Caso mostra escalada autoritária e truculenta da polícia, que passa a monitorar redes sociais para intimidar manifestantes
A truculência e a repressão contra as mobilizações e qualquer tipo de movimento social no Rio parecem não conhecer limites. Desta vez, o simples ato de postar uma convocatória na Internet divulgando um ato público virou alvo da ação policial. Vários internautas que protestavam contra o aumento no preço das passagens das barcas Rio/Niterói estão sendo intimados pela polícia a ‘prestar esclarecimentos’.
Além do preço nas passagens, que vai passar de R$ 2,80 para R$ 4,50 a partir de 1º de março, os usuários protestam contra os freqüentes acidentes, atrasos e superlotação que atrapalham o cotidiano de milhares de trabalhadores. Uma manifestação e um abaixo-assinado contra o aumento começaram a ser articulados espontâneamente pela Internet. O protesto está sendo organizado para o dia 1º de março, às 7h, na Estação Araribóia, centro de Niterói.
Surpreendentemente, a polícia começou a intimar internautas que postaram mensagens convocando o ato público. O 76º DP informou que está monitorando as redes sociais e os internautas, investigando possíveis ‘incitações’ ao crime nas postagens. Os policiais intimaram o autor de um vídeo postado no YouTube com imagens de um ato contra os serviços precários prestados pelas Barcas S/A, e relembrando a revolta da população em 1959 contra o serviço. “Quem postou esse vídeo pode ser enquadrado no Art. 286 do Código Penal de incitação ao crime” chegou a afirmar à imprensa o delegado Alexandre Leite.
Vários internautas que postaram o vídeo em suas contas pessoais do Facebook foram convocados a se apresentarem à polícia. “Hoje recebemos uma intimação da polícia civil (76DP de Niterói) por incitar ao crime por termos feito um vídeo chamando para o pulaço das barcas. Estamos sendo criminalizados previamente para enfraquecer nossa mobilização” , escreveu Arthur Moura, um dos autores do vídeo.
O caso mostra a escalada repressiva contra os movimentos sociais que se vive hoje no Rio. Agora, além de reprimir diretamente os protestos públicos, a polícia passa a monitorar os ativistas nas Redes Sociais, como meio de coerção e intimidação. Tudo em defesa dos lucros das empresas, no caso, a concessionária Barcas S/A.
Assista o vídeo que, para a polícia, ‘incita’ o crime
Privatização
O aumento de 60% das passagens que vigora a partir de março ignora os constantes atrasos e acidentes que afligem cotidianamente a população que utiliza os serviços das barcas. As barcas ligam o Rio a Niterói e a Ilha de Paquetá. Administrada pela concessionária privada Barcas S/A desde 1988, o serviço está cada vez mais precário. A Barcas S/A é controlada por um conjunto de empresas, entre elas a que comanda a empresa rodoviária 1001.
O vídeo monitorado pela polícia relembra a chamada ‘Revolta das Barcas’, de 1959. Na ocasião, indignados pelo aumento da passagem, cerca de trinta mil pessoas depredaram não só a estação, mas todas as lojas e escritórios da família Carreteiro, então responsável pela administração do serviço. Até mesmo a casa dos proprietários foi alvo da fúria da população. No final do dia, o povo desfilou com as roupas da família pelas ruas do Rio.
A revolta forçou o então presidente Juscelino Kubitschek a estatizar a frota e o serviço. No final dos anos 90, porém, a onda de privatizações chegou à Baía de Guanabara e a então Cia de Navegação do Rio de Janeiro (Conerj) passou ao controle do Consórcio Barcas S/A. O serviço piorou a partir de então. As filas, por sua vez, só aumentam, enquanto o número de barcas se mostra insuficiente para atender a demanda.
Retirado do Site do PSTU
As filas quilométricas são frequentes |
Além do preço nas passagens, que vai passar de R$ 2,80 para R$ 4,50 a partir de 1º de março, os usuários protestam contra os freqüentes acidentes, atrasos e superlotação que atrapalham o cotidiano de milhares de trabalhadores. Uma manifestação e um abaixo-assinado contra o aumento começaram a ser articulados espontâneamente pela Internet. O protesto está sendo organizado para o dia 1º de março, às 7h, na Estação Araribóia, centro de Niterói.
Surpreendentemente, a polícia começou a intimar internautas que postaram mensagens convocando o ato público. O 76º DP informou que está monitorando as redes sociais e os internautas, investigando possíveis ‘incitações’ ao crime nas postagens. Os policiais intimaram o autor de um vídeo postado no YouTube com imagens de um ato contra os serviços precários prestados pelas Barcas S/A, e relembrando a revolta da população em 1959 contra o serviço. “Quem postou esse vídeo pode ser enquadrado no Art. 286 do Código Penal de incitação ao crime” chegou a afirmar à imprensa o delegado Alexandre Leite.
Vários internautas que postaram o vídeo em suas contas pessoais do Facebook foram convocados a se apresentarem à polícia. “Hoje recebemos uma intimação da polícia civil (76DP de Niterói) por incitar ao crime por termos feito um vídeo chamando para o pulaço das barcas. Estamos sendo criminalizados previamente para enfraquecer nossa mobilização” , escreveu Arthur Moura, um dos autores do vídeo.
O caso mostra a escalada repressiva contra os movimentos sociais que se vive hoje no Rio. Agora, além de reprimir diretamente os protestos públicos, a polícia passa a monitorar os ativistas nas Redes Sociais, como meio de coerção e intimidação. Tudo em defesa dos lucros das empresas, no caso, a concessionária Barcas S/A.
Assista o vídeo que, para a polícia, ‘incita’ o crime
Privatização
O aumento de 60% das passagens que vigora a partir de março ignora os constantes atrasos e acidentes que afligem cotidianamente a população que utiliza os serviços das barcas. As barcas ligam o Rio a Niterói e a Ilha de Paquetá. Administrada pela concessionária privada Barcas S/A desde 1988, o serviço está cada vez mais precário. A Barcas S/A é controlada por um conjunto de empresas, entre elas a que comanda a empresa rodoviária 1001.
O vídeo monitorado pela polícia relembra a chamada ‘Revolta das Barcas’, de 1959. Na ocasião, indignados pelo aumento da passagem, cerca de trinta mil pessoas depredaram não só a estação, mas todas as lojas e escritórios da família Carreteiro, então responsável pela administração do serviço. Até mesmo a casa dos proprietários foi alvo da fúria da população. No final do dia, o povo desfilou com as roupas da família pelas ruas do Rio.
A revolta forçou o então presidente Juscelino Kubitschek a estatizar a frota e o serviço. No final dos anos 90, porém, a onda de privatizações chegou à Baía de Guanabara e a então Cia de Navegação do Rio de Janeiro (Conerj) passou ao controle do Consórcio Barcas S/A. O serviço piorou a partir de então. As filas, por sua vez, só aumentam, enquanto o número de barcas se mostra insuficiente para atender a demanda.
Retirado do Site do PSTU
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