sábado, 6 de outubro de 2012

Acompanhe ao vivo a apuração das eleições de Natal e Belém

A transmissão começa às 18h do domingo e mostrará todo o clima da militância e apoiadores das candidaturas de Amanda Gurgel e Cleber Rabelo durante a apuração eleitoral
 

Neste domingo, dia 7, você vai poder acompanhar ao vivo a apuração das eleições em Natal e Belém, através do Portal do PSTU.

A transmissão começa às 18h e, além do resultado eleitoral, mostrará todo o clima do momento entre a militância e os apoiadores das candidaturas de Amanda Gurgel e Cleber Rabelo, depoimentos dos próprios candidatos e a comemoração de encerramento de duas belas campanhas eleitorais.

Em Natal, a campanha de Amanda Gurgel, a professora que se tornou conhecida após o vídeo em que denuncia a situação da educação se espalhar pela Internet, agitou uma cidade que vive uma profunda crise política. Além de escândalos de corrupção, a capital do Rio Grande do Norte sofre com o descaso nos serviços públicos, como na Saúde. Amanda despontou como um verdadeiro fenômeno na cidade, catalisando o sentimento de indignação da população e disparando nas pesquisas como a primeira colocada entre os candidatos a vereadores. Tudo isso com uma campanha sem o dinheiro de empresas ou empreiteiras ou cabos eleitorais pagos.

Já em Belém, o operário da Construção Civil, Cleber Rabelo, reconhecido dirigente sindical, construiu sua campanha nos canteiros de obra e nos bairros mais pobres da cidade, como Terra Firme. A candidatura de Cleber ganhou amplo respaldo entre os trabalhadores mais explorados e marginalizados, assim como o apoio de representantes dos movimentos sociais, como o MST.  A campanha cadastrou mais de 4.200 apoiadores. Destoando das grandes campanhas eleitorais financiadas pelas empresas, a de Cleber contou com recursos dos próprios trabalhadores.

Neste domingo, acompanhe ao vivo no Portal do PSTU o encerramento dessas duas grandes campanhas eleitorais que já são duas grandes vitórias.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O escândalo Cachoeira atinge o PSOL

As eleições deste ano têm trazido uma série de novos debates e desafios para a esquerda socialista brasileira. Numa dura batalha contra os monopólios político-financeiros, uma parte dos lutadores das greves e mobilizações tem tentado usar o espaço eleitoral para romper a ideologia de que “os políticos são todos iguais” e de que “não existe política sem corrupção”. Felizmente, em algumas cidades, a esquerda socialista tem conseguido um espaço importante nessa disputa de consciência.
No entanto, um fato recente chamou a atenção de todos os ativistas e tem sido assunto nas redes sociais. Trata-se da relação escancarada de membros do PSOL com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, incluindo o fundador e dirigente nacional do PSOL, Martiniano Cavalcante, que recebeu nada menos que R$ 200.000 da empresa Adécio e Rafael Construções e Incorporações LTDA, uma das empresas-laranja utilizada por Cachoeira para suas negociatas.

Mesmo em meio ao julgamento do mensalão e a denúncias que envolvem centenas de políticos burgueses com Cachoeira, a participação do PSOL salta aos olhos dos ativistas como algo inesperado, da mesma forma que salta aos olhos da burguesia, como uma arma a ser usada contra o conjunto da esquerda socialista. É de se esperar que escândalos de corrupção surjam de quando em quando e de forma cada vez maior entre os políticos da burguesia e seus financiadores de campanha milionários. O que não é de se esperar é que um partido que se reivindique socialista esteja envolvido nesses casos.


Direção do PSOL sabia

As primeiras denúncias da relação do PSOL com Cachoeira vieram à tona ainda em maio desse ano, quando da divulgação das escutas telefônicas que evidenciavam a compra de apoio político do vereador Elias Vaz, em uma conversa telefônica diretamente com seu companheiro Carlinhos Cachoeira. A reação da ampla maioria das figuras públicas e dirigentes do PSOL na época foi a de acobertar o vereador, reciclando inclusive a tese do “golpe das elites” defendida pelo PT na época do mensalão.

Sabendo-se das relações de Elias Vaz com Cachoeira, era evidente para qualquer dirigente que acompanha o debate que Martiniano estaria envolvido, pela relação umbilical que existe entre os dois dirigentes em suas trajetórias políticas. Mas o PSOL preferiu não tomar nenhuma iniciativa e hoje Elias Vaz é o candidato prioritário da coligação PSOL-PCB em Goiânia, jogando pesado para manter seu mandato. Nos cálculos das tendências internas, mais valeu a disputa pelo aparato do que manter limpa a bandeira socialista.

Mas a divulgação do recebimento de R$ 200.000 de Cachoeira por Martiniano eleva a discussão para outro patamar. Não estamos mais falando de uma figura pública regional do PSOL, mas de um fundador e dirigente nacional do partido, parte da coluna central de quadros que hoje dirige o PSOL.


Quem é Martiniano Cavalcante? 

