liminar no último dia 19 de dezembro, precisamos ficar alerta e manter a luta.

A Comunidade Quilombola de Santa Maria dos Moreiras é atacada, segundo várias denúncias, por mais um representante da Oligarquia Sarney, o Deputado Estadual Cesar Pires (DEM-MA), que é líder do governo Roseana Sarney na Assembleia, e seu irmão, Celso Pires, Secretário de Meio Ambiente de Codó. Desde abril de 2012, homens armados desmataram babaçuais e promovem grande destruição no território tradicional.

A comunidade que ocupa a fazenda Manguinhos sofre com a decisão do juiz Sirdacta Gautama que acatou o pedido de reintegração de posse da Costa Pinto/TG Agroindustrial, ratificada pela desembargadora Raimunda Bezerra.


Em Pirapemas:

O Quilombo Pontes, com 45 famílias e reconhecida oficialmente como comunidade quilombola em dezembro de 2011, está em situação crítica. A comunidade está ameaçada por homens armados, seus cultivos foram destruídos e suas terras ocupadas por gado em uma tentativa articulada de fazendeiros para expulsá-los.

Na comunidade Arame cerca de 200 famílias camponesas denunciam que suas roças foram envenenadas por ação criminosa comandada pelo prefeito e latifundiário Eliseu Moura, outro aliado da família Sarney.

Em Senador La Roque, aproximadamente 250 famílias ocupam a fazenda Cipó Cortado e sofrem violência, perseguição e tentativa de assassinato através de milícias fortemente armadas. Segundo os trabalhadores, o fazendeiro Francisco Elson de Oliveira tem liderado esse processo com o apoio de outros fazendeiros da região. Em recente decisão, a reintegração de posse foi suspensa, mas a luta pela da terra permanece para os trabalhadores.

Em São Luiz Gonzaga, o quilombo São Pedro foi invadido pela PM e casas foram destruídas, homens, mulheres, idosos e crianças foram ameaçados em sua integridades. O fazendeiro Zé de Sousa, que se diz dona das terras, é o responsável pelo clima de terror na comunidade.

Em Itapecuru, conforme noticiado, 120 famílias do Quilombo Santana/São Patrício tiveram seus lares invadidos e derrubados por milícia fortemente armada e sem nenhum mandado de reintegração de posse. Segundo informações, toda operação foi comandada pelo corretor de imóvel e advogado Francisco Caetano e pelo empresário residente em São Luís Fabiano Torres Lopes.

As comunidades indígenas no Maranhão (os Tenetehara ou Guajajara, Awá-Guajá, Ka’apor, Ramkokamekra-Canela e Apaniekrá-Canela, Krikati, Pukobyê-Gavião, Krepum Katejê e Krenjê.) vivem, historicamente, sob ameaças dos fazendeiros, madeireiros, dos grandes projetos e resistem para garantir suas terras, sua cultura e condições de vida. Recentemente, foi assassinada a líder indígena Ana Amélia Guajajara, executada por pistoleiros no dia 28 de abril de 2012.

Na região da grande ilha, principalmente em São Luís e Paço do Lumiar, várias comunidades estão ameaçadas de despejos pelas grandes construtoras, a especulação imobiliária e empresas que se instalam no estado. Comunidades como Eugênio Pereira, Vila Cristalina, Vinhais Velho, Terra SOL, Pindoba, Renascer, Maracujá, Quebra Pote, Cajueiro, Vila Maranhão, Taim, Rio dos Cachorros, Camboa dos frades, dentre outras, resistem aos ataques do grande capital, de parte do judiciário maranhense e do governo estadual.


Retirado do Site do PSTU