Os músicos são acusados de estuprar duas adolescentes no ano passado
O repúdio à banda baiana New Hit
continua quase cinco meses depois de seus integrantes serem indiciados
por estupro de duas adolescentes no interior da Bahia. Felizmente, a
banda não tem encontrado sossego fora da prisão e é alvo de seguidos
protestos. As mobilizações vão desde escracho na entrada do condomínio
do vocalista a passeatas e intervenções nas redes sociais. Fruto dos
protestos, shows da banda foram cancelados em Salvador, Delmiro Gouveia
(AL) e João Pessoa (PB). Em Maceió, a New Hit tem show agendado para o
dia 26 deste mês, mas os protestos já começaram a tensionar a sua
realização. A possibilidade de show da New Hit em São Luís (MA) já
iniciou uma mobilização nas redes sociais.
Na capital baiana, as mobilizações pelas redes sociais criticavam uma marca de cerveja por patrocinar o estupro, ao financiar uma festa de pagode com a presença da New Hit. “Estupro não desce redondo” dizia um dos ‘virais’ que se espalhou pelo facebook e levou a empresa a retirar o patrocínio. Em seguida, o show foi cancelado. Em João Pessoal, a New Hit foi substituída por uma nova atração após protestos nas redes sociais. Moradores e organizações feministas de Delmiro Gouveia (AL) protestaram diante do anúncio da presença da banda em dois blocos de carnaval da cidade. A participação da New Hit também foi cancelada. Em Serrinha (BA), no início de janeiro, movimentos sociais, como Movimento Negro Afro Jamaica, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Movimento de Mulheres Urbanas, saíram às ruas com camisas dizendo “Fora New Hit”.
O estupro aconteceu no ano passado, no dia 26 de agosto, quando os músicos tocavam na micareta da cidade de Ruy Barbosa (BA). As duas adolescentes, fãs do grupo, pediram pra tirar foto com a banda após o show. As meninas, uma de 16 e outra de 17 anos, foram encaminhadas ao ônibus da produção quando foram brutalmente violentadas pelos nove integrantes da New Hit. Um policial militar que fazia a segurança do grupo também foi indiciado por ter sido conivente com o crime. Os resultados dos exames de corpo delito confirmaram o estupro coletivo. Os estupradores ficaram presos durante 38 dias, mas conseguiram um habeas corpus e aguardam o julgamento, previsto para fevereiro, em liberdade.
Fora da prisão, os noves acusados voltaram aos palcos enquanto as vítimas estão em um Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), em razão das ameaças de fãs da banda.
Não à cultura do estupro
Na cultura machista e patriarcal em que vivemos, a culpa do estupro é sempre da vítima. Neste caso não foi diferente. Nem o laudo médico que confirmou o estupro coletivo foi capaz de combater as insinuações contra as garotas. Internautas responsabilizavam as adolescentes na web: “Elas quiseram dar pro seu ídolo!”, “Elas gostam de pagode e de baixaria, queria isso mesmo!”, “elas queriam ficar famosas, isso sim!”.
As vítimas sofreram ameaças de fãs da banda que culpabilizam as garotas pela prisão e o indiciamento dos integrantes da New Hit. As ameaças partiram de telefonemas e das redes sociais e até mesmo um carro estranho foi visto ao redor da casa da família, segundo os parentes das vítimas.
O resultado disso é que além de vítimas de uma violência brutal, as duas adolescentes não conseguiam ir mais à escola, precisam viver sob proteção, mudar de endereço e serem “reinseridas na sociedade”.
É essa mesma cultura que tolera e ri do assédio sexual travestido de ‘humor’ no programa da Rede Globo, Zorra total. Ou que naturaliza as propagandas de cerveja que mercantilizam o corpo da mulher. Ou ainda aplaude “humoristas” que afirmam que “estuprar mulher feia é um favor”. É a cultura do estupro que transforma um “não” em um “sim”.
