sábado, 26 de fevereiro de 2011

PSTU marca presença na Marcha contra a Homofobia

Diante da homofobia e do descaso do governo, um algo novo no ar


Sérgio Koei
PSTU na luta contra a homofobia
No dia 19 de fevereiro, cerca de 1.500 pessoas foram à Avenida Paulista para protestar contra a violência brutal que homossexuais têm sofrido. A ideia da marcha surgiu após uma onda de agressões em São Paulo, principalmente na região da Paulista. Os manifestantes exigiram a aprovação do Projeto de Lei 122/2006, que torna crime a discriminação em função da orientação sexual, deficiência, idade ou gênero.

Enquanto a concentração aumentava, o microfone foi aberto para todos aqueles que se envolveram na organização e convocação da Marcha. Falando em nome do GT GLBT (Grupo de Trabalho GLBT) da CSP-Conlutas, o militante do PSTU Douglas Borges, iniciou sua intervenção lembrando que os responsáveis pela homofobia não são apenas aqueles que explodem lâmpadas em nossas caras, mas também aqueles que a acobertam e são cúmplices pela omissão.

Como lembrou Douglas, “se temos que estar aqui, hoje, é porque se passaram oito anos do governo Lula, do qual muitos esperavam medidas efetivas contra a homofobia, contudo, nada foi feito. Não veio nada. Assim como tudo mais que prometeu para o povo, Lula nos deixou do lado da mesa, esperando migalhas e, enquanto isso, a homofobia correu solta”.

Continuando, o militante da CSP-Conlutas lembrou que “Lula, infelizmente, não é o único responsável nesta história. Aqueles que transformaram a Parada num carnaval fora de época, mais voltado para o mercado e o turismo do que para a luta por direitos e a defesa da comunidade, também têm sua parcela de responsabilidade. Despolitizar o movimento nos desarma”.

Douglas destacou que, por isso mesmo, naquela tarde de sábado, era possível sentir que “o ar daqui tem cheiro de algo novo e que, ao mesmo tempo, faz parte da verdadeira história do movimento GLBT. É este tipo de Marcha, organizada pela base, com amplo direito de expressão – e não as Paradas, onde nada disso é mais possível –, que resgata o espírito de Stonewall, a luta nas ruas. E, ao mesmo tempo, a forma como esta Marcha foi convocada e organizada e o clima que está pairando aqui lembra a Praça Tahrir, lembra a mensagem que o mundo todo recebeu do povo egípcio há dias atrás: é na rua que se faz e que se muda a História”.

Essa sensação de renovação do próprio movimento foi destacada, também, pelos ativistas GLBT mais antigos. Não foram poucos os que se lembraram das primeiras paradas, em meados dos anos 1990, também realizadas em torno de uma “kombi-de-som”. Ou, como lembrou Marisa Fernandes, do Coletivo Lésbico Feminista e ativista há 32 anos, “esta Marcha e a forma como ela foi convocada têm, de fato, algo de ‘novo’, mas também é símbolo de uma continuidade, de uma renovação, na luta por políticas públicas em defesa dos nossos direitos. Há trinta anos, quando ainda apenas sonhávamos com as Paradas, já era isto o que nos movia com os instrumentos que tínhamos em mão; hoje, esses meninos e meninas estão escrevendo a parte deles da História”.


Governo Lula e homofobia: descaso ou impotência?

Quando a passeata estava prestes a sair, uma comissão de “ilustres” chegou, atrasada, ao local. Tendo à frente a senadora Marta Suplicy, o grupo era composto por membros do governo, como a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) e boa parte da direção majoritária do movimento GLBT brasileiro, como membros da Associação Brasileira (ABGLT) e da Associação da Parada de São Paulo. Na comitiva, estava o deputado federal Jean Willys (PSOL), que também se dirigiu aos manifestantes, como fizeram os deputados Ivan Valente e Carlos Gianazzi, também do PSOL.

O atraso foi motivado pelo fato de que, enquanto os ativistas tomavam as ruas, eles estavam numa solenidade de ampliação dos serviços de um disque-denúncia, que passará a registrar, também, ataques homofóbicos. A pífia iniciativa do governo foi utilizada, pela senadora Marta Suplicy para justificar o atraso e para tentar limpar a barra do governo Lula em relação ao engavetamento dos projetos de leis relacionados aos direitos GLBT. Num exercício de cinismo razoável, Marta iniciou sua fala afirmando que “se temos um aumento da intolerância, a culpa é da omissão do Congresso, pois enquanto o Judiciário e o governo federal avançam em medidas contra o preconceito, o Congresso é marcado pelo retrocesso, e barra a aprovação das leis”.

