sábado, 17 de novembro de 2012

Israel ataca Faixa de Gaza e prepara novo massacre na região

Estado judeu utiliza justificativa de retaliação para bombardear população civil de Gaza


Bombas de Israel já atingiram mais de 600 pontos de Gaza

Mais uma vez, Israel volta seus canhões a Gaza, bombardeia o território palestino e ameaça uma nova invasão, quase quatro anos após o massacre perpetrado entre 2008 e 2009 e que ceifou 1400 vidas. A nova escalada de ataques contra a Palestina explodiu no dia 14 de novembro, com o assassinato de Ahmed al Jabari, dirigente do braço armado do Hamas, as Brigadas de Izz el-Din al Qassam. O líder foi atingido por um míssil enquanto dirigia seu carro pelas ruas de Gaza, em uma série de ataques da operação “Pilar de Defesa”, impulsionado pelo Exército sionista.

O Hamas respondeu à agressão disparando foguetes contra Tel Aviv e o sul do país. Segundo autoridades israelenses, três pessoas morreram na cidade de Kyriat Malaji. Foi o que Israel esperava para desatar ataques ainda mais duros contra a população civil do território ocupado. A série de ataques a bomba deflagrada no dia seguinte, enquanto o dirigente do Hamas era sepultado, matou 19 pessoas, entre elas três crianças.

Ao todo, 27 palestinos já morreram e os feridos passam de 250, grande parte crianças, incluindo o filho de fotógrafo da BBC de apenas onze meses. As imagens do fotógrafo em prantos carregando nos braços o bebê sem vida roda o mundo e se torna a expressão mais acabada da selvageria imposta pelo Estado de Israel aos palestinos.


Eleições e Estado palestino na mira de Israel

Essa nova onda de ataques ocorre após dias de uma tensão crescente na fronteira entre Gaza e Israel. No último dia 10 um tanque israelense, em um gesto de provocação, circulou pela fronteira e foi alvo de disparos do Hamas. A resposta foi selvagem e deixou cinco mortos. Os ataques e incursões de Israel na fronteira, porém, já ocorriam desde o início do mês.

Nos últimos três dias, Israel atacou mais de 600 pontos de Gaza, destruindo prédios e residências. A cidade vive dias de terror. Enquanto as ruas estão desertas e o comércio fechado, aglomerações só ocorrem nos funerais das vítimas do Exército israelense. A população, que já sofre os efeitos do bloqueio e isolamento reforçados por Israel após a subida do Hamas ao poder em 2007, enfrenta o medo diário dos aviões e drones israelenses, como assim como uma iminente invasão.

Israel divulgou nesse dia 16 a convocação de 75 mil reservistas, indicando que pode iniciar uma invasão por terra à Faixa de Gaza em instantes. “Esta escalada vai determinar o preço que o outro lado vai pagar” , afirmou o ministro da Defesa, Ehud Barak. Já setores da ultradireita pedem diretamente o assassinato do primeiro-ministro de Gaza, Ismail Yaniyeh.

Ao que tudo indica esse novo ataque perpetrado por Israel contra Gaza é uma forma de o atual governo de Benjamin Netanyahu amarrar o apoio da população num momento em que se aproximam as eleições legislativas, marcadas para o dia 22 de janeiro. Mas não é apenas o Hamas que está no alvo de Israel. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, quer aprovar a proclamação do Estado palestino na próxima assembleia geral da ONU, no dia 29 de novembro, contra a vontade de Israel.

Apesar de os termos defendidos por Abbas estarem bem longe das reivindicações históricas dos palestinos, e da própria ANP servir como um governo títere do estado judeu, Israel se opõe frontalmente à formação do novo estado. O ministro das relações exteriores do país, Avigdor Lieberman, afirmou que, caso prospere a intenção da ANP na ONU, não restaria a Israel outra opção que não “derrubar” Abbas e “destroçar” a Autoridade Nacional Palestina.


