É necessário exigir que o governo Dilma não reconheça o novo governo golpista
Após uma votação relâmpago, o Senado do Paraguai aprovou, por 39 votos a 4 (eram necessários 30 votos de 45), o impeachment do presidente do país Fernando Lugo, no final da tarde desse dia 22 de junho. A destituição do presidente já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados por 73 votos a um. No Parlamento, o presidente teve apenas duas horas para se defender, o que foi feito por seus advogados.
Confirma-se assim o golpe branco desatado pelos partidos de direita e consumado em menos de 48 horas. O golpe foi travestido por uma capa de legalidade através de um “julgamento político” realizado pelo Legislativo.
A esdrúxula acusação contra Lugo foi de “fraco desempenho de suas funções presidenciais”. Formalmente, o golpe se embasava em cinco "acusações": responsabilidade no massacre de Curuguaty, o suposto financiamento a uma manifestação no Comando de Engenharia das Forças Armadas em 2009, o uso de tropas militares por sem-terra e a "falta de vontade política" para tratar a "violência" no campo. Ou seja, a direita acusa Lugo de não reprimir com mais violência, além da que já vem reprimindo, a luta dos sem-terras no campo.
Povo resiste, Lugo capitula
Tão logo foi anunciado o resultado, o comando das Forças Armadas reconheceu o impeachment e o novo presidente. Jornais do país já anunciavam uma movimentação de tropas do Exército nos quartéis nesses dois dias de preparação do golpe. Em tempo recorde, o vice de Lugo, Federico Franco, do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), recebeu a faixa presidencial. O partido, de direita, fez parte da coalização que apoiou Fernando Lugo nas eleições de 2008. Nos últimos dias, rompeu com o governo se aliou ao Partido Colorado, antecessor de Lugo que governou o país por 61 anos.
Do lado de fora do Parlamento, a polícia reprimia uma manifestação que ocorria na Plaza de Armas. Policiais investiram contra os manifestantes com balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos d’água.
Tal heroísmo, porém, não foi seguido pelo próprio presidente deposto que, num discurso vergonhoso que surpreendeu até mesmo seus partidários, acatou o golpe. Enquanto milhares de pessoas eram reprimidas nas ruas, um sorridente Fernando Lugo afirmava às câmeras de TV que se tratava de “um golpe contra a democracia”, mas que acatava a decisão do Parlamento. “Hoje eu me despeço como presidente da República, mas não como cidadão paraguaio”, afirmou, já reconhecendo sua condição de presidente destituído.
Lugo se limitou a exortar que a população proteste de “forma pacífica” e chegou a agradecer as Forças Armadas no esforço de “consolidar a democracia” no país.
Não ao golpe!
A deposição de Fernando Lugo se configura num clássico golpe de Estado, a exemplo do que ocorreu em Honduras em 2009. Um golpe articulado e implementado pela direita oligárquica, os latifundiários e os partidos tradicionais de direita do país, que se aproveitaram do massacre de Curuguat para destituírem Lugo.
Apesar de Fernando Lugo não fazer um governo em nada parecido a um governo de esquerda, ou voltado à maioria da população, não ter avançado na reforma agrária, uma das principais necessidades e reivindicações dos trabalhadores do país (ao contrário, apoiou a repressão contra os movimentos sem-terras), o golpe representa uma ofensiva da direita e seus partidos e como tal deve ser combatido.
É necessário conclamar e apoiar a resistência dos trabalhadores e da juventude paraguaia nas ruas e, no Brasil, exigir do governo Dilma que não reconheça e rompa relações com o governo golpista.
LEIA MAIS
Nota do PT, seção da LIT-QI no Paraguai sobre o golpe
Retirado do Site do PSTU
População vai às ruas contra o golpe |
Confirma-se assim o golpe branco desatado pelos partidos de direita e consumado em menos de 48 horas. O golpe foi travestido por uma capa de legalidade através de um “julgamento político” realizado pelo Legislativo.
A esdrúxula acusação contra Lugo foi de “fraco desempenho de suas funções presidenciais”. Formalmente, o golpe se embasava em cinco "acusações": responsabilidade no massacre de Curuguaty, o suposto financiamento a uma manifestação no Comando de Engenharia das Forças Armadas em 2009, o uso de tropas militares por sem-terra e a "falta de vontade política" para tratar a "violência" no campo. Ou seja, a direita acusa Lugo de não reprimir com mais violência, além da que já vem reprimindo, a luta dos sem-terras no campo.
Povo resiste, Lugo capitula
Tão logo foi anunciado o resultado, o comando das Forças Armadas reconheceu o impeachment e o novo presidente. Jornais do país já anunciavam uma movimentação de tropas do Exército nos quartéis nesses dois dias de preparação do golpe. Em tempo recorde, o vice de Lugo, Federico Franco, do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), recebeu a faixa presidencial. O partido, de direita, fez parte da coalização que apoiou Fernando Lugo nas eleições de 2008. Nos últimos dias, rompeu com o governo se aliou ao Partido Colorado, antecessor de Lugo que governou o país por 61 anos.
Do lado de fora do Parlamento, a polícia reprimia uma manifestação que ocorria na Plaza de Armas. Policiais investiram contra os manifestantes com balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos d’água.
Tal heroísmo, porém, não foi seguido pelo próprio presidente deposto que, num discurso vergonhoso que surpreendeu até mesmo seus partidários, acatou o golpe. Enquanto milhares de pessoas eram reprimidas nas ruas, um sorridente Fernando Lugo afirmava às câmeras de TV que se tratava de “um golpe contra a democracia”, mas que acatava a decisão do Parlamento. “Hoje eu me despeço como presidente da República, mas não como cidadão paraguaio”, afirmou, já reconhecendo sua condição de presidente destituído.
Lugo se limitou a exortar que a população proteste de “forma pacífica” e chegou a agradecer as Forças Armadas no esforço de “consolidar a democracia” no país.
Não ao golpe!
A deposição de Fernando Lugo se configura num clássico golpe de Estado, a exemplo do que ocorreu em Honduras em 2009. Um golpe articulado e implementado pela direita oligárquica, os latifundiários e os partidos tradicionais de direita do país, que se aproveitaram do massacre de Curuguat para destituírem Lugo.
Apesar de Fernando Lugo não fazer um governo em nada parecido a um governo de esquerda, ou voltado à maioria da população, não ter avançado na reforma agrária, uma das principais necessidades e reivindicações dos trabalhadores do país (ao contrário, apoiou a repressão contra os movimentos sem-terras), o golpe representa uma ofensiva da direita e seus partidos e como tal deve ser combatido.
É necessário conclamar e apoiar a resistência dos trabalhadores e da juventude paraguaia nas ruas e, no Brasil, exigir do governo Dilma que não reconheça e rompa relações com o governo golpista.
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Nota do PT, seção da LIT-QI no Paraguai sobre o golpe
Retirado do Site do PSTU
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