segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Bancários da Caixa e BNB seguem em greve após mais uma traição da CUT

Em conluio com os banqueiros e o Governo Lula, CUT orientou aceitação de acordo rebaixado para enfraquecer a greve. Ainda assim, trabalhadores da Caixa e BNB seguem na luta
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Depois de iniciada a greve no dia 24/09, a direção da CONTRAF/CUT orientou que todos os sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores aceitassem na última quinta-feira (08/10), uma proposta de reajuste de 6% oferecida pelos banqueiros. Este reajuste rebaixado não contempla nem de longe os 23,35% de perdas acumuladas para os trabalhadores do setor privado e menos ainda a defasagem salarial nos bancos públicos.

Mesmo diante de uma greve fortíssima que enfrenta um setor que foi um dos que mais lucraram no período de crise (só no primeiro semestre, os bancos no país lucraram mais de R$ 14 bilhões), a CUT preferiu seguir à risca a orientação de Lula e desmontar a greve para que o movimento dos trabalhadores não se chocasse com os planos do governo e da patronal.


CUT e gerentes acabam a greve no BB

No mesmo dia 08/10, o Banco do Brasil apresentou uma proposta que ratificava os 6% da FENABAN, acrescentando mais 3% sobre o Plano de Cargos e Salários, provando que é possível quebrar a Mesa Única e garantir uma greve unificada com negociações específicas, enfrentando diretamente o Governo e a direção das estatais.

Ainda assim, a proposta do Banco do Brasil ainda era extremamente rebaixada e por esse motivo o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB/Conlutas) se colocou radicalmente contrário à proposta, pois a greve tinha muita força e era possível arrancar muito mais.

No entanto, as direções ligadas à CUT orientaram a aceitação do acordo tanto no setor privado quanto no Banco do Brasil e foi desmontando a greve nacional não porque os trabalhadores estavam satisfeitos com a proposta, mas fazendo terrorismo com os trabalhadores, agitando a proposta como uma "vitória" e atuando em unidade com os gestores do banco, que lotaram as assembléias em todo o país para acabar com o movimento.

Mesmo diante de mais uma traição cutista, prosseguiram em greve nas assembléias do dia 08/10 as bases de Brasília, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba, além dos sindicatos ligados ao MNOB/Conlutas (Rio Grande do Norte, Maranhão e Bauru), que orientaram a continuidade da greve.

Em Brasília, Belo Horizonte (ambos ligados à CUT), o sindicato sequer conseguia intervir, tamanhas eram as vaias e manifestações de repúdio que os trabalhadores lançavam contra o peleguismo de suas direções. Entretanto, no dia seguinte, a CUT conseguiu o seu objetivo e foi enterrando o movimento nas bases que ainda resistiam, até acabar com a greve nacional.


Caixa e BNB seguem na luta

Mesmo diante de mais uma ação bem sucedida da CUT, os trabalhadores ainda não estão derrotados. Os bancários da Caixa e do BNB ainda constroem uma greve de peso, que não apresenta sinais de refluxo.

A Caixa ainda não apresentou nenhuma proposta específica, apenas ratificou a proposta da FENABAN. Já o BNB, apresentou uma proposta muito rebaixada e que ainda precisaria de confirmação do DEST, para autorizar o acordo. Como resposta, os bancários da Caixa em todo Brasil seguem a greve em todos os estados e no BNB, os trabalhadores demonstram que não estão dispostos a acabar o movimento em troca de um "cheque em branco" do Banco do Nordeste.

A tática da CUT já utilizada em anos anteriores, de isolar a greve da Caixa e do BNB, tem um objetivo claro: enfraquecer o movimento para facilitar o desmonte da greve com uma proposta rebaixada. Mas, é justamente nesse setor que o movimento está mais radicalizado e forte. A proposta do MNOB/Conlutas é fazer uma caravana a Brasília, com representações das bases sindicais, para que a partir desta terça-feira possamos forçar que o Governo a negociar.

Além de reajuste, os bancários lutam por isonomia (ATS e Licença-Prêmio), contratação de mais empregados, melhorias no plano de cargos e salários, plano de funções, etc.

Este é o momento de intensificar e radicalizar a greve, pressionando Lula, a direção dos bancos públicos e as direções sindicais governistas. Afinal, somente a unidade dos trabalhadores em luta pode derrotar essa aliança maligna.

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