Fotógrafo da BBC segura filho morto em ataques de Israel


Pretexto para um novo massacre

Enquanto convoca milhares de reservistas, Israel determinou nesse dia 16 de novembro o fechamento das estradas ao redor de Gaza. Com o apoio dos Estados Unidos de Barack Obama, o estado sionista prepara um novo massacre no território a exemplo do que fez na Operação Chumbo Fundido, há seis anos, quando matou 1400 palestinos em 22 dias de ataques massivos sobre a população civil de Gaza.

Como atesta o blogueiro e ativista judeu Max Ajl, “a categoria de Israel de ‘retaliação’ não existe. A ocupação é um terror constante e é o que gera a violência palestina, e assim os líderes israelenses podem apresentar como uma justificativa retroativa para as políticas que aplicam em busca de uma quimera de ‘segurança’”.

Neste momento, mais do que nunca, é preciso cercar de solidariedade a luta do povo palestino e denunciar os crimes e atrocidades do Estado de Israel.


Retirado do Site do PSTU

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

14-N: Mais de 60 mil na manifestação alternativa em Madri


Marcha do sindicalismo alternativo em Madri
A Manifestação Alternativa convocada pelo sindicalismo classista e alternativo e movimentos sociais foi um enorme sucesso e um fato histórico no processo de reorganização. Na avaliação do COBAS e da Corriente Roja, a Manifestação reuniu mais de 60 mil pessoas (há sindicatos organizadores que elevam a presença a 100 mil pessoas).

O fato é que dezenas e dezenas de milhares compuseram uma manifestação de caráter operário e popular, alternativa à da burocracia, para exigir: Não pagamento da dívida, revogação de todos os decretos de cortes, revogação da reforma trabalhista e gritar “Rajoy demissão”.

Alternativa à manifestação chamada pela CCOO e UGT, cujos dirigentes defendiam que toda esta mobilização terminasse exigindo um referendo, ou ainda pior, nas palavras de Cándido Méndez da UGT ao diário O País: “Espero que seja um grande ato de afirmação democrática. E seria interessante que o Governo considerasse o impacto como um aval ante Bruxelas para se opor aos cortes (...)



Como falou Ángel Luis Parras, do Cobas e da Corriente Roja, um dos 4 oradores que, em nome das organizações sindicais, falaram no ato ao final da manifestação: “Nós não fizemos uma greve para dar nenhum aval a Rajoy. Após uma greve geral como a de hoje, a mensagem que os trabalhadores podemos e devemos mandar ao governo é que, ou tiram seus planos ou os trabalhadores vão tirar o Governo. A única mão a Rajoy é a de um punho fechado e um grito inequívoco: que se vão!

E fechou dizendo que havia duas tarefas, uma mais imediata; seguir nas ruas, não dar trégua, apoiando as mobilizações convocadas para o dia 18 e voltar a ocupar as ruas de Madri para defender nossos hospitais. A outra tarefa é mais estratégica, manter e aprofundar esta unidade do sindicalismo alternativo classista e dos movimentos sociais, para construir pela base, de maneira democrática uma alternativa de classe a este governo e aos sindicatos e partidos que são cúmplices e reféns deste sistema.


Retirado do Site do PSTU

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Centrais sindicais fazem ato em solidariedade à luta dos trabalhadores europeus

CSP Conlutas reafirmou a necessidade de intensificar a luta contra a flexibilização de direitos também no Brasil
 

Raíza Rocha
Faixa unitária em solidariedade à luta dos trabalhadores europeus
No dia que Espanha, Portugal, Grécia e Itália pararam e trabalhadores de diversos países do continente europeu saíram às ruas contra os planos da Troika (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Européia), centrais sindicais brasileiras realizaram um ato unificado em frente ao Consulado Espanhol, em São Paulo, em solidariedade à luta dos trabalhadores europeus.

A manifestação convocada pela CSP Conlutas, CUT, UGT, CTB, CGTB, Força Sindical e Nova Central ocorreu nesta manhã, 14 de novembro, quando já acontecia a greve geral de 24h que unificou a luta dos trabalhadores europeus contra os planos de austeridade e os cortes sociais no continente. Para o dirigente da CSP Conlutas, Dirceu Travesso, as mobilizações na Europa representam um momento histórico não apenas para os trabalhadores europeus, mas para os trabalhadores de todo o mundo. “A classe trabalhadora mundial sai mais fortalecida. Sairemos fortalecidos para enfrentar e dar o apoio para a luta dos mineiros na África do Sul, para os trabalhadores que protagonizam a primavera árabe, para as mobilizações da juventude no Chile e também para os próximos enfrentamentos que serão travados no Brasil. Todos essas lutas são contra o mesmo inimigo: a crise criada pelo imperialismo”.



