Detalhe de ato contra o genocídio da juventude negra, em São Paulo |
Naquela época, vigorava o regime do apartheid. Em 2012, em Joanesburgo, capital sul-africana, já sem o apartheid, a polícia promove mais um massacre: 34 mineiros em greve foram assassinados em Marikana. As mortes aconteceram no governo do presidente Zuma, que um dia lutou contra o apartheid e hoje serve à burguesia.
Em tempos de crise, oprimidos são os mais atacados
Existe um abismo assustador entre a situação de negros e a de brancos no mundo. São os negros que estão nos piores empregos e recebem os piores salários até hoje. Com a crise econômica atual, inquestionável a partir da situação da Europa, eles servem como mão de obra barata para garantir que os lucros da burguesia não caiam. Dentre os negros, são as mulheres negras que sofrem mais. Entre toda a casse trabalhadora, negra e branca, são elas que recebem os piores salários.
Segundo Maristela Farias, da Secretaria Nacional de Negras e Negros do PSTU, no artigo Lógica da senzala continua no Brasil, “o que se dá, na verdade, é uma tentativa ilusória e surrealista de contribuir com o Mito da Democracia Racial, embutido ainda mais na sociedade, que diz que no Brasil não há racismo, que somos todos iguais, e que todos temos as mesmas oportunidades, encobrindo o debate de que há uma dívida histórica com a população negra, desde o tempo da ‘Abolição da Escravatura’. Dívida esta especialmente com as mulheres negras, que desde sempre neste país são trabalhadoras, oprimidas, exploradas e violentadas das mais variadas formas, mesmo após a abolição”
Ao mesmo tempo, o capitalismo sustenta sua versão de que negros são inferiores, são bandidos. De forma às vezes sutil, a população recebe essas informações dia após dia nas novelas, nos telejornais, nos jornais. Assim, divide a classe e pelo controle ideológico, mantém a opressão racial e a superexploração de um setor enorme de trabalhadores.
Nesta semana, assistimos ao lamentável episódio de trote racista na UFMG, em que uma menina pintada de preto era segurada por um estudante branco com uma corrente. Nas periferias, a juventude negra continua sendo massacrada, vítima de grupos de extermínios ou do tráfico e da própria marginalização em que é jogada. Essa política é parte da criminalização da pobreza e da “higienização”, implementadas pelos governos.
O próprio Brasil, cujos governantes e classe dominante tentam fazer parecer um país sem racismo, ocupa militarmente, desde 2004, o Haiti, um país hegemonicamente negro. Nem mesmo governo Lula, eleito por ser considerado um representante dos trabalhadores, acabou com a invasão. A presidente Dilma mantém a mesma política.
Esses poucos exemplos só provam que o racismo existe e se propaga. Somente com organização dos trabalhadores esse quadro poderá se reverter. A luta contra o racismo é uma luta de toda a classe trabalhadora, brancos e negros. O dia 21 de março deve ser um dia de luta pelo fim, de fato, da discriminação racial.
Baixe aqui o boletim da CSP-Conlutas sobre a data
Retirado do Site do PSTU
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