Uma farsa, contudo, que não resiste aos próprios fatos. Foi uma pena que Marta e sua comitiva tenham ficado presos no coquetel e perdido a fala de Babi Borges, da Secretaria GLBT do PSTU. Pouco antes, ela saudou a marcha: “não podemos esquecer que a violência homofóbica não vem só dos fascistinhas que fazem ataques covardes nas ruas. Pra começar a história, a mesma PM que, agora, se diz ‘preocupada’ com os ataques, está no topo da lista dos agressores e da propagação da ideologia homofóbica”.

Mas, como disse Babi, “eles não são os únicos. Diferentemente do que o governo e seus aliados dizem, se o PLC ou a união civil não foram aprovados até agora isso não é apenas culpa de um Congresso reacionário que fica sabotando as boas intenções do governo. Isto não é verdade. Se o governo quisesse, há muito já teríamos uma legislação anti-homofóbica”.

Exemplos disso não faltam. “A verdade é que quando querem forçar o Congresso a votar algo que interessa ao governo e seus aliados, eles não medem limites. Não faltou ‘força’ para aprovar, recentemente, um salário mínimo de fome. Mas o PT, PCdoB e demais partidos governistas, dizem que não têm como votar o PLC. É mentira. Eles se curvam diante das alianças e compromissos reacionários que assumiram para governar com a elite deste país”, lembrou a dirigente lésbica.


Seguir na luta, na net e nas ruas

Babi encerrou convocando todos a se manterem mobilizados: “Não podemos cair na mesma ilusão da maioria do movimento e ficar esperando que o governo faça algo”. Uma conclamação que foi seguida pela palavra de ordem, que ganhou força no meio da multidão: “Oh! Dilma, eu quero ver o PLC acontecer!”

Ela propôs que todos se unam em torno das atividades do Dia Internacional da Mulher, no 8 de março, principalmente ao ato, que será no dia 12. “É preciso que marchemos lado a lado das mulheres, porque a luta delas também é a nossa: o combate à opressão. Como também, é preciso que sigamos juntos, nas ruas, para resgatar o espírito de luta das Paradas”, afirmou.

Uma possibilidade também destacada por Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado (MNU), que defendeu que “os grupos continuem nas ruas e levem este mesmo clima para a Parada; é preciso retomar a Parada para os verdadeiros interesses da comunidade GLBT e não dos grupos econômicos que, hoje, veem a Parada única exclusivamente como um evento do mercado”. Uma defesa que foi tão fortemente aplaudida quanto a sua proposta de que “a comunidade GLBT tem que discutir mecanismos de autodefesa; como diz a moçada do meu pedaço, não dá pra seguir levando porrada à toa; temos que dar o troco”.

Essa unidade é mais do que possível e foi demonstrada na própria Marcha, na qual guarda-chuvas nas cores do arco-íris foram ladeados por faixas do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e, inclusive, do movimento internacional “Skinheads contra o preconceito”. Um protesto em que palavras de ordem e reivindicações políticas se revezaram com demonstrações de irreverência e raps improvisados contra a homofobia.

Uma Marcha que, ao invés de uma passagem carnavalesca pela avenida, foi marcada por demonstrações políticas, como o momento em que parou diante da rede Viena para protestar contra a demissão homofóbica do jovem Marcelo Fernandes, que estava na passeata. Enfim, o tipo de Marcha que, há muito, o movimento precisava resgatar.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CSP-Conlutas lota galerias do Senado e exige reajuste do mínimo igual ao dos parlamentares

Agência Brasil
Manifestantes protestam nas galerias
Mais uma vez a delegação da CSP-Conlutas lota as galerias do Senado. A sessão que aprova o novo salário mínimo começou por volta das 14h desta quarta-feira, 23. A Central marca presença com sua militância que estendem cartazes exigindo: “R$ 545 Não! reajuste igual ao dos parlamentares ”.

As centrais sindicais governistas continuam defendendo sua proposta de aumento do mínimo para R$ 560 e o PSDB para R$ 600. A CUT nem apareceu.

O membro da Executiva da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, está presente com a militância da Central para defender a unificação da luta dos trabalhadores sob o governo Dilma. "Estamos aqui para pressionar e lutar por um salário mínimo e uma aposentadoria dignos, mas sem esquecer de defender os servidores e os serviços públicos, assim como exigir o fim do fator previdenciário e denunciar qualquer tentativa de flexibilização de direitos trabalhistas", enfatiza Mancha.

Na quarta-feira passada, o governo Dilma conseguiu a aprovação de sua proposta de aumento do salário mínimo para R$ 545, valor que não contempla nem sequer o índice da inflação. Na votação, que ocorreu na Câmara dos Deputados, mais uma vez prevaleceu a vontade da ala governista que está voltada não para a necessidade do povo brasileiro e sim para os interesses dos empresários.

