terça-feira, 21 de agosto de 2012

"A liberdade está sendo roubada por toda a Rússia"

Integrantes da banda Pussy Riots protestam contra Vladimir Putin e são condenadas a dois anos de prisão


Ativistas presas, momentos antes do julgamento
Um ataque contra a liberdade de manifestação artística e política na Rússia. Três integrantes da banda, Pussy Riots, formada por sete garotas russas, foram julgadas e condenadas a dois anos de prisão nesta sexta-feira, 17 de agosto, sob a acusação de vandalismo e ódio religioso.

Em fevereiro deste ano, no altar da maior igreja da Rússia, vestindo gorros coloridos, as Pussy Riot cantaram “Virgem Maria, expulse Putin” em protesto contra o governo do primeiro-ministro russo Vladimir Putin. A música está longe de ser um ato de intolerância religiosa, na verdade, critica o governo bem como a corrupção dentro da igreja ortodoxa.

O governo do presidente russo em Moscou tem sido alvo de graves denúncias de fraude durante as eleições presidenciais. Em dezembro de 2011, milhares de pessoas foram às ruas do país se manifestar contra a vergonhosa falsificação das eleições parlamentares para a Duma de Estado [Parlamento Russo], onde analistas calculam que o partido de Putin, Rússia Unida, aumentou em até 15% seu número de votos. Essas manifestações, de conteúdo diretamente político, surgem depois de anos de estabilidade política na Rússia, quando não existiam mais manifestações nem mesmo pelas mais elementares reivindicações econômicas.



Putin agora teme que seu destino se assemelhe aos dos ditadores derrubados pela primavera árabe. Para proteger seu governo e conter a população indignada, o primeiro-ministro decide punir todos que ousam desafiá-lo.

“Algo inacreditável está acontecendo na cena política da Rússia: uma pressão poderosa, insistente e exigente da sociedade frente às autoridades. O sistema ‘Putinista’ está tendo dificuldade em nos controlar”, declarou uma das integrantes presas da banda punk, Nadezhda Tolokonnikova, de apenas 22 anos, em carta escrita antes da sentença de condenação.

Na carta, Tolokonnikova afirma: “Nós estarmos na prisão é um sinal claro de que a liberdade está sendo roubada por toda a Rússia. E essa ameaça de destruir as forças libertadoras e emancipatórias da Rússia é o que me deixa indignada”.

Pela liberdade de manifestação artística e política!
Liberdade e anistia às Pussy Riot!



Retirado do Site do PSTU

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