Para os que não se recordam, Martiniano foi um dos pré-candidatos a presidente da República nas últimas eleições presidenciais, sendo derrotado por Plínio de Arruda Sampaio, depois de uma enorme crise com acusações entre os dois blocos. Era o candidato que Heloísa Helena e Luciana Genro, entre tantos outros dirigentes, defendiam como melhor nome para representar “a ética na política”.

Martiniano é um dos fundadores do PSOL. Fundou em Goiás no ano de 2002 o Movimento Terra Trabalho e liberdade (MTL), que depois passou a existir enquanto corrente interna do PSOL. Em Goiás, dirige um grupo de militantes que se organiza há anos ao redor do mandato do vereador Elias Vaz (PSOL). Mandato que ambos tem feito de tudo para manter, desde giros políticos à direita até, como agora se sabe, financiamentos do grupo de Cachoeira.

Martiniano militou no PSTU durante os anos 1990, rompendo junto de um grupo de militantes que, em essência, argumentava que o centralismo democrático suprimia as liberdades individuais dos militantes, ainda que não soubessem especificar quais liberdades eram essas. As denúncias recentes deixam claro a quais “liberdades individuais” Martiniano e seu grupo se referiam: a liberdade para fazer acordos e conchavos com quem bem entender, sem qualquer controle por parte da militância do partido.


A corrupção como subproduto do vale-tudo eleitoral

Uma reflexão que o conjunto dos lutadores deve fazer neste momento é a dos rumos que vem trilhando o PSOL. De um partido de oposição de esquerda, radical, o PSOL caminha a passos largos para ser apenas mais um partido da ordem. Cada vez mais distante das lutas concretas dos trabalhadores e da juventude, o PSOL vem sucumbindo de conjunto ao vale-tudo eleitoral.

Tendo como parte importante as articulações do Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o PSOL conta nessas eleições com um leque de alianças e acordos que envolvem PT,DEM,PDT,PRB, PV, PSL, PTN, PPS, PMN, PSB e PCdoB. No Amapá, o PSOL faz uma coligação com PPS, PRTB, PMN, PTC, PV em Macapá, e com o PTB e o DEM em Santana. O PSB é parceiro do PSOL em Manaus, entre outros lugares. Já o PCdoB foi garantido a qualquer custo em Belém.

É com o mesmo cálculo eleitoral que Marcelo Freixo, no Rio, afrontou os servidores em greve num momento crucial em que precisavam de apoio, admitindo como possível o corte de ponto dos grevistas em um governo do PSOL.

É esse vale-tudo eleitoral a origem do escândalo atual. Cedendo aos partidos e ao financiamento da burguesia, o resultado final não poderia ser outro: esses setores do PSOL acabam assumindo o método da burguesia de negociar. Hoje um dirigente nacional desse partido é manchete dos jornais recebendo R$ 200.000 de ninguém menos que Carlinhos Cachoeira.

Nós, do PSTU, mantemos com orgulho nossa independência de classe, tendo como foco a ação direta dos trabalhadores e sem fazer alianças com partidos da burguesia ou receber financiamento de empresas privadas. Sob essas bases, damos prosseguimento à luta pelo socialismo dentro das fronteiras da classe trabalhadora, seja nas lutas ou nas eleições.

E chamamos aos militantes honestos do PSOL a não se satisfazerem com medidas paliativas da direção desse partido, como a afastamento temporário de Martiniano da direção, mantendo a candidatura de Elias. É preciso mudar o rumo de adaptação eleitoral desse partido ou mudar de partido.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A “nova classe média” desfila pela Avenida Global

Avenida Brasil: metáfora da mobilidade social
Por meses, milhões acompanharam com fervor a meteórica ascensão social de três empregadas domésticas (cuja realidade está a anos-luz dos milhões de mulheres forçadas a se submeter à prisão (quartinhos/senzalas de seus patrões) e uma história de vingança que, iniciada num lixão, transita, no ritmo de reviravoltas mirabolantes por uma tal Avenida Brasil.

Tema mais frequente nas rodas de conversa, as novelas, até mesmo por seu enorme impacto, não deveriam ficar inteiramente fora das reflexões daqueles preocupados em entender e intervir na realidade. Como principais produtos da indústria cultural brasileira, elas têm sempre muito a dizer sobre as formas de controle e domínio em nossa sociedade. Algo que a mais popular delas, no momento, esconde atrás de seu próprio título.

Servindo como via de acesso entre o suburbano bairro do Divino e a nobre Zona Sul do Rio de Janeiro, “Avenida Brasil” é uma metáfora um tanto óbvia da mobilidade social e, particularmente, uma celebração da “nova classe média C” tão alardeada pelo governo Dilma. A mesma idéia que está no centro da história das “três Marias” do periférico Borralho, que saltaram para a riqueza e a fama na novela “Cheias de Charme”.


Por trás e para além da trama, o Capital

Evidentemente, para a maioria do povo, até mesmo pela absoluta falta de outra opção de lazer, novelas não passam de entretenimento e o que mantém milhões grudados na tela são os dramas e bizarrices das tramas e a sedução dos personagens construídos pelos seus ídolos midiáticos.

