quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

PSTU exige liberdade imediata e anistia para os presos políticos do Piauí

A juventude e a classe trabalhadora de Teresina, que desde o dia 2 de janeiro estão nas ruas contra o aumento da passagem de ônibus, resistem bravamente aos sucessivos e cada vez mais brutais ataques de violência por parte da Polícia Militar do Piauí. Embora se manifestem pacificamente nas principais ruas e avenidas do centro da capital, exigindo do prefeito Elmano Férrer (PTB) a redução da tarifa, os(as) ativistas vêm sendo duramente reprimidos e criminalizados por exercerem o direito de lutar por um transporte público de boa qualidade, com preço socialmente justo, e por uma integração das linhas sem a cobrança de uma segunda tarifa.

A truculência e o uso da força bruta ocorreu pela primeira vez contra manifestantes do Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público, no dia 3 janeiro, na Frei Serafim. A atitude da Polícia Militar que utilizou spray de pimenta, gás lacrimogêneo, cacetetes, socos, pontapés e até balas de borracha contra jovens e adolescentes desarmados e indefesos provocou uma reação indignada de vários grupos solidários que se integraram à luta contra o aumento das passagens. Naquele dia a democracia burguesa já demonstrou ser uma grande farsa, na medida em que até uma milícia armada (CET-SEG) contratada pelo SETUT, entidade patronal, perseguiu manifestantes pelas ruas de Teresina. A burguesia local e os governos de plantão, que consideram o patrimônio dos empresários mais importantes do que a integridade física de trabalhadores(as) e estudantes que lutam por seus direitos, passou então a desenvolver através das grandes empresas de comunicação uma campanha maciça, no intuito de criminalizar o movimento.

O dia 10 de janeiro de 2012 entra para a história como a expressão singular da barbárie, típica do capitalismo selvagem, em que os interesses coletivos de uma classe explorada são esmagados pelas botas e armas impiedosas e cruéis de uma ditadura que se instalou em Teresina em pleno século 21. Uma operação de guerra foi montada para massacrar manifestantes sentados na avenida com velas nas mãos. As imagens chocantes que já circulam pelo mundo inteiro, mostram um aparato extremamente desproporcional, acionado para a defesa dos lucros dos empresários do SETUT. Dentre as vítimas, uma estudante teve a retina estraçalhada por um tiro de bala de borracha. Até a manhã do dia 11 de janeiro, dos 16 ativistas presos, oito continuavam detidos, com ameaça de serem encaminhados para presídio (Casa de Custódia).

O preço que foi cobrado pela fiança de cada manifestante detido (R$ 6.220,00), revela que as prisões são ações políticas do Estado, para punir e intimidar quem está nas mobilizações. O delegado geral James Guerra não permitiu que o delegado de plantão arbitrasse o valor da fiança e aplicou pessoalmente a multa máxima, resultando num valor superior a 80 mil reais para libertar todos os ativistas, além de exigir que os ativistas fossem algemados e encaminhados à Casa de Custódia. Esta ilegalidade, típica dos anos de chumbo da ditadura militar, também foi respaldada pelo Secretário de Segurança Raimundo Leite, com a intenção de dificultar o trabalho da assessoria jurídica do FÓRUM ESTADUAL EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO, que já havia libertado 23 manifestantes presos ilegalmente desde o início dos protestos.

A administração de Elmano Férrer (PTB), mantém a intransigência e continua se negando a negociar com o Fórum. A polícia militar, comandada pelo governador Wilson Martins (PSB), insiste na truculência como método de negociação. Ironicamente, dois partidos que no passado já defenderam os interesses da classe trabalhadora, hoje ocupam cargos nestes governos e defendem os interesses da burguesia: o PT e o PCdoB. Fazemos um chamado aos militantes honestos que ainda fazem parte do PT e do PCdoB a romperem com estes partidos que definitivamente mudaram de lado da trincheira de luta. Do contrário, estarão respaldando o maior massacre de estudantes e trabalhadores(a)s indefesos(as) já ocorrido na história do Piauí.

A luta contra o aumento da passagem de ônibus é uma bandeira legítima da classe trabalhadora e da juventude, que já pagava, com a tarifa anterior (R$ 1,90), um preço bastante alto por um serviço de péssima qualidade. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), que vem colocando seus três militantes advogados a serviço do Fórum desde o início das manifestações, presta aqui sua solidariedade incondicional a todos(as) os(as) lutadores(as) covardemente agredidos(as) e presos(as), repudia e denuncia a truculência e a política de criminalização dos movimentos sociais implementada pelos governos estadual e municipal. O PSTU também exige a redução imediata do preço da passagem e o afastamento do Prefeito Elmano Férrer(PTB), que favorece meia dúzia de empresários para obter apoio do SETUT nas eleições (como já vem sendo feito há mais de 20 anos), e utiliza as forças repressivas do Estado para tentar reprimir violentamente manifestações legítimas.

Anistia aos presos políticos no Piauí!

Revogação do aumento da passagem, já!

FORA ELMANO!

Teresina, 11 de janeiro de 2012.

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU


Retirado do Site do PSTU

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