O governo conseguiu aprovar sua proposta na Câmara à custa de troca de cargos. Segundo informações da grande imprensa, o PMDB após se aliar ao governo para que este valor fosse aprovado, espera agora ser retribuído pela presidenta Dilma Rousseff com cargos da máquina federal.

A CSP-Conlutas que está presente na votação no Senado também foi a Brasília na quarta-feira passada junto com os cerca de 5 mil servidores públicos denunciar todos estes ataques e o reajuste vergonhoso do mínimo, quando os deputados tiveram 62% de aumento.

Nesta quinta-feira (24) está confirmada plenária convocada em conjunto com outras organizações como o FST (Fórum Sindical de Trabalhadores), Intersindical, COBAP várias entidades sindicais e populares. O ato será realizado no auditório Austragésilo de Athayde da Fenix Eventos, a partir das 9h.


Retirado do Site do PSTU

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Protestos na Líbia pedem o fim da ditadura Kadafi

Membros do governo renunciaram a cargos após repressão sangrenta


A ditadura líbia de Muamar Kadafi, há 42 anos no poder, pode ser o próximo regime a cair no mundo árabe. Há seis dias, intensos protestos foram registrados em todo o país contra o ditador. A reação do governo foi extremamente sanguinária. Organizações dos direitos humanos estimam entre 230 a 400 o número de pessoas mortas pelas forças de repressão pró-regime.

Os protestos contra Kadafi ganharam força na semana passada, quando um ativista e advogado dos direitos humanos foi preso. Na quinta-feira o leste do país foi tomado por uma "dia de fúria", em homenagem a uma manifestação realizada em Bengasi em 2006, na qual cerca de uma dúzia de pessoas foi morta. O exército atirou nos manifestantes provocando inúmeras mortes. Localizada na região leste da Líbia, Bengasi é a segunda cidade do país e o epicentro das atuais manifestações.

No dia seguinte, houve novos protestos durantes os funerais da vítima do dia anterior. Mais uma vez, as forças militares leais a Kadafi despejaram suas balas sobre a população. Imagens dos protestos gravados pelos próprios manifestantes mostram grupos armados perseguindo pessoas que vão caindo depois de serem atingidas pelas balas.

O banho de sangue provocou mais fúria da população. Ao longo do final de semana, tumultos violentos se espalharam por todo o país. A revolta chegou a Musratha, terceira cidade do país, e o mais importante: chegou a capital Trípoli nesta última segunda-feira – considerada um reduto do regime. Inicialmente os manifestantes estavam reivindicando reformas e o fim da corrupção. Contudo, reivindicam agora o fim do regime e a saída de Kadafi.

Apesar da sangrenta repressão do governo, as manifestações não param de crescer. Por outro lado, a ditadura deu sinais de que vai endurecer a repressão. À TV estatal do país, o filho do ditador Seif al-Islam Kadafi disse que seu pai vai lutar até que "último homem esteja de pé" e que o exército vai garantir a segurança da nação a qualquer custo. A provocação de Seif al-Islam Kadafi provocou ainda mais ódio entre as massas.

No entanto, há sinais evidentes de elementos de crise no interior do exército e do regime. Há informações de que soldados do exército passaram a apoiar os manifestantes. Em Bengasi, há informações de que manifestantes se apoderaram de veículos militares, inclusive tanques e grandes quantidades de armas e munições do exército. No entanto, o regime ainda conta com um forte aparato repressivo. Há dezenas de milícias armadas que são lideradas por parente ou gente de confiança de Kadafi.

Por outro lado, diplomatas e membros do governo líbio também estão abandonando o barco. O embaixador líbio na Índia, Ali Al-Issawi, deixou o cargo em resposta à violência do governo. O embaixador da Líbia junto à Liga Árabe, Abdel Moneim al-Honi, disse que está se unindo à revolução. O embaixador líbio na China também renunciou. O ministro da Justiça líbio, Mustafa Abdeljalil, também se demitiu nesta segunda-feira em protestos a sangrenta situação do país.

Em Trípoli, a sede central do governo líbio e o prédio que abriga o Ministério da Justiça foram queimados, segundo a rede de TV Al Jazira. O prédio é o local onde o Congresso Geral do Povo, ou Parlamento, se reúne.

Um jornalista da Al Jazira sugere que regime se deteriora a cada momento. "Praticamente não há forças da ordem. Não se sabe onde foram. Esta situação favorece os rumores alarmantes", afirmou o jornalista Nezar Ahmed da Al Jazira sobre a situação da capital. O jornalista disse que há apenas um cordão policial em torno da sede da rede de televisão estatal Libya TV. Ele também mencionou uma possível fuga de Kadafi do país.


Veja alguns vídeos dos protestos na Líbia








Retirado do Site do PSTU