Não é novidade para ninguém que tudo isto está a serviço da alienação e da distorção da realidade através, por exemplo, das repetidas promessas de final feliz para os “justos” e punição para os malvados ou a resolução de conflitos (de classe, raça etc.) através de enlaces amorosos.

No entanto, isso não é tudo. Como dizem os teóricos, os meios de comunicação e seus produtos são literalmente “habitados pelo poder”. E, no Brasil, as novelas, devido sua enorme popularidade, são as “suítes presidenciais” onde a burguesia se acomoda para transmitir seus valores e potencializar seus lucros.

A publicidade dos produtos, bancos e serviços são a via mais descarada para isto. Algo em que “Avenida Brasil” assumiu proporções absurdas principalmente através das chamadas ações de “merchandising” (aquelas em que o personagem “usa” o produto). Em quatro meses foram nada menos que 74; um recorde bilionário, considerando que cada uma delas envolve cifras próximas a R$ 500 mil.


O indiscreto charme da nova classe C

Parte do bolo publicitário tem a ver com produtos destinados a chamada classe “AB”, que forma 39% do Ibope de “Avenida”. Contudo, é indiscutivelmente a “nova classe média” (responsável por uma fatia de 53% da audiência) o alvo central do mercado e, consequentemente, da novela.

Fenômeno real (inflado pela propaganda governista e, cujo destino pode esbarrar, a qualquer momento, em seu próprio endividamento e na crise internacional), esse setor é composto por cerca de 105 milhões de pessoas (54% da população), sendo que 40 milhões delas aportaram neste patamar nos últimos dez anos.

Em termos concretos, estamos falando de famílias em que cada um dos membros tem renda mensal de miseráveis R$ 291 ou, no máximo, R$ 1.019. Contudo, cujo otimismo revela-se não só na popularidade do governo federal, como também numa sensível elevação nos padrões de consumo.

Foi pensando neles que, por exemplo, há semanas atrás uma das empregadas da mansão do Divino comentou que iria utilizar o aumento que recebera para renovar a cozinha, aproveitando a “redução do IPI”. Relação (mais do que forçada) com a realidade que também foi traçada por Leandra Leal, protagonista de “Cheias de Charme”, ao falar sobre o personagem pobre que virou advogado: “O caso dele retrata bem o que está acontecendo. As pessoas estão com acesso à informação, estudando, se formando. Minha empregada está fazendo cursinho pré-vestibular. As pessoas estão sonhando mais com uma realidade possível” .

Para alimentar o “sonho”, a Globo inverteu até mesmo uma receita de décadas e colocou no centro das histórias gente do povo (empregadas domésticas, jogadores de pequenos times, cabeleireiras, pequenos comerciantes etc.) e, carregando nas tintas, dias atrás chegou a fazer o bilionário (agora falido) e polígamo Cadinho dizer aos berros: “Viva o subúrbio. É lá que tá o futuro”. Algo representado em “Avenida Brasil” também de forma inédita: dos 41 personagens, só nove pertencem ao núcleo da zona sul carioca.

“Gente do povo” que esbanja harmonia e “felicidade” em suas comunidades (cujos cenários receberam um tratamento mais realista que o padrão) e “novos ricos” que mantém seus trejeitos e tradições suburbanas (quase sempre elevadas ao estereótipo), mesmo entupindo suas reluzentes mansões com tudo (e mais um tanto) com o que sonhavam consumir. Isto em aberto contraste com as falcatruas, barracos e decadência que rondam a “ex-elite”.




Vendendo ilusões

Apoiada na qualidade técnica e num elenco pagos com o dinheiro levantado em décadas de falcatruas e agrados recebidos de todos os governos (dos ditadores ao PT), a Globo consegue embrulhar tudo isto num pacote pra lá de sedutor, entregue à população recheado de idéias pra lá de convenientes ao sistema.

Em “Cheias de Charme”, por exemplo, a ascensão da “empreguete” (termo lamentável por si só) negra foi acompanhada pela retirada de sua irmã de uma escola pública (onde ela estava desmotiva por “não aprender” nada). Já em “Avenida Brasil”, ao redor da disputa sem limites ou escrúpulos entre Nina e Carminha repetem-se, cotidianamente, ladainhas como “dinheiro não traz felicidade” ou “somente o trabalho honesto enobrece”. Hipocrisias bem gosto da endinheirada, desonesta e corrupta burguesia brasileira.

Como também não poderiam faltar uns tantos estragos no campo das opressões. Peruas falidas da zona sul e “periguetes” do subúrbio têm em comum a dependência de “seus homens”. Há um gay “quase ex-gay”. E empregadas (algumas circulando por um condomínio com o inacreditável nome de “Casa Grande”) servem de cômicos capachos para suas patroas-sinhás.

Sabemos que, alheios a tudo isso, milhões de espectadores irão acompanhar o desfecho do embate entre Nina e Carminha com interesse muitíssimo superior do que em relação às eleições, à crise europeia ou ao julgamento do Mensalão. Se não contasse com isto, a Globo não investiria cerca de R$ 1 milhão por capítulo de suas novelas.