O dirigente da CSP Conlutas lembrou que os efeitos da crise, ainda que em passos lentos, também já chegou ao Brasil, a exemplo das ameaças de demissão na GM e o projeto do ACE (Acordo Coletivo Especial) que flexibiliza direitos trabalhistas. “É preciso intensificar a solidariedade contra a retirada de direitos dos trabalhadores no mundo todo. Aqui, no Brasil, isso poderá ser feito unificando e ampliando a luta contra a flexibilização dos direitos, as privatizações e o ataque ao serviço público”.

  • Dia de greve geral mobiliza trabalhadores de 23 países da Europa


  • Retirado do Site do PSTU

    14-N: o dia em que o internacionalismo ressurge como força social e política



    Diego Rivera
    O dia de greve geral unificada de 14 de novembro de 2012 em Portugal, Grécia e Estado Espanhol, com ações simultâneas como a greve metalúrgica na Itália e outras, seja qual for a sua dimensão e repercussão imediata, entrará para a história como um novo momento do internacionalismo. Nada remotamente semelhante já aconteceu, e isso diz tudo. Esta greve é uma resposta em terreno novo e muito animador. Será um acontecimento extraordinário, mesmo que venha a ser somente um ensaio geral.

    O internacionalismo proletário poderá renascer, nesta quarta feira, como uma força social e política capaz de derrotar a Troika. Se a união do movimento operário e sindical com os movimentos sociais de juventude vier a se consolidar estará aberta uma nova situação política no Mediterrâneo. Estarão começando a serem reunidas, quiçá, as condições para impor aos governos uma nova relação de forças, ameaçando todos os planos de austeridade.

    O capitalismo está se confrontando, a cada crise (1990/92; 2000/2001; 2008/12), com seus limites históricos. A perspectiva de situações revolucionárias nos países mediterrânicos da Europa está mais próxima. Contudo, paradoxalmente, as duas premissas anteriores não permitem ainda concluir que o socialismo está mais perto. Porque o futuro do socialismo depende da afirmação de um sujeito social com disposição de luta, consciência anticapitalista, e organização independente capaz de atrair para o seu projeto a maioria dos oprimidos. Esta afirmação só será possível com uma capacidade de ação internacionalista. Por isso a greve geral de 14 de novembro será um momento magnífico de resistência, ou seja, uma demonstração de que há energias no proletariado da Europa, aquele que tem maior tradição histórica no mundo.

    Estamos diante de um impasse histórico, um período transitório, que poderá mergulhar a sociedade em um abismo regressivo. Abismos regressivos já vitimaram sociedades contemporâneas, desde o final da Segunda Guerra Mundial, incontáveis vezes, e das mais diferentes e terríveis formas. Na forma de limpezas étnicas, por exemplo, quando da fundação do Estado de Israel, a nakba palestina em 1948 ; ou na forma de genocídios, como no Ruanda, em 1994, ou na Bósnia, entre 1992/95. Mas ocorreram, tragicamente, outras formas de regressão histórica, como as ditaduras no cone sul da América Latina nos anos setenta, ou as sequelas da restauração capitalista na Rússia nos anos noventa.

    A perspectiva de uma estagnação econômica internacional, por uma década, como tem sido admitida por analistas da mais diversas tendências, merece ser caracterizada, também, como uma regressão, pelas consequências sociais e políticas imprevisíveis que provocará. Uma das mais plausíveis é a confirmação da tendência a uma queda acentuada do salário médio nos países centrais (EUA, União Européia e Japão). Pela primeira vez, desde o pós-guerra, a geração mais jovem será mais pobre que a mais velha. Outra, também, provável, é a revogação das políticas públicas do chamado bem estar social, sendo a previdência dos mais velhos, o salário desemprego dos ativos, e o acesso à educação gratuita dos mais jovens, três dos alvos prioritários dos ajustes. As relações entre o centro e a periferia do capitalismo deverão conhecer, também, transformações reacionárias como reprimarização, desnacionalização e recolonização. Estes são os planos da Troika para salvar o capitalismo. Conseguirão ou não aplicá-los? O 14 de novembro será um dia em que se medirão forças.


