Direção do sindicato, ligado à CUT, não consegue segurar a greve e agora joga para que ela seja declarada abusiva pela Justiça
Uma verdadeira rebelião de base. É a melhor definição para a forte greve que os metalúrgicos de Niterói e Itaborai deflagraram no último dia 30 de maio, passando por cima da direção do próprio sindicato. Há mais de uma semana os trabalhadores fazem massivas mobilizações e passeatas, chamando a atenção da população pelas ruas do centro de Niterói.
A direção da entidade, ligada à CUT, foi contra a greve, defendendo que os metalúrgicos continuassem negociando trabalhando, mas a revolta provocada pela intransigência da patronal falou mais alto. No dia 31, os metalúrgicos realizaram uma passeata que chegou a reunir algo como cinco mil trabalhadores no centro de Niterói. A passeata foi até a sede do sindicato, que estava fechado.
"O sindicato não mobilizou a categoria e pouco fez nesse período de negociação, o que gerou a revolta dos trabalhadores, que cansaram de tanta enrolação", explica Paulo Martins, o Paulinho, dirigente da oposição à atual direção do sindicato. Com a traição da direção do Sindicato dos Metalúrgicos, a Chapa 3, que concorre às eleições da entidade (atualmente sob júdice), está dirigindo na prática as mobilizações. Até mesmo carro de som teve que ser emprestado de outros sindicatos.
No dia 31, uma assembleia na porta do sindicato com cerca de três mil trabalhadores elegeram um Comando de Greve, que os operários reivindicam que participem das negociações com a patronal, já que não confiam na direção da entidade.
Negociações
Nesse dia 5 de junho houve audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, a fim de decidir o dissídio da categoria. Pela manhã, os trabalhadores realizaram uma assembleia de 500 pessoas e, logo após, um protesto nas Barcas, seguindo em passeata até o prédio do TRT. Após pressão, conseguiram garantir a participação de representantes do Comando de Greve na reunião com o tribunal.
Na reunião de conciliação, o sindicato manteve sua postura e afirmou "não ter nenhuma responsabilidade" pela greve, mesmo ela tendo sido aprovada por uma assembleia massiva da categoria. A direção do sindicato se nega a reconhecer a decisão dos operários em assembleia e afirma que a greve é “coisa do PSTU e do PSOL”. A patronal, apoiando-se no discurso do sindicato, pediu a abusividade da greve, mas a Justiça determinou a continuidade das negociações. Uma nova reunião deverá ocorrer na próxima segunda-feira, dia 11.
Na manhã desta quarta-feira, dia 6, os trabalhadores realizaram nova assembleia que reuniu cerca de 1200 metalúrgicos, que reafirmou a continuidade da greve.
Intransigência
A categoria é formada por 14 mil metalúrgicos, a maioria trabalhadores de estaleiros. A principal reivindicação dos operários é reajuste de 16%, aumento no Vale-refeição de R$ 140 para R$ 350, mais segurança, plano de saúde e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), porém, limita-se a oferecer apenas 7,5% de reajuste.
Retirado do Site do PSTU
Mobilização dos metalúrgicos no último dia 31 |
A direção da entidade, ligada à CUT, foi contra a greve, defendendo que os metalúrgicos continuassem negociando trabalhando, mas a revolta provocada pela intransigência da patronal falou mais alto. No dia 31, os metalúrgicos realizaram uma passeata que chegou a reunir algo como cinco mil trabalhadores no centro de Niterói. A passeata foi até a sede do sindicato, que estava fechado.
"O sindicato não mobilizou a categoria e pouco fez nesse período de negociação, o que gerou a revolta dos trabalhadores, que cansaram de tanta enrolação", explica Paulo Martins, o Paulinho, dirigente da oposição à atual direção do sindicato. Com a traição da direção do Sindicato dos Metalúrgicos, a Chapa 3, que concorre às eleições da entidade (atualmente sob júdice), está dirigindo na prática as mobilizações. Até mesmo carro de som teve que ser emprestado de outros sindicatos.
No dia 31, uma assembleia na porta do sindicato com cerca de três mil trabalhadores elegeram um Comando de Greve, que os operários reivindicam que participem das negociações com a patronal, já que não confiam na direção da entidade.
Negociações
Nesse dia 5 de junho houve audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, a fim de decidir o dissídio da categoria. Pela manhã, os trabalhadores realizaram uma assembleia de 500 pessoas e, logo após, um protesto nas Barcas, seguindo em passeata até o prédio do TRT. Após pressão, conseguiram garantir a participação de representantes do Comando de Greve na reunião com o tribunal.
Na reunião de conciliação, o sindicato manteve sua postura e afirmou "não ter nenhuma responsabilidade" pela greve, mesmo ela tendo sido aprovada por uma assembleia massiva da categoria. A direção do sindicato se nega a reconhecer a decisão dos operários em assembleia e afirma que a greve é “coisa do PSTU e do PSOL”. A patronal, apoiando-se no discurso do sindicato, pediu a abusividade da greve, mas a Justiça determinou a continuidade das negociações. Uma nova reunião deverá ocorrer na próxima segunda-feira, dia 11.
Na manhã desta quarta-feira, dia 6, os trabalhadores realizaram nova assembleia que reuniu cerca de 1200 metalúrgicos, que reafirmou a continuidade da greve.
Intransigência
A categoria é formada por 14 mil metalúrgicos, a maioria trabalhadores de estaleiros. A principal reivindicação dos operários é reajuste de 16%, aumento no Vale-refeição de R$ 140 para R$ 350, mais segurança, plano de saúde e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), porém, limita-se a oferecer apenas 7,5% de reajuste.
Retirado do Site do PSTU
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