Enquanto os meios de comunicação estiverem sobre o controle e a serviço dos banqueiros e patrões, esta mesma “novela” irá se repetir. Formas populares de entretenimento sempre existiram e deverão existir. Contudo, para libertar a criatividade e, inclusive, produzir ficção que acrescente algo à humanidade (e não a empanturre com asneiras) também é necessário colocá-las sobre o controle do povo. Do verdadeiro, não daquele que estamos vendo circulando pela Avenida Global.


Retirado do Site do PSTU

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Amanda Gurgel aparece em primeiro lugar em nova pesquisa

Amanda aparece com 5,39% das intenções de voto na disputa por uma vaga na Câmara de Vereadores


Candidata a vereadora em Natal pelo PSTU, a professora Amanda Gurgel desponta com 5,39% das intenções de voto em pesquisa divulgada neste dia 2. Uma verdadeira onda se espalha pela cidade. A campanha de Amanda Gurgel está realmente varrendo as ruas da capital do Rio Grande do Norte.

Candidata a vereadora em Natal pelo PSTU, a professora vai se consolidando cada vez mais na conquista por uma vaga na Câmara Municipal.

Aparecendo sempre nas primeiras posições em todas as pesquisas desde o início da campanha, Amanda Gurgel desponta agora em primeiro lugar na mais recente análise do Instituto Consult, divulgada nesta terça, dia 2, e encomendada pela rádio 98 FM e O Jornal de Hoje. Na pesquisa, realizada com 1.800 pessoas entre os dias 28 e 30 de setembro, Amanda aparece com 5,39% das intenções de voto, o que ultrapassaria a marca dos 20 mil votos, superando o coeficiente, calculado em torno de 14.500 votos válidos. Essa é a mais completa pesquisa feita pelo instituto, com uma margem de erro de apenas 2,3% e um grau de confiabilidade de 95%.

A pesquisa revela que as pessoas estão cansadas da velha política, do jogo sujo dos partidos e políticos de sempre, envolvidos em corrupção e no ataque aos direitos dos trabalhadores. Além disso, o primeiro lugar da professora é inteiramente legítimo e respaldado por apoiadores e eleitores que não receberam nada em troca. A professora, inclusive, está à frente de vereadores corruptos condenados pela Operação Impacto e de outros, do partido da prefeita Micarla.

Feliz pelo resultado da pesquisa e empolgada com as dimensões que a campanha tomou, Amanda comemorou os números. A professora que calou os deputados destacou o retorno da capacidade de indignação das pessoas. “Estou feliz demais com essa notícia. Nesses últimos dias, eu vi muita gente nos bairros declarando o voto. Vi gente dizendo que ‘vai ser a primeira vez que vai votar sem ganhar nada’. Muitas pessoas que não aceitam mais que lhe digam em quem votar. Em especial, as mulheres. Nós estamos conseguindo resgatar a capacidade de indignação das pessoas. Natal tem mostrado que está mudando, com as lutas e a força da juventude.”, disse Amanda.


Último encontro com apoiadores empolga campanha na reta final

No sábado, dia 29, o auditório do Sindicato dos Comerciários, no centro de Natal, ficou lotado. Homens, mulheres, jovens, crianças, aposentados. Muitos trabalhadores e estudantes. Gente que veio de diversos bairros da cidade simplesmente por acreditar numa ideia, num sonho: o de que é possível fazer política de forma diferente, com e para a classe trabalhadora. Estavam todos reunidos para a última plenária de apoiadores da campanha da professora Amanda Gurgel. O encontro teve como objetivo organizar e preparar a reta final destas eleições. Destaque especial para as mulheres do conjunto Nova Natal que compareceram em grande número, e para as importantes presenças do aposentado Osmar Tabosa, de incríveis 81 anos, e para a professora aposentada Lenilde do Nascimento, que fez um emocionante depoimento em um dos programas de TV de Amanda. Merece destaque também a performance da transexual Bibi, que homenageou a professora com músicas nacionais que destacavam a força e a coragem das mulheres. E da transexual Rochele, moradora do Nova Natal, que conheceu Amanda em uma panfletagem no bairro. Rochele fez um belo discurso sobre o partido, do qual se filiou, dizendo que encontrou um lugar no partido.

Na mesa de abertura, o professor Dário Barbosa, presidente estadual do PSTU e candidato a vice-prefeito pela Frente Ampla de Esquerda, ao lado de Robério Paulino (PSOL), falou da importância destas eleições e chamou os presentes a lutarem pela eleição de Amanda Gurgel. “Temos a chance de eleger uma vereadora socialista que será não só a voz dos trabalhadores na Câmara, mas também os olhos e os ouvidos. Queremos Amanda lá para propor projetos de interesse dos trabalhadores, defender a nossa classe e denunciar aqueles senhores e senhoras que atacam os nossos direitos e não ouvem a população, como não ouviram quando o povo pediu o ‘Fora Micarla’.”, afirmou Dário.