    A última crise do capitalismo e a teoria da crise última

    As últimas crises econômicas confirmam que os limites históricos do capitalismo estão mais estreitos. É verdade que estes limites nunca foram fixos, mas o fato de serem móveis não quer dizer que não existam. Eles resultam de uma luta política e social. Vivemos em uma época histórica em que os destinos políticos e econômicos da civilização se decidem na arena mundial, ainda que a luta política se desenvolva, aparentemente, em marcos nacionais. Do futuro desta luta de classes internacional dependerá a longevidade do capitalismo.

    O que, no entanto, é previsível, é que a senilidade do sistema exigirá mudanças regressivas, ou seja, reacionárias, historicamente, até em relação ao passado do capitalismo. O futuro deste passado será cada vez mais próximo ao prognóstico de barbárie crescente. Em alguns períodos, os horizontes histórico-sociais do capital se contraíram (depois da vitória da revolução russa; depois da crise de 1929; depois da revolução chinesa; depois da revolução cubana; depois do Maio 1968; depois da revolução portuguesa), e em outros se expandiram (depois do New Deal de Roosevelt; depois do acordo de Yalta/Potsdam, ao final da II Guerra Mundial; depois de Reagan/Thatcher nos anos 80). O capitalismo não terá “morte natural”, o que não é o mesmo que dizer que não se manifestou na história uma tendência ao desmoronamento, isto é, uma tendência a crises cada vez mais sérias e destrutivas, que ficou conhecida na tradição marxista como a teoria do colapso.

    Os últimos cento e cinqüenta anos já foram um intervalo histórico suficiente para se concluir que o capitalismo não morre de “morte natural”: suas crises convulsivas, por mais terríveis, não resultam em processos revolucionários, a não ser quando surgem sujeitos sociais com disposição revolucionária. Os critérios objetivistas que diminuem a centralidade do protagonismo do proletariado e das classes oprimidas foram refutados pela história. Os vaticínios políticos catastrofistas neles inspirados, se aproximaram perigosamente de uma versão marxista de um novo milenarismo.

    Ainda nos Grundrisse, Marx deteve-se no comentário das contratendências que poderiam neutralizar e até, em determinadas circunstâncias histórico-sociais, inverter de maneira transitória a ação dos fatores que pressionam no sentido da queda da taxa média de lucro e, portanto, da precipitação da crise, como se pode perceber a partir deste fragmento:

    No movimento desenvolvido do capital existem fatores que detêm este movimento mediante outros recursos que não as crises, como, por exemplo: a contínua desvalorização de uma parte do capital existente; a transformação de uma grande parte do capital em capital fixo, o qual não presta serviços como agente da produção direta; improdutivo desperdício de uma grande parte do capital, etc. [...] Que ademais se possa conter a queda na taxa de lucro, por exemplo, reduzindo os impostos, diminuindo a renda do solo, etc., não é assunto que devamos considerar aqui, por maior que seja sua importância prática, já que se trata de partes do lucro chamadas por outro nome e das quais se apropriaram pessoas que não são o capitalista mesmo. [...] A diminuição é contrabalançada, da mesma forma, mediante a criação de novos setores de produção, nos quais se requer mais trabalho imediato em proporção ao capital, ou naqueles em que ainda não está desenvolvida a força produtiva do trabalho, isto é, a força produtiva do capital (também os monopólios). (tradução nossa)

    O conceito de crise final revelou-se, históricamente, sem fundamento, portanto, politicamente estéril. As crises econômicas do capitalismo continuaram a se manifestar com uma intensidade destrutiva que não deve ser subestimada. Mas da regularidade da crise não se pode retirar outra conclusão que não seja que a sociedade estará condenada a sofrer, convulsivamente, as dores do parto de uma transição que vem se revelando muito mais longa do que eram os prognósticos de Marx.
    Marx apostava na hipótese de que o peso crescente do maquinismo, ou seja, da ciência objetivada como tecnologia, como uma força produtiva aplicada em larga escala, exigiria uma tal imobilização de capital, que a tendência à queda da taxa média de lucro seria irrefreável, donde o prognóstico da precipitação de crises mais destrutivas e devastadoras. Como se pode conferir adiante:

