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Como reação, os mesmos governos ligados aos bancos, resolveram acabar de vez com o chamado "estado de bem estar social" uma série de conquistas históricas dos trabalhadores europeus, como seus salários e aposentadorias.
Em essência, os bancos que causaram a crise, agora querem se salvar fazendo um corte duríssimo nos salários e conquistas dos trabalhadores. Caso os banqueiros e donos das grandes empresas vençam, o proletariado europeu baixará seu nível de vida ao nível latino-americano atual ou ainda pior.
No entanto, o proletariado europeu é o de maiores tradições de luta de todo o planeta. As batalhas recém começam e se estenderão por muitos anos. As greves gerais e os enfrentamentos de rua já estão presentes na Grécia, Espanha e Portugal. A situação ainda é muito diferenciada de país a país, mas é possível que situações e crises revolucionárias atinjam países imperialistas pela primeira vez desde a revolução portuguesa de 1975.
E o Brasil ?
O Brasil ainda não está em crise. E o governo faz propaganda de que isso acontece graças às virtudes de sua política econômica. Infelizmente, a maioria dos trabalhadores acredita nisso, e Dilma segue apoiada pela maioria.
Queremos alertar os trabalhadores de que isso não é verdade. O Brasil segue crescendo porque as multinacionais se aproveitam dos baixos salários pagos aqui para aumentar sua taxa de lucros e salvar as matrizes nos países em crise. Além disso, a economia brasileira está muito atrelada à evolução da China, que continua crescendo. Se a crise econômica internacional evoluir para uma nova recessão, o que é muito provável, as multinacionais terão de decidir se continuam investindo no Brasil. Caso suspendam os investimentos, o Brasil vai a uma nova crise, como em 2008-2009.
Já existem reflexos disso nos dias de hoje. A desaceleração econômica é o primeiro deles. O aumento do PIB vai cair de 7,5% em 2010 para 3% ou menos em 2011. O país segue crescendo, mas bem menos que antes. A patronal e o governo endureceram nas campanhas salariais que foram mais duras nesse ano, causando greves longas como a dos correios e bancários, além do funcionalismo público.
Mas os trabalhadores que apóiam o governo respondem: "Ainda bem que Dilma tem essa política econômica, de apoio ás grandes empresas, porque assim o Brasil segue crescendo".
A verdade é outra. Com essa política, já existe um caos na educação e da saúde públicas. O governo dedica 49,15% do orçamento (ou seja, metade de tudo que se arrecada em impostos e taxas no país) ao pagamento da dívida aos banqueiros. É isso que explica a crise nos hospitais públicos, a falta de creches, o caos na educação.
E é importante que se saiba de algo ainda pior. Como os juros pagos aos banqueiros no Brasil são os maiores de todo o mundo, o que é gasto aqui em termos relativos é muito mais do que se paga em todos os países mais em crise da Europa. O governo está pagando entre parcelas e juros no Brasil 954 bilhões de reais aos banqueiros em 2011. Isso corresponde a espantosos 25% do PIB no país. A Grécia está gastando 5,47% de seu PIB com a dívida nesse ano, Portugal 3,04%, Itália 4,53%, Irlanda 3,2%, Espanha 1,6%.
Isso significa que já existem conseqüências muito sérias na vida do povo, como a crise já presente na educação e saúde pública. Mas, no caso de que o país viva uma nova recessão, as conseqüências serão ainda muito maiores. Os ataques aos trabalhadores serão semelhantes aos que estão sendo aplicados pelos governos europeus contra a aposentadoria, os salários e os empregos.
10% do PIB para a educação pública
É essa compreensão que levou a CSP-Conlutas, ANEL, ANDES, muitos sindicatos e entidades estudantis a encaminharem a campanha pelos 10% do PIB para a educação pública. É preciso lutar contra essa política econômica que sacrifica o país para enriquecer ainda mais os banqueiros.
Essa campanha está realizando um plebiscito em todo o país, que está sendo um sucesso pela votação de centenas de milhares de pessoas na base dos sindicatos, empresas e escolas.
O PSTU está presente com todas as nossas forças na organização do plebiscito e chama o conjunto das entidades e ativistas do movimento sindical, estudantil e popular a se somarem nessa campanha.
Retirado do Site do PSTU
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