“Não devemos nada aos patrões”

Amanda pediu que todos continuassem na luta para mudar a realidade, mesmo depois das eleições.“Nossa campanha eleitoral é combinada com nossa campanha nacional de filiação. Espero que queiram conhecer o nosso partido, que se convençam da necessidade de transformar essa sociedade. O capitalismo não tem mais respostas pra dar aos trabalhadores e ele precisa ser superado. Espero que vocês se convençam junto com a gente deste projeto, do projeto do socialismo, e que possam construí-lo conosco.”, convocou.

A professora Amanda Gurgel também denunciou o jogo sujo das eleições burguesas, dos empresários e políticos que pagam milhares de cabos eleitorais para distribuir cestas básicas, guias para exames de vista e até mesmo dinheiro. “Infelizmente, as eleições ainda funcionam com base nas necessidades mais imediatas das pessoas. Mas nós estamos aqui pra dizer que já conseguimos uma grande vitória, que foi fazer uma campanha limpa, simples, com as bandeiras contadas. Uma campanha que não recebeu um real de empresário nenhum, e que não vai ficar devendo nada a ninguém, a não ser aos trabalhadores que se envolveram nessa luta. Não devemos nada aos patrões.”, destacou.

A plenária preparou a reta final das eleições, com dezenas de panfletagens e duas grandes carreatas. Nesta quarta, 3, feriado no Rio Grande do Norte, os apoiadores se dividirão em grupos, percorrendo seis bairros da cidade, batendo de porta em porta para pedir o voto. A semana ainda conta com uma caminhada no Jardim Panorama, bairro onde mora Dário Barbosa, e panfletagens nas universidades, na Petrobrás e em uma grande fábrica da confecção feminina.


Retirado do Site Eleitoral do PSTU

CUT desmonta mais uma greve nacional dos bancários

Agência Brasil
Mobilização dos bancários poderia ter arrancado muito mais
No último dia 27 de setembro, quinta-feira, foi escrita mais uma página vergonhosa na história do movimento sindical brasileiro. A greve dos bancários, deflagrada no dia 18, foi totalmente desmantelada pela CONTRAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, entidade orgânica à Central Única dos Trabalhadores), que abandonou a luta pelas reivindicações dos bancários para, mais uma vez, se colocar na defesa do Governo Dilma.


Uma proposta ridícula diante de tantos lucros

Já no mês de setembro, após várias rodadas de negociação, os banqueiros e o Governo Dilma apresentaram uma proposta de 6% de reajuste, que na prática apenas iria repor a inflação do período. Com isso, os bancários foram à greve com a certeza de que era possível conquistar muito mais, pois se trata do setor da economia mais lucrativo do Brasil, batendo recordes – tanto nos bancos privados como nos estatais – ano após ano.

Após uma semana de greve, os banqueiros foram forçados a aumentar e ceder, e apresentaram uma proposta de reajuste de 7,5%. Essa proposta foi resultado da forte adesão da categoria à greve (principalmente nos bancos públicos), mas ainda estava muito aquém tanto das reivindicações da categoria, como das condições financeiras dos bancos.

Nos últimos 16 anos (de FHC, passando por Lula e até chegar ao Governo Dilma) os lucros dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú-Unibanco, Santander e Bradesco) atingiram um percentual de 1.575%. Isto significa que somente os maiores bancos brasileiros tiveram uma lucratividade média de 112% ao ano. Por outro lado, os percentuais dos salários dos bancários no mesmo período são bem diferentes. Os trabalhadores dos bancos privados acumulam desde a época do Plano Real até hoje uma perda salarial de aproximadamente 26%. Nos bancos públicos, a perda é ainda maior: os bancários do Banco do Brasil sofrem com uma defasagem de 86% e os da Caixa Econômica Federal aproximadamente 98, sem falar nos demais bancos (BNB, BASA, BANPARÁ, etc.).

A greve, que estava com uma forte adesão (mais de 9 mil agências em uma semana de paralisação) e ainda estava no início, tinha, portanto, força para arrancar muito mais.


Dilma não governa para os bancários

Apesar da alta adesão dos bancários à greve, a categoria teve que se enfrentar com a intransigência do Governo Dilma, que desde o início se negou a atender as reivindicações dos trabalhadores.

O discurso de Dilma foi sempre no mesmo tom: não era possível conceder aumentos acima da inflação, pois isso comprometeria as contas do governo. Mas as medidas adotadas por Dilma nos últimos meses são suficientes para desmentir tudo isto. Bastaram as ameaças da crise econômica internacional voltarem a rondar o Brasil para Dilma lançar um plano de incentivos aos grandes empresários que, dentre outras coisas, privatiza os portos, aeroportos e rodovias brasileiras e ainda prevê financiamento público do BNDES para as empresas envolvidas nas operações.

Mas esse pacote de concessões – que de tão pró-patronal foi chamado de “kit felicidade” por, Eike Batista, um dos maiores empresários do país – não foi a única medida a demonstrar que o Governo Dilma poderia contemplar as reivindicações dos trabalhadores dos bancos públicos. Durante a greve, o Banco do Brasil – que é de propriedade acionária estatal – montou uma megaestrutura de contingências (prédios comerciais alugados com tecnologia e logística para fazer funcionar as operações do banco realizadas por fura-greves) que custavam em média 200 mil reais cada. Isto mostra que o Governo Dilma, se quisesse, poderia atender as reivindicações dos bancários, desde que seu critério fosse governar para os trabalhadores, e não para os maiores empresários do Brasil.

