domingo, 20 de março de 2011

Juiz diz que manifestantes ameaçam Obama e nega pedido de soltura

Samuel Tosta
Presos são transferidos para presídio
Advogados dos 13 manifestantes presos no ato em frente ao consulado norte-americano entraram neste sábado com um pedido de revogação da prisão. No entanto, o juiz de plantão julgou que a libertação dos 13 ativistas colocaria em risco a "ordem pública" durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

"O juiz alegou que, como a visita ainda não terminou, a liberdade poderia ameaçar o 'evento' e 'macular' a imagem do Brasil", conta Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ. "É um argumento tão rídiculo, que só mostra o quanto essa prisão é política. Parece haver uma ordem de só libertar o grupo depois que o Obama se for", conclui.

O pedido foi entregue acompanhado de uma comissão de parlamentares, formada pelo senador Lindberg Farias (PT), pelos deputados federais Chico Alencar (PSOL), Jean Wyllys (PSOL), Stepan Nercessian (PPS) e a deputada estadual Janira Rocha (PSOL). Lindberg foi recebido em nome da comissão, e argumentou pedindo a libertação do grupo. O juiz manteve-se irredutível, o que motivou os parlamentares a preparar uma nota pública, em defesa do livre direito de manifestação e contra as prisões, assinada ainda pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

Os manifestantes estão nos presídios de Água Santa e em Bangu 8. Um menor de idade está preso, e pode ser recolhido ao Instituto Padre Severino. O próximo passo dos advogados do PSTU será neste domingo, 20, com o pedido de habeas corpus para todos. O partido também promete um grande ato em protesto contra as prisões e a visita de Obama, às 10h deste domingo, no Largo do Machado. Na internet, apenas neste sábado, cerca de duas mil pessoas assinaram uma petição pela liberdade do grupo.


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