    Na mesma proporção, portanto, que no processo de produção o capital enquanto capital ocupe um espaço maior em relação ao trabalho imediato, quanto mais cresça a mais-valia relativa - a força criativa própria capital – tanto maior será a queda a taxa de lucro (…) Esta é, em todos os aspectos, a lei mais importante da economia política moderna e a essencial para compreender as relações mais difíceis. É, do ponto de vista histórico, a lei mais importante. É uma lei que, apesar de sua simplicidade, nunca foi compreendida. (tradução nossa).

    O próprio Engels interveio no debate preocupado com ênfases excessivas ou deformadamente deterministas que eram feitas em nome de Marx. Na conhecida carta a Kugelmann apresenta a fórmula do paralelograma de forças, um esforço de reequilibrar/reordenar a articulação das causalidades, sugerindo que Marx utilizava diferentes níveis de abstração quando buscava o estudo de cortes de temporalidades ou esferas distintas de análise. A necessidade do desenvolvimento histórico colocava a possibilidade da revolução social. Necessidade e possibilidade se definem assim em uma unidade dialética que não se confunde com fatalismo.

    O 14 de novembro de 2012 será um dia de celebração do internacionalismo. Porque é possível, porque é necessário.



    Nakba é uma palavra árabe que significa “catástrofe” ou “desastre” e designa o êxodo palestino de 1948 quando pelo menos mais de 700.000 árabes palestinos, segundo dados da ONU, fugiram ou foram expulsos de seus lares, em razão da guerra civil de 1947-1948 e da Guerra Árabe-Israelense de 1948. Limpezas étnicas são remoções forçadas de populações com o uso de violência estatal que resultam em migrações forçadas.

    Há um debate interessante sobre o tema conhecido como a discussão sobre a Zusammenbruchstheorie,ou teoria do colapso ou desmoronamento. Uma referência útil pode ser encontrada no livro organizado por Lucio Colletti: El marxismo y el “derrumbe” del capitalismo. 3ª ed. México, SigloVeintiuno Editores, 1985.

    São caracterizados por uma parte da historiografia como milenaristas alguns movimentos populares europeus de inspiração mística e, algumas vezes, messiânicas, da Idade Média e Moderna que acreditavam no advento de um novo mundo com a inauguração de um novo milênio. O livro de Norman Cohn é uma das eferências para este tema. Na senda do Milênio: milenaristas revolucionários e anarquistas místicos da Idade Média. Lisboa: Editorial Presença, 1970.

    MARX. Grundisse. Mexico, Siglo XXI p. 637, 1997.

    MARX, Karl. Grundisse. Siglo XXI, p. 634.

    MARX, Karl e ENGELS, Friedrich Obras escolhidas. São Paulo, Alfa-omega, [s/d]. (vol. I, II e III).

    Originalmente publicado no blog Convergência


    Retirado do Site do PSTU

    Dia de greve geral mobiliza trabalhadores de 23 países da Europa

    Greve contra os cortes da troika e a política de austeridade dos governos é forte em Portugal, no Estado Espanhol, e atinge também Grécia e Itália


    Greve geral parou Portugal nesse 14 de novembro

    O dia de greve geral unificada na Europa neste 14 de novembro já pode ser considerado um marco na luta dos trabalhadores europeus contra a política de cortes e austeridade imposta pela troika (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia). Inicialmente convocada em Portugal, ela teve adesão no Estado Espanhol e posteriormente na Grécia, que realizou greve parcial de 3 horas, e Itália (que paralisou por 4 horas). O 14-N contou ainda com mobilizações na Inglaterra, França e em pelo menos 23 países do continente.