Ao contrário disto, o governo do PT não apenas se negou a atender as reivindicações dos trabalhadores, como procurou a todo o momento desmantelar a greve, com a ajuda do sindicalismo governista da CUT.


A subordinação da CUT aos interesses dos banqueiros e do governo

Como se não bastasse a necessidade de enfrentar o setor mais poderoso da economia e o governo federal, os bancários em greve ainda tiveram que – mais uma vez – lutar contra um sindicalismo totalmente subordinado aos interesses patronais.

Desde os fóruns preparatórios, a CONTRAF/CUT, definiu uma pauta de reivindicações que foi encabeçada por um índice de reajuste salarial de 10,25%, que não representa sequer a metade das perdas sofridas pelos trabalhadores dos bancos privados. Ou seja, enquanto os banqueiros lucram bilhões, a própria entidade sindical que representa a categoria nas negociações se nega a explorar o crescimento dos lucros da patronal com uma pauta que possa avançar de verdade na reposição das perdas que a categoria sofreu ao longo dos últimos 18 anos.

Mas isto tem um motivo. Para que o governo do PT não seja colocado na berlinda a cada greve dos bancários, foi instituída uma Mesa Única que conta somente com a presença dos banqueiros e o que sai dessa negociação seria teoricamente estendido também aos trabalhadores dos bancos públicos. No entanto, como as negociações de reajuste salarial são definidas numa mesa com a FENABAN, o governo se nega a negociar diretamente com os trabalhadores, sob a justificativa de que respeita a Convenção Coletiva Nacional da categoria. A CONTRAF/CUT, ao defender fervorosamente esse modelo de negociação nos dias de hoje, tem ajudado bastante o Governo Dilma, assim como ajudou a Lula: os bancários dos bancos públicos praticamente não avançaram em nada nas suas reivindicações específicas e a categoria até hoje nunca repôs as suas perdas.

Na greve deste ano, a CUT passou dos limites. Em função da intransigência dos banqueiros e de Dilma, as propostas apresentadas aos trabalhadores foram muito rebaixadas. Além do reajuste de 7,5% ser muito baixo se comparado aos lucros do sistema financeiro, os trabalhadores dos bancos privados não conquistaram a estabilidade no emprego e os dos bancos públicos não avançaram quase nada em suas reivindicações específicas. Ao contrário, a direção dos bancos estatais e o Governo Dilma, não satisfeitos com a proposta de reajuste sobre o piso salarial da categoria (8,5%), simplesmente se negaram a acompanhar a íntegra da proposta da FENABAN e reajustaram o piso salarial dos bancários do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal em apenas 7,5% (o mesmo índice de reajuste proposto pelos banqueiros sobre todas as verbas), mostrando a farsa que é a história da Mesa Única.

A postura da CUT diante desse golpe foi vergonhosa: orientou a aceitação do acordo e o fim da greve com compensação de dias parados, mesmo diante de itens que na prática retiram direitos – como é o caso da proposta do Banco do Brasil sobre a jornada de 6 horas, condicionada a uma suspensão de ações judiciais movidas contra o banco, muitas delas em fase bastante avançada.

O posicionamento da CONTRAF/CUT frente a um golpe da patronal e do governo no curso de um processo de luta dos trabalhadores demonstra como o sindicalismo cutista está cada vez mais subordinado à lógica e aos interesses do governo e dos banqueiros.


A greve mostrou que com mobilização é possível vencer

Apesar do acordo insuficiente, do controle quase absoluto que a CUT tem sobre a maioria dos sindicatos de bancários do país (cerca de 90% das entidades sindicais têm direções cutistas à frente) e da audácia das manobras com as quais seus sindicatos enterraram o movimento, alguns episódios desta greve mostraram que com mobilização os trabalhadores podem superar todos esses obstáculos.

Em Belém, os trabalhadores do BANPARÁ (Banco do Estado do Pará) aprovaram no encontro específico da categoria um índice de reajuste de 15%, contrariando o sindicato (dirigido pela CSD/CUT), que inclusive protocolou junto ao banco uma pauta com reajuste de 10,35% (o mesmo apresentado para a FENABAN). E mesmo começando a greve antes do calendário nacional definido pela CONTRAF/CUT, os trabalhadores conseguiram o mesmo acordo fechado nacionalmente, mas com anistia total dos dias parados.

Os bancários da Caixa Econômica Federal também deram uma demonstração de força. Na noite do dia 26 de setembro, quando a CONTRAF/CUT já tinha orientado a aceitação da proposta e o fim da greve, os trabalhadores derrotaram as direções sindicais na maior parte dos sindicatos do país, aprovando a continuidade da greve. Lamentavelmente, no dia seguinte, os sindicatos da CUT chamaram assembléias “relâmpagos” e, numa operação unitária com a direção da Caixa, lotaram as assembléias de gestores, acabando de vez com o movimento.