Felizmente, estas mobilizações que exigem punição aos estupradores da New Hit mostram uma reação importante contra esta cultura do estupro. Já se passaram quase cinco meses e a indignação segue acesa, espalhando-se para diferentes estados do nordeste. Mobilizações devem continuar acontecer para pressionar a condenação dos estupradores em fevereiro. Não queremos a banda New Hit nos palcos e nenhuma violência contra as mulheres.
Retirado do Site do PSTU
Em Serrinha (BA), manifestantes foram às ruas usando camisas com dizeres "Fora New Hit" |
Na capital baiana, as mobilizações pelas redes sociais criticavam uma marca de cerveja por patrocinar o estupro, ao financiar uma festa de pagode com a presença da New Hit. “Estupro não desce redondo” dizia um dos ‘virais’ que se espalhou pelo facebook e levou a empresa a retirar o patrocínio. Em seguida, o show foi cancelado. Em João Pessoal, a New Hit foi substituída por uma nova atração após protestos nas redes sociais. Moradores e organizações feministas de Delmiro Gouveia (AL) protestaram diante do anúncio da presença da banda em dois blocos de carnaval da cidade. A participação da New Hit também foi cancelada. Em Serrinha (BA), no início de janeiro, movimentos sociais, como Movimento Negro Afro Jamaica, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Movimento de Mulheres Urbanas, saíram às ruas com camisas dizendo “Fora New Hit”.
O estupro aconteceu no ano passado, no dia 26 de agosto, quando os músicos tocavam na micareta da cidade de Ruy Barbosa (BA). As duas adolescentes, fãs do grupo, pediram pra tirar foto com a banda após o show. As meninas, uma de 16 e outra de 17 anos, foram encaminhadas ao ônibus da produção quando foram brutalmente violentadas pelos nove integrantes da New Hit. Um policial militar que fazia a segurança do grupo também foi indiciado por ter sido conivente com o crime. Os resultados dos exames de corpo delito confirmaram o estupro coletivo. Os estupradores ficaram presos durante 38 dias, mas conseguiram um habeas corpus e aguardam o julgamento, previsto para fevereiro, em liberdade.
Fora da prisão, os noves acusados voltaram aos palcos enquanto as vítimas estão em um Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), em razão das ameaças de fãs da banda.
Não à cultura do estupro
Na cultura machista e patriarcal em que vivemos, a culpa do estupro é sempre da vítima. Neste caso não foi diferente. Nem o laudo médico que confirmou o estupro coletivo foi capaz de combater as insinuações contra as garotas. Internautas responsabilizavam as adolescentes na web: “Elas quiseram dar pro seu ídolo!”, “Elas gostam de pagode e de baixaria, queria isso mesmo!”, “elas queriam ficar famosas, isso sim!”.
As vítimas sofreram ameaças de fãs da banda que culpabilizam as garotas pela prisão e o indiciamento dos integrantes da New Hit. As ameaças partiram de telefonemas e das redes sociais e até mesmo um carro estranho foi visto ao redor da casa da família, segundo os parentes das vítimas.
O resultado disso é que além de vítimas de uma violência brutal, as duas adolescentes não conseguiam ir mais à escola, precisam viver sob proteção, mudar de endereço e serem “reinseridas na sociedade”.
É essa mesma cultura que tolera e ri do assédio sexual travestido de ‘humor’ no programa da Rede Globo, Zorra total. Ou que naturaliza as propagandas de cerveja que mercantilizam o corpo da mulher. Ou ainda aplaude “humoristas” que afirmam que “estuprar mulher feia é um favor”. É a cultura do estupro que transforma um “não” em um “sim”.
Felizmente, estas mobilizações que exigem punição aos estupradores da New Hit mostram uma reação importante contra esta cultura do estupro. Já se passaram quase cinco meses e a indignação segue acesa, espalhando-se para diferentes estados do nordeste. Mobilizações devem continuar acontecer para pressionar a condenação dos estupradores em fevereiro. Não queremos a banda New Hit nos palcos e nenhuma violência contra as mulheres.
Retirado do Site do PSTU
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