Uma das mesas do encontro |
A luta contra todas as opressões é uma tradição e um princípio de nossa organização, à qual é dada muita importância. Este encontro aconteceu num momento especial da conjuntura do país e mundial.
O primeiro dia foi marcado pelo debate de conjuntura e a necessidade de atualizar o programa do partido para atender às principais reivindicações das mulheres trabalhadoras. Apesar de todas as mulheres sofrerem opressão, elas não são todas iguais. O PSTU se dirige às mulheres trabalhadoras que, diferentemente das burguesas, sofrem a exploração.
No Brasil, foi eleita a primeira mulher na presidência, Dilma Rousseff. Apesar de ser um fato histórico, para as participantes, o mandato de Dilma está longe de representar conquistas para as mulheres da classe. Pelo contrário, dias antes do encontro, a presidente vetou o Projeto de Lei que previa salário igual para trabalho igual. Atualmente, as mulheres recebem em média 30% a menos que os homens.
“As reformas previstas vão prejudicar as mulheres. As políticas do governo são ilusórias, não vão tirar a mulher da situação de violência, exploração e opressão”, disse Rosângela Calzavara, metalúrgica e militante de São José dos Campos.
No mundo, a crise não dá trégua à Europa, e a classe trabalhadora está sendo levada às ruas para impedir os ajustes fiscais que retiram seus direitos e aumentam a exploração de seu trabalho. No Oriente Médio e no Norte da África, lutas contra as ditaduras tem arrastado milhões de pessoas às ruas.
Em todas essas batalhas, as mulheres têm assumido um papel de destaque, o que é bastante coerente, já que são as mais atacadas. No mundo árabe, em especial, as mulheres começam a romper com as tradições machistas que as colocavam num grau de subordinação incondicional aos homens e eram tratadas como meros objetos reprodutores e serviçais.
Com os pés na realidade
Grupos temáticos discutiram temas como mercado de trabalho, violência, situação das mulheres negras, lésbicas e jovens, saúde, aborto entre outros. Desses debates, saíram as propostas de atualização programática que foram votadas no último dia.
As participantes do V Encontro debateram a importância de participar das lutas concretas e cotidianas das mulheres trabalhadoras. O entendimento do encontro é de que é preciso oferecer um espaço para que as trabalhadoras se identifiquem e lutem por seus direitos.
Nesse sentido, foi aprovada a participação e a construção do Movimento Mulheres em Luta da CSP-Conlutas (MML). “Nosso encontro nos arma para organizar as mulheres ao lado dos homens trabalhadores para enfrentarmos juntos os ataques que virão à nossa classe”, disse Ana Luíza.
Organizadas para lutar pelo socialismo
O último ponto do encontro foi a eleição da Secretaria Nacional de Mulheres do partido. Ana Pagu, militante de São Paulo, assumiu a direção da secretaria no próximo período. “O V Encontro foi uma grande vitória de nossa organização. Com um rico e qualificado debate, reafirmou a necessidade de incorporar as bandeiras das mulheres como parte da luta pelo socialismo, atualizou nosso programa e ratificou a necessidade de construirmos o Movimento Mulheres em Luta”, disse.
Martina Gomes, militante da juventude em Porto Alegre, participou pela primeira vez de um encontro de mulheres do partido. Para ela, o evento foi muito bom, “não só porque discutiu programa e táticas para o movimento, mas porque o nível político demonstrou que as regionais estão refletindo, elaborando”.
“O encontro foi excelente, porque reuniu as militantes para elaborar um programa revolucionário contra a opressão da mulher”, avaliou Ana Luíza Figueiredo, militante de São Paulo que é pré-candidata a prefeita da capital paulista. “Diante do avanço da crise capitalista, as mulheres sofrerão cada vez mais a barbárie deste sistema”, afirmou.
“O resultado foi uma atividade emocionante, com militantes fortalecidas e o partido melhor armado para enfrentar o governo de Dilma e apresentar uma alternativa de classe às mulheres trabalhadoras”, concluiu Ana Pagu.
Retirado do Site do PSTU
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