Apesar dessa ação vergonhosa da CUT, ficou a lição de que quando os trabalhadores agem coletivamente, é possível vencer os banqueiros, o governo e inclusive os agentes do movimento que se colocam a serviço dos patrões. Isto precisa ser resgatado nas próximas mobilizações e só desse modo os trabalhadores podem impedir as traições dos sindicatos da CUT.


Para vencer os patrões e as traições da CUT, é preciso organização

Além da dureza que é comum a qualquer enfrentamento com os banqueiros e com um governo que conhece de perto as táticas do movimento sindical, as traições das direções sindicais ajudam a desenvolver mais desconfiança, descrédito e desmobilização dos trabalhadores. É por essa razão que muitos bancários aderem às paralisações, mas resistem em participar das assembléias e das atividades da greve: os trabalhadores perdem a confiança quando são traídos pela própria entidade que devia representá-los.

Contudo, a única forma de enfrentar esse problema é com a organização coletiva. A primeira resposta dos bancários deve ser a total solidariedade aos trabalhadores que se mantiveram em greve após o dia 26. O Governo Dilma, através das direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, está ameaçando esses trabalhadores com desconto. A outra resposta, não menos importante, deve ser um “não” a qualquer compensação de horas decorrentes de paralisação da greve.

Sabendo que a CUT não está ao lado dos trabalhadores nessas lutas é que surgiu o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), que hoje é filiado à CSP-Conlutas. Desde então, o MNOB vem fazendo um chamado a todos os trabalhadores que não têm acordo com os absurdos protagonizados pela CONTRAF/CUT, para construir e fortalecer uma alternativa diante da traição e da falência política da atual direção do movimento.

Após mais esta greve, o MNOB/CSP-Conlutas convida os bancários de todo o país para fortalecer as próximas lutas, contra os ataques dos banqueiros, do governo e dos seus agentes dentro do movimento sindical.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sindicato dos Metroviários de SP informa: catracas livres na quinta-feira (4)

Na quinta-feira (27 de setembro) o Metrô reafirmou seu objetivo de favorecer os que ganham mais. Em reunião com o Sindicato, manteve a proposta de pagar a PR (Participação nos Resultados) de forma elitista, privilegiando os que ganham mais e insistindo no pagamento só em abril.

Com relação à jornada de trabalho e equiparação, não ocorreu nenhum avanço. Não houve, portanto, qualquer tipo de negociação. Apenas mais uma demonstração de intransigência do Metrô.

Em assembleia no mesmo dia 27, os metroviários decidiram marcar uma greve para a próxima quinta-feira (4 de outubro). A assembleia votou a retirada de uniforme do pessoal da operação na terça e quarta-feira (2 e 3 de outubro) e uso de adesivo para todos os metroviários.

Como parte do processo de mobilização, será distribuída Carta Aberta à População na Sé, na sexta-feira (28 de setembro), a partir das 17h.

Para explicar aos usuários do Metrô que a empresa e o governo estadual (PSDB) se preocupam apenas com os que ganham mais e comunicar a paralisação da próxima quinta-feira, uma Carta Aberta à População será distribuída na próxima terça-feira e será realizado ato na Sé, às 17h.

A greve é uma resposta à atitude intransigente, truculenta e elitista do Metrô. Uma nova assembleia será realizada na próxima quarta-feira. Se a empresa e o governo estadual não negociarem com os trabalhadores, o metrô vai parar!

O Sindicato desafia o Metrô: os trabalhadores aceitam trabalhar na próxima quinta-feira se a empresa autorizar a liberação das catracas.

Assembleia na próxima quarta-feira (3 de outubro), a partir das 18h30, no Sindicato.


Retirado do Site do PSTU

Protestos contra a crise e os cortes da troika chegam à Paris

União Europeia e a Zona do Euro registram desemprego recorde causado pelas políticas de austeridade e cortes sociais






Esquerda.net
Protesto em Paris reuniu 80 mil 
Apesar das desigualdades, os protestos contra a política de cortes e austeridade fiscal ditada pela troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI) ampliam-se pelos países da Zona do Euro. Após a marcha que cercou o congresso em Madri no dia 25 e a greve geral que parou a Grécia no dia seguinte, foi a vez de Paris viver uma mobilização de dezenas de milhares de pessoas contra a política de arrocho fiscal e os cortes sociais.

No dia 30 de setembro, domingo, cerca de 80 mil pessoas foram às ruas da capital francesa protestar contra os cortes anunciados pelo presidente 'socialista' François Hollande. A exemplo do governo grego de Samaras, foi a primeira grande manifestação enfrentada por Hollande, eleito em maio último. O governo francês anunciou o maior ajuste fiscal em três décadas, com aumento nos impostos e corte no Orçamento, a fim de poupar 30 bilhões de euros até o final de 2013.

Os cortes anunciados fazem parte do chamado "Tratado Merkel", um acordo europeu que visa reduzir o déficit público dos países do euro para o limite de 3%. A França tem, hoje, déficit equivalente a 4% do PIB.