    Maior greve de Portugal

    Em Portugal, a CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) estima que o 14-N tenha sido “uma das maiores greves gerais já realizadas” no país. Apesar da outra grande central no país, a UGT, ter se negado a convocar a greve, vários sindicatos da base aderiram à paralisação contra os cortes do governo de Passos Coelho.

    Como ocorre tradicionalmente, o setor dos transportes foi a vanguarda da greve, que teve também a participação dos trabalhadores bancários, o que não havia acontecido nas greves anteriores. Os serviços públicos, escolas e universidades também pararam quase que completamente no país. Cerca de 200 vôos foram cancelados devido à greve. Ao final do dia, a polícia reprimiu violentamente os manifestantes que protestavam próximo ao Parlamento.

    A greve geral em Portugal ocorre no mesmo dia em que é anunciado o mais novo recorde nos índices de desemprego do país, de 15,8% da população. Entre os jovens (entre 15 e 24 anos), essa situação é ainda mais dramática, atingindo 39% dos portugueses. Apesar disso, o governo aprofunda sua política de cortes e flexibilização de direitos.


    Mobilização e repressão no Estado Espanhol

    O 14-N começou forte também no Estado Espanhol. As centrais sindicais estimam a adesão à greve geral em mais de 75%, o que significa quase seis milhões de trabalhadores de braços cruzados em todo o país. A paralisação atingiu principalmente a grande indústria, com impactos importantes na siderurgia, indústria química e construção. O setor dos transportes e público também parou. Pelo menos 202 vôos foram cancelados.

    A greve geral no Estado Espanhol se enfrentou com a repressão policial, como em Madri e Barcelona, com o saldo de 82 feridos e 34 detidos até o fechamento desse texto.


    Repressão a protesto em Madri

    Enquanto as centrais sindicais CCOO (Comisiones Obreras) e UGT (Union General de Trabajadores) reivindicam um programa rebaixado, como a convocação de um referendo sobre os cortes e a exigência de uma “negociação” entre o governo de Mariano Rajoy e o congresso, o sindicalismo classista e alternativo se lança à greve exigindo o não pagamento da dívida, o fim dos cortes, não ao pacto social e a “demissão” do governo.

    Em Madri, a plataforma "Toma la Huelga" (que reúne grupos como o 15-M e a coordenação do 25-S) fez um chamado para que a greve não se limite aos locais de trabalho, mas para que se ampliem e parem toda a cidade. A convocatória insta ainda o cercamento do Congresso no final do dia.


    Estudantes promovem marcha em Roma


    Mobilizações estudantis e repressão na Itália

    O dia foi também de fortes protestos na Itália. Milhares de estudantes foram às ruas contra os cortes na Educação em 87 cidades no país. Houve repressão e enfrentamentos com a polícia em cidades como Roma, Turín e Milão.

    Apesar das limitações e bloqueios interpostos pelas burocracias das cúpulas sindicais, o 14-N representa a primeira ação de resistência articulado e unificado entre os países da Europa, colocando a resposta dos trabalhadores à crise num novo e inédito patamar.


    LEIA MAIS

  • Valério Arcary escreve sobre o 14-N: o dia em que o internacionalismo ressurge como força social e política

    No site do MAS (seção da LIT-QI em Portugal): Europa levanta-se contra a austeridade
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    quarta-feira, 14 de novembro de 2012

    Greve dos operários em Belo Monte se intensifica nos canteiros de obras e chega ao terceiro dia

    Xingu Vivo
    Sítio Belo Monte após protesto no domingo
    Passava do meio-dia e os canteiros de obras da maior obra do PAC ainda estavam sob fortes protestos dos operários nesta segunda-feira (12).
    A revolta que se iniciou no sábado à tarde, por volta das 16 horas, no Sítio do Pimental, espalhou-se rapidamente e tomou conta do principal canteiro, o Sítio Belo Monte, onde será construída a principal casa de força da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

    “Não deixamos nem o sindicato terminar de falar, e expulsamos aqueles ´traíras` do canteiro”, disse um operador de máquina relatando o momento exato de explosão da greve.

    A paralisação ocorreu em decorrência do apoio do SINTRAPAV (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Estado do Pará) à proposta do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte).

