Ato do 8 de março em São Paulo, em 2012 |
O objetivo era denunciar a situação a que as trabalhadoras estavam submetidas, com longas jornadas, péssimas condições de trabalho, baixos salários e sem direitos democráticos. E, ao mesmo tempo, homenagear, unificar e fortalecer as lutas que elas travaram ao longo dos séculos.
O fato gerador da data é controverso. A versão mais comum é que foi em homenagem a 129 mulheres que morreram queimadas em uma fábrica, em Nova Iorque, em 1857, por fazerem greve. Outra versão é de que foi em referência às inúmeras greves que ocorreram entre 1900-1910, nas quais as mulheres participaram massivamente. Mas, em uma coisa todo mundo concorda: foi uma data que nasceu da luta por direitos.
A afirmação como dia de luta das trabalhadoras foi ainda mais forte, quando, na Rússia, no dia 8 de março (23 de fevereiro, pelo calendário russo), as operárias têxteis, revoltadas com a I Guerra Mundial, que assassinava seus filhos e maridos, pela fome e miséria, iniciaram uma greve. Ela foi seguida pela adesão de milhares, transformando-se em uma greve geral dos trabalhadores russos.
A greve foi o estopim de uma revolução que acabou derrubando o czarismo na Rússia e abrindo caminho para a revolução de outubro de 1917: a primeira revolução operária vitoriosa da História. A revolução que conquistou as maiores liberdades democráticas às mulheres até hoje.
Ao longo do mês de março, o Opinião Socialista e o Portal do PSTU vão publicar uma série de artigos sobre a data. Acompanhe!
Ir às ruas pelo fim da violência e contra a retirada direitos
A crise internacional, que segue desde 2008, ataca os direitos dos trabalhadores para garantir a taxa de lucro dos patrões. Na Europa, o ataque aos direitos (para jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores) tem levado-os às ruas em protesto. Uma onda revolucionária varre os países árabes e do Norte da África contra as péssimas condições de vida e os regimes ditatoriais. As mulheres aparecem como parte ativa dessas lutas, incitando greves e mobilizações.
No Brasil, país governado por Dilma, que carrega a esperança de muitas trabalhadoras, observa-se o crescimento do machismo, da violência e da exploração das trabalhadoras. A realidade desmente o prometido em campanha: “honrar as mulheres”. Elas sofrem com a ausência de creches, ganham salários rebaixados, não há proteção contra a demissão. Mesmo com a Lei Maria da Penha, dez mulheres são assassinadas por dia. As mulheres pobres que abortam continuam sendo punidas e centenas morrem por ano vítimas de procedimentos mal sucedidos.
As remoções, incêndios criminosos em favelas e destruição de comunidades indígenas têm prejudicado, sobretudo, as mulheres. Os megaeventos, como Copa e Olimpíadas, também ampliam o turismo sexual, um dos negócios mais lucrativos do país, às custas da prostituição das mulheres. O chamado Acordo Coletivo Especial (ACE), defendido por sindicalistas ligados ao governo, flexibilizará ainda mais as relações trabalhistas, afetando diretamente as trabalhadoras.
Vamos às ruas cobrar dos governos o fim da violência contra a mulher, contra a aprovação do ACE, por creches e pela legalização do aborto. Contra o machismo e o capitalismo, por uma sociedade socialista!
Retirado do Site do PSTU
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