Apesar de dirigido pela Frente de Esquerda e seu ex-candidato, Jean-Luc Mélenchon, a ONG Attac (que defende taxação sobre transações financeiras), assim como o NPA, setores que estão longe de questionar o capitalismo e que criticam apenas alguns pontos do tratado de austeridade, a mobilização mostrou o descontentamento dos trabalhadores e da juventude francesa com os efeitos da crise e os rumos do governo Hollande. "Não à ditadura da troika", estampava faixas e cartazes.

Já na Itália, os efeitos da crise econômica também se aprofundam e trinta mil foram às ruas no último dia 28, contra o governo de Mário Monti. O protesto com paralisação reuniu principalmente servidores públicos, como professores universitários e funcionários da limpeza e saúde pública. Monti aprovou em agosto um novo corte nos gastos do governo que inclui a redução do orçamento na Saúde. Seu governo já impôs uma reforma trabalhista, a alta nos impostos e a redução das aposentadorias.


Espanha e Portugal dizem 'não' à troika

Se a população começa agora a voltar às ruas em países como França e Itália, contra os cortes sociais, na península a situação é bem mais avançada. Tanto em relação à crise quanto à resistência imposta pelos trabalhadores e a juventude. Em Madri, após o multitudinário protesto no dia 25, que circundou o parlamento e enfrentou dura repressão (que deixou mais de 100 presos e dezenas de feridos), a multidão com a juventude à frente voltou às ruas desafiando o governo.

As manifestações continuaram no dia 26, coincidindo com um dia de greve geral no País Basco convocado pelo Sindicalismo Independente, e no dia 29, sábado, quando uma multidão ainda maior ocupou as ruas do centro de Madri ao redor da Praça Netuno, próximo ao Congresso, exigindo a “demissão” do governo de Mariano Rajoy. A massa de jovens e trabalhadores desafiou o governo, que havia declarado ‘ilegal’ o protesto.

Para este dia 2 de outubro, entidades sindicais de policiais convocavam um protesto em frente ao Ministério do Interior, contra os cortes e o governo Rajoy. "Há determinados profissionais da política que se especializaram em se esconder atrás do trabalho da polícia para não terem que dar explicações à sociedade por seus erros", afirma um comunicado conjunto divulgado à imprensa.

O governo Rajoy, por outro lado, se prepara para realizar oficialmente um pedido de resgate à Comissão Europeia, o que vai lhe exigir ainda mais cortes e aperto fiscal. Os protestos no Estado Espanhol, porém, vem se radicalizando e tomando um caráter claramente anti-regime, com a palavra-de-ordem “que se vayan todos” sendo retomado das insurreições que derrubaram uma série de governos na América do Sul da virada do século.

Portugal também vive um aumento nos protestos contra a política da troika. Nesse dia 29, Lisboa testemunhou outra grandiosa manifestação que ocupou o Terreiro do Paço (praça localizada junto ao Rio Tejo), convocado pela central sindical CGTP. Segundo a imprensa, a concentração na cidade foi ainda maior que a jornada de protestos realizada no dia 15 desse mesmo mês. No dia anterior, funcionários do metrô faziam uma paralisação de 24 horas contra o corte dos salários e a privatização da empresa.



Em Portugal, o governo do primeiro-ministro Passos Coelho, além dos planos de austeridade exigidos pela troika, tentou aprovar uma medida que foi recebida como uma verdadeira provocação pelo povo que, ao lado da Grécia e Espanha, enfrenta os piores efeitos da crise na região. A medida, apelidada de “Robin Hood às avessas”, aumentava em 7% a contribuição dos trabalhadores para a aposentadoria (de 11% para 18%), enquanto reduzia a contribuição das empresas em 5,75% (de 23,75% para 18%). Ou seja, significava uma transferência direta de parte dos salários dos trabalhadores para os empresários.

As mobilizações forçaram o governo a recuar da medida. Nesta semana, a CGTP discute a convocação de uma greve geral no país.


Crise e resistência

A política de austeridade e cortes imposta pela troika e o governo alemão de Angela Merkel vem arrastando os trabalhadores do continente para uma verdadeira tragédia social. Avança o processo de colonização dos países periféricos da Zona do Euro e amplia a crise nos países hegemônicos, como vemos na França. De forma geral, aprofunda a crise da União Europeia.

Neste dia 1º de outubro, o escritório Eurostat, da Comissão Europeia, divulgou o recorde no desemprego na Zona do Euro, que bateu os 11,4% em agosto, o que significa nada menos que 18 milhões de pessoas sem trabalho no bloco. Em toda a União Europeia, o número de desempregados chega a 25 milhões, um aumento dramático de 2,2 milhões em apenas um ano. No Estado Espanhol, o índice de desemprego chega a 25,1%, enquanto que na Grécia é de 24,4%. Em Portugal, 15,9% da população economicamente ativa não encontra trabalho.

As mobilizações contra a crise e seus efeitos, porém, aprofundam-se nos países periféricos da Zona do Euro, como Espanha, Portugal e Grécia, tendo sinais de retomada na Itália, e avançam na França, o centro do bloco econômico, ao lado da Alemanha. Assistimos assim, apesar de todas as desigualdades, uma sincronização cada vez maior da crise e das lutas contra a crise em seu atual epicentro.


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