    Segundo o sindicato, a proposta apresentada pelo CCBM era de aumento de 11% para carteiras assinadas com teto de até R$1.500,00; 6% para os que ganham de R$ 1.500,00 até R$ 3.000,00; e 4% para os que ganham acima de R$ 3.000.00. Já a baixada (período de visita à família) seria distribuída da seguinte forma: manutenção aos novatos de seis meses, aos de segunda baixada quatro meses e aos de terceira baixada de três meses, além do vale alimentação que aumentaria de R$ 110,00 reais para R$150,00.

    No entanto, segundo os trabalhadores, a proposta do CCBM não atende todas as reivindicações. Avança muito pouco sobre a baixada e aumento real de salário, chegando ao ponto de ficar abaixo da inflação para os trabalhadores que recebem acima de R$3.000,00. Além disso, os operários questionam o apoio contínuo do sindicato às medidas do Consórcio.

    O CCBM não atende também propostas dos trabalhadores, entre as quais a instalação de lavandeiras dentro dos alojamentos, já que os trabalhadores sofrem com a falta de máquinas de lavar; a instalação de torres de telefonia de outras operadoras para quebrar o monopólio da operadora OI, na qual os trabalhadores ficam impedidos de ligar a uma longa distância pagando pouco; a baixada para o profissional e para o ajudante (hoje em dia apenas o profissional tem direito à baixada); a baixada de avião para qualquer distância, já que o CCBM pensa em impor a viagem de ônibus àqueles operários que moram até 1.500 km de distância; a equiparação salarial, pois há diferenças salariais para a mesma profissão, entre outras reivindicações.

    A medida tomada pelo Consórcio foi de efetuar folga coletiva para os mais de 17 mil operários ainda na segunda-feira. “Tá todo mundo indo para casa, estão mandando a gente de `pau velho´ [expressão utilizada pelos operários para se referir a ônibus coletivos urbanos em estado precário] mais de 500 km de distância em estrada de chão com R$ 200 para ir e depois voltar”, disse revoltado um operário.

    Os trabalhadores estão sendo transportados em estado de emergência, em péssimas condições, para as cidades de Tucuruí e Marabá, cuja distancia é de cerca de 500 km. A medida visa esvaziar os canteiros e a cidade, temendo novos protestos.

    Para a CSP-Conlutas faltou maior comprometimento do Sintrapav com os operários e com a própria campanha salarial. Desde o começo, a Central alertava para a necessidade de haver um debate amplo, decidido por todos os trabalhadores. Entretanto, o sindicato se negou a fazer assembleias onde os trabalhadores decidissem sobre qual reajuste salarial queriam negociar com o CCBM, deixando os operários a própria sorte para arrancar um aumento digno.

    O papel do Governo Dilma (PT) não é diferente, se omitindo severamente sobre a necessidade de valorizar os trabalhadores das grandes obras do PAC. Após os erros cometidos nas obras da Usina Hidrelétrica de Jiral (RO), o governo erra novamente em Belo Monte. As péssimas condições de trabalho aliadas aos baixíssimos salários tem se tornado um forte tempero capaz de causar grandes explosões nas obras de grande porte do governo federal Passava do meio-dia e os canteiros de obras da maior obra do PAC ainda estavam sob fortes protestos dos operários, nesta segunda-feira (12).

    A revolta que se iniciou no sábado à tarde, por volta das 16 horas, no Sítio do Pimental, espalhou-se rapidamente e tomou conta do principal canteiro, o Sítio Belo Monte, onde será construída a principal casa de força da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

    “Não deixamos nem o sindicato terminar de falar, e expulsamos aqueles ´traíras` do canteiro”, disse um operador de máquina relatando o momento exato de explosão da greve.

    A paralisação ocorreu em decorrência do apoio do SINTRAPAV (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Estado do Pará) à proposta do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte).

    Segundo o sindicato, a proposta apresentada pelo CCBM era de aumento de 11% para carteiras assinadas com teto de até R$1.500,00; 6% para os que ganham de R$ 1.500,00 até R$ 3.000,00; e 4% para os que ganham acima de R$ 3.000.00. Já a baixada (período de visita à família) seria distribuída da seguinte forma: manutenção aos novatos de seis meses, aos de segunda baixada quatro meses e aos de terceira baixada de três meses, além do vale alimentação que aumentaria de R$ 110,00 reais para R$150,00.

    No entanto, segundo os trabalhadores, a proposta do CCBM não atende todas as reivindicações. Avança muito pouco sobre a baixada e aumento real de salário, chegando ao ponto de ficar abaixo da inflação para os trabalhadores que recebem acima de R$3.000,00. Além disso, os operários questionam o apoio continuo do sindicato às medidas do Consórcio.

    O CCBM não atende também propostas dos trabalhadores, entre as quais a instalação de lavandeiras dentro dos alojamentos, já que os trabalhadores sofrem com a falta de máquinas de lavar; a instalação de torres de telefonia de outras operadoras para quebrar o monopólio da operadora OI, na qual os trabalhadores ficam impedidos de ligar a uma longa distância pagando pouco; a baixada para o profissional e para o ajudante (hoje em dia apenas o profissional tem direito a baixada); a baixada de avião para qualquer distância, já que o CCBM pensa em impor a viagem de ônibus àqueles operários que moram até 1.500 km de distância; a equiparação salarial, pois há diferenças salariais para a mesma profissão, entre outras reivindicações.

    A medida tomada pelo Consórcio foi de efetuar folga coletiva para os mais de 17 mil operários ainda na segunda-feira. “Tá todo mundo indo para casa, estão mandando a gente de `pau velho´ [expressão utilizada pelos operários para se referir a ônibus coletivos urbanos em estado precário] mais de 500 km de distância em estrada de chão com R$ 200 para ir e depois voltar”, disse revoltado um operário.

    Os trabalhadores estão sendo transportados em estado de emergência, em péssimas condições, para as cidades de Tucuruí e Marabá, cuja distancia é de cerca de 500 km. A medida visa esvaziar os canteiros e a cidade, temendo novos protestos.

    Para a CSP-Conlutas faltou maior comprometimento do Sintrapav com os operários e com a própria campanha salarial. Desde o começo a Central alertava para a necessidade de haver um debate amplo, decidido por todos os trabalhadores. Entretanto, o sindicato se negou a fazer assembleias onde os trabalhadores decidissem sobre qual reajuste salarial queriam negociar com o CCBM, deixando os operários a própria sorte para arrancar um aumento digno.

    O papel do Governo Federal – Dilma (PT) -, não é diferente, se omite severamente sobre a necessidade de valorizar os trabalhadores das grandes obras do PAC. Após os erros cometidos nas obras da Usina Hidrelétrica de Jiral (RO), o governo erra novamente em Belo Monte. As péssimas condições de trabalho aliadas aos baixíssimos salários tem se tornado um forte tempero capaz de causar grandes explosões nas obras de grande porte do governo federal Brasil afora.


    Retirado do Site do PSTU

    terça-feira, 13 de novembro de 2012

    Revoltados, operários protestam em Belo Monte



    Instalações incendiadas durante protestos em Belo Monte
    A revolta tomou conta do canteiro de obras do Sítio Pimental na tarde deste sábado, dia 10. Após o anúncio da proposta de aumento salarial feita pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) de apenas 11% de aumento real, os trabalhadores se revoltaram e atearam fogo em alojamentos, departamentos administrativos, e galpões.

    O SINTRAPAV, sindicato da categoria, que apoiou a proposta de 11% do Consórcio, foi expulso do canteiro juntamente com toda a equipe administrativa do Sítio.

    "A gente fica preso aqui 6 meses sem poder ver a família, a gente fala no máximo 2 vezes por semana com a esposa. A nossa hora é muito barata, enquanto em Jiral (RO) um profissional está ganhando melhor e visitando a família de 3 em 3 meses. Aqui tem um sindicato que só vem na obra pra da apoio pro Consórcio", disse um auxiliar de montagem, funcionário do Consórcio.

    Os operários estão em plena Campanha Salarial. No sábado, foi o último dia do prazo para o Consórcio apresentar a proposta de aumento. A partir de segunda feira, os operários dos outros canteiros também deverão se mobilizar.


    Retirado do Site do PSTU